Seguimos para as aulas de terça-feira. Meus pensamentos vagavam para a batalha que teríamos. Will havia negado até meu ultimo pedido de participar da batalha. Eu tentava me concentrar na primeira aula, enquanto o professor falava sobre os feitiços convocatórios, mas eu não conseguia.

- Srta. Potter? – chamou-me o professor Focci

- Sim? – perguntei depois de um cutucão de Will.

- Qual a palavra que se diz antes do nome do que se quer “convocar”?

Ufa. Essa era fácil.

- Accio. – respondi.

- 5 pontos para a sonserina.

Voltei a pensar na batalha. Will me passou um bilhete com uma caligrafia fina:

O que está acontecendo, Lils? Está tudo bem?

Sim, escrevi de volta, não se preocupe. Na aula de herbologia eu falo.

O sinal tocou. Juntei minhas coisas e quando ia saindo da sala o professor me entregou um envelope.

- Correspondência da professora McGonagal. – avisou ele a mim.

- Obrigada, professor – falei, me dirigindo com Thai e Will para a estufa 4.

- Abre essa carta de uma vez – falou-me Thai.

- Na reunião de hoje, Thaiana, calma.

- Mas... mas... Tudo bem, Lílian – nós rimos.

- Meu amor – Will me olhou – você estava tão aérea, o que houve?

- Eu estava pensando que... talvez devêssemos fazer uma estratégia de briga.

- Não sabemos o que vai acontecer ou contra quem ou o que vamos lutar. Isso é impossível. – alegou Thai.

- Então... Vamos mandar uma carta para tia Hermione, ela conhece tudo de Hogwarts. – sugeri.

- Não devemos – falou Thai – Rose e Sra. Weasley não se dão muito bem nesse sentido.

- Então... Vamos ter que fazer algo por nós mesmos – conclui, entrando na estufa. Me dirigindo à minha “plantação” de Bubotúberas.

Tirei meu casaco e arregacei as mangas, deixando meu parceiro de mesa, Luccifer, espantado pela quantidade de “machucados de quando era criança”. Coloquei minhas luvas e comecei o trabalho de retirar o pus e colocá-lo em vidrinhos pequenos.

- O que é isso no seu braço? – perguntou-me Luccifer. Will olhou para baixo e Thai parecia assustada.

- Eu costumava cair muito quando era pequena – respondi.

O professor Neville Longbottom passou por nós. Caiu os olhos em nossos trabalhos e disse:

- Srta. Flint, Sr. Malfoy e Srta. Potter, por favor, lá na frente. Agora. – e saiu.

Retirei as luvas e encarei meus amigos. Nós não havíamos feito nada de errado. Já comentei que o professor Neville era meu padrinho? Pois é. Rony era dindo de James e quando eu era pequena, eu ouvia e o apelido pegou. Mas Neville era meu dindo mesmo. De batismo e tal.

- Vamos lá, né. – falei, enquanto Will e Thai vinham atrás de mim.

Chegamos na mesa do professor e eu encarei-o. Ele não sorriu como sempre fazia ao me ver, estava sério e bravo. Engoli em seco, como meu dindo, ele tinha bastante autoridade sobre mim, o que fodia com a minha vida se eu aprontava: eles raramente tinham de chamar meu pai, porque meu dindo trabalhava lá.

- Sim, professor? – perguntei.

- Posso saber dessa história de beber dentro do dormitório? – engoli em seco de novo.

- Nós? – perguntou Thai – Nós não costumamos beber, professor. – fiquei com vontade de rir.

- Srta. Flint, não se faça de desentendida. Que seja a última história dessas que eu saiba. – ele disse – Voltem ao trabalho... – enquanto eu me virava ele emendou – menos você, Srta. Potter.

Me virei novamente. Ele me convidou a sair da estufa. Me retirei com ele e ele me encarou, os olhos derreteram. Me abraçou e disse:

- E aí, afilhadinha linda do “professor”. – riu.

- Oi, dindo. – eu sabia que ia levar um xixi. Então esperei.

- Você anda bebendo?

- Não muito... – menti, abaixando a cabeça, caralho, esqueci o casaco – Um pouco.

- Lils, eu vou ser obrigado a te deixar de castigo. Seu pai sempre diz que aqui você é minha responsabilidade...

- Mas dindo – eu disse – McGonagall não contou de minha missão? Eu não posso ficar de castigo agora...

- Eu sei, por isso mesmo que quero seu Ipod por um mês – ele estendeu a mão, fora ele que me deu o Ipod.

- Mas...

- Ou isso, ou te deixo de fora da missão e das reuniões da mesma.

Fechei a cara e botei a mão no bolso da veste. Ergui-o para ele.

- Era isso, prof... dindo?

- Era isso, Lily. – ele sorriu – Marcaremos outra conversa, sem ser horário de aula.

Entrei e repus as luvas. Recomecei o trabalho quando Thai me perguntou:

- Fedeu pro seu lado?

- O que aconteceu? – Will perguntou fazendo carinho na minha mão, ao ver minha expressão furiosa.

- Ele retirou meu Ipod por beber. Ou era isso ou eu estava proibida de participar da missão e das reuniões.

- Da missão você não vai participar, só das reuniões. – Will me disse.

- Willian, por favor, depois a gente discute isso. – eu pedi

- Tudo bem. – ele disse. – eu te amo, minha linda.

Sorri. O sinal bateu.

- Dever de casa – o professor avisou-nos – resumo sobre o remédio da acne vindo dessa planta. Boa semana.