Mineirão, Belo Horizonte. 21:56.

O mais colossal estádio futebolístico de Minas Gerais estava abrigando o máximo de sua capacidade naquela noite gélida, quase 62 mil torcedores fanáticos pelos dois maiores clubes mineiros iam apreciar uma grande partida que estava para se iniciar.

Era Cruzea contra Atérico, numa final de campeonato que tinha de tudo para ficar para a história. Os jogadores do primeiro time já haviam entrado em campo há algum tempo e terminavam seu aquecimento. Os demais chegavam até o público agora, preenchendo os espaços vazios em sua parte do gramado e recebendo gritos animados por parte dos seus fãs e centenas de flashes no rosto, devido às pessoas mais compulsivas buscarem guardar aquele momento em fotografias.

Os árbitros se apresentaram, os jogadores deram sinal de positivo. Estava tudo no mais perfeito lugar para que o jogo começasse. O juiz, entrando em campo, se dirigia ao meio do gramado para dar a deixa aos jogadores, quando uma pessoa maquiavélica entrou no estádio.

Coberta por uma capa preta que deixava sua verdadeira aparência uma total incógnita, ela se apressou pelas fileiras até atingir o local mais alto possível, no último assento da arquibancada. Lá, o estranho fixou-se nos jogadores, exibindo além de um sorriso sádico, uma estranha câmera fotográfica que até então permanecia escondida sob sua capa.

O juiz apitou. Os jogadores do time que teve a posse de bola se entreolharam brevemente definindo um lance inicial. Em meio a isso, o sujeito colocou sua câmera frente aos olhos, como se fosse tirar um retrato de todo o campo.

— Digam X... — e bateu o flash. Repentino e instantaneamente, todas as pessoas que foram atingidas pelo brilho da máquina viraram rocha.

O público não sacou a princípio, entretanto, ao se darem conta de que seus grandes ídolos do esporte encontravam-se como verdadeiras estátuas de mármore, o pânico se instaurou. Goleiros, jogadores, comissão técnica e até a própria bola do jogo, tudo que estava sobre o gramado havia se transformado em pedra, vítimas de uma simples batida de foto daquela estranha câmera.