Twists Of Life

Capítulo 1 - Sonhando acordada


Nath’s POV:

Morar na Inglaterra pra mim sempre foi um sonho que eu queria que um dia fosse realizado, eu só queria mesmo, porque a cada dia acontece algo que me faz desacreditar cada vez mais que isso possa se tornar realidade.

Ah, que má educação a minha nem fui capaz de me apresentar, meu nome é Natália Fonseca (mas eu peço que você me chame de Nath, porque eu acho que Natália, é muita formalidade você não acha?), tenho 18 tediosos e monótonos anos de idade e moro no Paraná, mais precisamente em Foz de Iguaçu, sabe aquela famosa cidade em onde se encontra as lindas e perfeitas “Cataratas do Iguaçu”? Então.

Vocês devem estar me achando um pouco dramática e muito reclamona, acertei? Bem, eu tenho certeza que se você tivesse a mesma vida que eu tenho você faria a mesma coisa, ou até pior... Minha vida não é aquele tipo que se pode dizer “nossa, coitada dela!”, eu diria que em uma escala de 1 a 10, a minha vida se encontra em 5,5, pois quando está bem, não dura muito e logo está mal, é uma oscilação enorme de sentimentos, erros e acertos, enfim.

Eu moro junto com a minha irmã, Brenda, ela é 3 anos mais velha que eu, e é dona de uma agência de viagens, ela fala inglês, alemão e francês e é uma das melhores guias turísticas de toda a cidade, em minha opinião. Porque eu não moro com os nossos pais? Nós não temos pais, nossa mãe morreu de câncer quando eu ainda era recém-nascida e nossa guarda ficou com a nossa avó, já que, bem, nós não sabemos quem é o nosso pai. A única coisa que temos dele é uma foto junto com nossa mãe, meio rasgada, e atrás dela as únicas e mentirosas palavras:

“One day I will return, I promise!

Grand-Palace III, U.K.

E.P.”

“Um dia eu voltarei, eu prometo!” estão vendo porque são mentirosas, ele prometeu e não cumpriu, decepcionou a nós e nossa mãe, mas o que será que é “Grand-Palace III, U.K.”? “U.K. e E.P.” seriam as inicias de que? Seria o nome dele, o endereço?

Não importa, seja lá onde ele esteja deve nem se lembrar de que a minha mãe existiu, ou que tem duas filhas, ele nunca me fez falta não me fará agora.

Bom, mudando totalmente de assunto e voltando ao assunto do inicio da história, desde pequena eu via a minha irmã falar sobre a Inglaterra, ela já foi para lá em uma excursão, e eu, a cada coisa que ela falava de lá me fazia admirar mais, sabe. Eu já sabia falar fluentemente inglês (eu acho que não mencionei que eu desde meus 10 anos trabalho como guia turística na agência da minha irmã, e lidando com tantos americanos, ingleses, eu acabei aprendendo a falar, e é claro eu tive a ajudinha de um curso muito bom), já acabei os meus estudos, então, na minha opinião nada me prendia aqui, o único problema era que nós não tínhamos muita condição, o meu salário como guia não era muito baixo, mas não pagava nem uma passagem de ida até Londres.

Brenda’s POV:

Como uma pessoa consegue desaparecer assim, sem ninguém saber? Espero que ela esteja em casa.

— Quanta bagunça! Aonde será que a senhorita Natália se enfiou? – Falei, entrando em casa, quer dizer, tentando, porque com aquela bagunça era meio difícil se locomover, parecia que um furacão havia passado por aqui!

Subi as escadas com esperança de que ela esteja em seu quarto, e... Bingo! Lá estava ela, que surpresa, rodando o seu globo terrestre, seu pensamento parecia estar longe, provavelmente pensando em sua vida, e desejando estar em Londres.

—Bonito mocinha, muito bonito! – Gritei fazendo-a levar um maior susto.

—Eu também acho, é muito bonito mesmo! – Falou sarcasticamente rodando o globo.

— Onde você estava esse tempo todo? Eu estou louca atrás de você, alias já está na hora de você comprar um celular não é mocinha? – Interroguei-a nervosa - E, o que aconteceu com essa casa? Está uma bagunça! – completei pegando as roupas que estavam jogadas no chão.

— Calma! Até parece que você não me conhece, que outro lugar eu poderia estar Brenda? – olhou-me. - E sobre o celular, se você me der o dinheiro, quem sabe não é? – completou rindo.

—Sei lá! Só, por favor, não me deixe preocupada novamente, quando tiver esses seus ataques pelo menos avise, eu, eu... – hesitei. – Só não quero que aconteça algo com você, me entende? – Completei fitando-a.

Eu não sei por que, pode parecer superproteção da minha parte, mas eu me sinto no direito de cuidar dela, afinal eu sou irmã, mãe, melhor amiga, tudo pra ela, e ela tudo pra mim, não quero perde-la como perdi a nossa mãe.

—Calma maninha, eu posso até parecer um pouco boba, avoada, mas não sou idiota, ok? – Acalmou-me apertando minhas bochechas.

— Você não parece você é! Agora se você não quiser morrer, por favor, nunca mais aperte minhas bochechas novamente! – Falei tirando sua mão do meu rosto.

—Agora venha cá e me ajude a arrumar essa casa, nós temos menos de uma hora para deixar essa casa um brinco! – exclamei enquanto olhava o relógio.

—UMA HORA! Você tem certeza que viu direito o tanto de bagunça que tem lá em baixo? Não vai dar nem de varrer toda a casa, que dera deixa-la um brinco! É loucura! – Gritou indignada.

—Então o que você está esperando, o tempo está correndo babe! – Gritei descendo as escadas rumo à cozinha.

—É para limpar a casa? Então vamos fazer isso com estilo! – Informou indo em direção ao seu som.

Nath’s POV:

Nada melhor do que limpar a casa dançando não é mesmo? Dirigi-me até o som, na sala, e coloquei nada mais nada menos do que Up All Night – One Direction, eu acho que não mencionei que eu os curto, até demais por sinal.

—Uhul! Vamos começar babe! – Gritei aumentando o volume.

Brenda olhou-me estranhando, mas depois, no refrão ela já estava pulando e limpando como ninguém.

Lavamos a louça, arrumamos as almofadas, varremos o chão, arrumamos as camas, os armários, os banheiros, arrastamos os móveis (falando nisso finalmente encontrei o meu tênis, estava atrás do sofá) e por fim fizemos panquecas. A música já havia acabado, acho que ela repetiu umas mil vezes e por incrível que pareça nós limpamos tudo em menos de trinta minutos!

Enquanto eu estava lavando a louça que havíamos usado para fazer as panquecas, quebrei o silêncio que havia tomado conta de toda a casa – Afinal para que estamos arrumando essa casa, pelo o que eu sei não receberemos visitas, ou receberemos? – fitei Brenda.

Nossa casa sempre era de cabeça para baixo, desde que nossa avó faleceu, ordem era uma palavra que não continha nos nossos dicionários, nós só resolvíamos arrumar quando fossemos receber alguma visita importante, e como isso dificilmente acontecia...

— Hã, e agora precisamos receber visitas para deixar a casa organizada e limpa? Olhe só! Até parece outra casa! – Riu, enfiando uma panqueca goela a baixo.

—Se você estiver falando da casa de Brenda e Natália Fonseca, eu tenho certeza que sim! – Respondi confirmando com a cabeça.

— Você falou que a gente tinha apenas uma hora para arrumar toda a bagunça, provavelmente você está esperando alguém, não é? – Completei encarando-a.

—Vá tomar um banho e me encontre na sala assim que estiver pronta, creio que tenho algo para lhe contar. – Falou finalmente após um grande silêncio. Concordei subindo as escadas em direção ao meu quarto, estava aflita e pensativa, o que será que ela tem para me contar? Quem será que ela está esperando?