Se soubesse que doía tanto assim não teria se apaixonado, quando estava na corte das fadas e o Marcus em Volterra não sentia tanta falta, tinham a eternidade juntos, poderiam ser aquele casal chiclete depois que resolvessem a bagunça que tinham nos seus quintais, mas agora tudo tinha acabado a eternidade havia chegado ao fim para o casal, só restavam às lembranças do que um dia foi.

— Senhorita Megan...? – Chamou Bree Turner com cautela. Megan estava a horas olhando para a água da fonte na cidade fantasma em Ianova.

O rosto da deusa se moveu mecanicamente em direção da vampira, uma enorme carranca estava estampada em sua face.

— Para você é Deusa Suprema, Megan! – Corrigiu Megan com os olhos ardendo, logo as lagrimas caíram por seu rosto de porcelana. Em um gesto impulsivo a deusa jogou seu corpo ao da vampira e chorou em seus ombros. – Breeee... Nunca se apaixone, quando acaba é devastador, parece que rasgaram um pedaço da sua alma e agora só resta um vazio de onde ele esteve. – As próximas palavras foram impossíveis de entender em meio às lamentações da deusa, a jovem vampira tentou consolar a Deusa Suprema com pequenas batidas em suas costas, completamente sem jeito.

Quando Megan se acalmou limpou o rosto nas águas da fonte e se recompôs, deixando a vampira aliviada, consolar uma deusa não era uma das coisas que sabia fazer.

Com as mãos na cintura a deusa indagou:

— O que eu faço agora? – Depois de alguns segundos se lembrou de suas pendências. – Tem o cofre maldito que precisa da chave, expulsar os príncipes do meu inferno, fabricar fadas e banir o Leshura, não necessariamente nessa ordem.

— Banir o Leshura? – Indagou Bree com a cabeça inclinada para o lado com clara confusão em seus olhos.

— Mas é claro, o desgraçado brincou com os vampiros do Aro e isso é inaceitável, Leshura é meu brinquedo, e só pode brincar com quem eu deixar. – O jeito que se referia ao guardião era como se não o reconhecesse com um ser individual, que tinha seus próprios desejos, isso preocupou a vampira, se ela via Leshura como um brinquedo, como será que então ela a via?

Megan criou um portal para a mansão do guardião da Luxuria, quando chegou ele não estava em casa, mas sim se banhando do lado de fora nas fontes termais. Quando abriu a porta com nenhuma delicadeza, o guardião que estava de costas levou um pequeno susto, mas logo abriu o sorriso ao ver quem eram seus visitantes.

— Deusa Suprema. – Reverenciou Leshura para sua deusa.

— Soube que você andou deixando alguns vampiros se aproveitarem de você e eu não gostei. – Falou em quanto entrava na fonte e andava até o guardião, por ser menor que ele as águas já ultrapassavam seus seios, deixando-os amostra pelo fino tecido que os cobria.

Com sua mão direita segurou o queixo do guardião e aproximou de sua face.

— Você é meu, minha propriedade, eu lhe criei, se quer brincar você só tem permissão de brincar comigo ou com quem eu permitir. – O guardião parecia estar a ponto de um orgasmo ao ser ordenado por sua senhora, ele com prazer seria sua cadelinha se ela quisesse. – E por ter sido a putinha do Aro você será severamente punido.

Os olhos da deusa foram para baixo em relance e não pode deixar de notar que ao falar em punição o guardião acabou tendo uma ereção.

Patético.

— Que é ficar longe da minha vista, você esta sendo banido para o Submundo.

***

O sol do inicio da manhã era ótimo para aquecer sua pele, puxou umas raízes do solo e com magia criou uma cadeira com descanso para as pernas, o prazo de uma semana havia acabado, agora esperava que o Arcanjo Uriel tivesse feito sua parte, ou sinceramente jogaria os príncipes no meio de Nova York e os Shadowhunter que se virassem e ficaria assistindo a desgraça no alto em quanto comia um balde de pipoca. Não ligava para onde eles fossem desde que fossem para longe de sua vista.

— Esta diferente. – Comentou o Arcanjo aparecendo em uma esfera de luz que sobrevoava o lado Lyn.

— Deve ser porque recebi o manual dos deuses. – Sorriu Megan sem humor.

— Oh, fico surpreso por lhe instruírem e não elimina-la, os pagãos não gostam de dividir fiéis. – Se pudesse ver a face do Arcanjo ele estaria dando um sorriso sínico, parecia algo que ele faria.

— Seu Deus também não gosta muito. – Comentou Megan no meio de um bocejo. – Você esta falante hoje, recebi um milagre dos céus para ser cordial com uma deusa demônio?

— Mande os príncipes para onde eles vieram. – Falou ignorando seu comentário sarcástico.

— Esguio – Sorriu – Todo esse lance de esfera de luz da um ar misterioso...

— Você não esta flertando comigo, esta? – Perguntou o Arcanjo hesitante.

— Estou, mas não significa que estou interessada em você, é um hobby. – Desfez o feitiço que criou sua cadeira e criou um portal. – E você nem faz meu tipo.

Atravessou o portal que a levou direto para a sua versão de Edom, localizou os príncipes e fez uma voz sussurrante avisa-los “A hora de você chegaram, boa sorte.” Só que não, mas não disse isso em voz alta. Teleportou os príncipes criando um portal embaixo dos pés deles, só deixou seu pai para trás, precisava de um carcereiro para sua mãe.

— Agora falta a chave e a reprodução das fadas. – Pensou em voz alta. – Adeus anjinho, eu diria que foi um prazer fazer negócios com você, mas ambos sabemos que isso seria uma mentira.

— Adeus. – A esfera brilhante voltou aos céus deixando a deusa demônio para trás, para a gratificação de ambos.

— Eu deveria da um pulo em Sobrenatural, lá tem anjos mais agradáveis. – Seu cérebro parou por três segundos antes de sua boca cuspir uma gargalhada. – Quem eu to querendo enganar os anjos de lá são tão ruins quantos os demônios, ai, ai... Eu penso em cada coisa.

Em quanto andava um portal se formava direto para seu castelo, uma bagunça lhe esperava.

— Amada? – Seus olhos se arregalaram com a bagunça que estava sua sala, parada no meio da bagunça estava a Bree alimentando Lilith com folhas das arvores da floresta da fartura. – Cadê a guardiã dessa merda? Ah foda-se, Bree querida, comparada aos outros vampiros você é quase uma inútil, então vou te dar um presentinho, vem cá.

A vampira se aproximou na sua velocidade super-humana e encarou a deusa cautelosa. Megan tocou a face gelada da vampira e a beijou, em quanto sua língua se entrelaçava com a dela uma fumaça descia pela sua garganta. Quando encerrou o beijo a vampira direcionou seus olhos vermelhos, assustada.

— Eu roubei um pouco do poder da Jane e transferi para você, poderá sempre se proteger e atacar quem você não gostar, ou quem você goste, como certo guardião masoquista. – Falou em quanto a rodeava, no fundo do seu peito shippava aqueles dois. – Falando nele, ele esta no submundo, e eu quero que você fique de olho.

— Ele morreu? – Perguntou espantada.

— Não, esta no submundo não significa estar necessariamente morto. – Explicou a deusa para a vampira. Com o dedo indicador formou um portal. – Aproveita e explica pro meu pai que mandei os outros príncipes para sua Edom original e que ela foi restaurada, o que faz dele o único carcereiro da minha mãe.