The history of us

Novidades escandalosas.


Parei por três segundos. Corri até o meu pai que me esperava com os braços abertos. Abracei-o confortavelmente e amorosamente. Meu pai me apertou contra si, como se eu fosse desmanchar em seus braços. Beijou o alto da minha cabeça e acariciou meus cabelos.

–Minha filha, que saudade de você.

–Papai...

Comecei a soluçar. Ele me soltou. Fiz menção para irmos para a cozinha. Bebi um pouco de água e dei-lhe um pouco. Pedro observava lá da porta. Sentei-me à mesa com papai e pedi a Pedro que se juntasse a nós, e ele fez. Comecei o assunto.

–Pai, por onde esteve? Por que nunca me contou sobre Julieta?

–Eu não podia. Fiz uma promessa.

–A quem?

Ele se calou. Sabendo que eu iria insistir se não respondesse, suspirou. Bebeu mais água e se preparou para falar.

–Sua mãe.

–O que?!

Parei. Não, minha mãe estava morta. Ou pelo menos foi o que os anjos disseram. Encarei meu pai em busca de resposta. E eu imagino o olhar que deveria estar lançando sobre ele, pois se encolheu ligeiramente.

–Sim, ela está viva Alice.

–Os anjos disseram que não, que ela estava morta.

–Os anjos não sabem se ela viva ou morta. Então simplesmente dizem que ela está morta.

–Papai, você precisa me levar até ela. Eu preciso conhece-la.

–Não posso. Não agora. Você precisa esperar um pouco.

–Pai, não. Preciso obter respostas. Temo que algum ruim está por vir.

–Sim, você tem razão.

Virei bruscamente na direção dele. Pedro levantou da mesa. Olhei para os dois que compartilhavam quase a mesma expressão.

–Você está louco?-Pedro grunhiu.- Não pode dizer essas coisas para ela agora.

–Não me dizer o que?

–Ela precisa saber.- Meu pai disse olhando-o.- Não adianta mais esconder. Sobre a mãe dela é uma coisa, sobre ela é outra. Não vê o que ela já fez? Sozinha? Você realmente acha que os arcanjos não viram isso? Que não irão procurar as irmães por terem contado a ela tanta coisa? Que daqui a pouco ela vai notar as coisas que andam acontecendo com ela? Se é que já não notou.

–Pessoal estou aqui. Bem aqui.

–Mas... mas e se contarmos e ela não entender? Se ela pensar que é uma coisa ruim?

–Ela não vai, Pedro. Alice já entende mais que qualquer um de nós um dia poderíamos entender. Ela vai saber a verdade sobre tudo isso, e depois nós a levamos até sua mãe.

–Isso é loucura, loucura!

–Cale a boca Pedro!- Papai berrou. -Ela vai saber, agora, quer você queira ou não.

Papai sai da cozinha pegando seu telefone discando para alguém. Olho para Pedro que anda de um lado para o outro pensativo. Pousa seus olhos em mim por um momento e volta a andar de novo. Papai retorna momentos depois. Senta-se ao meu lado e suspira longa e profundamente.

–Liguei para Maria. Em questão de minutos ela estará aqui.

–Maria? O que ela tem a ver com tudo isso?

Papai e Pedro se entreolharam.

–Dá pra vocês pararem com isso? Respondam a minha pergunta sem ter que ficar se olhando.

Papai olhou para mim, e alguma coisa naquele olhar me disse para eu me segurar pois a bomba era enorme. Respirei fundo.

–Maria é filha de um anjo e um demônio.

–O que?

–Espere. Só que quando a mãe dela estava prestes a tê-la, caiu e virou um demônio.

–Então ela deveria ter qualidades mesmo que pequenas de anjo, não?

–Sim, e ela tem. Mas o papel dela isso tudo é que vocês tem algo em comum, só que você é a exceção.

–Por que eu sou a exceção?

Papai e Pedro se olharam de novo. Só que desta vez com um pouco de preocupação.

–Porque sua mãe ainda é um anjo.