The price of evil...

Right this way, you've dug your own grave.




Se Jimmy estivesse aqui teria dito que eu sou completo idiota. Se Jimmy estivesse aqui isso tudo nem estaria acontecendo.

Se.

A vida na banda, mulheres, tudo começando a dar certo e de repente... Acaba. Zack, Matt, Johnny e eu estávamos mais unidos depois da morte de Jimmy, mas aquela vadia de merda tinha que aparecer e foder com tudo.

Vamos lá, Brian. Deixe de ser idiota.

Eu não sei o que eu tinha na cabeça quando empurrei Lisa daquele jeito, mas eu havia pedido desculpas. E porra, ela mentiu! Ok, eu não tinha agido da melhor forma, mas não sou o único errado da história, mas de uma hora pra outra começaram a tratar-me assim, como se apenas eu tivesse cometido erros. O vilão.

Aquele que havia sido nos últimos dias, não era eu de verdade. Era um eu diferente. Um eu magoado.

Mas essa parte de mim sabia o que precisava ser feito.

Parei de fitar o nada, Zack estava mais imóvel que uma pedra na outra pequena cama que ficava ao lado da minha, larguei a garrafa de Vodka e caminhei para fora do quarto.

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Era o último dia que estaria aqui com os meninos. E depois? Johnny dormia no sofá da sala com o videogame ainda ligado. Passei diretamente para a cozinha e comecei a procurar algo decente para comer. Esforço em vão. Continuei revirando os armários.

-Acho que o porpeta não deixou sobrar muita coisa, não é? – Girei automaticamente meu corpo para a direção da porta e lá estava ele. Apoiado na parede, com os braços cruzados, uma camisa regata larga e fina, deixando à mostra a maioria de suas tatuagens. Que presença agradável.

Forcei um sorriso e voltei a vasculhar o armário, não que eu ainda tivesse esperança de encontrar alguma coisa, somente por que não queria ficar o encarando ou deixando espaço para qualquer tipo de conversa.

-Está com fome? –Lancei-lhe um olhar como se ele houvesse feito a pergunta mais idiota de todo o mundo. – Ok, isso é óbvio. Mas não precisa ficar preocupada, a próxima cidade é bem perto daqui, vamos chegar mais cedo, passar o dia em um hotel e eu posso te levar pra almoçar em algum canto.

-Tenho certeza que não será necessário, o hotel deve ter serviço de quarto. –Respondi sem olhá-lo, não fazia a mínima idéia de qual teria sido sua expressão depois da minha resposta. Continuava remexendo o armário.

-Não acredito que você seja tão idiota ao ponto de ainda não ter percebido que não tem porra nenhuma nesse armário, então acho que estar fazendo isso pra me evitar.

-Ah, você acha? Poxa, fico imensamente triste ao ver que você tem uma ideia tão errada de mim. - Respondi da forma mais irônica possível, mas dessa vez resolvi olhar em sua direção. Não decodifiquei aquela expressão.

-Liss...

-Lisa. – O corrigi imediatamente.

-Lisa – Revirou os olhos- sei que ainda não me desculpou pelo o que fiz e porra, eu to me sentindo mal por isso. Fui um idiota te empurrando daquele jeito, mas não fui o único a cometer erros aqui. – Ele não parecia tão calmo, tinha uma expressão atordoada. Uma expressão que eu já havia visto antes.

Por favor, eu prometo que vai ser tudo diferente de agora em diante. Serei a melhor mãe que puder, eu sei que errei e me culpo por isso todos os dias, acredite. Mas estou aqui implorando para que me perdoe. Você precisa de mim e sabe disso. Clarisse, por favor.

-Liss?

-Que foi?

-Nada. É que às vezes você simplesmente para e fica fitando o nada, é como se você desse pausa em todo o mundo e sumisse dentro dos seus pensamentos. E eu queria poder te acompanhar. -Desencostou-se da parede e andou lentamente em minha direção, ficamos separados apenas pela mesa americana à nossa frente. –E depois do show de hoje à noite? Como vai ser?

-Como vai ser o que?

-Eu e os meninos vamos voltar para Huntington Beach. - Fez uma pausa. - E você vai pra onde?

-Não sei. –Percebi que já estava sendo simpática demais. –Para onde vão as bateristas de merda? -Dei de ombros.

-Você não vai me perdoar nunca, não é?

-Eu já te perdoei, mas não esqueci. Como eu posso tentar confiar em você de novo? As pessoas não mudam. –Algo que eu havia aprendido em House, meu seriado de TV favorito.

Ele ficou ali. Imóvel e olhando-me de uma forma que parecia conseguir ler meus pensamentos. Senti que o ônibus havia parado de se mexer.

-Te vejo outra hora. –Sai andando um pouco apressada, mas parei na porta da cozinha quando Synyster chamou pelo meu nome. –O que foi? –Em pouco tempo ele já estava à minha frente. Muito perto.

O vi abaixar-se um pouco tentando ficar na minha altura, senti suas mãos agarrando firmemente minha cintura e seus lábios nos meus. Meu corpo todo ficou congelado, mas em poucos segundos senti-me correspondendo ao beijo automaticamente. Eu não podia fazer aquilo. Não podia. Sua língua percorria a minha boca e suas mãos deslizavam da minha cintura para a minha nuca.

De repente não consegui sentir algo que não fosse raiva. Estava sendo uma tola, só mais uma que caia naquele papinho de conquistador do Synyster. Tentei me desvencilhar do seu abraço, mas seus braços me puxavam mais para perto de seu corpo cada vez mais, então mordi seu lábio inferior com toda a minha força. Talvez ele não tivesse entendido que a mordida era por raiva, senti gosto de sangue em minha boca e ouvi o grito abafado de Synyster.

-Qual é o seu problema garota? –Pressionava a mão contra o lábio.

-Você! –Berrei. – É muito fácil, não é? Vir aqui, jogar o seu papinho de galanteador barato e me agarrar.

-Ei, eu não te agarrei! Falando assim até parece que você não correspondeu.

-Synyster, olha aqui, não me entenda mal, mas eu quero você o mais longe de mim possível! Cara, já não bastava ter me dado sete pontos de presente na testa? Porra, Synyster... – Eu realmente não sabia o que falar, não encontrava palavras que expressassem o tamanho da minha raiva. –Eu não sou uma dessas vadias que você costuma agarrar e que ficam perdidamente apaixonadas por você. As coisas não são assim.

-Ei, ei, ei. O que ta acontecendo aqui? –A voz de Matt assustou-me, acho que gritei um pouco alto demais. Senti-me corar, não gostava de ter muita atenção sobre mim. Synyster permanecia em silêncio.

-Nada. Com licença. – Sai da cozinha dando passos largos em direção à porta do ônibus. Precisava sair daquele lugar o quanto antes. Liss, aonde você ta indo? Johnny parecia meio confuso, ignorei a pergunta.

Abri as porta o ônibus com um pouco de dificuldade e em alguns segundos já sentia a luz do sol invadindo os meus poros.

O que era aquilo? Simplesmente não conseguia imaginar quantas pessoas estavam lá fora. Tive a sensação de cegueira com tantos flashs e várias perguntas ecoavam na minha cabeça.

Você é namorada de um dos Sevenfolds? Tem informações sobre o mistério do novo baterista? É verdade que M. Shadows está se separando de Vallary? Vocês estão tendo um caso?

Estúpida!