P.O.V. Aro.

Um exército de vampiros furiosos cercaram o Castelo, estamos presos aqui dentro á seis dias. Eles começaram a atirar tochas e balas de canhão no Castelo.

—Saiam Covardes! Onde está sua pose de manda chuva agora Aro?!

—Tem uma passagem na sala do trono. Vai dar no centro da cidade, temos que ir. Agora.

Eu me vi fugindo como um cão. Como um covarde.

A multidão furiosa matou Athenodora e Sulplicia. Tive que testemunhar a morte da minha esposa e ver o meu Castelo queimar.

A bruxa estava certa sobre essa história de duplicatas, de que elas sempre acabam juntas. Caius teve que escolher entre salvar Athenodora, sua esposa e companheira a mil e quatrocentos anos ou salvar Samantha, a recém encontrada duplicata humana.

Caius escolheu deixar Athenodora morrer. Pegamos apenas o essencial, passaportes, cartões de crédito e só. Tivemos que fugir as pressas.

—E pra onde vamos agora? Não temos pra onde ir.

—Temos que ficar na encolha por um tempo.

—Temos que sair da Itália.

—Caius eu sou menor de idade. Não posso sair do país sem a autorização dos meus pais.

—Temos que ir agora.

—Quer saber? Que se dane, eu vou com vocês.

Tivemos que comprar mudas de roupas e lentes de contato. Paramos num hotel para que a preciosa humana de Caius pudesse dormir.

Ele teve que carregá-la e colocá-la no jato para que pudéssemos ir embora. Tivemos que deixar tudo para trás. A nossa casa, nossas vidas, tudo o que tínhamos e éramos.

P.O.V. Leah.

A melhor festa de todas! Foi demais!

—Você está bem?

—Estou. Só com dor de cabeça.

Algum imbecil tocou a campainha. Quando eu abri... se a minha cabeça não estivesse explodindo eu xingaria, mas como eu estava quase tendo um ataque eu disse sem nenhum ânimo:

—Vocês? Certo. O que vocês querem?

—Precisamos de ajuda.

—Você quer a minha ajuda? Então vá comprar um creme na farmácia.

Eu ia fechar a porta quando vi a garota e ela implorou:

—Por favor, nos ajude.

—Tá. E só pra ficar claro, estou ajudando vocês, só por causa dela. Entrem.

Eles entraram na casa e se acomodaram. A garota perguntou:

—Você tá passando bem?

—To de ressaca. E estou cansada de ser tragada por problemas de vampiros, a sua sede de poder e alterar o tempo de vida de alguém foi o que começou toda essa bagunça infernal pra começar. Espero que tenham aprendido a lição, porque eu aprendi a minha lição, se formos atacados eu não vou salvar as vidas de vocês. Vou salvar só a dela.

—Como é que é?

—Nós vencemos. Todo o seu poder se foi, seu império caiu, seus aliados se dispersaram ao vento. Nós vencemos. A natureza prevalece e a sua imortalidade que se foda.

P.O.V. Marcus.

Eu disse que ela possuía coragem.

—Pensei que fosse nos ajudar.

—Meu filho, eu sou uma bruxa. Puro sangue cem por cento bruxa, eu não to te ajudando, eu to ajudando a garota. A garota humana e viva.

Ela se jogou no sofá, pegou um copo e um comprimido.

—Maldita seja Ester Mikaelson! Que a vadia queime no inferno por ter lançado essa praga por sob a terra. Um brinde á isso.

Ela enfiou o comprimido na boca e bebeu com aquele líquido viscoso e vermelho. Dai ela arrotou.

Eu disse:

—Você tinha razão sobre essas duplicatas. Sempre acabam juntas.

—Não adianta puxar o meu saco cara. Você vai morrer. Agora, eu vou dormir. Tem comida na geladeira se você estiver com fome duplicata, tem quartos lá encima se quiser se alojar. E toma.

Ela deu uma estaca prateada nas mãos de Samantha.

—Se eles tentarem alguma coisa. Enfie no coração e mate-os, vampiros não merecem piedade e muito menos esses ai. Se tiver a oportunidade de matar um mate pois farão pior com você. Fui.

Leah subiu as escadas e se trancou no seu aposento.

—Caramba! Todo mundo odeia vocês. Literalmente todo mundo, vocês são odiados da Itália até os Estados Unidos.

Fui até a cozinha e me servi de comida e um refrigerante. Estava comendo quando uma versão ruiva de mim entrou pela porta e disse:

—É muito bom ser meio vampira não concorda? Podemos comer, cheirar e beber sem engordar, nem viciar, nem ter ressaca.

Eu me levantei e fiquei frente a frente com ela.

—Como é possível? Como somos tão parecidas?

—Porque tá perguntando isso Jean? Á menos, que você não seja a Jean. Quem é você?

—Eu sou Samantha Evans.

—Não. Você é Samantha Mikaelson. Com certeza somos parentes, você é adotada sem dúvidas que nem eu. É claro, você é a filha da irmã da mãe da Nanda e descendente da Sophia. Filha da Rebekah.

—Quem é Rebekah?

—A sua ancestral Vampira Original, mas ela tá morta e presa do outro lado. Ela é sua ancestral e minha tia. Você é a única dentre nós três que é completa e totalmente humana. Agora entendo o porque da Leah ter deixado eles entrarem.

—Acha que ela falou sério?

—Sobre o que?

—Sobre não salvar as vidas de Aro, Marcus e Caius se formos atacados.

—Pode ter certeza de que sim. Vampiros completos são abominações da natureza. Com o tempo, a alma vai se deteriorando e a humanidade vai morrendo. O corpo dura pra sempre, mas não acha que matar pessoas tem um efeito na alma? Você já viu a sua alma gêmea matando alguma pessoa? A cara que ele faz? Acha que ele sente culpa? Que sente pena da vítima? Que tá pouco se lixando pra ela? Não. Ele não liga, ele sente prazer em ver Jane torturando as vítimas, assim como ela em torturá-las.

—Isso é mentira sua!

Uma mulher apareceu.

—Não é. Você não estava lá naquele dia. Quando ele deu seu melhor sorriso sádico e assassinou a minha tia Irina. E porque? Porque ela errou. Pensou que eu fosse uma criança imortal. Mesmo depois dela ter admitido seu erro e pedido perdão, assumido a responsabilidade por seu engano... ele a matou e gostou. Posso mostrar se quiser.

—Eu quero.

A mulher tocou meu rosto e eu vi aquela cena. A cena descrita por ela, o sofrimento da família da mulher. O que eles fizeram com a mãe delas á quase quatrocentos anos. Então parou.

—Gostou? É assim que os Volturi retribuem a lealdade. Ele deixou a própria esposa morrer, eles eram casados á quatrocentos e cinquenta anos.