Capítulo 8

Depois da ida de Heloísa, Pepper se entristeceu não queria que as coisas tivessem caminhado para essa situação, mas ela queria que a filha visse que se continuasse levando essa vida se tornaria alguém que apesar de ter toda a diversão do mundo se sente sozinho.

— Não acredito que você teve coragem de mandar ela ir morar com Tony — falou Charlie.
— Nem eu, ela foi há 5 dias e eu já perdi as contas de quantas vezes me peguei ligando o carro para ir buscá-la.
— E por que não vai? — perguntou Hayley.
— Por que eu quero que ela veja que nessa vida você tem tudo e ao mesmo tempo nada.
— Você acha mesmo que o Tony vai dar algum rumo pra ela? Ele não da rumo nem a ele mesmo.
— Eu espero que sim.
— E aí, como se sentiu quando o viu?
— No começo surpresa, depois raiva por que me lembrei do nosso último encontro e no dia seguinte eu vi que 14 anos é tempo demais pra ter mágoa de alguém.
— Então quer dizer que você ficaria numa boa se tivesse em um mesmo lugar que ele?
— Sim.
— Ah, que bom, eu e Jim estávamos pensando em reunir todos os amigos para passar a virada do ano lá em casa e como eu sei que ele vai chamar o Tony eu quis te perguntar para não criar clima.
— Não se preocupe por mim tudo bem.
— Você não sente mais nada por ele?
— Sinto gratidão por conta dos meus filhos, mas não passa disso.
— Virginia — a voz grossa de um homem de cabelos pretos e olhos quase no mesmo tom e que beira os seus 42 anos se fez presente no jardim da casa, ela se virou para encará-lo e encontrou um homem com um olhar indecifrável para ela, as mulheres que ali estavam se afastaram com a desculpa de que iriam beber água e ele se aproximou.
— Algum problema, Henry?
— Preciso conversar seriamente com você.

...

Na mansão o clima era neutro, Heloísa não se dava ao trabalho de se meter na vida de Tony e ambos só se falavam para desejar um bom dia ou um boa noite. Apesar de querer se aproximar de sua filha, ele resolveu lhe dar espaço e graças a isso os dois conviviam como se tivesse um enorme cânion os afastando.

— ... Foi tudo muito confuso, sabe. Em um momento eu e um monte de gente vendo o Matt fazer ressuscitação em uma menina que tinha se afogado no outro tinha uma doida me acusando de ter ficado com namorado de uma amiga. Eu até tava ficando com um cara e eu perguntei a ela se o namorado dela parecia com o Justin Timberlake e ela disse que não, aí eu falei que então não era eu que tava pegando o namorado dela, mas a amiga burra continuou a dizer que era eu por que eu tinha a tatuagem de um apanhador de sonhos e o cabelo preto, aí a corna começou a gritar e eu até tentei tirar por menos, mas ela veio pra cima e como eu não fujo da raia fiz o mesmo... A amiga burra entrou, aí a minha cunhada entrou pra equilibrar a briga, o Matt que voltava não sei de onde tentou apartar e foi quando o dito namorado apareceu ele tava um pouco chapado e veio bater em mim e na Phoebe foi quando Matt entrou, aí o amigo do cara entrou e depois foi o Chris por que tava o namorado e o amigo contra o meu irmão, já o resto das pessoas que entraram foram um bando de maria vai com as outras que não tinham o que fazer... Não, toda essa confusão por causa de uma jumenta que não sabe diferenciar uma tatuagem de apanhador de sonhos para uma de sino de vento, aliás, por que uma pessoa faz uma tatuagem de sino de vento? Enfim, ela deu sorte eu tinha começado a beber naquela hora se eu tivesse com umas duas na cabeça teria quebrado bem mais que o nariz e alguns dedos dela... Pois é, beleza até o dia 31 então, tchau prima — ela finalizou a chamada e jogou o celular no sofá.
— Você gosta de atenção, não é? É por isso que faz tudo isso pra chamar atenção — Tony falou pra ela depois que ouviu as suas respostas na conversa e ela riu.
— Atenção? Pra quê? Eu tenho pais que me amam e que eu amo também, tenho os melhores irmãos que alguém pode querer, um sobrinho fofo e que eu amo imensamente, minha cunhada que também é minha melhor amiga, tios que eu adoro e alguns amigos malucos que me fazem ter os momentos mais engraçados da minha vida. Eu não faço essas coisas pra chamar a atenção, faço essas coisas por que gosto, por que sei que a vida é frágil demais pra ficar sendo desperdiçada na rotina e também por que eu prefiro ter uma vida cheia de eu não acredito que fiz isso do que uma em que eu me condeno por não ter feito. Não sou você, Tony, não preciso de atenção, preciso de prazer pra viver — ela falou se levantando e subindo para ir ao seu quarto.

Depois de passar um tempo em sua oficina e ser avisado por JARVIS que ele era um convidado vip de uma festa que teria logo mais a noite em Los Angeles, subiu tomou um banho e decidiu por ir ele não tava com saco pra ficar em casa e aturar uma adolescente pagando de psicologa, quando voltou trouxe uma companhia o resto da noite pra ele foi quente, Heloísa viu a sua chegada, mas ele estava tão ocupado que nem notou ela vindo da cozinha quando presenciou aquela cena revirou os olhos e resolveu voltar e ir direto a adega para desfrutas das bebidas que Tony tinha.

Pela manhã quando estava deitada no sofá Heloísa viu a tal mulher passar furiosa era óbvio que ela havia sido dispensada e pior havia sido dispensada por JARVIS já que Tony estava na oficina, ela riu da situação e lembrou de algumas conversas que ouvia escondida balançou a cabeça negativamente e ficou se perguntando como é que a sua mãe tinha paciência pra trabalhar pra ele.

— Bestona — ela resmungou pela mulher que sabia muito bem como ia terminar, mas ainda sim se chateou.
— Falando sozinha, Helô? Isso é sinal de insanidade mental sabia?
— Tu só subiu por que o JARVIS disse que mulher foi embora, não foi? — Tony não lhe respondeu - Sinceramente, não sei como minha mãe tinha saco pra ficar botando elas pra fora.
— Sua mãe tinha saco por que no fundo era igual a elas.
— Como é?! Repete! — ela falou exaltada e de pé o encarando.
— Você ouviu o que eu disse.
— Eu não admito que você fale mal da minha mãe, Stark.
— Toquei no ponto fraco da menina que curte a vida adoidada. Sua mãe é uma interesseira, mentirosa, fingida e traidora.
— Em que ponto a minha mãe foi interesseira? Nunca vi ela vim aqui te pedir dinheiro.
— Num veio por que sabe que vocês são os meus herdeiros quer garantia melhor do que dois filhos? É a verdade, aceite.
— Se eu pudesse escolher eu escolheria não existir a ter você como meu pai biológico. Você, Tony Stark, é um nada.
— Vou chorar por causa disso. Pra você sua mãe é uma santa, mas eu conheço a peça sei da verdade.
— Sabe o que é engraçado? Você falar essas coisas dela sendo que você é um ex-alcoólatra, ex-drogado que precisou da ajuda dela pra se reerguer.
— Pode dizer o que quiser, mas aceite a verdade sua mãe é uma traidora.
— Você tem problemas mentais?! Todo mundo sabe que nessa história o traidor é você!
— Ah, claro, aposto que ela contou santidade, não foi? Ela contou que se casou com outro homem enquanto estava comigo?!
— Hein?
— É isso mesmo que você ouviu, ela se casou com o Michael enquanto estava comigo! — Heloísa riu na realidade gargalhou e Tony fechou seus punhos.
— Vou ligar para o Matt e dizer que já tenho a segunda cobaia para o projeto dele. Você é doente?! Meus pais nunca foram casados, já namoraram, mas nunca casaram — dessa vez foi Tony quem riu e ela simplesmente esperou ele parar de rir.
— Eu vi a aliança dele.
— Oh, nossa, isso é incrível! Você descobriu que uma pessoa é casada por causa de um anel! Porra, eu tô diante do Sherlock Holmes do século 21 e não sabia. Me responde uma coisa tu viu a certidão de casamento? Eles nunca foram casados seu idiota, aquela "aliança" que meu pai usa é de fraternidade.
— Como é?
— Isso é uma tradição de família. Tudo isso começou por que uma tatara tatara tatara tatara tia-avó do meu pai que tinha problemas mentais perdeu os pais, e com isso se tornou agressiva por que tudo a assusta e também por ela tinha perdido seus protetores. Os irmãos dela sem saber mais o que fazer viram que ela nutria um grande apego pela as alianças de seus pais e com isso surgiu a ideia de não só ela, mas como todos usarem, eles procuraram anéis, fizeram um tipo de cerimônia fraternal e disseram a ela que aquele anel significava amor, proteção e carinho que um tinha pelo o outro e desde esse dia ela não provocou mais incidentes por que acreditou naquilo. Com o passar das gerações essa história foi contada e junto com ela tradição de usar esses anéis, aumentando ainda mais a união dos irmãos. Mulher usa o anel prateado e o homem o dourado. Por isso que eu uso um anel, seu imbecil.
— Então aquele anel que o Matt usa é por isso?
— É. Além de mim e ele o Tyler também usa. Meu pai, e os irmãos também usam assim como os filhos deles.
— Nunca houve casamento? — ele perguntou depois de se recuperar da informação recebida.
— Não.
— Todos esses anos...
— Você foi um babaca que só quis ver aquilo queria? Foi. Agora, pare de tá detonando a minha mãe por que se você falar mal dela mais uma vez eu te faço engolir cada palavra.
— Você não pode comigo garota.
— É mesmo? Ligue pra minha madrinha que caso você não lembre é a Natasha e pergunte a ela se eu posso ou não.
— Christopher Rhodes chegou, Srta. Potts — ela saiu da mansão e ele não ousou ir atrás, se sentou no sofá e após uns minutos de pensamentos confusos ligou para Rhodes e pediu para que ele viesse a mansão.
— Problemas no paraíso? — perguntou Rhodes sorridente ao entrar.
— Rhodey, a Helô me contou uma história maluca...
— E você me tirou do conforto da minha casa por isso? Não poderia ter dito por telefone?
— Me diz uma coisa, a Pepper casou com Mike?
— Não que eu saiba.
— Então quer dizer que ela nunca foi casada com o tal de Mike?
— Não, Tony, eles namoraram, mas casar não.
— POR QUE VOCÊ NÃO ME DISSE?!
— Eu tentei, mas você não quis me ouvir e além do mais por que você tá assim? Pelo o que eu sei Pepper não significou e nem significa nada pra você — Tony o olhou com raiva os dois sabiam que era mentira que ele ainda amava Pepper e que toda essa história mal resolvida só os afastava - Que foi, Tony, o gato comeu tua língua?
— 14 anos, eu passei 14 anos condenando ela por...
— Uma coisa que você interpretou errado.
— E agora?
— E agora o quê?
— O que eu faço?
— O máximo que você pode fazer é pedir desculpas e o máximo que você pode conseguir é ser desculpado.
— Eu não acredito que afundei com o que tinha restado de meu relacionamento por nada — ele cobriu o rosto com as mãos e Rhodes lhe deu um tapinha no ombro.
— Deveria ter perguntado ao invés de ter acusado.
— Ela tava distante, Rhodes, não era mais a mesma Pepper.
— E você queria o quê? Que ela te tratasse do mesmo jeito? Eu até fiquei admirado por ela ter voltado pra você, é claro que ia demorar pra que ela voltasse a confiar em você isso se voltasse, mas ter paciência não é o seu forte e quando você viu ela distante logo associou que isso vinha sendo causado pelo Mike.
— É, Rhodes, você tá certo. Mas como eu podia adivinhar? O cara surge aqui fala com ela e quando é no outro dia ela diz que vai viajar, some por duas semanas e de repente quando chego na casa dela, ele tá todo a vontade e usando um anel dourado no dedo que se usa quando as pessoas casam, o que você queria que eu pensasse? Que era uma tradição maluca da família dele?
— Não era pra você ter pensado nada, Tony, era apenas pra ter perguntado e se tivesse parado por um minuto saberia ou lembraria que ele usava esse anel quando tava lá em casa no dia do aniversário da Hayley, me lembro disso por que eu também pensei que ele fosse casado e perguntei foi quando ele me disse essa história e depois de tudo o que aconteceu foi o que eu quis te dizer, mas você só via a sua verdade.
— Eu preciso pedir desculpas a ela.
— Você acha? Eu acho que você deveria ficar aqui e ignorar tudo isso — falou Rhodes com ironia.
— Preciso conseguir ela de volta.
— Boa sorte com isso — ele falou com um ar enigmático e Tony arqueou a sobrancelha - Tenho de voltar, prometi ao Josh que treinaria com ele e o Tyler para a semifinal do campeonato de futebol de amanhã — falou o amigo indo embora e o deixando com seus pensamentos e condenações.

As horas passaram e nada de Heloísa chegar, por volta de 00:00 ela chegou com roupas diferentes daquelas que saiu e em uma picape era um Ford F450 na cor azul metálica, assim que ela chegou JARVIS avisou a Tony que imediatamente foi de encontro a ela, os dois trocaram olhares e ela subiu, Tony ouviu a porta bater com força e ele desceu irritado consigo para a oficina.

Depois daquele dia o relacionamento deles só foi piorando e se antes existia cumprimento agora nem isso existe mais, ela não parou de aprontar e ele também não parou de se divertir, mas quando chegou o dia 16 de Dezembro ele a viu andando pela casa cabisbaixa e conversando constantemente no celular ele quis perguntar, mas como sabia que ela não ia responder e deixou pra lá, a semana passou e com a chegada da outra as coisas não mudaram mais uma vez ele a viu conversando constantemente no celular, mas achou que seria alguém desejando feliz natal já que era 24 de Dezembro.

— Não vai comemorar o natal, Helô? — ele perguntou ajeitando as mangas de sua camisa social preta, desde que se separou de Pepper e de seus filhos Tony perdeu o hábito de comemorar essa data em casa e passou a comemorar em festas.
— Não tenho motivos para comemorar essa data — ele deu de ombros não se interessou em saber mais nada, desceu a oficina pois queria ver se a sua mais nova atualização estava pronta e se surpreendeu quando JARVIS disse que Pepper queria permissão para entrar na mansão, ele imediatamente deixou e quando enfim criou coragem subiu meio nervoso e logo viu Pepper agachada perto de Heloísa que estava deitada no sofá e Matthew ao lado delas
—... Vamos lá pra casa, meu amor.
— Não precisa, mãe, eu tô bem aqui. E você o que tá fazendo aqui, Matt? Esse é o primeiro natal do Ben você deveria estar com ele e a Phoebe.
— Eles viajaram para Nova Iorque, a avó da Phoebe ficou sabendo do bisneto e pediu conhecê-lo e também disse que precisava falar urgentemente com ela.
— Isso não me cheira bem, quando Phoebe foi se apresentar pra ela a veia não quis nem saber, por que esse súbito interesse?
— Não sei, também não tô gostando dessa história, mas o que eu podia fazer? Eu não podia ir por causa do trabalho e também não podia impedi-la de ir. A avó dela tem o direito de conhecer o Ben e também Phoebe é a única parente que ela tem e vice-versa. Mas o Coulson foi com ela.
— Talvez ela esteja arrependida pelo modo como a tratou. Todo mundo merece uma segunda chance — falou Pepper.
— Isso vale pra mim também, Pep? — Tony perguntou atraindo a atenção de todos, ela estranhou tanto o tom doce quanto o apelido no diminutivo pois faz anos que ela não é chamada assim - Pepper... Pep, aproveitando que é natal eu queria te pedir desculpas.
— Pelo quê?
— Por tudo o que eu te disse, por tudo o que eu fiz a você no passado.
— Não se preocupe com isso o que passou, passou e não vale a pena ser lembrado.
— Então sem mágoas?
— 14 anos é muito tempo pra ter mágoas, Anthony.
— Então por que não me chama de Tony?
— Por que não consigo mais, mas de todo o jeito foi bom esclarecermos isso.
— Me desculpa mesmo, Pep — Matthew e Heloísa que observavam tudo não estavam nada contentes com as olhadas que Tony direcionava pra ela, para os dois era claro que ela ainda sentia alguma coisa por seu pai biológico, mas não queriam ver sua mãe se decepcionando com ele novamente.
— Mãe, olha, já que a senhora não quer deixar a Helô sozinha eu te levo pra casa, volto pra cá e fico aqui com ela e a senhora fica em casa com o Tyler e o papai — ela contestou, afinal, aquela data era muito triste pra todos eles pois fazia 4 anos que seu pai havia morrido, naquele mesmo mês e ano uma semana antes do falecimento do seu pai quem morreu foi sua mãe e desde então a única data festiva desse mês que eles se permitem comemorar é o réveillon.

Usando os melhores argumentos Matthew a convenceu e os dois se foram deixando Tony frustrado por não ter conseguido sustentar uma conversa mais longa, sem ter mais o que fazer ele foi para a sua festa deixando Heloísa sozinha esperando o retorno do irmão.

Pouco tempo depois Matthew estava de volta a mansão, os dois passaram algum tempo assistindo e depois de um pouco de conversa jogada fora decidiram por ir dormir, Tony voltou de sua festa de madrugada ele estava sozinho não por falta de opção, mas sim por querer enquanto estava lá não conseguiu se distrair ver Pepper mexeu com ele e isso o tirou de ar ao chegar em casa desceu a oficina e só subiu quando sentiu a grande necessidade de tomar um bom banho tanto pra relaxar quanto para lhe ajudar a refletir, ele não sabia quanto tempo perdeu ali, mas quando desceu seus filhos já estavam de pé e na companhia de Pepper, Phoebe e Ben.

— Bom dia — ele cumprimentou atraindo a atenção de seu neto.
— Bom dia — todos responderam.
— Desculpe por vim sem avisar, mas Phoebe precisava falar com Matt e o celular dele estava desligado.
— Descarregou.
— Não precisa se desculpar. O que acham de um café da manhã? Pode me ajudar com isso, Pep?
— Posso — os dois se dirigiram a cozinha e com uma conversa meio formal prepararam o café da manhã e serviram a todos, a refeição só não foi um completo silêncio graças aos gritinhos e peripécias de Ben, ao terminarem os pratos foram retirados e todos voltaram a sala.
— Você não parece bem o que aconteceu lá, Phoebe? — indagou Heloísa
— Sua avó tratou você ou o Ben mal? — questionou Matthew.
— Não... ela adorou o Ben chorou muito ao ver nós dois — a moça ficou com a voz embargada e seu namorado a abraçou, Pepper logo pegou Ben em seu colo, Heloísa se aproximou e Tony se manteve na mesma distância de antes - Minha vó tá morrendo, Matt. Eu estou prestes a perder a única família que tenho — ele a abraçou mais forte e ela se entregou as lágrimas o pequenino ao ver a mãe chorando se pôs a chorar também e querendo que seu neto parasse de chorar, mas não querendo se afastar da nora, Pepper entregou Ben a Tony.
— Ei, amor, não fala assim. Você não está sozinha tem a mim e tem ao nosso filho.
— E tem a mim também, cunhada.
— E a mim e ao Phil...
— Vou andar com ele pra ver se ele se acalma.
— Faça isso — falou Pepper, Tony caminhou balançando a criança que não parava por um segundo.
— Seu pai era do mesmo jeito — ele continuou a andar e balançar, mas o menino não parava ele subiu e aos poucos ele foi se acalmando.

Sem perceber ele acabou entrando em um quarto que há anos ele não entra, assim que pisou lá dentro as luzes se acenderam e ele se viu dentro do quarto de seu filho.

— Esse era o quarto do seu pai, Ben — ele foi mostrando os carrinhos que ali haviam, pegando alguns brinquedos e dando a ele que volta e meia arremessava-os contra a parede, Tony se deitou na cama e colocou o pequeno sobre si percebendo a subida e descida da barriga de Tony ele começou a bater as mãozinhas e "pular" sentado sobre a barriga de Tony - Não faz isso, Ben, vai machucar o tio... se bem que meus filhos já não me chamam de pai acostumar você a me chamar de tio é sacanagem o jeito é eu me render e aceitar que com 44 anos eu já sou avô.
— Bobo! — ele exibiu seus dois dentinhos inferiores e sorriu.
— É, vovô... e pensar que há pouco tempo eu era chamado só de papai. Como eu me arrependo de ter me afastado do seu pai, da sua tia e da sua avó.
— Bobo! — o gritinho foi mais alegre era óbvio que ele adorava Pepper.
— Você gosta da vovó, não é? Eu também, eu ainda sou louco por ela. O que eu faço pra tê-la de volta hein, Ben? Você tem alguma ideia pra me ajudar com ela, com o seu pai e sua tia? — o menino que nada entendia apenas sorriu e sem cerimônia caiu de uma vez no peito de Tony que pra não machucá-lo o segurou e o deitou devagar, a primeira coisa que ele fez ao deitar foi colocar seu polegar na boca e depois começou a emitir sons para que Tony começasse a cantar uma música de ninar, seguindo o ritmo Tony o acompanhou e ele se calou não demorou para que com o balançar o pequeno se entregasse ao sono e levasse Tony também.
— Sr. Stark? — Matthew chamou por ele acreditando que ele tava acordado, mas assim que entrou no seu antigo quarto e viu Tony dormindo com Ben sobre seu peito sorriu - Tá tudo do mesmo jeito — ele murmurou pra si e foi pegar os brinquedos que haviam sido arremessados colocou em seus lugares, procurou por um lençol e se aproximou da cama - Sei que você não sentiu saudades, mas eu senti, pai, senti de verdade. Sabe, eu tinha tanto orgulho por ser seu filho que eu não cabia em mim, não sentia isso por você ser conhecido pelo mundo, mas pelo simples fato de você ser meu pai, o meu herói particular, o homem a qual eu me inspirava ser um dia. Hoje, eu olho pra você e não vejo mais o pai que eu tive, mas é nesse pai que eu tive e no pai que tenho que eu me inspiro pra ser um bom pai pro meu garoto e eu espero sinceramente, mesmo que o Ben não me diga, que ele sinta por mim tudo isso que eu já senti por você um dia — Matthew os cobriu e quando se virou encontrou sua irmã na porta.
— O Ben vai sentir muito orgulho em ser seu filho, Matt. Vamos lá pra sala, você e a Phoebe podem ficar aqui me fazendo companhia até ele acordar — Matthew encostou a porta e assim que saiu do quarto Heloísa pulou em suas costas - Feliz natal, maninho, saiba que eu tenho orgulho de ser sua irmã, viu.
— Feliz natal, Helô, e eu também sinto o mesmo por você — ela o apertou e ele desceu carregando ela consigo.