The history of us

Aquilo que sempre quis.


Tudo na cozinha pareceu girar. Nunca entendi realmente o motivo disso tudo, menos ainda agora. O que eu sou?, essa pergunta me rodeava agora. Estava tudo muito confuso agora. Precisei de alguns momentos para digerir aquilo. E a Julieta? Ela também é assim? Olhei para Pedro e papai. Exigi explicações só de olhá-los.

–Bem, antes que você pergunte, Julieta é filha só minha.-Oque?

–E por que ela é igual a mim?

–Não sei. Ela é uma junção minha com uma mulher que eu gostei no passado. Não sei porque ela nasceu igual a você.

–Isso é muito confuso pai...mais do que eu ser quarenta e cinco por cento anjo, quarenta e cinco por cento demônio e dez por cento humana.

Pedro riu e eu o acompanhei.

–Não vamos desviar do assunto. Pai, eu preciso ver a Julieta e a mamãe. Não podemos simplesmente me esconder de tudo. Não pode achar que não estou preparada porque eu estou. Deus, eu fui no Céu e voltei, eu preciso ir no Inferno agora?

–Não!- Papai e Pedro disseram juntos.

–Então vamos logo com isso. Se tiver que ficar parada digerindo informações, que seja tudo de uma vez.

Eles se olharam mais uma vez, pensando no que diriam sobre isso.

–Eu juro, se vocês se olharem mais uma vez para falar algo sobre esse assunto eu arranco seus olhos e colo no teto!- Explodo.- Vou arrumar minhas coisas enquanto vocês fazem suas ligações.

Subo correndo para meu quarto arrumando minha mochila com tudo que era necessário para coisas sobrenaturais. Procurei no quarto do papai livros que seriam necessários também. Então eu ouvi o familiar som de asas se abrindo. Sem pensar duas vezes desci correndo as escadas a tempo de chegar na sala e ouvir os berros de Julieta.

–Agora que você me chama? Agora?

–Não fomos nós, se dependesse de mim você não estaria aqui.- Pedro disse.

–O que está acontecendo aqui?- Pergunto vendo os três com as asas abertas e prontos para o ataque.- Vocês não conseguem conversar como criaturas sobrenaturais civilizadas?- E só quando eles começaram a rir que eu fui perceber que foi engraçado.- Parem de rir de mim. Não foi por mal.

–Tudo bem Laura.- Julieta disse ainda rindo. Então caminhou até mim me abraçando fortemente.- Senti sua falta. E fiquei preocupadíssima. Você é doida? Fugir daquele jeito. Mas isso não vem ao caso agora. Vamos encontrar sua mãe e resolver esse problema familiar.

Ela me soltou e eu fui pegar minha mochila. Decidi me trocar, pondo um jeans confortável e uma blusa preta com mangas. Desci as escadas acabando de calçar as botas. Quando cheguei na sala tudo estava preparado. Eles eram rápidos. Dei a mão para Pedro enquanto o portal se formava. Fechei os olhos enquanto o portal me sugava e me levava para quem eu sempre quis conhecer. Minha mãe.