-Passa. – li em seus lábios enquanto ele ria.

-Alex!

Uma onda de raiva subiu por meu corpo, comecei a tremer e a suar frio. Comecei a acelerar para ver se ele saía, mas não, ele ficou parado, então freei encima dele. Travei as portas. Ele saiu da frente do carro e seguiu batendo em minha janela. Ele me encarou, com os olhos negros, vermelhos e vidrados, estava visivelmente drogado e me mandou abrir.

Balancei a cabeça e ele me olhou novamente, com as órbitas dos olhos vermelhos. E ameaçou quebrar o vidro.

Abaixei o vidro um pouco.

-Ah Anne, não mordo, só se você deixar claro. – falou sinicamente e com uma voz alterada – Anda abaixe o vidro, não me obrigue a mostrar quem manda.

-O que quer comigo Alex? – perguntei abrindo a janela.

-Conversar. – ele respondeu enfiando a mão dentro do carro e abrindo a porta – Bem melhor. – e me tirou de dentro do carro segurando meu braço.

-O que vai fazer comigo? – perguntei tentando me soltar – Socorro! – gritei tentando me soltar. Então caí com as mãos no chão. De barriga para baixo, com o rosto colado no asfalto. Vesti shorts de manhã, então senti meu joelho machucar ao entrar em contato com o asfalto.

–Se continuar gritando, nossa conversa, pode se transformar em uma coisa bem pior. – avisou se agachando ao meu lado e me pegando por meus cabelos, fazendo meu ouvido ficar perto da sua boca. Gemi de dor, mas ele não se importava – Então Anne, estava com saudades. – debochou e puxou mais meus cabelos.

-Me solta. – gemi e as lágrimas já escorriam por meus olhos.

-Fiquei sabendo, que continua arrasando. Ganhando de todos, até do filhinho do governador, Shane Deal. Sem se esquecer do meu amigo Tom. – brincou mordendo minha orelha.

-O que quer de mim? – perguntei tentando controlar o choro.

-Na hora certa você vai saber. – respondeu e deu um beijo na minha bochecha – Mas enquanto a hora não chega poderíamos aproveitar de outro jeito. O que acha? – e me virou tentando beijar minha boca.

-Me solta! Socorro! Socorro. – e tentava me soltar, mas quando mais me mexia mais ele puxava meus cabelos.

-Sabe que adoro mulheres difíceis. – e colou nossos lábios de forma feroz, explorando cada centímetro da minha boca com violência. Fiquei parada sem retribuir o beijo, esperando que se cansasse, mas ele não se cansava, continuava me beijando. Puxou meus cabelos, fazendo minha cabeça ir toda para trás e começou a beijar meu pescoço.

Ele não se importava com o fato de estarmos no meio da rua, com o sol forte e que logo poderiam aparecer pessoas. Não sabia onde ele queria chegar, tinha medo de pensar, mas acima de todos esses detalhes, tinha nojo do seu toque, do seu beijo e nojo de sentir sua boca contra meu pescoço. Ele era mais forte que eu e lágrimas escorriam do meu rosto.

-Socorro. – gritei tentando me soltar, me contorcendo ao perceber que ele subir minha blusa – Me solta seu desgraçado, me solta! – gritei tentando chutá-lo. Ele me prendeu por trás com seus braços e continuava me debatendo – Socorro. – e batia a cabeça contra ele. Então consegui acertar sua boca. Ele me jogou no chão e cuspiu sangue.

-Sua vadia, vai aprender com quem brinca. – falou limpando o sangue e se preparando para vim em minha direção. Me virei rapidamente e sai correndo de quatro até conseguir levantar. Consegui me afastar, mas ele logo começou a andar em minha direção.

-Sua vagabundinha, acha mesmo que adianta correr? – perguntou debochando. Parei na porta de uma casa que as janelas eram pintadas de preto e comecei a esmurrar a porta.

-Sabe mesmo onde está batendo? – perguntou rindo - em um cassino clandestino. – falou rindo e diminuindo cada vez mais a distancia que tinha conseguido – E sabe qual é a probabilidade, que alguém que esteja ai te ajude? – balancei a cabeça assustada – Zero.

Voltei a esmurrar a porta, enquanto Alex dava passos pequenos em minha direção.

-Socorro! – gritava e batia na porta.

-Anne? – perguntou Shane assustado e que quase levou um murro que seria da porta.

-Tá de brincadeira? – falou Alex parando e olhando para mim que já estava agarrada no pescoço de Shane.

-Me tira daqui, por favor. – supliquei e ele me passou para trás do corpo dele.

-O que quer com ela Alex? – perguntou Shane o encarando nervoso.

-Temos um assunto para resolver, algo que não é da sua conta. – respondeu Alex parando a um metro de distância de nós dois.

-Como sabe que não é da minha conta? – debochou Shane e Alex sorriu.

-Não para, me leva embora. – implorei e ele me ignorou.

-Fica longe dela. – ameaçou Shane – Senão acabo com você.

-Que medo! – respondeu Alex – E você. – e apontou pra mim sorrindo macabramente - Não terminamos nosso papo. – e virou as costas.

-Você tá bem? – perguntou Shane se virando pra mim e me olhando.

Estava com medo, assustada, não conseguia forma palavras, apenas balancei a cabeça.

-Onde esta seu carro? – perguntou me olhando, apontei e ele viu meu carro parado no meio da rua com a porta aberta. Ele me pegou no colo, mas no estado que estava não briguei. Apenas me aconcheguei em seu peito, sentindo seu cheiro doce, sentindo a segurança que me passava. Mas tinha tantas perguntas, exemplo o que ele estava fazendo em um cassino clandestino àquela hora da tarde? Mas não queria falar, só conseguia pensar no que o Alex faria comigo se o Shane não tivesse aparecido.