No Vale da Paz, o sol erguia-se majestosamente no céu azul celeste, iniciando uma nova manhã. Em um dos quartos do Palácio de Jade estava ainda em sua cama uma tigresa fêmea, assim como sua espécie o seu nome é Tigresa, ela era uma mestra muito famosa e líder dos Cinco Furiosos, também era uma amiga muito "íntima" do Dragão Guerreiro, mais conhecido como Po, um panda.

Além disso ela tinha um segredinho entre ela e o panda... eles estavam em uma relação amorosa secreta! Bem, ela preferia manter segredo, mesmo o panda achando isso desnecessário ele aceitou a decisão de sua amada.

Ela estava se mexendo em seu sono, aparentava estar tendo algum sonho bem agitado, mas, ela sonhava com um velho amigo que ela perdeu há muito tempo, ela falava enquanto dormia, suava muito:

—Chi Su... Chi Su... Chi Su! Meu Floco de neve! Não se vá!!!!! - Ela gritou a última parte e se sentou na cama respirando pesadamente.

Ela estava com suor escorrendo de sua testa, ela sentiu do nada uma pata em seu ombro, ela se vira assustada mas se acalma ao ver que era o seu namorado:

—Fica calma, Ti! Sou eu, o Po! - Ele pôs as patas nos ombros da felina para acalmá-la.

—Ai, Po, que bom ver você! - Ela o abraçou e se sentiu aliviada.

—Não se preocupa, Ti, eu tô aqui! E... quem é Chi Su? - Ele pergunta e a felina fica sem palavras.

—N... Não é ninguém! Era um fruto da minha imaginação, eu tava sonhado com ele e foi meio estranho, não quero falar sobre isso agora! Vamos tomar o café antes que esfrie! - Ela se levantou e tentou fugir do assunto.

—Tá bem, vamos lá, eu quero você forte para o treinamento. - Ele dá soco de brincadeira e um beijo na bochecha da felina.

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Mais tarde, era a hora do treinamento, Po agora era o novo mestre do Palácio de Jade, ele estava comandando o treinamento dos Cinco Furiosos, dessa vez ninguém saiu ferido! Mas, o panda percebeu que sua amada Tigresa estava um pouco desconcentrada aos seus comandos, seus golpes estavam mais fracos e menos pensados, menos calculados, fora de ordem, ele sabia que algo estava acontecendo com a felina e ela estava escondendo dele.

Depois do treino ele tentou falar com ela:

—Ti, posso dar uma palavrinha com você? - Ele a chama um pouco alto mas não tão perto de gritar, mesmo ela não estando tão longe dele.

—Shhhh, Po! O que já conversamos?! - Ela o repreendeu e se aproximou do panda.

—Eu sei, não chamar você pelos apelidos fofinhos em público, mesmo que ninguém esteja ao redor, me desculpa! - Ele se desculpou.

—Exato! O que você quer?

—Você tava desconcentrada no treino hoje, aconteceu alguma coisa? É por causa do seu pesadelo?

—Po, eu não sei do que você está falando! Eu estou ótima! - Ela tentou disfarçar.

—Tigresa, eu sei quando você está mentindo! Pode me contar, você confia em mim ou não? - Ele pôs as patas peludas no rosto da felina mas ela as retira um pouco bruscamente.

—Eu tô bem, panda! Pára de me interrogar! Você sabe que eu odeio quando perguntam de mais! - Ela dá as costas para ele e se retira do local.

—Eu só quero te ajudar! - Ele susurou para si mesmo tristemente.

Embora eles estarem juntos, Tigresa continuava a mesma de sempre, fria, séria, tímida, sem demonstrar as emoções e guardava muitos segredos até mesmo dele. Po teve que aprender a viver com isso pois a amava muito, ao mesmo tempo ele tentava fazer ela se soltar, às vezes conseguia fazê-la se abrir mas agora ele falhou miseravelmente:

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Estava de noite, Tigresa estava sentada embaixo do pessegueiro, ela estava perdida em seus pensamentos, tentava meditar mas eles não a deixavam se concentrar. Ela respirava fundo, inspirando o ar fresco, frio e limpo da noite, porém, nem isso a acalmava!

E para piorar a concentração da felina, vieram em sua mente as lembranças de sua infância, principalmente os seus momentos com seu velho amigo Chi Su. Então, um eco da infância vem em sua mente mais uma vez: "Amigos para sempre!"

Ela segurou a cabeça e tentou parar os ecos, quando eles pararam ela olhou para a lua cheia no céu escuro da noite:

Ela deixou que as lembranças corressem por sua cabeça, percebeu que exitar não era a solução, quem sabe se ela deixasse levar ela se sentiria melhor. Se lembrou do pacto de sangue que uniria ela e seu amigo, ainda tinha a cicatriz da agulha em seu dedo, se lembrou da promessa que ele a fez a ela quando deixou o vale...

—Ele nem deve lembrar mais de mim, ele nunca vai voltar! Foi uma promessa boba de criança! E mesmo se ele tenha conseguido se tornar um mestre ele deve estar ocupado protegendo a aldeia dele! - Ela negou tudo que acreditava para que não se entristecesse mais ainda. - Lembre-se, Tigresa, o que nós tivemos ficou enterrado no passado! Você tem o Po e ele é melhor do que o Chi Su pode ser e... eu gritei com ele hoje... - Ela se lembrou e se sentiu pior do que antes.

Ela se levanta e e caminha para o quarto de seu amor para se desculpar e contar o que sentia para ele, afinal, era mínimo que podia fazer.