A brisa estava boa e o sol batia de leve em meu rosto. Estava deitado sobre um galho de árvore qualquer. Onde estaria? No reino Creeper? No Nether? Talvez na Selva dos gigantes? Não havia como saber. Bom, não estou matando o tempo aqui, e sim esperando uma amiga.
A criatura tem a altura da Ender, com cabelos de cor cinza bem escuro, porém com olhos prateados como metal batido e roupas tão cinzentas quanto o céu do Nether em dia de tempestade. Silver poderia ser definida como: "meu boneco de barro" ou, em outros termos, ela seria para mim o que o Slen é para a Ender. Eu a criei de forma única, sem nenhum traço de outras raças.
—É raro você me chamar de volta a este mundo, senhor Brine. —Disse ela, de braços cruzados e com uma voz meio rouca que já era natural sua. —Quando foi a última vez? Há uns dois mil anos? Acho que chega perto disso.
—Não seja tão calculista, Silver. Sabe porquê a chamei aqui.
—Este humano que escolhi também foi um inútil? Mil desculpas, senhor Brine, buscarei outro o mais rápido possível.
A encarei com olhos curiosos, ou assim tentei. —Na verdade é o contrário. Eu adorei o humano que você mandou dessa vez. Ele é muito divertido de se assistir.
—Estou confusa, senhor Brine, por que me chamou até aqui?
Suspirei calmamente e saltei do galho da árvore. —Não posso rever minha velha amiga?
—Sabe que não pode me enganar com essa conversa, senhor Brine. Diga o que quer. Lembre que o portão está desprotegido enquanto estou aqui.
—Sei disso. Estava pensando que seria bom manter você o mais próximo quanto possível de mim. Sinto que a Ender planeja voltar a este mundo.
—Mas a única forma de fazer isso seria...
—Exatamente. Mas esse jogo pode ser jogado por dois. Fiquei meio relaxado durante esses últimos tempos, mas talvez esteja na hora de voltar ao mundo.
—Espera, não me diga que você vai fazer... —Ela me olhou com seus olhos metálicos, perplexos com a notícia.
—É isso mesmo que você está pensando, Silver. Eu vou reencarnar em breve.
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