Thema Nr1

Pra valer


Chegamos em casa esgotados. A minha cama quentinha está me chamando. Larguei tudo no chão do quarto e deitei com a roupa do corpo mesmo. Nada me tiraria dali tão cedo.

Dormi por horas sem ser incomodado. Kris nem mesmo me chamara, o que era estranho. Estávamos com saudade um do outro. Não dei muito importância. Logo depois que ela acordasse eu a chamaria.

- Tom, acorda! visita pra você! - a voz de minha mãe chegou até meu quarto. Quem será? juro que me mato se for a Jeny.

- Pera! Pede pra esperar vinte minutinhos! - corri para o banheiro tomar uma ducha e trocar de roupa. Nunca tinha me arrumado em tão pouco tempo. - Bill! - chamei do meu quarto.

- Oi, seu chato. - ele já estava arrumado, parecia ter acordado há muito tempo.

- Quem tá ai?- coloquei um boné por cima de uma faixa prendendo meus dreads.

- Kris. - falou como se fosse óbvio e sentou-se na minha cama. - Vai lá, Cinderelo, vai bem bonito pegar a sua princesa. - riu escandalosamente de sua piada péssima. Revirei os olhos e desci a escada o mais rápido que pude.

- Ele hiberna. Com certeza é o mais dorminhoco daqui de casa. - minha mãe ria, com certeza falando de mim para ela.

Kris riu docemente tomando um copo de suco que minha mãe tinha servido à ela. Estava abatida, com uma calça jeans cinza e um moletom lilás, junto de uma All Star de sua coleção. Ela parecia ter se arrumado para causar uma boa impressão. Era a primeira vez que vinha em minha casa.

- Oi Kris. - sorri chegando à sala.

- Oi! - ela levantou-se e me deu um beijo na bochecha.

- Bom, vou fazer o almoço. Fiquem à vontade.- Sempre simpática, né Dona Simone? Assentimos e sentamos no sofá.

- Tudo bem contigo? Tá parecendo meio chateada... - segurei sua mão levemente analisando seus olhos.

- É, eu tô um pouco... - respirou fundo para explicar. - Minha mãe vai viajar essa semana e vou ter que ficar com Peter, só que nós estamos brigados. Vai ser um inferno. - suspirou e fez uma cara que me partiu o coração.

- Own... Não fica assim, pestinha. Eu tô aqui do lado. Qualquer coisa vem pra cá. - sorri perto de seus lábios e desviei para uma mordida em sua bochecha.

- Ai! - ela riu e me abraçou.

- Estão com fome? - minha mãe entrou na sala. - Ahh, me desculpem. Tom, eu não sabia que estavam juntos... - falou sem graça.

- Esqueci de contar. Estamos namorando. - sorri e virei-me pra ela.

- Oh, que ótimo! Raro de se ouvir isso vindo de você. - ela riu e voltou para sala. Kris me encarou sorrindo e com as mão na cintura.

- Estamos? - ainda sorrindo.

- Sim. - balancei a cabeça. - Agora é oficial. - juntei nossos corpos rapidamente e invadi sua boca com a minha língua, que há muito ansiava por isso.

Kris retribuiu até certa parte, mas logo me empurrou.

- Sua mãe! - levantou-se.

- Então vamos para meu quarto. - falei ofegante querendo ter um contato mais demorado com Kristin.

- Não mesmo! - ela riu e foi até a cozinha.

- Hey, seu pervertido. - Bill riu da escada. HAHA, besta.

- Okay, seu chato. Parei. - ri e fui até a cozinha.

Almoçamos todos juntos, até mesmo Kris ficou por lá.

- Vamos fazer alguma coisa hoje? - Bill perguntou girando-se na cadeira como uma criança.

- Vamos. Kris e eu. - sorri e recolhi a mesa.

- Ahh, então vou ligar pra Kate. - se encolheu e foi até o quarto correndo.

- Tom, vou trabalhar. Limpe a cozinha. - minha mãe me dei um beijo estalado. - Vamos Gordon!

Não demorou muito até ficarmos sozinhos em casa. Bill foi ver Kate no shopping e meus pais estavam trabalhando. obviamente não sabiam que Kris tinha ficado sozinha comigo em casa.

- Vou lavar a louça. - falei desanimado.

- Vou escovar os dentes lá em casa. Já venho, Tommie. - ela me deu um selinho e foi embora.

Tempo suficiente para terminar meu serviço e encaminhar minha higiene pessoal. Escovei os dentes e lavei meu rosto. Ainda com o rosto coberto pela toalha, senti os braços de Kristin envolverem meu peito.

- Cheguei. - sussurrou ao meu ouvido sedutoramente e beijou meu pescoço, subindo e mordendo suavemente o lóbulo de minha orelha. Kris, cuidado... Larguei a toalha na pia e virei-me para ela que me encarava diferente.

Segurei sua cintura com firmeza e beijei seu pescoço. Guiei-a até a cama do meu quarto e fui para cima dela, mordendo seu lábio e lambendo sua língua. Nada me surpreenderia mais do que o que ela fez. Kris, que sempre foi um tanto quanto cautelosa, agora enfiara a mão por dentro a minha camisa e arranhava meu abdome. Com um segundo de descontrole, mordi seu pescoço e comecei a sugar sua pele com força. Dentre mordidas, chupões e beijos, sempre encostava minha língua em sua pele para provar seu gosto. Agora ela também não se controlava. Deixou escapar um gemido contido e apertou-se mais forte contra meu corpo. Pudia sentir a excitação correr pelo meu corpo, deixando-me mais descontrolado. Passei a arranhar sua perna ainda por cima da calça jeans, nada muito ousado, mas que a fez tomar uma atitude.

- Não sei se estou preparada. - ela sussurrou sem graça.

- Calma. - sorri encarando seus olhos. - Não estamos fazendo nada. - fiz a cara mais inocente que consegui.

- Tudo bem. - ela sorriu aliviada de me puxou para mais um beijo lascivo.

Virei-me de lado e deitei sobre seu peito, sentindo sua espiração falhar. Não posso fazer isso. Não quando ela não se sente confiante e tranquila.

Ficamos mais algumas horas juntos, mas como tudo que é bom acaba, Kris teve que ir para sua casa. Não demorou muito a minha mãe chegar junto de Gordon. Inventei uma desculpa qualquer para a fuga de Bill, que com certeza não chegaria tão cedo em casa.

Subi as escadas lentamente me lembrando da tarde que passei com Kris. Nosso namoro oficializado e seu sorriso surpreso. Tudo extremamente perfeito. Sorri para mim mesmo e me joguei na cama. Tudo que eu queria era tê-la ao meu lado naquele instante. Ei, mas eu posso tê-la ao meu lado! Levantei num pulo de minha cama para a varanda de meu quarto que dava para a janela de Kristin. Bati três vezes na janela mas nada aconteceu. Onde ela está? Desanimado, virei-me em direção ao banho. Certamente que não a veria mais, pelo menos hoje.

Tomei meu banho e logo fui pra cama. Ouvi os xingamentos de minha mãe com o desaparecimento de Bill e até senti que devia ajudá-lo, mas algo não permitia que eu saísse de minha cama. Talvez aquele cheiro que exalava de Kris que agora impregnava meus lençóis. Poderia morrer sufocado de tanto que eu aspirava o ar para absorver cada fragmento do perfume da garota. Viciante. Cheirava, prendia a respiração, pensava nela, pensava em seus lábios, pensava em sua pele...