“Você vai estar​ no controle de tudo…”

Porque ela foi dizer logo isso de um jeito tão submisso como se eu fosse algum tipo de opressor maldito, seu rosto ansioso por uma resposta positiva me dava um nó na garganta dar algumas gotas de sangue pra ela era uma coisa mas deixar que ela morda meu pescoço é uma coisa completamente impensável, porém isso não é algo que ela perguntaria para qualquer um porque eu sou a pessoa que ela passa mais tempo e o que tem mais confiança, kyoko sem eu perceber deixou de ser uma kyuden fujona de um vampiro poderoso para se tornar minha hóspede e companheira em tempo integral, merecia minha confiança também.

— Está bem, venha comigo…

Subi as escadas para o quarto na frente ouvindo os passos leves dela atrás de mim, já tinha ideia do que iria fazer e não era necessário imobilizar seu corpo com cordas, entrei no banheiro deixando o chuveiro aberto.

— Entra !

— Como assim ? Entrar de roupa e tudo com você aqui ?

— Sim, vampiros Costumam ficar sedentos por sangue fresco porque no corpo deles o sangue é frio se você beber meu sangue com corpo numa temperatura elevada pode ser que não tenha uma alteração psicológica em você…

— Onde você aprendeu isso ?

— Digamos que eu tenho experiência no assunto…

Depois que disse aquilo ela não parava de me olhar, tem vezes que eu acho que ela cria uma pequena novela na cabeça tentando imaginar como aconteceu as coisas que eu falo.

— Já vi um vampiro morder um humano na cidade, enquanto o sangue dele era sugado parecia que toda evidẽncia de que ele era um humano estava sendo passada para o vampiro — disse entrando no box do chuveiro — o vampiro ficou com a pele mais bronzeada e o rosto mais corado — estendi a mão para ela — isso pode ser só uma teoria minha mas pode dar certo porque você não é como eles, posso até considerar você mais humana do que qualquer um…

kyoko pegou em minha mão entrando debaixo da água soltando um suspiro aliviado pois já estava anoitecendo e o frio começava a aparecer, ela olhava para mim como se estivesse calculando como faria aquilo, seu olhar ia do meu braço ao pescoço e em seguida parou em meus olhos podendo sentir sua tensão.

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Minha pergunta era… Como eu faço isso?

Kuon disse que era apenas uma teoria o que não me deixou menos preocupada, já estava a mais de quatro minutos debaixo daquela água quente e minha pele estava começando a ficar vermelha.

— Não precisa ficar preocupada — disse tirando o cabelo molhado do meu rosto — eu sei que vai dar certo vocẽ só precisa morder não vai ficar descontrolada por que você não sente fome apenas de sangue.

— Mesmo assim eu tenho medo de acontecer alguma coisa com você…

— Não tenha medo — disse se aproximando mais de mim — vai dar tudo certo e quando você conseguir controlar seus poderes vou deixar você livre porque sei que não vai causar problemas a ninguém da vila e vai poder se defender sozinha se alguém vier atrás de você…

— Como você consegue ter tanta confiança em mim se nem eu mesmo confio? — perguntou encostando a testa no seu peito.

— Porque estou começando a acreditar que foi o destino você sair daquele lugar horrível e eu te achar no meio da rua… — disse e logo o senti me abraçar — ao contrário do que eu achei você não causou nenhum problema quando te trouxe pra cá, vocẽ conseguiu fazer todos gostarem de você principalmente meu pai que era o primeiro a querer te deixar longe daqui sem nem mesmo cuidar dos seus ferimentos.

— Eu gosto de todos aqui e não faria nada de propósito​ para machucar um de vocês — disse segurando sua camisa que ficava cada vez mais molhada com o abraço.

— Eu sei que não…

Eu conseguia sentir seu cheiro perfumado começar a sumir junto com a água que caía sobre nós mas ainda podia sentir seu cheiro característico em seu corpo, não sabia o que era esse cheiro mas quanto mais eu sentia mais eu queria me apertar ao seu corpo, roçava meu nariz ao seu peito tentando descobrir o que seria esse cheiro tão atrativo.

— Porque você tem esse cheiro? — perguntei subindo as mãos ao seu pescoço.

— Que cheiro?

— Esse… Você não tinha esse cheiro antes! — disse sentindo o cheiro do seu pescoço

— Talvez você esteja sentindo o cheiro do meu sangue…

— Não, não é seu sangue… — falei passando os lábios por seu pescoço — seu coração está batendo rápido…

Era estranho mas eu sentia algo diferente, o seu coração batendo rápido, o seu cheiro e o seu abraço, ao passar os dentes sobre sua pele eu o senti estremecer mas ainda assim ele não saiu do lugar mesmo eu esperando que o fizesse, meus dentes não são grandes e mesmo que eu quisesse nunca conseguiria pegar uma veia importante para o machucar, esse raciocínio momentâneo me deu a coragem de o morder e quase que de imediato senti sua reação no abraço apertado que deu em mim, em nenhum momento ele me empurrou ou me forçou a tirar os dentes de seu pescoço apenas ficou parado me esperando terminar ou ficar descontrolada mas não aconteceu, seu gosto não era nada igual ao que eu tenha experimentado antes era algo de gosto único e quanto mais eu bebia mais sentia meu corpo esquentar como se meu interior estivesse queimando, minha barriga de revirando e minhas pernas estivesse falhando, segurei forte em seus braços ao mesmo tempo sentindo seu aperto forte em minha cintura e quando suas mãos se afrouxaram a minha voltar imediatamente soltei seu pescoço, voltei meu olhar ao seu vendo ele respirar pesado, Kuon havia ficado fraco e sentia cada vez seu peso caindo sobre mim.

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A sensação da sua mordida em minha pele era como se uma corrente elétrica passasse por minhas veias, era doloroso mas ao mesmo tempo como se estivesse aplicando uma anestesia em meu corpo, num momento eu senti suas mãos apertando meu ombro e braço no entanto em segundos meus olhos se fecharam e abriram deixando minha visão as vezes embaçada, entre momentos de lucidez a única coisa que eu conseguia ver era o rosto de kyoko triste e preocupado com os olhos extremamente vividos, tão dourados quanto eu me lembrava.

— Tão linda…

Meus braços estavam perdendo as forças e a cada segundo meu corpo era amparado por kyoko, fecho os olhos por longos segundos e os flashes de cena me deixam deduzir o que passa até o último minuto que consigo me lembrar quando sou deixado na cama com ela em cima de mim tentando me dizer algo que desisto de descobrir quando ela sai do quarto por o que me fez sentir como se fosse horas logo o cansaço falou mais alto e adormeci do mesmo jeito que ela me deixou na cama.

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Deus o que eu faço?

Será que ele vai ficar bem ?

Meu desespero toma forma quando ele não esboça mais nenhuma reação, me senti ao lado da cama e coloco a cabeça em seu peito sentindo alívio após ouvir os batimentos do seu coração, sinto o colchão ficar cada vez mais molhado por causa de suas roupas.

— Kuon por favor levante, se ficar com as roupas molhadas pode ficar doente — suplico sem resposta alguma.

Levantei sua blusa devagar tentando não o acordar mas não conseguia puxar mais sem ter que o erguer da cama e foi surpreendente eu conseguir fazer aquilo sozinha com apenas uma mão enquanto a outra passava na lateral do seu corpo tomando mais cuidado ainda para tirar os barcos e por fim a cabeça.

— Será que está dormindo ou desmaiou ? — me pergunto enquanto o escuto suspirar e tremer, coloco a mão em seu corpo traçando de leve uma linha do seu peito ao seu abdômen — isso deve ajudar enquanto tiro o resto das roupas… — digo me dirigindo até sua calça depois de o ver voltar um suspiro pesado.

Me sentei mais na beirada da cama e tiro seus sapatos sem dificuldade depois voltando para a fivela do seu cinto abrindo o zíper logo em seguida, tirar suas calças foi mais fácil do que a blusa, voltei meu olhar para o Kuon e ele estava abrindo os olhos lentamente.

— Kuon está tudo bem ? — pergunto preocupada me inclinando para sua visão alcançar meu rosto — você ainda está molhado mas eu vou pegar uma toalha e já volto — digo ouvindo ele murmurar alguma coisa.

— Tão linda… — disse logo fechando os olhos de novo.

Sinto meu corpo esquentar novamente como se estivesse tomando seu sangue novamente, saio correndo do quarto a procura de uma toalha e quando volto para o quarto vejo Kuon se virando na cama e abraçando um travesseiro, me aproximo e tento tirar o travesseiro para tentar secar o pouco que o colchão não conseguiu mas ele de alguma forma está mais forte que de certa forma se sinto aliviada pois parece que ele está se recuperando rápido, depois de mais uma tentativa falha de tirar o travesseiro desisto e vou colocar uma roupa seca trazendo uma roupa nova para Kuon, me sento novamente a ele na cama e o empurro com uma certa força para o lado, tiro o travesseiro do caminho e começo a secar algumas partes do corpo dele que ainda estavam molhados quando toco em seus cabelos tentando secar uma de suas mãos na minha coxa.

— Kuon ? Está acordando ? — pergunto

— Isso é bom...

— Eu já estou acabando aí eu não interrompo mas seu descanso...

— Não !

Não deu tempo nem de perguntar e senti um puxão na minha perna sendo presa por seus braços, ele me apertou em seu peito e prendeu minhas pernas com as suas mesmo eu tentando sair era impossível.

— Kuon eu preciso sair não dá pra dormir nós dois em um só lado da cama vamos sair assim…

— Continua assim… Estava gostoso…

Sem entender mais nada e com muito esforço liberto meu braços junto da toalha terminando de secar seu cabelo, também mesmo após terminar não consegui sair dali de jeito nenhum, Kuon havia deitado a cabeça em meu pescoço e cada vez que eu me mexia ele voltava mais nosso corpos, estava muito assustada para dormir então só larguei a toalha do lado molhado da cama e encolhi meus braços entre nós o observando dormir por vezes tentando decifrar algumas palavras desconexas que saiam de sua boca, depois dessas muitas palavras que de algumas achei até engraçadas em algum momento da noite eu dormi abraçada a ele.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.