UMA INTRUSA EM CREPUSCÚLO 2 - De Volta Para Casa

Capítulo 5 - Conselhos do Deus Ex-Machina


Subiu os andares e ficou em um dos cômodos do castelo, sentada em uma das poltronas, que lhe lembrava muito a um trono, ao se sentar se sentiu letárgica. A sua direita e a sua esquerda também havia outras cadeiras, então só pode supor que era para os antigos príncipes infernais, e cada um tinha a sensação que seus donos passavam para as pessoas.

— Suprema? – Chamo Bree carregando o Cálice em suas mãos.

— Bree, o que você acha dos domínios de Belfegor? Pode ser sincera, ele não saberá de nada. – Perguntou Megan olhando os olhos escarlates da imortal. Ela tinha evoluído muito desde que a livrou da morte verdadeira pelas mãos dos Volturi, era uma medrosa, agora estava diferente, pareciam uma pessoa sem alma, seguia ordens, para sobreviver.

Pela primeira vez desde que pisou no inferno Bree Turner expressou uma expressão que não fosse uma seria indiferença.

— Assustadoramente horrível, ele é pior que os Volturi e o Riley. – Falou enojada.

— Eu perguntei do reino e não dele, mas eu penso o mesmo. Eu não gosto da raça de demônio que ele descende, minha vingança foi desproporcional ao crime, terei que purificar essas terras de escuridão. Pegue Leshura, estamos de saída. – Pegou o Cálice das mãos frias da vampira e foi para a saída, descendo toda a escadaria. Depois de uns dois minutos de espera Bree havia chegado com Leshura.

— Suprema.. – Falou o guardião com um sorriso misto de alivio e alegria.

— Você voltará para Ianova, mas esta banido dos seus domínios. Não! Tenho uma ideia bem melhor, sua luxuria me pode ser útil, você vai para a minha corte, Bree cuidará de você até eu arrumar alguma coisa para ela fazer. – Criou um portal direto para sua corte, os convidados foram na frente, quando passaram mudou o destino do lugar que pretendia ir.

Se fosse fazer uma reforma teria que ser cautelosa. Entrou dentro do cofre das fadas e colocou o Cálice lá dentro, não tinha muito poder sobrando para entrar e sair do cofre em segurança, somente o verdadeiro monarca poderia, ou seja: o futuro da corte Unseelie voltaria para as mãos da sua mãe, a rainha Regina.

Criou um novo portal que a levou para um mundo cor de rosa, mas completamente diferente, precisava de conselhos, e só havia um ser que podia contar um ser totalmente de fora e que entende de probabilidade e casualidade, o deus Ex-Machina.

***

Entrar na sala não era muito difícil, se até um humano idiota feito Amano Yukiteru era capaz em fazer isso de dentro do seu quarto escondido pelo seu cobertor. Foi para a sala do trono e se sentou e fechou os olhos, quando os abriu estava na sala.

— Deus Ex-Machina? – Chamou Megan.

— Hum...? – Uma garotinha no tamanho de um anão, de pele escura e roupas engraçadas a encarava com a expressão confusa. – Deus, temos visita!

— Quem poderia ser? – Sua face gigante se virou para mim, ele estava dentro de uma esfera, sentado, teclando em um dispositivo que vinha do alto.

— Quem ousa perturbar o Deus Ex-Machina? – Perguntou à anã.

— Sou Megan, deusa demônio da criação e da morte. – Apresentou-se – E você pequena?

— Murumuru. – Respondeu lançando um olhar travesso.

— Me tornei uma deusa há pouco tempo e esperava que o Deus Ex-Machina pudesse me orientar em algumas coisas. – Falou olhando para o Deus gigante.

— Uma deusa demônio? Não é raro aparecer uma, o acumulo dos desejos mundanos criam seres inimagináveis. – Comentou o Deus voltando ao seu trabalho.

— Não sou uma deusa criada por desejos dos mortais, tornei-me uma divindade ao comer do fruto divino do deus Odin, de uma realidade paralela. – Informou Megan incomodada, tinha trabalhado duro para chegar onde estava. – Eu vim porque tenho receio de perder o controle, cruzei limites da moral que nunca esperei, preciso de respostas.

— Aproxime, irei lhe observar. – Os passos da deusa demônio eram silenciosos em quanto caminhavam em direção ao Deus Ex-Machina, estava apreensiva, temia a resposta, em quanto temia não obtê-las.

Ficou de frente para o Deus, ele era um ser com forma humanoide, geometricamente bizarro. Suas mãos pararam de teclar o equipamento que o cercava, uma delas pousou em sua perna e a outra foi em sua direção, na deusa demônio, com o dedo indicador apontado, que se aproximava perigosamente do pequeno corpo.

— O que está fazendo? – Perguntou Megan desconfiada.

— Verificarei seus alinhamentos. – Respondeu

— E precisa enfiar seu dedo dentro de mim? – Perguntou Aborrecida – Parece igual quando fui empalada pela minha mãe, foi um evento bem traumático.

— Quer a minha ajuda ou não? – Perguntou deixando seu dedo parado no ar.

Respirando fundo, quase se arrependendo de sua decisão Megan cerrou os punhos e encarou Deus, decidida a prosseguir.

— Pode vir! – Ter um dedo gigante atravessando as moléculas de seu corpo era a coisa mais esquisita que já tinha passado, era estranho e um pouco doloroso. – O Deus dá para ter um pouco mais de calma aí? Meu corpo não está acostumado a ter coisas gigantes entrando nele.

— Não é de se admirar que esteja perdendo o controle, seu alinhamento principal esta embolado em energias opostas, e quanto mais você absorve energia estranha, mais apertado fica o nó que entrelaça seu alinhamento. Você precisa se livrar de tanta bagagem desnecessária. – Quando o dedo foi retirado do corpo da Megan a mesma caiu de joelhos no chão, sua face estava cheia de gotículas de suor.

— Essas energias prejudicaram meu julgamento? – Perguntou Megan sem desviar o olhar do chão.

— Sim. Você é atualmente como uma boneca russa. – Respondeu Deus.

— Deixa-me lhe mostrar. – Falou Murumuru trazendo uma boneca russa, começou a desmontá-la. – Cada boneca é uma energia que está dentro do seu Eu original. – Depois de chegar à última boneca, um ser minúsculo ela completou. – Todas essas bonecas estão sob o controle dessa pequenina aqui, mas ela é pequena e frágil, então com todo esse poder dentro de si o descontrole é inevitável, até chegar o momento em que o seu Eu original será engolido pelas outras fontes de poder.

Então essa era a resposta que procurava, não tinha perdido a noção do que era certo e errado, só tinha dado um passo maior que a perna.

— Então para o meu Eu original recuperar o controle, devo dispersar tudo o que for extra e prejudicial. – Levantou-se de cabeça erguida, tinha ido ao lugar certo. – Já fiz isso uma vez, posso fazer novamente.

— Seja rápida, não terá muito tempo no controle. – Alertou a pequena Murumuru a serva do Deus.

— Se um dia voltarmos a nos ver, espero que aprove o resultado.

Abriu os olhos saindo de imediato da dimensão do Deus Ex-Machina. Invocou a guardiã Moira, que a reverenciou assim que lhe viu.

— Tenho algo que só posso confiar a você, percebi que meu pai acabou obtendo mais poder do que eu imaginava no inferno, então lhe darei o necessário para você retomar o controle, depois que sair daqui leve Belfegor de volta para sua dimensão e leve a prisioneira dele para ser curada nos domínios da Lebran.

— Como desejar, Suprema.

Fumaças negras saíram do corpo da deusa e entraram no corpo da guardiã.

— Estou lhe dando o poder de deus da morte, a partir de agora você não é mais guardiã da morte, mas sim a deusa da morte, e seus domínios é o inferno, o submundo de Ianova. - Uma pequena centelha de energia saiu de seu corpo, precisava remover muito mais, mas se passar o titulo e o cargo de deus da morte não era o suficiente, o que seria suficiente? - Depois que curá-la deixe-a no meu castelo, tenho algo a dizer a ela, e a partir de hoje estou tirando o Save Point, quem morrer não voltará à vida.