KATH ON

Um lobo, é isso ai, um lobo enorme estava ameaçando pular em mim, de Matilde e de Lucy. Pensei em correr, mas ele seria mais rápido e pularia em cima de mim. Suspirei levemente, tentando não ter medo, já que ele sentiria.

– Sem movimentos bruscos... - Matilde sussurrou com dificuldade.

– Nós sabemos, não somos burras. – Lucy murmurou apreensiva.

– Vamos ficar paradas? – Perguntei, mas por um momento reparei que já era tarde demais.

Ouvi o “CRECK” de um galho, eu havia pisado no chão com o pé de trás e... foi tudo de repente. O lobo pulou em nossa direção, mas logo ele caiu no chão o rodeou. Vi Malfoy se aproximar, guardando a varinha.

– Vocês estão bem? – Ah, claro, como se ele se importasse.

– Quase todos. – Matilde se ajoelhou perto de Lynn, que ainda sangrava. Malfoy se aproximou e pegou ela no colo.

–Você não pode levar ela, vão suspeitar que estivemos “atravessando as barreiras” e vamos ser mais punidos do que já vamos ser. – Lucy disse. – Deixa que eu levo ela. – Ela se aproximou de Malfoy e pegou-o , juro que eu vi ela corar... Enfim, voltando a história.

– Valeu se não fosse por você estaríamos mortos agora. – Agradeci e olhei o lobo caído no chão. – Mate ele com uma pedra antes que o mesmo acorde. – E assim voltamos para o acampamento.

Fomos correndo para a barraca principal, onde McGonagall dormia. Por azar, todas as garotas estavam ali e elas olhavam para nós, cochichando coisas que eu não me dava o trabalho de reparar. McGonagall estava falando algo, mas parou e veio correndo em nossa direção assim que nos viu.

– O que houve? – Ela veio correndo para nós, pegando Lynn em seu colo. Ela olhou para as meninas cochichando. – Podem ir para a cachoeira.

– Am... Fomos atacados na floresta. – Lucy disse rapidamente.

– Por quem? – Mc nos levava para dentro de sua barraca enquanto a seguíamos.

– Por um lobo enorme, mas Malfoy lançou algum feitiço antes que ele nos atacasse.

– O que foram fazer lá? - Ela entrou com Lynn em uma sala, que era a enfermaria para ser mais exata, e a deitou em uma maca. Uma enfermeira que aparentava ter por volta de 20 anos, se aproximou e logo tratou de cuidar de Lynn.

– Nós... – Matilde se enrolou, mas eu a cortei.

– Estamos fazendo uma pesquisa, por isso tivemos que pegar algumas flores na floresta e o lobo acabou nos encontrando.

– Pesquisa de que? Seja mais exata. – Mc nos levou para a sala, aquilo era literalmente enorme para uma barraca, não era atoa que era mágica.

– Am, hm... Você sabe... – Me enrolei.

– Depois conversamos sobre isso. – Ela suspirou e se virou para Matilde – Vamos fazer alguma atividade ao ar livre já que as aulas foram suspensas, Dumbledore irá explicar tudo melhor na cachoeira. Vamos ou ficaremos atrasadas.

– E Lynn? – Matilde perguntou preocupada.

– A enfermeira vai cuidar dela, não se preocupe. Vamos.

Fomos andando em um completo silêncio até a cachoeira, não era tão longe, havíamos passado por ali no caminho para o acampamento. Quando chegamos, fiquei boquiaberta com a beleza do lugar, tudo tão perfeito. Árvores altas, o som da cachoeira enorme batendo na água, tudo verde, um dos melhores lugares para se estar.

Assim que chegamos, McGonagall foi correndo até Dumbledore, que estava conversando com dois garotos, e sussurrou alguma coisa no ouvido dele. Tenho quase certeza de que é sobre a Lynn, pois Dumbledore fez uma cara de espanto. Os dois se afastaram dos alunos e foram conversar a sós.

– A tal atividade é ficar conversando feito um bando de desocupados? – Matilde falou de forma rude.

– Eu sei lá... – Assim que falei, pude ver Léo correndo em nossa direção, espantado.

– O que houve com a Lynn? – Ele disse preocupado, com uma expressão séria.

– Ela foi atacada por um lobo na floresta, como você sabe? – Lucy murmurou.

– Estão todos falando, e Draco veio me falar também. Ela vai ficar bem?

– Ela ficou na enfermaria e McGonagall disse que sim, então é bem provável. – Ele suspirou aliviado após minha fala.

– Vocês sabem o porquê do lobo atacar ela? – Matilde bufou.

– Instinto natural, eu acho... – Nós fizemos um “hm” em coro.

Lucy ia falar algo, mas Frodo e Tereza vieram em nossa direção. Por azar, eu acho, meu olhar se cruzou com o de Malfoy. Ele estava em uma rodinha, com alguns sonserinos e sonserinas. Bufei e logo fixei o olhar em Tereza. Frodo se aproximou e quando ia falar algo, Dumbledore tocou o sino, chamando a atenção de todos que estavam ali.

–Olá e Boa tarde a todos! Com os últimos acontecimentos, digamos... Tensos, decidimos abrandar a tensão e fazer uma caça ao tesouro! A caça será em duplas, já escolhidas, ao longo da floresta. Vocês precisarão achar cinco objetos especiais (cada dupla terá objetos diferentes) que os levarão a uma pista, essa pista só levará ao prêmio! Nossa querida prof. McGonagall irá definir as duplas e entregar as listas. Boa sorte alunos!

Todos os alunos estavam se entreolhando enquanto McGonagall pegava o tal papel com as duplas. Ela começou a dizer os nomes, o que só me deixou mais tensa.

– Teresa Morgendorf e Fred Wesley. – Senti um aperto no peito e murmurei algo apenas para mim mesma para que ninguém ouvisse. Fixei meu olhar no chão, sem prestar muita atenção nos nomes dos desconhecidos.

– Lucy Baudelaire e Neville Longbottom. – Pude ouvir murmúrios.

– Matilde Saramego e Draco Malfoy. – Dessa vez consegui escutar um “Droga” e mais algumas palavras da rodinha dos sonserinos.

– Katherine Black e Leonardo Valdez. – Bufei para o chão novamente, enquanto outros nomes iam sendo anunciados. – Os mapas estão sendo entregados pelos monitores, existem quatro tipo deles. Cada dupla terá que achar dez coisas que serão diferentes em cada tipo de mapa. É permitida a troca de objetos. – McGonagall suspirou.

– Alguma dúvida? – Ela observou o silêncio que completava o lugar. – Boa sorte a todos.

Olhei para Leo e pude ver que o mesmo estava meio chateado, assim como eu. O monitor da Cornival passou perto de nós e nos entregou o mapa. Aproximei-me de Leo e fomos andando ao ponto de partida enquanto observamos.

– Onde vamos conseguir casca de Wiggentree? E o que é isso? – Leo fazia mil perguntas e minha paciência estava a mil.

– É um tipo de planta, se não me engano fica perto das florestas aqui. – Apontei no mapa.

– A maioria das coisas aqui ficam perto das florestas?

– Um pouco nesse campo, como as raízes de valeriana, mas também tem o muco de verme gosmento, se não me engano fica perto da cachoeira, nas árvores da encosta.

– Vamos pegar quais primeiro?

–Os mais fáceis, obviamente.

[ . . . ]

Havíamos pegado oito objetos, mas faltava o musgo e duas folhas de asfódelo. Eu e Leo não estávamos falando muito, queria realmente perguntar sobre ele e a Lynn, mas o clima não estava dos melhores.

Observei o campo ao redor e consegui ouvir o barulho da cachoeira acalmando o local. Consegui também ver algumas duplas, ou casais, que estavam de mãos dadas andando pelo campo e sussurrando coisas que eu não pretendia descobrir.

Peguei o mapa, olhei para as folhas do chão e observei as flores. Peguei duas delas e olhei para trás.

– Leo, ainda ta ai? – Perguntei enquanto olhei para Leo que olhava o horizonte.

– Ah, sim, claro. – Ele sorriu para mim e se aproximou, deixando eu colocar as flores na mochila.

Peguei uma flor no chão por curiosidade e coloquei em meu cabelo. Leo me olhou estranho e eu apenas suspirei.

– Vamos logo. – Puxei ele pela mão e fomos andando pelo campo até a cachoeira.

O caminho era curto, mas parecia que ia demorar uma eternidade. Suspirei e continuamos a andar. Chegando lá, comecei a procurar, mas havia muitas árvores na beira e era difícil ver sem escorregar para dentro do lago da cachoeira. Leo estava tentando me ajudar quando ouvi alguns passos e risos conhecidos.

– Tipo, é minha banda favorita! – A garota riu.

– A minha também! As músicas são demais, essas de ‘hoje em dia’ são muito estranhas para mim. – Eles vieram até nós. – Ah, oi Kath, oi Leo!

– Oi Fred, Tereza... – Suspirei e me endireitei.

– Conseguiram tudo? Falta três para nós. – Eles riam, o que me deixava muito irritada.

– Quase, é o... – Leo estava falando, mas eu o interrompi.

– É o último. – Fui curta e grossa.

– Ah, ok. – Fred suspirou. – Bem, até mais. – Eles se foram e eu me joguei contra o tronco.

– Impressão minha ou você tem uma ‘queda’ por ele? – Leo riu.

– Você tem pela Lynn, fica quieto. – Ele me olhou sério e meu olho marejou. – Ele é garanhão, pega todas! Nem que uma vaca caia do céu que eu vou ter chances.

– Não exagera. – Leo colocou a mão no meu ombro. – Vamos nos concentrar, não quero perder.

– Ok... – Suspirei e olhei a árvore do outro lado. – Aquilo é musgo? – Leo assentiu com felicidade e pegou um pote.

– Vai ter que passar por dentro do lago para pegar, será que conseguimos sem cair?

– Se você me ajudar, tenho certeza que sim. – Sorri forçado.

Leo conseguiu me pendurar, e eu me estiquei ao máximo com uma dificuldade extremamente extrema, mas felizmente consegui pegar. Arrumei-me perto da árvore e suspirei.

– Vamos voltar logo, não quer... – Fui entregar o pote para Leo, mas escorreguei em uma pedra lisa e fui para trás. Leo tentou me puxar para não cair mas a única coisa que conseguiu foi cair junto.

Bufei de raiva, já ia murmurar algo para reclamar quando percebi que eu estava o beijando e o pote havia escorregado da minha mão. Logo mais ouvi barulho entre as árvores e me separei super rápido de Leo mas foi tarde demais. Lynn estava ali, com gesso e tudo mais. Seus cabelos estavam bagunçados e seu lábio roxo.

– Ninguém merece. – Ela se virou bufando e olhei para o Leo que só se preocupava em subir para a ‘terra’ novamente.

– Lynn, espera. LYNN! –Ele gritou e foi atrás dela.

– Ei, ajuda aqui! – Bufei e tentei subir – Além disso, temos que recuperar o pote ou pegar mais musgo, não sei como.

Sentei-me na encosta e vi que Leo já tinha ido atrás de Lynn. Bufei comigo mesma e peguei a bolsa enquanto minha roupa pingava.

– Que beleza de dia. - Bufei.