Capítulo 8

Assim que chegamos no pequeno restaurante que mais parecia como um bar de tantas pessoas com uma cerveja na mão só pude ocupar em ficar próximo dela, meu plano não era vir para esse lugar depois do treino ainda mais depois que kyoko apareceu daquele jeito na floresta mas a empolgação escondido em seu olhar me deu vontade ir ,além do mais não deixaria ela sozinha junto desses idiotas que com certeza depois de umas garrafas só soltariam coisas constrangedoras pela boca e considerando que a kyoko não entenderia muita coisa do que eles falariam essa foi a melhor decisão.

— Escolhe algo que você gostaria de experimentar — disse entregando um cardápio pra ela.

— Sim — disse sorrindo — todos parecem muito bons…

— Está difícil de escolher ? — perguntei rindo da expressão que ela fez declarando o quanto estava indecisa — eu vou pedir algo pra você então…

— Vixi, lá vem barraco fica preparado Kuon!

Olhei na mesma direção que Rick e senti a tensão no pescoço voltar, estava me sentindo tão relaxado depois que kyoko passou a mão em meu pescoço e eu realmente não estava querendo voltar a sentir minhas costas como pedra de novo.

— Oi gato, senti falta da sua companhia que tal agitar um pouco as coisas de novo? — disse com um sorriso que me deu um pouco de tédio.

— Foi mal Minah mas não estou afim hoje — disse pegando o cardápio da mão de kyoko e me virando para ela.

Eu realmente poderia passar o resto do meu dia sem ter que ver a Minah na minha cola de novo, sair com ela por um tempo até que não foi ruim se não fosse pelo fato de ela ter intenções além de ficar comigo, sou o filho do alfa da alcateia inteira e claro que um dia vou assumir o seu posto, não é difícil de concluir que muitas mulheres chegaram perto de mim por causa disso e Minah com toda certeza não era diferente mas como também não sou idiota me aproveitei da situação algumas vezes.

—__________________________________________________________________

Kuon me explicava o que era o prato que ele iria pedir pra mim mas aquela mulher loira me tirava a concentração, ela com certeza era uma mulher bonita mas algo nela não me passava uma imagem boa.

— Vamos Kuon! apenas uma dança? — perguntei mudando a voz e agindo diferente.

— Minah! acho que você já entendeu a situação aqui — disse voltando a olhar para ela.

— Como que é uma dança ? — perguntei próximo ao seu ouvido — eu sei que são uma série de movimentos mas como é esses movimentos?

— Então quer dizer que você está com a fofinha ai ? — Perguntou a moça — sério Kuon achei que você tinha um padrão alto mas vejo ele decaiu um pouco…

A loira olhou para mim de um jeito que eu já conhecia muito bem mas que nunca havia entendido o significado, era uma mistura de tédio, desdém e raiva, talvez todas não direcionadas para mim mas como se eu fosse a causa daquilo e era aí que eu não entendia.

— Desculpe mas porque me olha desse jeito ? — perguntei tentando entender o motivo.

— Nossa realmente Kuon, ela não um pouco burra para você não? — disse rindo.

— Minah se você soubesse metade do que ela sabe não estaria falando isso — disse rindo.

— Duvido gato, acha que essa criança sabe como te deixar relaxado ?— disse se apoiando na mesa deixando os seios completamente à mostra.

— Eu fiz isso hoje de manhã — disse inocentemente arrancando risadas de todos.

Kuon olhou para mim com um olhar confuso depois para seus companheiros e logo vi seu ombro e pescoço ficar tenso, sem pensar muito coloquei minha mão no seu pescoço e enfiei meus dedos por entre seus cabelos atrás da sua orelha como havia feito mais cedo.

— E ainda fala que não é sua namorada Chefe — disse um dos meninos na mesa vendo Kuon relaxar aos poucos novamente.

— Eu não sou namorada dele realmente mas ainda não entendi o que..

— Não liga pra ele kyoko — interrompeu tirando minha mão do seu pescoço — Minah você é uma pessoa maravilhosa e não creio que seja o tipo de pessoa que necessite chamar atenção dessa forma — disse se referindo ao jeito como estava apoiada na mesa.

— Você realmente…— disse olhando entre eu e ele — quando voltar a razão me chama!

Ela saiu andando exalando uma superioridade renovada como se a conversa não tinha acontecido, não estava entendendo muita coisa do que ela estava falando mas parece que os dois tinham algo, logo em seguida a comida foi servida, os meninos ficaram conversando a maior parte do tempo enquanto eu saboreava aquele prato maravilhoso nem me atentando muito a conversa.

— Ainda bem que você não é como as outras mulheres… — disse Rick se aproximando de mim logo que kuon saiu para pagar a conta

— Como assim ?

— A maioria das mulheres que o Kuon já namorou ficava com frescura quanto a comida ou a ficar junto dos amigos dele mas você não, é engraçado ver você comendo assim parece que tudo é novo pra você… — disse sorrindo.

— Mas tudo é novo pra mim… você sabe não é ? — perguntei e ele deu um sorriso fraco

— Sei até onde eu sou permitido saber… — disse rindo — Apesar de eu ser um dos que estavam de espreita do lado de fora daquele quarto nada demais foi dito pra gente apenas que você era alguém muito importante e que precisava ser vigiada caso precisasse de algo mas no dia que aconteceu aquele acidente eu soube que você não era uma pessoa comum e Kuon disse você que não era realmente…

— Ele disse quem eu realmente era ?

— Não, mas tenho minhas opiniões…

— E isso é uma coisa boa ou má ?

— Depois de te conhecer melhor está começando a ser uma coisa boa independente do que quer que você seja…

— É bom ouvir isso —disse sorrindo

— É bom ouvir o que ?

Kuon chegou perto da mesa com um olhar estranho que me fez ter um pouco de medo, desde que eu o conheci nunca vi esse olhar no seu rosto e meu coração pareceu tremer com a interrupção repentina.

— Nada demais meu caro amigo — disse Rick se levantando da mesa — vou indo pois amanhã tenho trabalho cedo.

Fiquei olhando até o Rick sair da porta do restaurante quando voltei meu olhar para o Kuon ele estava com os braços cruzados e com a sobrancelha franzida, um olhar até que engraçado considerando que a maior parte do tempo está sério com ou raiva.

— Podemos voltar agora? — perguntei me levantando — todos já foram…

— Vamos

Ele ergueu o braço me deixando ir na frente quando passei pela porta senti a brisa fria da noite,não havia reparado que ficamos tanto tempo assim no restaurante, o frio não me incomodou mas os pelos do meu braço se arrepiou todo com o vento.

— Parece que ainda não me acostumei com o ar livre — disse passando a mão nos braços.

— Isso é normal acontece com qualquer pessoa — disse andando ao meu lado.

— Mesmo eu não sendo uma pessoa normal ? — perguntei rindo

— Você entendeu o que eu quis dizer... — sorriu e passou a minha frente andando de costas — já decidiu qual vai ser seu pedido da aposta?

— Hum… Ainda não, o que vocẽ pediria se fosse você?

— Não sei, talvez pedir pra alguém fazer algo constrangedor ou algo que é muito difícil de se fazer… — disse dando de ombros e começando a subir a escada — você que decide!

— Acha que fariam mesmo o que eu pedisse ? — perguntei vendo ele abrir a porta e ficar parado — e se eu pedisse algo que fosse difícil de se realizar?

— Depende do que você vai pedir

Seu olhar era tão profundo que poderia perfurar o meu crânio, não tenho realmente o que pedir mas uma coisa me veio à mente depois que eu quase morri naquele penhasco e eu estava com receio de dizer aquilo, ficar aqui está se tornando uma das melhores coisas que já vivi na minha vida, o ambientes, as pessoas, o calor humano, saber que aqui eu posso finalmente viver e ser livre me faz ficar com medo de acabar estragando tudo, mas se eu quiser viver aqui eu tenho que me que estar bem e funcionando direito.

— Acho que eu já sei o que eu quero só não sei se vocẽ vai concordar com isso … — disse entrando e ouvindo o som da porta se fechar

— Pode dizer…

— Bom… — Suspirei indo ao sofá me sentar — com o que aconteceu hoje na floresta eu fiquei pensando e eu queria pedir que você me desse um pouco do seu sangue?...

Sua sobrancelha levantada me dizia que ele não estava entendendo e muito menos concordando com aquilo, nunca fui muito persuasiva já que nunca nem conseguia convencer meu suposto “pai” a me deixar ir no jardim que eu tanto admirava da janela mas com Kuon eu teria que ser verdadeira nada de pressão ou chantagem, apenas dizer minhas razões e criar uma confiança.

— Eu não vou te enganar e pegar seu sangue todo eu juro pra você — disse voltando a me levantar e o encarando — eu só queria ter poder o suficiente para treinar os poderes que me privaram de aprender esse tempo todo…

— E como eu vou ter certeza que você não vai fugir com suas asas? — perguntou com os braços cruzados — pelo que vi você sabe usar muito bem elas…

— Não, eu não sei mas você tem razão em ficar com o pé atrás por causa das minhas asas só que eu não tenho um controle total sobre elas — disse me aproximando dele — mesmo que eu tenho poder o suficiente não conseguiria sustentar as asas por muito tempo e dependendo da altura eu não sobreviveria, acha mesmo que eu iria arriscar minha própria vida ?

— Eu não tenho como saber kyoko, você pode ser diferente dos vampiros mas ainda assim sei como pode ser descontrolado um ser desse beber sangue humano, ainda mais alguém que provavelmente nunca furou a pele de um…

— Eu também não sei qual vai ser a sensação mas… Eu sei que eu não faria nada de errado porque eu gosto daqui e já sinto como se fosse minha casa mesmo que tenha sido somente alguns dias até agora, esse lugar é muito mais do que eu teria imaginado, ter uma cama quente, um teto ou comida para me alimentar era uma das coisas que eu pensei inúmeras vezes pouco antes de dormir e se não fosse por você eu possivelmente nem estaria aqui mas sim aquela sala sendo forçada a ter várias visões enquanto eu era dopada repetidamente! — disse me aproximando mais dele — eu confio em você Kuon e espero que também possa confiar em mim, nos conhecemos a pouco tempo mas você sabe como eu sou mostrei mais de mim mesma pra você do que qualquer outra pessoa!

— kyoko não sabemos como vai ser sua reação ao perfurar minha pele, pouco me importa se você drenar meu sangue inteiro mas o que me preocupar é o resto das pessoas — disse tocando em meu rosto — pelo que disse você tomava doses semanais nunca teve liberdade para tomar um sangue fresco assim na hora…

— Eu sei que não é só pelas outras pessoas Kuon — disse abaixando o rosto — você pode me amarrar e dar um jeito de eu não poder me mexer, você vai esta no controle de tudo…

Minha esperança foi jogada a uma última tentativa, entendia as razões dele de querer proteger todos de uma vampira mas eu queria uma chance de me conhecer e de deixar que eles me conheçam como eu sou.