The mine word: Blue roses.

Capítulo 21: Dias longos.


Visão de ???: Passado.

O calor e a fumaça eram sufocantes. O aço fresco era derramado nas formas e modelado por um pesado martelo. Não era um ferreiro qualquer que estava fazendo aquelas espadas.

Ele as mergulhou na água fria, finalizando o processo. O que faltava eram detalhes. Polir o aço, o cabo, gravar marcas e, claro, colocar os encantamentos.

—Essas são belas lâminas, madame. Tem certeza de que deseja encantar elas?

O homem era um bom ferreiro e leal aliado. Tinha uma cabeça praticamente sem cabelos, com uma grande barba ruiva, braços fortes, peito definido, roupas sujas e queimas e exalava um forte cheiro masculino.

—Não questione. Faça.

—A senhora manda.

Depois de finalizadas, as duas espadas estavam impecáveis. Eram brilhantes e tinham um brilho metálico vivo.

—Um bom trabalho como sempre, Firefore. Aqui está o pagamento.

—Preciso admitir que nunca encantei lâminas gêmeas antes. Não tenho certeza do resultado.

—Confio em você. Jamais me desapontou.

—Bom ouvir isso de você. Escuta, sobre aquela noite, eu...

—Está tudo no passado. Estávamos confusos, prevendo a morte e querendo conforto. Aconteceu. Acabou.

—Se essa é a sua opinião, então não irei discordar. Só saiba que foi muito bom para mim.

—O sentimento é recíproco, meu velho. Agora volte ao trabalho.

Um bom homem, sem dúvidas, com um bons movimentos, porém péssimo amante. Uma vez foi o suficiente.

Retirei as espadas das bainhas, reparando as diferenças do aço. Embora tivessem sido forjadas juntas, uma era mais acinzentada enquanto a outra era mais prateada.

Coloquei ambas as lâminas na palma de minha mão direita e, de uma só vez, abri um corte. O sangue espirrou, cobrindo o aço de vermelho. Era belo.

As espadas brilharam, tomando a forma de duas crianças. Eram belas, quase iguais, assim como as próprias espadas. Estavam como todos vem ao mundo.

—Mestre. —Ambas se curvaram, demonstrando sua lealdade.

Esse seria, certamente, o início do fim.

Visão da Pompo:

O dia foi corrido. Bem mais corrido quanto nenhum outro foi. Depois de toda confusão, a festa se ajeitou e chegou ao fim. Steve apresentava agora um dos rituais mais interessantes da sua raça.

Steve colocou uma vela enfiada dentro da maior torta da festa. Meu pai a acendeu usando seu craft, iniciando o processo. A expressão de felicidade no rosto da Alex era magnífico.

Steve começaria a guiar os outro em uma canção que, depois de tanto tempo, decorei. Já os outros... Bem...

Happy birthday to you...! Happy birthday to you...! Happy birthday dear Alex... Happy birthday to you!

Todos bateram palmas quando Alex apagou a vela. Era muito divertido, especialmente pra ela.

O que aconteceu depois foi história. Cortamos a torta, comemos, as crianças foram dormir, os adultos, menos eu, beberam vinho e cerveja e dormimos. Steve e eu estávamos tão cansados que nem pudemos nos divertir um pouco na cama.

Quando foi pela manhã, acordei com o barulho das barracas sendo arrumadas do lado de fora.

Tentei acordar o Steve, mas ele parecia estar com uma baita ressaca, então o deixei na cama.

Hedyps foi a primeira que encontrei, sentada em nossa varanda. Ela observava o desmontar do acampamento.

—Então vocês já vão? —Perguntei, sabendo a resposta.

—Precisamos ir. É meio urgente, sabe? O Skel sabe dessas coisas melhor do que eu.

—Então é verdade o que ele disse do pedido de casamento?

—Pois é. Não sei como aconteceu. Meu filho? Rei? Como poderia imaginar?

—Ninguém poderia. Mas vocês irão depois de tanto tempo?

—O prazo pra uma resposta era metade de um ano, e só gastamos metade disso. Estamos bem. Iremos até a capital e falaremos direito com rei. Também quero conhecer a pequena, se você bem sabe.

—Sim, não é qualquer uma que pode casar com nossos filhos.

—Filhos... Quatro anos e ainda não acredito que sou mãe. O tempo voa.

—Voa mesmo. Parece que foi ontem que encontrei o Steve desmaiado no bosque.

—E eu agradeço por isso. Se não o tivesse achado, eu nunca teria conhecido o Skel.

—"Uma coisa leva a várias", seria o que o Steve diria.

—Com certeza.

—Olha, vou preparar algo pra comer. Quer?

—Quero. Deixe que eu ajudo.

Visão do Skel:

Chegamos ao porto de Eighpatt, no Reino Aranha. Foram longos dias de viagem.

Quando embarcarmos, me senti aliviado pelas crianças não terem a fraqueza do mar que a Hedyps tem. Chega a ser crueldade levar ela nessas viagens assim.

Tratei de não pensar muito em nada, apenas em cuidar dela e em não deixar que as crianças caíssem do navio.

Depois de três longas semanas, com paradas ocasionais para abastecer o navio, nós finalmente chegamos ao porto da cidade branca, localizado dentro de uma baia semi-congelada.

Tudo era tão ou mais branco do que as coisas na fortaleza onde cresci. Eram como voltar para uma casa que nunca visitei.

Fomos recebidos no porto pelo pessoal do castelo e levado até o mesmo sobre as costas de mamutes, animais fascinantes com grandes dentes protuberantes é um nariz longo e musculoso. Um animal formidável, sem dúvidas.

O castelo era no alto de uma encosta, em relação ao porto. No alto, finalmente olhando para a verdadeira capital, eu pude ver que o que eu pensava ser um hiato, era real.

A Cidade branca havia sido construída ao redor de uma profunda ravina que cortava a planície branca. Porém, por algum motivo, o castelo se encontrava sustentado sobre a ravina, formando uma das três pontes que ligavam uma parte da cidade a outra.

Quando passamos pelos portões, pude ter a visão do interior da ravina. Havia lava em seu fundo. Agora fazia algum sentido, pelo menos. O calor subia, aquecendo as paredes do castelo. Seria uma boa ideia, se não fosse o mais moderno encanamento que transportava a lava para câmaras subterrâneas e fazia vapor quente correr por dutos para todo o castelo. O construtor deste lugar, assim como seus sucessores, foram gênios.

Hedyps me despertou de meu transe quando nós apresentamos ao rei. Nem lembrava de ter descido do mamute.

Xum Von Blubei Esqueleto era um homem misterioso. Meu avô nunca o conheceu, mas sempre disse que ele seria um rei horrível.

Sua filha, a pequena Carine Von Blubei Esqueleto, era realmente mais velha que Hekke. Uma problema que não pareceu afastar os dois num primeiro encontro.

Embora pequeno e inexperiente, Hekke foi um verdadeiro cavalheiro. Beijou a mão da princesa, fez elogios ao seu vestido e penteado e apresentou os irmãos a ela. Mesmo que não fosse uma situação confortável, era glorioso ver meu filho agindo daquela forma.

—Muito bom, vejo que nossos filhos se entenderam. É um prazer conhecer você também, Skel, assim como sua senhora. Como se chama?

—Hedyps, meu rei.

—Também é um grande prazer conhecer a senhorita e seus filhos. Sabe, a senhora é a primeira Aranha da história a entrar na Cidade branca.

—Jura? Ninguém antes veio?

—Hedyps, olha os modos. Perceba que estávamos em guerra até bem pouco tempo.

—Tudo bem, Skel, é uma pergunta esperada. A propósito, podem me chamar de Xum. Não gosto mundo de ser chamado de "Meu rei" o tempo todo.

—Então que assim seja. É uma honra estarmos aqui, Xum.

—Pela Lua, não, a honra é minha. Sua família é lendária entre todas e conhecer alguém que participou e planejou a queda do Portão de fogo norte certamente é uma honra. Vamos deixar essas formalidades de lado por enquanto é comer alguma coisa. Os próximos dias serão longos, amigo.

Ele colocou a mão sobre o meu ombro. Eu sabia que aquilo seria sério.