Carência e Culpa

Nicolas se sentia culpado. Não era pra ele se sentir assim. Desde o dia em que ele e Marina haviam trocados juras de amor. Ele passou a se sentir mal em relação ao que tinha feito.

Era o certo?

Tudo culpa da burrada que ele havia feito no sábado.

Nicolas havia beijado Raquel.

A garota que estava junto com Lorena na casa do amigo. Não perdeu a chance de jogar todo seu charme pra cima de Nicolas que acabou a beijando.

Era errado. Ele sabia.

Mas ele não entendeu o porque tinha feito isso. Talvez por carência? Ou Raiva? Afinal Marina havia lhe dado um bolo. Trocado ele para ficar com o "namorado" Ele não achou isso justo.

— O que eu faço? — Disse para si mesmo.

Ele nem percebeu a presença de Danilo por ali. Na verdade estavam apenas os dois. Já que teriam cenas juntos depois.

— Ta falando do que aconteceu sábado? — Disse Danilo.

Nicolas assentiu.

— Eu não quero perder a Marina por isso.

— Mas você não vai perde-la. Vocês nem estavam juntos e além do mais ela é madura, vai entender.

Suspirou.

Será que ela entederia mesmo?

Por um lado Danilo estava certo. Nicolas e Marina nem tinham começado nada ainda. Mas por outro era errado, afinal ela estava criando forças para terminar o relacionamento. Estava disposta a largar tudo para ficar com Nicolas e ele nem se importou. Ficou com qualquer uma numa oportunidade. Mesmo que eles ainda nem tenham começado nada. Com certeza ela iria se chatear. Afinal tinha uma boa razão para não ir ou não?

— Eu preciso pensar. Não quero que estrague nada entre nós.

Nicolas falou.

— O certo é você conversar com ela sobre isso. Diz que foi um acidente, erro...Não sei.

Exclamou Danilo.

— Vou fazer isso.

Logo foram chamados para gravar. Depois das diversas cenas de hoje, a diretora da novela conversaria com eles. Ela falaria sobre a nova fase que a banda iria passar na novela e com isso eles teriam que dar uma mudada em seus visuais. Um pouco radical. Só pra marcar a nova fase da banda.

Marina não tinha cenas com Nicolas hoje. Isso a deixou um tanto triste. Já que estava um pouco carente dele. Ela estava achando ele um pouco estranho. Parecia que estava escondendo alguma coisa. Só não sabia o que era. Mas iria descobrir.

Depois do que tinha acontecido no domingo ela nunca mais teve contato com Daniel. Ele preferiu assim. Ela até mesmo apagou o número dele.

Luíza por outro lado não parava de ligar para a amiga. Marina havia dado uma pista do que tinha feito para a amiga. Agora ela não parava de encher o saco da mesma. Porém Marina ainda tinha um certo receio de falar com Luíza. Ela era uma das maiores apoiadoras de Marina com Daniel. Então preferiu evita-la. Pelo menos por enquanto.

Assim que ela conseguiu um intervalo correu para o banheiro. Estava apertada demais. Ela foi até o mesmo e fez suas necessidades. Quando ia sair do banheiro, sentiu seu braço sendo puxado. Seu corpo foi prensado sobre a parede e assim que ela abriu os olhos o encarou.

— Estava com saudades !

Foi tudo que ele disse antes de ataca-la. Sim, isso mesmo. Ele a beijava com tanta intensidade que até mesmo ela se assustou.

Era o desejo falando mais alto.

Naquele beijo ela percebeu o quanto ele a queria.

Quando se separaram, os lábios dela estavam avermelhados assim como os dele, sujo pelo batom que ela usava nas gravações.

— Mas que beijo é esse — Disse Marina.

— Não gostou?

Disse Nicolas pondo uma mecha do cabelo dela para trás da orelha.

— Foi intenso. Mas eu gostei.

Marina disse enquanto limpava os lábios dele sujo de batom. Não seria bom que o resto do elenco visse isso.

— Agora chega de conversa. Estou morrendo de saudades.

Nicolas a beijou de novo. Só que dessa vez ela retribuiu da forma mais intensa. Marina colocou a mão no pescoço dele, intensificando mais aquele momento. Já Nicolas tinha as mãos na cintura dela. Apertou a mesma e Marina gemeu baixinho entre o beijo. Aquilo estava ficando cada vez mais quente. Mesmo assim não se desgrudaram. Continuaram se beijando até faltar o ar no pulmão de ambos. Eles se encararam surpresos. Nunca que haviam dado um beijo como esse. Foi diferente. Foi quente e excitante. A saia que ela usava estava a cima de seu umbigo. Quase não tapava mais as pernas dela. Nicolas com certeza a puxou para cima com o calor do beijo. Mesmo que seja sem querer.

— É melhor pararmos por aqui — Disse ela puxando a saia para baixo.

— Tudo bem. Mas ainda estou com saudades de você.

Disse ele beijando o pescoço dela. Um beijo carinhoso.

— Você anda muito carente ou é só arrependimento de algo?

Marina largou essa e ele suspirou. Sentiu um peso sobre suas costas. Não devia mentir para ela desse jeito. Marina não merecia isso. Mas ele não conseguia dizer nenhuma palavra em relação a isso. Parecia que sua garganta fechava sempre que ele queria dizer.

— Não é nada amor. É só saudades mesmo. Ficamos dois dias só com alguns beijinhos.

— Verdade. Mas vamos dar um jeito nisso. Nós não vamos viver um relacionamento assim. Mas agora tenho que voltar....Devem estar nos procurando.

Disse ela se arrumando. Não podia aparecer toda bagunçada e nem Nicolas.

— Você sempre foge de mim. Não entendo isso — Disse ele um pouco irritado se afastando de Marina.

— Ei. Não diz isso. Temos que ir gravar mesmo. Quanto mais cedo melhor, não é mesmo?

Ele assentiu. Não ligando muito.

— Mas já que você ta com tanta saudades assim. O que acha de dormir lá em casa?

Disse Marina. Ela estava arriscando tudo. Não tinha nada a perder mesmo.

Nicolas logo abriu um enorme sorriso malicioso. Olhou novamente para Marina que tinha um sorriso tímido e ousado ao mesmo tempo.

— Mesmo? E seu pai? — Disse ele.

— Ele já sabe de nós. Não escondo nada dele e nem da minha mãe.

— Eu também falei para minha mãe. Dona Giselle sempre consegue me arrancar as coisas.

Nicolas disse e Marina riu.

Sabia bem como a mãe dele era.

— Tudo bem. Já que você insiste eu vou — Nicolas disse agarrando a cintura dela.

— Eu insisto? Abusado você. Estou te dando um desconto. Já que está carente — Disse Marina dando um selinho nele. Nicolas riu.

— Mas antes de irmos, vamos passar lá em casa.

Nicolas disse novamente. Marina assentiu.

— Agora vamos voltar antes que nos caçem.

Disse ela dando tapinhas no peito dele.

— Tudo bem. Vamos!

Eles deram um último beijo antes de voltarem a suas obrigações.

Mal eles viam a hora de serem liberados.