Abri os olhos. Estava extremamente calmo. Olhei em volta. Tudo o que estava na minha frente era céu. Um céu bem azul. E nuvens, brancas e com um leve toque de dourado. Notei que a minha esquerda, um pequeno pedaço de papel flutuava em minha direção. Me assustei. Ele parou, abriu-se como um pergaminho e ali apareceu a imagem de uma mulher. Os cabelos brancos e roupas coloridas. Ela sorriu. Uma mensagem de vídeo? Que esquisito!

–Caminhe na direção do papel, ele te trará até nós.

–Ok.

O pergaminho fechou-se em um pedaço de papel de novo e começou a voltar de onde veio. Segui o papel. Logo a minha frente apareceu um grande portão branco com uma, o que parecia ser um par de asas, tranca enorme e brilhante. De repente as asas, antes juntas, se separaram e o grande portão se abriu. Caminhei, seguindo o papel. Me deparei com um castelo formado por nuvens brilhantes. Eu não sei como subiria ali, eu não tinha asas, mas poderia gritar. Mas nem foi preciso. O portão central se abriu, e um fecho de luz quase cegou meus olhos. Fechei-os e depois os abri. A mulher do pergaminhi estava diante de mim. Toda de branco, e com um par de asas lindas. Ela estendeu a mão para mim e sorriu.

–Ora ora, não é mesmo que você conseguiu? Vamos, temos muito o que conversar.

Peguei sua mão e levitamos para dentro do castelo. Assim que entramos, fiquei maravilhada. Tudo ali parecia ser feito de cristal. Olhei em volta e assoviei.

–Aqui é sim muito bonito.

–Eu achei que esse castelo fosse feito de nuvem.

Ela riu.

–Não não, aquilo é só aparência. É só para enganar os turistas.

–Entendo.

Caminhamos pelo corredor a nossa frente e logo em seguida viramos a direita. Subimos um lance de escadas e chegamos numa grande sala. Eu a princípio achei que fosse uma biblioteca, mas lembrei quem elas eram. As paredes eram grandes estantes com livros em todos os lugares. Não tinha espaço para por mais livros. Tinha também poltronas espalhadas pela sala, uma mesa grande e azul e uma grande janela com uma vista linda.

–Você sabe quem eu sou ou o que veio fazer aqui?-Ela perguntou sentando-se numa poltrona.

–Você é o anjo da história. Eu vim aqui para saber a minha.

–Você conheceu a minha amiga. Bem, só não te apresento minhas irmães porque elas não estão aqui.

–Tudo bem.

–Quer comer ou beber algo?

–Não, obrigada.

–Muito bem. Vamos lá.

Ela esticou a mão e um dos livros da pratileira mais próxima veio até ela.

–Sente-se querida.-Ela indicou a poltrona ao seu lado.

–Vou ser bem rápida e precisa.

–Ok.

–Haveria guerra. Sempre foi existente esse pensamento. Mas não uma guerra na Terra com os homens. Mas uma guerra por causa de uma vida. Não adiantava fugir. Todos sabiam disso. Inclusive Deus. Pois foi ele que permitiu a existência dessa única vida. Essa vida seria preciosa, seria ela a salvadora, ou a morte. Essa ideia nem sempre foi certa, pelo menos aqui no Céu. Mas essa pessoa é tão poderosa que devemos temê-la. Se ela escolher o lado negro, a existência angelical sumirá. Se ela escolher o lado da luz, a exitência demoníaca sumirá. Essa foi a única parte que ninguém até agora escreveu. Cabe a você saber qual lado escolher Laura. Porque você é essa vida de que trará paz ou morte. Isso tudo depende de você.