Topo do mundo

Entre memórias


Meus caros leitores, eu quero avisar que vou continuar narrando, porém haverá Pov´s dos heróis para entender melhor a historia, então agora meu POV será desligado e outro ativado. Eu sei é chato, vão sentir minha falta. Aproveitem; eu estou desligando, beijinho da narradora. Curtam a leitura e me digam o que acharam.. .

POV Hiro

Eu estava imerso em trevas profundas, eu sentia isso. Mas estava nem ligando. Aquilo tinha mexido demais comigo. Entretanto não percebi que alguma coisa ou alguém não me deixava desistir, algo de bem agora ecoava em minha cabeça, uma consciência de bem que não queria desistir de mim, queria me ajudar a qualquer custo.

–Hiro não desista; você vai conseguir eu sei disso. Acredite. -a voz dizia em minha cabeça enquanto um brilho brando iluminava a sala. De repente percebi que estava sendo puxado para baixo, eu tentei lutar, me libertar, contudo não conseguia. A escuridão me puxava e não consegui sair. Aí a luz começou brilhar mais forte, sem opções; comecei a chamar pela pessoa que falava comigo:

–Por favor, me ajude, se você está aí. -eu falei aterrorizado com a situação que me encontrava. Não importava o que acontecesse comigo, eu não iria sentir ódio. Eu não ia fazer aquilo novamente! Nem que isso custasse minha vida, eu seguiria meu principio até o fim. Porque eu não sou assim! Não iria deixar ele me manipular! Eu não sou um assassino, eu não faço isso! Abreviando... Ah, vocês entenderam!

Eu estava quase completamente mergulhado em trevas quando e já pensando o meu testamento, adeus vida cruel (deixaria o Baymax para medicina. Sentirei falta da vida de herói). Eu vi a luz branca estranhamente tomar a forma de uma pessoa, eu não consegui ver direito. Tudo que eu sei é que um braço me segurou pelo pulso e imediatamente uma grande luz alva começou a emanar, dissipando a fumaça negra assim como todo cenário, tudo desaparecera dando lugar a um amplo branco como o da lua. Era um brilho muito forte, quase cegante eu diria. Não importava, a outra voz tinha parado e só me restava o branco e a voz feminina que eu ouvira, e acima de tudo: eu estava livre, sem nada pra me prender. Eu estava sem nada, só comigo mesmo. Uma paz aliviadora percorria pelo meu corpo, aquilo tinha acabado; abri meu meus olhos que piscavam freneticamente e estava deitado no chão, era branco e parecia ser feito de cerâmica, entretanto fazia som de vidro. Estranho!Mais uma dúvida ficava em minha cabeça, estava em um mundo branco, somente branco não tinha nada lá alem de min e aquela imensidão desértica. Era o que eu pensava. Coloquei-me de pé e observei o lugar confuso.

–Hiro?-eu ouvi alguém me chamar calmamente atrás de min.

Assim que eu me virei, eu vi uma... Moça. Era extraordinária! Ela era muito mais alta (o que não é novidade nenhuma, ter alguém mais alto) do que eu e com um porte de uma jovem mulher, se eu fosse dar uma idade a ela, diria que tinha 21 anos. Um grande brilho irradiava dela, o que deixava difícil de vê-la nitidamente. Porém conseguiu perceber que tinha cabelos compridos, o rosto era de cor meio alva chegando ao rosado, mas isso por causa da luz e olhos verdes. A cor do seu cabelo parecia branca, então eu arrisco loiro platinado ou cinza platinado, pensando melhor, era loiro platinado. Tinha um vestido branco que cobria seus pés, apesar disso dava para perceber seus sapatos de salto altos de cristal (como os da Elsa do filme), um corpete brilhante cheio de lantejoulas brancas com um leve brilho dourado, a saia era branco gelo. O vestido também possuía mangas compridas branco cristal e era de gola arredondada, ela possuía uma tiara de cristais em sua cabeça (a moça pra gostar de branco e cristais!). Ela olhava pra min com um olhar terno e um sorriso meio escondido. Majestosa? Deslumbrante? Não. Essas palavras não conseguiam defini-la. Mas eu sabia que existia uma perfeita para ela. Gente por que eu tenho que quase morrer pra essas coisas acontecerem? Eu tenho que rever a minha vida. Tá ficando estranho demais!

–Única. -ouvi uma voz familiar dizer.

Virei-me para onde havia vindo à voz, era Baymax.

–Baymax! Você está aqui. -eu abracei Baymax fortemente, eu o abraçava, nem estava acreditando! Não mesmo, porque ele não retribuiu o abraço, o que era estranho sempre retribuía. Atrás dele eu percebi que a moça estava lá, me observando. Eu ruborizei um pouco, então era essa moça que havia me amparado.

–Você está bem?-ela me perguntou em um tom casual. Como me salvar de um nevoeiro negro sinistro fosse nada de mais.

–S-s-sim. -eu falei gaguejando. Ela só riu. Eu não estava mais machucado. Aquilo era oficialmente estranho.

Eu notei que tudo era branco somente branco, e as únicas almas vivas éramos nós, nada tinha existência, totalmente deserto.

–Isso aqui é real?-eu perguntei fitando a garota com Baymax junto à min.

–Você acha que é real?- A mesma me contrapôs me surpreendendo.

–Não. -eu admiti. Eu estava muito desapontamento de tudo não passar de um simples fruto da minha mente, mas também inexplicavelmente aliviado pela mesma razão.

–Onde eu estou afinal?-eu perguntei confuso com aquilo tudo.

–Na sua cabeça. - ela me respondeu tranquilamente.

–O quê? Não é possível!-eu exclamei surpreso.

–È possível sim. Venha comigo. -ela falou andando em direção ao norte do nada. Só ouvia o bater de seus sapatos de cristal até conseguir observa uma porta oval quadrada com pequenos fios prateados dançando envolta dela. Entramos dentro da mesma.

Chegamos a uma sala cheia de orbs brancos, outros negros que pareciam ter pequenas cenas em movimentos dentro, como os gifs da internet. Eles eram feitos de um material parecido acrílico, eu não sabia explicar, essa frase não é novidade nenhuma na minha vida. Na realidade eu não estava entendendo mais nada. O recinto era circular cheia de enfeites brilhantes, existia um pilar central com uma grande bola branca conectada a vários outros com tubos finos e transparentes; no teto havia um grande candelabro de cristal, adivinha: branco também. Grandes estantes de mármores com os orbs enfileirados; era grande e espaçosa. O lugar lembrava estruturas gregas no teto, pelas suas espirais e colunas de algum material parecido com mármore.

–É melhor eu esquecer toda a importância sobre o conceito da lógica e da razão. -falei observando o lugar impressionado.

–Pelo contrario Hiro, é aqui que elas entram. Você e seus amigos foram vitimas de um gás que os fez cair em seus piores pesadelos. -ela me explicou em um tom casual sereno segurando uma das esferas brancas em sua mão.

–Eu não acredito que o Callaghan foi tão baixo assim!-Eu bradei irritado. Aquele... Maluco foi longe demais! Não se brinca com os medos dos outros! Isso é ante-ético! E da cadeia! Eu sei, eu pesquisei!

–Sim ele foi. Mas, Hiro controle-se. -a moça me pediu incomodada colocando o orb no lugar e ajeitando um pouco.

–Desculpe. -eu falei meio envergonhado da minha atitude. Precisava me controlar.

–Agora me escute, seus amigos estão no mesmo estado. Você precisa encontra-los, depressa. -ela disse em um tom serio me fitando.

–Que sala é essa?-eu indaguei a ela maravilhado onde estava.

–É a sala das suas memórias. -ela falou em tom surpreso como se eu soubesse o que era. Se soubesse não estaria perguntando!

–Como assim?-perguntei; mais confuso impossível.

–Hiro isso tudo é sua imaginação. Nada aqui é real, você está simplesmente dormindo. -ela disse explicando.

–Olha, eu... Não to entendendo mais nada. - falei coçando a cabeça.

–Hiro eu não sou real, esse Baymax também não. O teste que o gás proporcionou a você, o fez você entrar nessa espécie de transe do pesadelo, fechou você em seus pensamentos. Você passou, seus amigos e o verdadeiro Baymax estão esperando você lá fora. Eu sou sua consciência personificada, alguém real que está apenas tornando uma forma que você já conhece, eu sou sua consciência apenas com traços de alguém. O gás acabou me personificando e deu a você a habilidade de falar comigo, bom esse tipo de “falar”. -ela disse explicando pra min. Em seguido ela fez movimento com as mãos e o “Baymax” da minha cabeça desapareceu me deixando apavorado. Ok, o que ela falava era pura verdade!

–Moça, você é minha consciência certo. O que é afinal todos esses orbs?- eu perguntei a ela, estava querendo respostas.

–Suas memórias, Hamada. -ela falou, ou melhor, minha consciência. Personificada. Falou.

–Por que elas têm duas cores?-indaguei vendo uma branca reluzente.

–Hiro, as brancas são boas lembranças. De amor, paz, alegria e felicidade; bons momentos que você passou. As negras são memórias ruins. De angustia, raiva, tristeza... Ódio. - eu sentir que ela vacilou na ultima palavra, não é pra menos. Eu não a culpo.

–E aquela do centro?-eu vi uma grande esfera branca no pilar central.

–É a dos princípios, o que guia você em todas as decisões. Bom, a maioria. -ela disse chegando perto de mim observando a esfera com um olhar preocupado, mas feliz.

–Ela já mudou de cor?-eu perguntei com um vacilo na última palavra.

–Bem... Somente uma única vez, no incidente. -ela disse relutante pra min virando o rosto.

–Foi quando... -eu não tive coragem de terminar e engoli a seco. Fitei o chão, eu não ousaria nem pronunciar o que aconteceu.

–Sim, foi. Mas não se culpe, já passou. -ela disse de uma forma reconfortante.

–Obrigada por tudo moça, mas eu quero sair daqui. Preciso regressar ao mundo real. Eu preciso encontrar Baymax, Honey, Gogo, Rose, Wasabi e Fred. E o mais importante: tenho que impedir Callaghan. - eu confessei chocado com tudo que passei. Mas decidido do que devia fazer.

–Mas é claro. Siga-me. -ela falou andando ao sul. E foi o que eu fiz. Saímos da sala e ficamos a andar na direção sul. Chegamos a um portal iluminado também em branco. A novidade! Tem que ter uma variedadezinha de cores aqui!

–Atravesse esse portal e irá sair daqui, seu teste acabou assim como o efeito do gás. Não se preocupe você ficará em paz e eu como consciência voltarei ao “normal”. Se cuide Hiro Hamada, eu estou aqui para lhe orientar. E vê se me escuta mais. E só para constar: não sou chatinha, só um pouco. –a mesma falou rindo enxugando uma lágrima que tinha sobrado no meu rosto delicadamente. Ela deu um beijo amigável no topo da minha testa e bagunçou meus cabelos negros como minha tia faria. Cara!Nunca pensei que minha consciência fosse tão irada assim! Eu tinha que ouvi mais ela. A mesma se virou e ia embora quando fiz uma última pergunta.

–Com quem é que você se parece?- eu indaguei. Ela riu novamente e se virou.

–Você já me conhece, lembra? Aqui é sua cabeça, pense. Estou mais perto do que imagina. - E prosseguiu em direção a sala dos orbs desaparecendo em seguida junto com o local.

–Então agora vá. - sua voz ecoou pelo local.

Eu fiz o que ela disse. Em seguida, eu atravessei o portal de luz. O brilho era forte, mas eu não tinha mais medo.

***

Despertei em um sobressalto. Eu tinha voltado à realidade, tinha passado no teste, voltei a São Fransokyo e no mesmo local onde estava antes. Abri meus olhos agora com mais calma, dei um grande sorriso. Eu estava vivo e inteiro. Uhhu!

–Hiro você está bem?-Baymax perguntou preocupado. Eu apenas o abracei com os olhos marejados. Dessa vez ele era real e retribuiu. Depois que nos separamos; coloquei-me de pé.

–Baymax, precisamos achar os outros, rápido. -eu falei em um tom serio. Eu ainda estava na biblioteca, vi aquela imensidão de livros, e comecei a correr por ela. Tinha que encontrar o pessoal, afinal eu sou o líder né? Deixei minha intuição me guiar. Eu iria encontrar meus amigos, custe o que custasse. Consegui ouvir a moça falar como num sussurro por causa dos últimos vestígios do gás:

“Boa sorte...”.

***

Hiro conseguiu, ele passou no teste bravamente. Mas os outros; não sei dizer. É só esperar até o próximo capitulo. Thau gente. Da sua louca favorita.