P.O.V. Aro.

Como estávamos desesperados resolvemos procurar a ajuda dela. Afinal ela parecia saber do que estava falando.

E com muito esforço, descobrimos onde ela morava e fomos até lá.

Tocamos a campainha e ela atendeu.

—Eu esperava que pudéssemos conversar.

—E eu esperava que vocês fossem a minha comida chinesa. Adeus!

Ela tentou fechar a porta, mas eu a segurei.

—Você parece saber de muita coisa. Preciso de sua ajuda para restabelecer o meu clã.

—E porque eu te ajudaria?

Ela perguntou entrando na casa. E nós a seguimos.

Ela nos olhou com uma cara...

—Eu não os convidei a entrar e vocês conseguiram entrar mesmo assim? Curioso. E o que faz pensar que eu o ajudaria, além do mais, o que eu ganho com isso?

—A sua vida.

—Meu filho, eu sou uma bruxa Bennett, proveniente de uma longa linhagem ininterrupta. Vai ter que fazer melhor que isso. Porque eu posso atirar bolas de fogo em você e te afogar em ácido.

—O que você sabe sobre âncora para o outro lado?

—A âncora é uma cabine de pedágio humana e tem o poder de interagir fisicamente com o nosso mundo físico e o purgatório sobrenatural. Uma bruxa Bennett criou esse feitiço, mas ele foi destruído. A única que conhece esse feitiço é a duplicata Renesmee.

—Porque esse nome? Âncora.

—Porque assim como um navio precisa de uma âncora para ficar no pier e não ser levado pelo vento, feitiços muito antigos e muito poderosos precisam de algo em que se ancorar ou eles se desfazem. Destruindo a âncora você destrói o outro lado.

—E como destruímos a âncora?

—Não destroem. A âncora que ela usou é um ser imortal poderoso que tem mil anos e é imortal e indestrutível.

Ela serviu chá numa xícara e bebeu.

—E duplicatas?

—Todas as duplicatas nascem em pares. Uma feita para a outra. Como Stefan e Elena, Katherine e Tom, Silas e Amara, Clary e Jace. Juntos eles ficam mais fortes. Mais poderosos.

—E o que são duplicatas?

—Versões humanas de imortais, elas são místicas, poderosas e ocorrem naturalmente.

—Naturalmente?

—Seres sobrenaturais que nascem dentro de uma linhagem específica. As duplicatas mais famosas no mundo sobrenatural são as duplicatas Petrova e Salvatore. Porque elas foram as primeiras a surgir.

Ela bebeu um gole do chá.

—Isso na sua roupa é sangue?

—É. Eu me feri, mas já estou curada.

—Tão rápido?

—Feitiço de cura. Eu não sou imortal se é o que quer saber.

—E não gostaria te ser?

—Não. A imortalidade é um crime contra a natureza! Além do mais, eu vou viver uma vida longa e feliz e quando eu for bem velhinha vou morrer. Minha mãe está esperando por mim do outro lado.

—A sua mãe?

—Bonnie Bennett. Ela morreu no mês passado e agora ela está do outro lado. Minha mãe, meu pai, minha avó, minha bisavó e toda a minha linhagem morta estará esperando por mim.

—Vai nos ajudar?

—Não mesmo. Eu sou uma serva da natureza e vocês são abominações da natureza. Agora, saiam da minha casa. Vocês não são bem vindos aqui.

Caius tentou atacar a bruxa e as velas foram nas alturas, ele foi lançado longe.

—Eu mandei vocês saírem! Acharam mesmo que eu trairia minhas irmãs? Minha linhagem? Meu dever sagrado?! Se eu fizesse isso eu não agiria melhor do que... um vampiro.

Ela lançou algum tipo de feitiço sob nós que nos fez sentir uma dor terrível, era como se nossas cabeças fossem explodir.

—Leah!

As gêmeas Mikaelson entraram correndo na casa e se colocaram entre nós e a bruxa.

—Saiam. Eu não vou mandar de novo.

As gêmeas viram o sangue no vestido da bruxa.

—Ai Meu Deus! Tá machucada? Eles fizeram isso?

—To bem. Fui atacada por um vampiro no caminho pra casa mas, eu o matei.

—Não quer vir ficar com a gente na mansão? Talvez seja mais seguro lá?

—Cercada de vampiros Originais? Os mesmos desgraçados que tentaram matar a minha mãe? Não, obrigado.

—Saiam da casa. Vão embora e não voltem aqui nunca mais. Se soubermos que voltaram a perturbar a Leah, vamos atrás de vocês e vamos descer sob suas cabeças como o espírito santo!

Fomos forçados a sair. Mas, de longe podíamos ouvir o diálogo entre elas:

—Eles te machucaram?

—O loiro tentou me atacar, mas fracassou.

—Vamos limpar esse sangue. Tome um banho, relaxe e não se preocupe. Vamos colocar uns feitiços de proteção e uns sigilos na casa. Vão impedir a entrada deles e de qualquer outro da raça deles sem seu consentimento.

—Obrigado.

De repente, paramos de ouvir os diálogos entre elas. Não dava pra ouvir mais nada.

P.O.V. Leah.

Eles estão entrando em pânico.

—Pelo seu sorriso vejo que as coisas vão bem.

—A notícia de que Jane e Alec abandonaram o Clã Volturi está se espalhando como fogo em palha seca. Eles estão desesperados.

—Você não foi a nossa festa ontem. Aconteceu alguma coisa?

—Estava ocupada. Preparando uma poção.

—Uma poção? Pra que?

—Para lobisomens. Uma cura para a maldição do lobisomem. Agora existem curas para ambas as maldições.

—Um jeito de torná-los humanos de novo. Interessante.

—Não. Isso apenas suprime o gene lobisomem.

—Isso merece uma comemoração. Derrotamos os Volturi e você desenvolveu uma cura para a maldição do lobisomem! Arrasou amiga!

Nós nos abraçamos, rimos e sorrimos.

—Semana que vem é o meu aniversário.

—Então fechou. Vamos fazer uma festa de arrasar!

—Então partiu.

—Você merece.

—Eu amo vocês.

—A gente te ama.

P.O.V. Marcus.

Leah Bennett é uma bruxa extremamente poderosa. Bruxas. Quem diria?

Ela não me parece ser alguém que perdoa. Eu vi nos olhos dela, ela tinha olhos ameaçadores e ainda assim bonitos. Tinha um olhar sofrido e quando ela nos ameaçou não foi uma ameaça vã. Leah é uma mulher forte, independente, poderosa, destemida do tipo que não se encontra facilmente. Acho difícil acreditar que ela seja mortal.

Ela me lembra a minha amada Didime, fisicamente. Os cabelos morenos, a pele morena, olhos castanho escuros quase pretos. Mas, Didime era submissa, não possuía a força interior de Leah. Não possuía sua coragem.