The mine word: Blue roses.

Capítulo 22: Conversa de casal.


Visão da Carine:

O jantar com os Witywolves foi excelente. Melhor do que esperava. Diferente do que pensei, eles até que foram bem educados à mesa.

A menina, Henne, era a que tinha a melhor postura, de fato. Parecia ser a mais inteligente dos três. O menino mais velho, Lhelt, não era muita coisa, mas tinha uma grande determinação e sabia o que queria. De fato seria um bom General. Já o mais novo, Hekke... Como meu pai pôde escolher ele como meu marido?! Ele é desatento e estranho. Ficou me encarando durante o jantar.

—Meu pai é um idiota. —Andava de um lado ao outro do quarto. Não conseguia dormir. Não pelo frio, que era de matar, mas pela desconfiança nos planos de meu pai. —Isso não vai chegar a lugar algum. Preciso pensar nisso em outro lugar.

Decidi que iria até a estufa, uma parte do castelo destinada ao cultivo de frutas, temperos e algumas verduras. Viver onde nada cresce naturalmente não é uma tarefa fácil. E foi aqui que descobri o porquê de meu pai me manter viva. Meu craft.

Ao contrário de muitos reis de nossa linhagem, meu pai não possui craft. É tão fraco quanto qualquer outro plebeu. Ou, melhor dizendo, qualquer plebeu é mais forte do que ele.

Meu pai me inveja. Sei disso. Meu craft pode não ser muito poderoso ou de um nível muito alto, mas é raro. Um dos mais raros entre os Esqueletos. O "Toque branco", como alguns chamam. O poder das plantas.

Sempre gostei de plantas. Elas me entendem e eu as entendo. Praticamente tudo nessa estufa foi cultivada com o meu poder. Nossa família a manteve viva durante gerações com esse poder.

—Não está certo. Não está. Ele... Ele é só um moleque. Não quero me casar com ele. Não quero! Não podem me obrigar. —As plantas me respondiam. Era como música. Precisava ser decifrada. —Obrigado.

Passos vinham do corredor. Quem poderia ser tão tarde da noite?

—Tem alguém aí? —Era o Hekke.

—S-Sim, estou aqui. O que foi?

—Nada. Só pensei que... Credo! Não está com frio vestida desse jeito?

Estava usando apenas minha camisola e a roupa íntima. Não sentia frio, mesmo descalça. —Está tudo bem. Gosto do frio. Mas e você? O que faz aqui?

—Não consigo dormir bem fora de casa. Pensei em conversar um pouco com você, se estivesse acordada, mas você não estava no quarto.

—Precisava pensar umas coisas. Eu gosto daqui. Desse lugar. Me deixa tranquila. —Talvez ela vá embora daqui a pouco. Só preciso enrolar ele. —Então, o que queria conversar?

—Não tenho certeza. Só ouvir a sua voz seria bom.

O que ele está tramando? —Para, não tem nada de especial na minha voz.

—Não, ela é linda. Bom, você é lindo. Não, o que estou dizendo? Espera...!

—Você é bastante confuso, não é? Foi assim também durante o jantar. Estava me olhando porque me achou bonita?

—Você sabia? Droga... Pensei que... Desculpe.

—Tudo bem. Deve ser difícil resistir. —Talvez eu possa usar ele contra o meu pai. —Veja. —Deu uma volta para que ele me visse. —O que achou?

—Linda. Está mais linda do que no jantar.

—O que achou tão lindo em mim?

—Não tenho certeza. Aquele seu vestido era bem bonito, mas o seu pijama é muito mais.

Esse menino está vidrado em mim. —Você é a primeira pessoa que me diz isso. Obrigada. —Se eu forçar um pouco... —Você já viu uma garota? Quero dizer, como maridos vêem?

—Não entendi...

Ele é mais inocente do que pensei. —Não gostaria de ver? —Levantei a saia da camisola, mostrando parte da minha calcinha. —Se for você, eu não me importo.

—... —Ele estava sem reação. Começou a andar para trás e caiu num canteiro de flores. —Ai. Desculpe.

—Tudo bem. Eu conserto. —Me aproximei das flores quebradas. Ainda estavam vivas, o único fator que portava. —Ahu brot voll lume! —As flores voltaram ao seu estado. Estavam boas.

—O-O que foi isso? Como fez isso?

—Esse é o meu craft. É horrível, não é?

—Não! Ele é incrível! Me mostra mais!

Ele realmente gostou? Nesse caso... —Tudo bem. Quer comer alguma fruta?

—Uma maçã.

Me aproximei da macieira é recitei o craft novamente. Duas maçãs brotaram de um dos galhos. —Aqui, pega. —Joguei a maçã.

Hekke a agarrou e deu uma mordida. O barulho ecoou pela estufa. —É a melhor maçã que já comi! Isso é incrível, princesa.

—Pode me chamar de Carine. Muita gente já me chama de princesa. Isso é irritante.

—Tudo bem. —Ele continuava distraído com a maçã. Olhando assim, até que era fofo. Só um pouco.

—Está ficando tarde. Temos um dia cheio amanhã. Melhor irmos dormir.

—Vamos ficar mais um pouco. Quase não conversamos. —Ele se sentou apoiado no tronco da macieira. —Vem, senta aqui.

Me sentei ao seu lado. Ele era bem pequeno. —Você com certeza é um pouco irritante.

—Desculpe. Não consigo evitar.

—E quanto ao que eu disse antes?

—Sobr... Uh!

O beijei de surpresa. A cara de espanto dele foi hilária. —Agora somos compromissados. Você não pode beijar ninguém além de mim, ouviu?

—S-Sim...

—Obrigada. —Divaguei um pouco sobre o que fiz. —Sabe, foi o meu primeiro beijo.

—O meu também. Por que fez isso?

—Porque quis. Não gostou?

—Não, não é isso! É só que...

—Eu achei que você fosse estranho, mas até que é fofo. —Beijei sua bochecha dessa vez. —Estou com sono.

—Quer ir pro quarto?

—Não, aqui está bom. —Deitei sobre ele. —Boa noite...

Ele está na palma da minha mão. Esse é só o início, pai. Você não perde por esperar.