O mapa localizou com facilidade onde eu deveria estar. Antes de chegar em São Paulo, havia uma cidade construída em volta da estrada. Pesquisei sobre ela no iPhone. Os resultados me assustaram um pouco. "Lugar frequentado por demônios e nephilins. Visível apenas não-humanos, criaturas malígnas e alguns médiuns." Que legal, eu iria visitar uma amostra grátis do inferno. Essa informação me deixou tão feliz. Bloqueei a tela do iPhone e joguei-o na cama. Eu vou lidar com o pessoal lá de baixo. Eu preciso de um plano. Olhei para o meu conjunto de armas em cima da cama. Lembrei mentalmente da função de cada uma. Meu iPhone de repente vibrou. Olhei para ele. Uma mensagem. Creio eu que mensagem não pode ser rastreada. Abri a mensagem e li. "Fique onde está. Estamos chegando." De repente a mulher do caixa apareceu. Tomei um susto. Olhei para ela.

–Você se chama Alice?

Oh droga...

–Tem duas meninas te esperando lá fora.

O que?

–Como elas são?

–As duas são branquinhas, uma é loira e a outra tem cabelo preto.

Maria e Hully?

–Elas disseram seus nomes?

Nem precisei esperar resposta. A voz de Hully soou estridente ao longe e se aproximava. Joguei tudo no quadrado e joguei na bolsa, depois pus minha jaqueta nos ombros.

–Onde está a janela?

A mulher olhou para mim com os olhos arregalados e apontou para uma pequena janela ao lado da porta do banheiro. Corri até ela. Sem conseguir abri-la de primeira, joguei meu ombro contra ela que se espatifou. A mulher gritou.

–Ela está ali!-Acho que foi Maria que gritou.

Droga. Pulei a tempo de ver as duas chegarem no quarto passando pela mulher e correndo em minha direção. Correndo, procurei na minha bolsa a Harley. Assim que achei-a joguei-a pelos ares. Ela se transformou numa moto e caiu perfeitamente no chão. Ouvi um som de carro. Pulei na Harley e pedi para ela que corresse o mais rápido possível. Ela acelerou e correu.

Eu havia chegado na cidade em duas horas. O medo tomou conta de mim e em poucos segundos eu estava pensando em um monte de coisa. Adentrei pela cidade pouco reparando nela, seguindo o mapa. Ao longe, no interior da cidade, que era perto de uma suposta floresta, vi uma casa. Olhei para o mapa e depois para a casa. Era a casa certa. Corri até ela entrando sem chamar atenção. "Calma, fica calma vai dar tudo certo.", pensei comigo mesma. A casa parecia ter sido queimada ou algo do tipo. Vi algo brilhando ao longe e fora da casa. Eles me seguiram? Não posso dar sinal de que estou aqui. Peguei as escrituras e a pérola. Li as escrituras. "Desenhe o símbolo de transporte com a chave." Ah ótimo, como se faz um símbolo de transporte? Olhei a imagem seguinte. Ah sim o símbolo. Peguei a chave e desenhei o símbolo no chão. O símbolo, depois de pronto, brilhou. Droga não brilhe.

–Ela está aqui.

Minha nossa estão aqui! Li rapidamente a escritura. "Pegue a pérola e coloque no ponto mais brilhante". Ah claro, tá tudo brilhante e agora? Rezei mentalmente. Ouvi um barulho. Estão tentando entrar.

–Alice não tente fugir, estamos em todas as saídas da casa.-A voz de Pedro soou.-Não faça nenhuma besteira.

Ok, vamos lá. Peguei a pérola e procurei pelo ponto mais brilhante. O meio do símbolo! Caramba como eu sou burra, como não pensei nisso antes? Li a escritura de novo. "Pule para dentro do símbolo." Como um deja vú, lembrei da pensão. Exatamente quando pulei para dentro do símbolo eles entraram. Memorizei o rosto de cada um. Me senti amada naquele momento. Olhei para os meus pés, sentindo a energia me puxar para cima. Ouvi os gritos, os choros, um ou outro caindo no chão de joelhos. Eu já estava flutuando. Três Marias aqui vou eu. Eu estava tão leve...mais do que deveria. Percebi isso desde o dia que conheci Pedro. Notei de novo quando treinei com Julieta. Eu estava mudando. Para melhor é claro. Um clarão me cegou. Eu havia chegado lá.