Um futuro mágico de Natal

Eu te amo, Caitlin Snow


Um ano havia se passado desde que havia ido àquele futuro no qual o encontrou casado com Caitlin, sua melhor amiga. E desde então, diferente do que achou que seria, ele começou a ver a Snow diferente. Não fazia sentido para ele. Ele sempre amou Iris e pensou que mesmo após ver aquele futuro isso não mudaria, de forma alguma. Mas estava completamente errado. Os meses foram se passando e cada vez mais ele se afastava da noiva. Não era de propósito, só não conseguia vê-la mais da forma como via antes e isso meio que o deixava se sentindo culpado. Estava com a West, que tinha um lindo anel no qual havia entregue a ela ao mesmo tempo em que falava sobre seu amor e que a queria para sempre, e ainda assim, pensava em sua médica. Não soube quando começou, mas passou a enxergá-la diferente, mais bonita, e o sorriso, ele ficava admirado com aquele lindo sorriso. Havia conversado apenas com uma pessoa sobre o que viu e o que estava sentindo, Felicity Megan Smoak. E ela havia sido extremamente direta: você está apaixonado. Como era possível ele estar apaixonado por Caitlin, sendo que amava Iris? Havia feito essa pergunta a nova Queen, e ela respondeu com um sorriso: você não a ama mais. E durante todo restante dos meses ficou pensativo e mais observador, tanto para com a forma como tratava as duas garotas, quanto com seus sentimentos. E inacreditavelmente, sua amiga loira de Star City estava certa. Havia sido difícil aceitar que todos os sentimentos nos quais sentiam por Iris, se tornou apena carinho e amor de irmão. Não era porque a médica não valia a pena, ela valia e muito, mas por toda sua vida, a única pessoa que amou, havia sido a West. Teve garotas em sua vida, gostou delas, mas nenhuma delas havia conseguido fazê-lo esquecê-la, e jamais imaginou que isso um dia poderia acontecer. Estava completamente errado.

Iris havia viajado alguns dias antes do natal, o que o fazia se lembrara cada vez mais daquele futuro de natal. Infelizmente estava sozinho na casa que eles compartilhavam, como um verdadeiro casal, e mesmo assim não mais se sentia bem naquele espaço amplo e bonito. Era como se não fizesse parte daquela casa, como se não reconhecesse aquele Barry sorridente das fotografias, o Barry que estava abraçado a noiva e que a beijava, e que dizia amá-la. Não era mais aquele Barry desde que voltou daquela missão insana, mas necessária.

Por vezes pensou em conversar abertamente com Iris e dizer tudo que sentia, tudo que estava acontecendo com ele e o motivo de ele não ser mais o mesmo, como ela sempre lhe dizia, mas lhe faltava coragem. Não queria magoá-la, não queria deixá-la pensar que ela não valia a pena. Havia pedido para esperar mais alguns meses pelo casamento, e atrasou, atrasou, e acabou passando mais de um ano desde que a pediu em casamento. Seu pai nunca o questionou, mas sabia que ele não conseguia compreender seus motivos. Todos queriam saber de seus motivos, inclusive seus amigos, mas o que diria? Que não podia se casar, pois já não tinha mais certeza de que era o que queria? Isso iria magoar a única que não merecia, e por isso sempre dava desculpas para explicar seu descaso.

Suspirou, se jogando sobre a cadeira em frente aos computadores.

— Nossa, está parecendo um morto-vivo.

Se assustou ao ouvir a voz aveludada dela. Quando virou a cadeira, a encontrou ao seu lado com aquele sorriso lindo no qual ele já não conseguia deixar de mostrar o quanto bobo ficava. Havia sido pego por Oliver e Felicity certa vez e infelizmente teve de ouvir provocações pelo restante do dia.

— O que está acontecendo com seu sono?

— Eu me pergunto o mesmo. — Murmurou.

— Joe perguntou de você, disse que se esqueceu de buscar Iris.

Suspirou, longamente.

— Eu tenho estado tão cansado... – Era a única explicação que poderia dar. – Eu nem me lembrei de que ela chegaria hoje.

— É véspera de Natal, deveria estar em casa preparando tudo para a chegada de todos, inclusive fazendo aqueles biscoitos maravilhosos que você faz.

E o Allen lhe sorriu.

— Você faz melhores.

— Isso é um pedido para eu te ajudar? – Brincou.

— Seria um prazer ter você na minha cozinha.

Imediatamente percebeu suas palavras, e se arrependeu delas. Ele vinha sonhando com ela todas as noites, sonhando com os beijos, sonhando com ela e a filha deles, juntas, sonhando até mesmo com coisas inapropriadas, nas quais não deveria, principalmente estando noivo, e agora ele a convidava para cozinhar em sua casa, na mesma na qual dividia com Iris.

— Barry?

Balançou a cabeça ao perceber que havia viajado.

— Desculpe, o que disse?

— Que eu aceito. – Diz sorrindo. – Podemos comprar as coisas no caminho.

— Eu já tenho tudo no armário. – Diz, se levantando.

Era um erro? Provavelmente, mas agora o convite já havia sido feito, ela havia aceitado e ele não voltaria atrás. Além disso, seria bom ter a presença dela, o que o faria tomar uma decisão de uma vez por todas. Não podia mais esconder de si mesmo ou das outras pessoas o que sente, principalmente quando havia descoberto pela melhor amiga de Caitlin, que ela o amava desde sempre, e que nunca havia dito uma palavra por conta de seu amor por Iris. Na verdade, Felicity havia dito que o que sentia por Iris era “obsessão”. Ela sempre foi muito sincera, e por mais que as vezes o deixasse incomodado, ele gostava dessa qualidade da amiga loira. Ela era uma das poucas que poderia contar não importa o que fosse. E tinha medo de não ser o mesmo com sua noiva.

Noiva.

Essa palavra lhe fazia sentir um amargor na boca. Não a via mais como sua noiva, e nem sabia quando havia começado isso. Ele a beijava nos lábios, rapidamente, para não deixar que ela desconfie ou o ache ainda mais estranho que já se encontrava, e se sentia estranho quando se afastava, porque era como se estivesse beijando uma irmã. Como passou ver Iris como uma irmã? Ele não sabia, mas também não valia a pena ficar batendo na mesma tecla. Já não a amava mais, isso era fato, e precisava dar um jeito em sua relação com ela.

Estava se divertindo com Caitlin, em sua cozinha, decorando os biscoitos depois de assados. Ela era perfeita. E estava ali mais um motivo para acreditar que realmente amava aquela mulher. Ele sempre tinha um motivo para achá-la simplesmente perfeita. Ela estava tão concentrada que nem percebeu que ele tinha planos para fazê-la dar aquele gritinho de susto e em seguida o olhar indignado. Ele viu toda a cena acontecendo antes de acontecer, e então, como planejado, apertou o saquinho, fazendo o creme que estava dentro dele jorrar no rosto de sua médica, que deu aquele gritinho que imaginou ela fazendo, antes de o olhar, indignada.

— Barry!

— Foi sem querer. – Diz, fingindo estar arrependido.

— Mentiroso!

E como vingança o jogou do creme que estava em suas mãos. Após isso, começou uma guerra, um jogando creme um no outro. Barry se encontrava de um lado da ilha enquanto que Caitlin estava do outro lado, um jogando no outro, mesmo com a distância. Eles riam durante aquela guerra, gritavam e exclamavam, e em todo o momento, se divertiam com aquela brincadeira de criança. O flash se arrastou no chão até chegar onde a morena estava, e então jogou do creme em seu rosto, fazendo-a escorregar e cair sobre si. Com o susto, até ele não conseguiu dizer uma palavra com o que houve, principalmente quando tinha o corpo da médica completamente em cima de si. Suas respirações ficaram ofegantes, seus corpos tremiam após um arrepiar, seus olhos não deixavam um ao outro e as mãos, enquanto que as da Snow estavam sobre seu peito, os dele estavam sobre a cintura fina.

— Me desculpe. – Diz rapidamente, saindo de cima do amigo totalmente envergonhada, sentando-se ao lado dele, que demorou a sentar-se também.

— Por que está se desculpando? A culpa foi minha. – Ela não respondeu e por isso pegou em seu queixo. – Cait, por que está envergonhada?

— Eu não estou. – O afastou rapidamente.

— Eu acreditaria, se não a conhecesse.

— Por que está insistindo nisso? – Diz com o olhar abaixado.

— Lembra quando você me perguntou o que estava acontecendo comigo? – Conseguiu a atenção dela novamente. – Bom, eu vi algo quando viajei no futuro. Algo que me modificou de alguma maneira, completamente.

Era a primeira vez que falava sobre, e não era com sua noiva, por mais que soubesse que deveria ser, e mesmo assim, não pensou em fugir do assunto quando ela prosseguisse com o assunto, o que foi que aconteceu no instante seguinte.

— Como assim?

Suspirou longamente.

— Eu me vi com uma família diferente da qual eu um dia sonhei. E achei que mesmo assim, nada iria mudar quando eu voltasse. Meus sentimentos, minha vida, meus sonhos, meus planos.

— Mas mudou.

— Mudou. E a loucura de tudo é que... – Fez uma breve pausa. – Eu estava tentando fugir do que estava se passando comigo, fugindo dos meus novos sentimentos. Fugindo do fato de que não consigo mais sentir que... minha vida é ao lado da Iris. – As palavras praticamente pularam de sua boca ao confessar o que sentia a tantos meses. – Eu não a amo mais.

A mulher imediatamente arregalou os olhos, totalmente surpresa por ouvir aquelas palavras sair de seus lábios. Foram anos esperando ele dizer que não mais amava a filha de Joe, e quando desiste dele finalmente, ele diz que não a ama mais. E por estar tão surpresa que não conseguiu dizer uma só palavra nos próximos minutos.

— Eu não a amo mais. – Repetiu, e então, antes que pudesse segurar a própria língua, confessou. – E eu estou apaixonado por você.

Mais uma surpresa para a Snow.

— Mas o que aconteceu aqui?

Ambos se assustaram principalmente ao ouvir a voz de Iris, o que fez com que se afastassem completamente um do outro. Barry até mesmo engoliu em seco. Quase havia a beijado, e se tivesse feito, sua noiva flagraria. Ele não amava, mas também não queria dizer que deveria traí-la.

— Eu vou limpar, Iris. – Diz, se levantando e ajudando Caitlin, que se afastou rapidamente, e ele não a culpou por isso. – Os biscoitos estão prontos.

— Vejo. – Murmurou. – Eu fiquei o esperando no aeroporto.

— Me desculpe, mas eu me esqueci que chegaria hoje.

— Eu jamais perderia o Natal.

— Eu já pedi perdão, Iris. – Diz, após um suspiro.

— Eu vou deixá-los a sós. – Caitlin se apressou em dizer. – Nos vemos mais tarde. –Diz, saindo rapidamente, afim de ir para sua casa e pensar sobre o que havia acabado de escutar.

— O que está acontecendo, Barry? – Pergunta no mesmo instante em que se vê a sós com o noivo. – Eu sei que tem algo acontecendo, que você por algum motivo está escondendo algo de mim, então por favor, diga de uma vez, isso está me deixando angustiada.

Um novo suspiro. Não queria fazer aquilo na véspera de natal, quando sua casa estava prestes a encher, mas ela não o deixaria em paz, mesmo que soubesse que deveriam correr para tomar um banho, se vestir e esperar pelos convidados, inclusive Joe e Cecile. Por esse motivo pegou em sua mão e a levou até a sala, sentando-se após fazê-la fazer o mesmo.

— Eu não quero te machucar com minhas palavras, mas eu serei o mais sincero possível. – A viu balançar a cabeça e então completou. – Eu tenho estado dividido a algum tempo. Não sei quando começou, mas aconteceu. Foi após minha viagem.

— Eu sabia. – O interrompeu. – Aconteceu algo naquela viagem, ela te mudou.

— Mudou. – Confessou mais uma vez, dessa vez para a garota diferente. – E eu não sei quando começou. – Diz mais uma vez naquele dia. – Eu tenho me sentido diferente desde então. E eu juro que pensei que fosse uma bobagem, e tentei me esquecer de tudo e me focar em nós, mas...

— O que aconteceu? – A voz dela embargou. – Não me ama mais?

Ele ficou em silêncio por um determinado momento, até que finalmente abriu a boca, confirmando, mesmo que soubesse que isso a faria sofrer.

— Não. – Diz devagar, balançando a cabeça. – Eu ainda sinto um carinho enorme por você, Iris, mas...

— Carinho? – As lágrimas começaram a descer. – Barry, eu te amo. E nós vamos nos casar.

— Não vamos. – Diz mesmo que estivesse lhe doendo fazer a outra sofrer. – Eu não vou mais me casar com você, Iris, eu sinto muito.

— Está apaixonado por outra?

Ele não respondeu, mas demonstrou seu desconforto, mesmo que não fosse sua intenção.

— Se apaixonou pela Caitlin?

E ele se surpreendeu com o que ouviu.

— Eu senti um clima a pouco. E havia percebido alguns olhares, de sua parte, claro, apesar de saber que ela é e sempre foi apaixonada por você.

E ele se viu surpreso mais uma vez.

— Como...

— Eu não sou idiota, Barry. – Diz com grosseria, apesar de que havia sido sem que percebesse, por conta da tensão. – Ela sempre foi sutil, mas nunca fez nada que atrapalhasse a nós dois, e por isso eu nunca pedi para que ela se afastasse. Você me amava, e eu acreditava nesse amor, então não tinha o porquê de eu me sentir insegura com relação aos sentimentos dela.

— Eu sinto muito.

— Eu deveria ter insistido nessa conversa antes, ou pelo menos após o natal. – Murmura, se levantando, limpando as lágrimas que ainda desciam por seus olhos. – Deveria saber que esse nosso noivado não passaria disso, um noivado. Você jamais marcaria a data do casamento.

— Eu estava criando coragem para te contar.

Ela apenas balançou a cabeça.

— Eu vou viajar. – Diz num rompante, surpreendendo o Allen. – Eu não vou conseguir ficar aqui, vendo sua felicidade ao lado de outra. Não sou tão forte assim. Mas isso não quer dizer que eu não queira que seja feliz.

— Iris...

— Seja feliz, Barry.

E ele a deixou sair de casa, só a roupa do corpo. E ele sabia que ela não voltaria, nem para buscar suas coisas. Talvez devesse cancelar o festejo de natal, talvez desse ligar para Joe e contar o que houve, talvez devesse ir atrás de sua ex-noiva e pelo menos insistir em levá-la ao aeroporto, mas não o fez, simplesmente porque a única coisa que pensou no instante em que se viu sozinho, foi em ir atrás da Snow. Ele não precisava do carro, usaria sua velocidade, porque estava com pressa. Pressa em vê-la, pressa em falar com ela, dizer tudo que sentia naquele momento, mesmo que soubesse que havia terminado seu noivado em menos de cinco minutos.

— Barry?

Ele vê a surpresa nos olhos dela ao vê-la do outro lado da porta.

— Me escuta. – Pede rapidamente. – Eu sei que isso é uma loucura, que você não esperava que eu confessasse a você que te amo.

— Barry...

— Mas eu te amo. – A corta rapidamente. – Eu amo, e não tem como eu fugir disso, e nem quero. Eu quero você, viver ao seu lado, para sempre. E provavelmente você deve achar que isso é um erro, que eu devo estar me atrapalhando e cometendo um erro, por causa de uma simples visualização do futuro, mas não é, Cait. Eu tive um ano para pensar sobre, para sentir, para entender. Eu tentei ter minha vida dos sonhos com Iris, mas ela já não é mais quem eu quero que esteja na minha vida para sempre, não é com ela que eu visualizo junto a mim, não é com ela que eu vejo sendo mãe dos meus filhos. – Se lembrou da criança do futuro. – É você. E talvez sempre tenha sido você, e eu não percebi. Estava obsessivo com meus sentimentos com relação a Iris. – Se lembrou das palavras de Felicity, – E não percebi que era você, sempre foi você.

E ela não conseguiu dizer nenhuma palavra, mesmo que aquela estivesse passando em sua mente por dias e mais dias, durante seus sonos.

— Eu terminei com Iris.

E se viu surpresa mais uma vez.

— Eu finalmente criei coragem para dizer tudo a ela, e nós não estamos mais juntos. – Contou. – E eu sei que é cedo, que eu estou aqui na sua porta dizendo todas essas coisas, e praticamente pedindo para que me dê uma chance para te fazer feliz e consequentemente me dê a oportunidade de ser feliz ao seu lado, após cinco minutos do término com Iris. Mas eu quero você. Eu amo você, Cait, e quero você na minha vida, para sempre. – Finalizou, podendo respirar novamente, já que praticamente disse todas aquelas palavras em uma única respiração.

Mordendo o lábio, e se chamando de louca, a Snow se aproximou, calmamente, e após passar os braços em volta de seus ombros, o beijou nos lábios, surpreendendo ao Allen, que se apressou em correspondê-la ao sentir aqueles lábios nos quais sonhou tanto, contra os seus. Tocou sua cintura com ambas as mãos, sentindo a língua dela contra a sua, o que o fez se arrepiar completamente. Era a primeira vez que sentia o gosto daqueles lábios, a primeira vez que sentia o calor do corpo dela junto aquele ato delicioso, a primeira vez que a sentia totalmente entregue a ele, mesmo que fosse ali, na porta do apartamento dela, onde qualquer um pudesse vê-los. E como se ela se lembrasse desse detalhe, afastou seus lábios, respirando de forma ofegante, assim como o amado.

— Vamos devagar, está bem?

E ele sorriu.

— E ninguém pode saber por enquanto.

— Eu aceito qualquer coisa, se tiver você na minha vida.

E ela o puxou para dentro de seu apartamento, fechando a porta.

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Sentia um calor no qual não deveria, ainda mais naquela época do ano. E por isso abriu os olhos, encontrando a mulher ao seu lado, juntinha a ele. Havia decidido dormi ali, ao lado dela, mesmo que soubesse que não aconteceria nada mais que alguns beijos. E ele concordava que não era o momento de terem algo mais íntimo. Havia se passado poucas horas desde que terminou tudo com Iris, e não seria certo se enfiar nos lençóis de outra, mesmo que ela fosse a mulher que realmente amava. A abraçou mais, puxando-a para junto de si enquanto sorria e senti ao cheiro delicioso vindo dela. Seu rosto estava contra os cabelos acastanhados, e por isso se afastou apenas para poder ver o rosto dela. Ela dormia tranquila, e aquela visão, havia sido perfeita. Ela era linda até quando estava adormecida. Era a primeira vez que dormia ao lado dela, e já queria fazer aquilo por toda sua vida. Sentir o corpo dela contra o seu, o cheiro que exalava meso naquela manhã, ouvir o respirar calmo, o corpo se mexer ainda mais calmo, demonstrando que ela tinha realmente um sono tranquilo. Era simplesmente maravilhoso estar ao lado dela, depois de tantos meses pensando nela e nos momentos em que poderia ter ao lado dela.

Quando se mexeu, acabou por encontrar um relógio, percebendo que já era natal. Sorriu principalmente ao perceber que sua amada se mexia em seus braços, dando a entender que acordaria, o que realmente aconteceu. Ela ficou parada, talvez por se dar conta de que não estava sozinha, e que ao seu lado, estava ele, o homem no qual ela sempre amou as escondidas. Caitlin se virou, finalmente, ainda em seus braços, e após morder o lábio, sorriu, ainda que envergonhada.

— Bom dia.

— Na verdade, eu prefiro: feliz natal. – Diz com um sorriso.

E a mulher olhou para trás, encontrando o relógio e consequentemente descobrindo que o amado estava completamente certo. Já era natal.

— Oh, Deus, Barry, sua família, nossos amigos. – Diz, se lembrando de que haviam combinado de encontrá-los para comemorar.

— Eu avisei ao Joe quando foi tomar banho ontem. – A viu suspirar, aliviada, e então completou. – Eu não os deixaria esperando.

— Deveríamos ter ido.

— Eu preferia estar aqui com você.

E Caitlin não pode deixar de sorrir.

— Estava pensando em passar o dia todo aqui, no seu apartamento.

— Apenas se me contar o que viu no futuro de natal.

E foi a vez do Allen em sorrir.

— Não preciso contar, você vai ver acontecer.

Ela ficou confusa, mas tudo que Barry fez foi beijar seus lábios rapidamente e descer da cama, colocando a camisa que havia retirado na noite anterior.

— Não confia em mim?

Ela inclinou a cabeça, já sentada, sorrindo.

— É claro que confio.

— Então vamos tomar um café-da-manhã especial de natal.

Ela riu, se colocando de pé, sentindo aquele sentimento bom de que finalmente poderia ser completamente feliz, e ao lado do único homem que amou após Ronnie, o único que a fazia sentir e querer aquele “feliz para sempre”.

— Feliz natal, Barry. – Diz após um beijo cálido em seus lábios.

— Eu te amo, Cait.

— Eu também te amo.