Nós havíamos decidido: iríamos treinar feitiços e defesas, ataques e preparar poções para que quando chegasse a hora, estarmos prontos. No fim da reunião decidimos que todos os dias teriam novas após o horário de “deveres” da biblioteca. Will me veio com essa:

- Sou a favor de Lily, Rose e Thai não lutarem ou sei lá o que vai acontecer.

- Concordo – disseram os outros três garotos.

- Vocês piraram, não é? – eu perguntei.

- Eu vou participar SIM. – Will lançou-me um olhar de reprovação – Vocês querendo ou não.

- Nós também – alegou Thai, ofendida, mexendo nos cabelos.

- Não vão não – disse Alvo, Scrop, Will e James juntos.

Eu me levantei e sai dali. Segui até as masmorras e entrei em nosso dormitório. Tomei banho e me deitei; a reunião ainda não havia acabado. Eu estava triste e decepcionada com Will; aquilo era machismo.

Virei pro lado e comecei a fazer o contorno de meus cortes com a unha, até que a porta abriu. Fechou. Senti a cortina atrás de mim se abrir. A presença de Will fez com que todo o resto e a incerteza de que estava segura, sumisse. Ele estava com sua calça do pijama e sem camisa. O cabelo loiro molhado e desarrumadinho. Perdi o ar quando o vi.

- Cadê a coisa mais teimosinha da minha vida? – ele sussurrou – vem cá, meu amor.

- Não. Você não quer que eu lute.

- Vem, que eu te faço um cafuné, aqui embaixo do edredom. Não vá dizer que cê não quer. – ele cantou para mim - Diz que essa briga já passou e a gente pode se acertar, só pra cuidar do nosso amor.

- Deita aqui – eu disse, quase chorando, covardia, ele sabe que eu amo essa música.

Eu deitei em seu peito e ele me fez um cafuné. Abracei-o e murmurei:

- Eu te amo, Willian Malfoy.

- Eu te amo mais, Lílian Potter – ele respondeu.

- Mentira.

- Não começa.

- Deixa eu lutar? Deixa? – pedi, com cara de cachorrinho que caiu da mudança.

- Amanhã a gente conversa, meu bebê. Passou da uma da manhã e amanhã tem aula. – ele me deu um beijo e disse – Dorme bem, meu anjo.

No abraço carinhoso e protetor do melhor namorado do mundo, eu dormi. Sonhei com o vazio. O sonho que não aconteceu. Não sonhei nesta noite.

Acordei um pouco antes de Will naquela manhã. Ele dormia serenamente com o rosto enfiado no meu cabelo. Dei um selinho e me levantei para começar a me arrumar. Ele continuou dormindo.

- CADÊ A LILY? – ouvi sua voz do banheiro.

Saí e olhei-o, já devidamente arrumada e maquiada.

- Estou aqui.

- Achei que você tinha passado mal de novo.

- Eu estou bem... Amor, você está atrasado.

- Me arrumo em dois minutos – e saiu andando.

- Garotas – chamei-as.

- Oi – responderam juntas.

- Como ficou o fim da reunião ontem?

- Eles vão deixar – afirmou Rose – pelo menos Scrop e Alvo deixaram. Will bateu o pé. Parece que ele acha que tem algo a ver com você, que você é o alvo da briga. Mas diz o primeiro... Então é James.

- Na verdade, diz que acontecerá quando o mais velho estiver no sexto ano – corrigiu Thai – Qualquer um de nós pode ser o alvo.

- Eu não tinha pensado nisso – disse Rose.

- Mas... e se for o Will? – perguntei.

- Vamos nos proteger antes de pensar isso – falou Thai. – Acalmem-se garotas.