LUHAN

Assim que sinto o ar da superfície me atingir novamente, meu nariz começa a coçar e tusso um pouco, o pó dos destroços e ruínas da cidade abandonada me incomoda e preciso segurar um espirro, não quero anunciar que chegamos, muito embora o sinal sonoro do elevador já deva ter feito isso por mim.

O elevador abriu em uma pequena lanchonete cheia de escombros e entulho, a minha direita tem um balcão destruído pela metade, pedaços do teto caíram em cima dele, raios de Sol adentram o local por essa abertura, fios estão visíveis assim como vergalhões da estrutura do estabelecimento.

A minha esquerda vejo mesas e cadeiras jogadas pelo local, algumas destruídas, azulejos brancos quebrados em alguns lugares, alguns faltando em um chão totalmente coberto por uma grossa camada de poeira, paredes descascando uma tinta amarelada e lâmpadas quebradas pendendo do teto, alguns poucos metros à frente vejo a porta do local, a metade de cima está faltando e além dela, a rua.

Tudo está bastante quieto, mas imagino que em volta dessa lanchonete devem haver dezenas, senão centenas de soldados prontos para o abate, devem estar nas laterais, como a porta está quebrada, se ficassem de frente eu poderia vê-los e estragar o elemento surpresa, eu sei que eu faria isso.

O ar quente da tarde de Sol seca e machuca meu nariz, já começo a sentir as roupas muito quentes em meu corpo e suor começa a se acumular debaixo do meu nariz e na minha testa.

— Fiquem atentos. – Sussurro e não tenho certeza se todos ouviram. – Andem devagar atrás de mim e mantenham-se abaixados.

— Tao, espere aqui com o Baekhyun, você também deve estar muito cansado. – Suho comanda e começa a me seguir.

Sinto meu corpo protestar ao ter que se mover, estou muito tenso e meus músculos muito retesados, chega a doer de tão contraídos que estão.

As paredes estão intactas, sem buracos então não devemos estar sendo observados, estamos sendo aguardos, estão esperando sairmos para nos atacarem pelos flancos como eu imaginei.

— Eles estão nos esperando sair, estão na espreita para nos flanquearem e...

— Nos o que? – Suho pergunta confuso e depois cospe um bocado de sangue de seus ferimentos, estou preocupado com essas feridas na boca dele.

— Nos atacarem pelos dois lados, - eu tenho que lembrar que eles não se recordam da grande maioria das palavras – seriamos pegos de surpresa e não conseguiríamos revidar.

— Eu acho que eu não estou muito bem. – Lay comenta de trás de nós de repente, olho para ele e seus olhos estão estáticos, ele fita o vazio, parece perdido e está levemente ofegante.

— O que você está sentindo? – Pergunto, embora eu acredite que sejam as memórias voltando, não acho que seus poderes poderiam ser alterados entrando em contato com um ambiente não controlado.

— Minha cabeça...eu...é como se estivesse funcionando muito rápido... – Lay ofega perdido.

— Isso seria novidade. – Chanyeol ri mais atrás.

— Você deve ter reconhecido alguma coisa desse ambiente e suas memórias estão sendo estimuladas, tente se concentrar e se focar, Lay! – Chamo sua atenção e tenho que segurar um gemido de lamento quando vejo seus olhos redondos iguais ao do um filhote me fitando confuso. – Fiquem aqui, eu vou tentar dar uma olhada lá fora.

— Luhan, isso não é perigoso? – Sehun me pergunta mais atrás e mesmo sendo o último momento para eu me preocupar com isso, por dentro fico feliz ao ver meu irmão se preocupar comigo.

— Eu serei cuidadoso, vou apenas tentar estudar a área, nada mais.

Tento pisar o mais macio e leve possível e vou até a porta despedaçada, me encosto na parede esquerda o máximo que consigo para tentar não ser visto por ninguém.

Na rua não existem muitos prédios, era um local de estabelecimentos predominante de um andar apenas, lojas, escritórios, isso é bom, pois não da lugar para atiradores de elite ficarem bisbilhotando.

Para o lado direito, vejo a rua se estendendo, escombros e ruínas, mas vejo também sinais de movimento recente, marcas de pneu nas camadas de sujeira, devem estar com camburões para nos prender, vejo lugares sem nenhuma sujeira, devem movimentado alguns escombros para terem espaço na rua para se locomoverem.

Me abaixo e mudo de parede e olho para a esquerda da rua e meu peito quase estoura de felicidade quando vejo a rua sem escombros também, livre e desimpedida e uma placa de rua indicando a direção do metrô, alguns lugares estão muito limpos também, sinais de limpeza de escombros dos soldados, obviamente, mas isso será bom para nós também.

Em minha visão periférica, mesmo de longe, algo captura minha atenção, um movimento repentino muito rápido, alguma coisa pequena se move e então ouço os estampidos altos e secos.

SEHUN

Parece que estou vendo tudo em uma velocidade alterada, muito mais devagar do que o normal.

Meus ouvidos ainda doem com o barulho alto que eu ouvi, Luhan está caindo, vejo seu corpo ir até o chão devagar, depois do barulho alto ele tremeu três vezes como se algo tivesse batido em seu corpo e ele começou a cair.

Depois do que pareceu uma eternidade ele finalmente atinge o chão enquanto eu apenas observava, não entendia o que estava acontecendo, o porquê dele cair de repente, mas dentro de mim eu sabia que aquilo não podia ser algo bom.

O grito que sai de mim quando o vejo no chão rasga minha garganta e me dói.

Eu me atrapalho e caio por cima de alguém que eu não sei quem é e não me importo, eu preciso chegar até o meu irmão, eu sei que algo não está certo e alguma coisa ruim aconteceu com ele, eu apenas sei.

Quando me aproximo dele, me desespero, em seu peito esquerdo vejo três furos na roupa e sangue começando a verter, minha cabeça parece estralar por dentro e então eu sei o que houve, atiraram nele, meu irmão levou três tiros bem no peito.

Eu fico de joelhos ao lado dele sem saber o que fazer, seu rosto demonstra a dor que está sentindo, olhos fechados com força, dentes cerrados e ele está começando a ter dificuldade para respirar.

Ouço outra vez o barulho alto, o som dos tiros, de novo e de novo, a parede acima de mim fica esburacada e pó cai em cima de mim e do meu irmão.

Sinto mãos me puxando pelo ombro, tento me desvencilhar, mas elas me puxam com mais força e vejo Chen puxar Luhan também, ouço a voz de Suho me dizer alguma coisa, mas eu não consigo entender o que possa ser.

— Meu Deus, meu Deus, meu Deus, meu Deus, o que aconteceu? – Kai pergunta quando estamos novamente dentro do elevador.

Suho me puxou e Chen puxou meu irmão, estamos todos de volta dentro do elevador, Chen está recostando Luhan, vê-lo daquele jeito fez meu coração ficar apertado e meu estomago gelado, uma sensação que não me recordo de ter sentido antes.

Eu me abaixo e deito a cabeça de Luhan em minha perna, ele está começando a ficar pálido, sua camiseta já está empapada de sangue onde ele recebeu os tiros.

— Eles...eles conseguiram atirar em mim. – Luhan consegue ofegar com dificuldade, seus olhos parecem perdidos agora e ele respira com dificuldade.

— Isso...

— É muito ruim, Chanyeol, sim. – Ele se adianta quando ouve a voz de Chanyeol formulando a pergunta.

— O que nós podemos fazer? – Eu pergunto com a voz trêmula.

Tem que ter algo que possa ser feito.

— Lay, cura ele! – Eu peço urgente.

Lay fica de joelhos ao lado do meu irmão, coloca as mãos em seu peito ensanguentado, vai dar certo, eu sei que vai, ele já curou todo mundo tantas vezes, vai dar certo, vai dar certo.

Observo o rosto do meu irmão na expectativa, logo seu rosto vai voltar a ter cor, seus lábios não estarão mais tão brancos, sua respiração não estará tão falhada e ele vai se sentir bem.

Mas está demorando, geralmente assim que o Lay toca as pessoas a melhora já começa a acontecer – Porque está demorando? – Eu sei que estou soando furioso com o Lay agora, mas não importo, depois eu peço desculpa, a vida do meu irmão está em jogo aqui.

— Sehun...eu...

— Lay, porque a demora?

Ele não me responde. – Porque a demora, Lay?

— Sehun... – Meu irmão estica sua mão procurando a minha. – Ele está muito cansado...

— Não! Você vai ficar bem, não vai, Lay? Não vai?

Porque todos estão tão quietos? Porque a cura está demorando tanto agora? – Anda, Lay, temos que fugir daqui o quanto antes, cura ele!

Minha voz quebra no final da frase e meus olhos se enchem d’água.

Que merda, eu nem sequer me lembro de ter um irmão, até pouco tempo eu não sabia de nada da minha vida, não devem fazer nem duas horas que eu não queria ver o rosto desse cara e agora até mesmo pensar no que está para acontecer me deixa apavorado com as mãos tremendo.

Será que, mesmo que inconscientemente, eu me lembro dele? Lembro dele ser meu irmão?

— Sehun... – Ele chama meu nome mais uma vez, mas sua voz está mais fraca agora.

— Não fala nada, deixa o Lay te curar, ele...

— Sehun...você sabe...tão bem quanto eu que...isso não vai...

— Não fala isso, tem muita coisa para nós conversarmos e acertarmos ainda, Luhan, não fala isso. – Minha voz treme e quebra a cada palavra e sinto minhas bochechas serem lavadas por lágrimas.

— Eu gostaria muito disso, irmão... mas eu vou ficar te devendo. – Um pequeno sorriso se desenha em seu rosto cansado, mas uma tosse o desfaz. - Suho – meu irmão se vira – lá fora tem uma placa escrita metrô indicando para onde ir, é perto daqui, não tem erro. Você precisa levar todos eles até lá...eu queria poder ajudar a encontrar o Clan X e continuar trabalhando na cura...mas eles devem saber do que aconteceu aqui e irão te encontrar. Tomem muito cuidado, vocês estão sendo caçados agora.

— Como eu vou saber quem é do Clan X? – Suho pergunta.

— Pergunte...ninguém sabe deles além deles mesmos pelo que eu soube. – Luhan responde com dificuldade em respirar e falar. – Cuide deles, cuide desse meu irmão aqui – ele bate uma mão em meu peito e dá uma risada cansada que vira uma tosse – Lay, Lay, pode parar...nós dois sabemos que você está esgotado demais para conseguir me curar, você não consegue nem fechar as feridas na boca do Suho. – Lay tira as mãos sujas de sangue do peito do meu irmão, seus olhos brilham com lágrimas, ele olha para as mãos sujas de sangue e as limpa na roupa depressa, parecendo perturbado com aquilo.

— Não, nem...

— Sehun, - meu irmão me chama pela terceira vez – não tem mais jeito, talvez isso seja um castigo divino por tudo que eu fiz e chegou a minha hora de pagar... – Eu não consigo falar nada e minha visão fica turva com lágrimas – me...desculpe por te envolver nisso tudo...desculpe envolver todos vocês nisso, - ele olha para todos ao seu redor – pelo menos eu...eu consegui te salvar, Sehun.

Uma bagunça lá fora e vozes gritando, algo rola pelo chão, um objeto pequeno, esverdeado, parece uma pequena bola de metal, bate nos escombros e para a nossa esquerda perto das cadeiras e mesas destruída.

— Kyungsoo!! – Luhan chama seu nome, mas é tarde.

Uma explosão destrói os pedaços de mesas que estavam ali junto com o chão criando um buraco e jogando pedaços de madeira e terra para cima.

Eu não consigo ouvir nada, meu ouvido está zunindo, o impacto da explosão chegou até em mim, sinto meu corpo dolorido, não consigo ver nada a frente, uma nuvem de poeira subiu e está dificultando minha visão.

Vozes gritam do lado de fora mais uma vez, as ouço tão longe e abafadas, mas consigo ouvir outras bolas verdes de metal rolando pelo chão. Ouço vozes perto de mim, mas estão abafadas, longe, impossíveis de serem compreendidas, uma parede de pedra se ergue a nossa frente, outras quatro explosões acontecem em seguida.

— Luhan o que... – eu paro no meio da minha pergunta.

Meu irmão está todo mole e débil em meu colo, rosto pálido, olhos sem brilho focando o nada, coloco a mão em seu coração me sujando de sangue. Não sinto seu coração, ouço outras duas explosões além da parede de pedra, ouço vozes abafadas falando uma por cima da outra ao meu lado, balanço o corpo dele em minha perna uma, duas vezes, chamo seu nome, grito, deixo minhas lágrimas descerem pelo meu rosto, mas não tenho resposta.

Meu irmão se foi.

Sinto mãos me tocaram e sou trazido de volta a realidade.

Minha dor e tristeza frias se tornam um ódio quente e avassalador dentro meu peito, sinto meu corpo ser invadido por esse poder dominador dentro de mim, de repente sinto todo o ar ao meu redor, além da parede de pedra, longe, muito longe, o sinto envolvendo tudo ao meu redor, meus amigos aqui comigo, os destroços mais à frente e as pessoas do lado de fora.

Sinto tanto poder dentro de mim que parece que vou explodir a qualquer momento, olho para a parede de pedra a nossa frente e comando o ar, ele atinge a pedra com tanta força que é possível ouvir o impacto do golpe, me levanto e empurro o ar com mais força e a pedra de destrói em mil pedaços.

Ouço meu nome ser chamado, mas eu não respondo, apenas começo a andar para fora, o ar ao meu redor se movendo com tanta força, velocidade e fúria, não, não são essas as palavras, se movendo com tanto ódio quanto estou sentindo agora.

Não sei quando nem como consegui tanto poder, mas eu não me importo, eu só quero que as pessoas que mataram meu irmão, paguem.

Minha audição ficou muito mais forte e aguçada, consigo ouvir perfeitamente vozes de homens falando a minha direita, apenas floreio minha mão direita e uma rajada de ar destrói as paredes e os atinge em cheio, percebo corpos se movendo a minha esquerda, o ar se movendo ao redor deles, entrando e saindo de seus corpos, outro floreio da minha mão e dessa vez seus corpos são levantados no meio do ar, mais um floreio e eles são cortados ao meio, tudo que ouço são seus gritos e depois seu corpos sendo destruídos, o som de carne sendo cortada e os pedaços caindo no chão.

De repente não me lembro mais das minhas dificuldades em usar meus poderes, tudo parece tão simples, tão fácil, eu sinto ódio dentro do meu peito e o ar se move de acordo com o que sinto.

— Se protejam! – Eu aviso os rapazes atrás de mim.

Concentro toda a energia que consigo dentro de mim e a direciono para minhas mãos, quando estico meus braços com as mãos abertas e toda a energia sai do meu corpo de uma vez é quase demais para mim.

Diante de mim tudo que vejo são as correntes de ar se movimentando, correndo, se movendo ao meu redor quase como uma esfera de destruição, o ar se move com tanta força e velocidade que simplesmente destrói tudo, levando toda a estrutura, paredes, teto, tudo sobe aos ares e vira poeira de uma só vez, tudo vira destroços.

Ouço vozes gritando em desespero, chorando, corações parando de bater, corpos sendo destruídos, consigo ouvir tanta coisa com tanta clareza que nem mesmo consigo identificar tudo que ouço.

SUHO

Quase sinto meu corpo ser tirado do chão, meus ouvidos ainda doem e apitam, mas eu consigo ouvir mesmo que de maneira abafada, o vento rugindo em volta de Sehun, fica até difícil de conseguir enxerga-lo, o ar se misturou com a sujeira e poeira dos entulhos e destroços, logo ele quase some em uma esfera de destruição.

A força é tanta que eu preciso me abaixar para tentar conseguir apoio e não sair voando, junto com o rugido do vento, as pancadas que ele dá nas estruturas ao redor é ao mesmo tempo ensurdecedor e aterrorizante.

Olho para o corpo de Luhan a minha direita, todo esse poder, essa fúria, ele é o catalizador disso tudo, todos os companheiros que perdi durante o tempo dentro do labirinto me perseguem, mas Sehun deve sentir uma dor diferente agora.

De repente, o rugido do vento começa a diminuir, perder intensidade, a nuvem de sujeira e poeira que rondava Sehun fica mais devagar, o próprio vento perde força, os destroços caem no chão, a nuvem se desfaz e ele está caído de joelhos no chão.

Kai sai correndo na minha frente e chega até Sehun antes de mim, ele está a poucos passos de nós, nem mesmo havia chegado a passar a porta, mas agora não há mais paredes ao nosso redor.

— Você está bem? – Pergunto ajudando Kai a levantá-lo.

— Eu... eu acho...exagerei... – Sehun está extremamente ofegante, não consegue ficar de pé, a força nas pernas parecia ter sumido.

— Suho, o que a gente faz agora? – Kai me pergunta com dificuldade para manter Sehun em pé.

Olho em volta e...eu... – Eu não sei... – A frase fica pendurada em minha boca, é amarga, ou talvez esteja confundido com o gosto de sangue que não consigo me livrar, a boca do estomago chega a doer de tanto medo que sinto de repente.

Estou suado, meu corpo dói, cansado, minhas roupas estão começando a colar em meu corpo, sinto um cheiro de poeira e sujeira misturado com algum outro fedor que não sei identificar, um cheiro ferruginoso.

Quase sinto como se minha cabeça estivesse funcionando em uma velocidade difícil demais de acompanhar, será que minhas memórias estão começando a voltar para mim?

Sehun conseguiu fazer um belo estrago, rastros de destruição estão espalhados em todas as direções, ouço lamentos distantes, Luhan chamou de soldados os homens que estavam aqui para nos prender, devem ser eles que estão machucados, por todos os lados vejo manchas de sangue e poças se formando aqui e ali.

Quando vejo um braço decepado mais distante minha cabeça parece estralar. – Os tuneis do tal metrô... – eu balbucio já procurando a tal placa que Luhan disse.

A essa altura todos já saíram do elevador e estão ao meu lado, quando Chen tira o braço de Sehun do meu ombro e o ajuda a ficar em pé é que eu vejo a placa.

Quase caindo de um...um...poste? É essa a palavra? Parece ser certa, verde com letras brancas e uma seta apontando para o local, mas está muito suja, muito...minha cabeça parece coçar por dentro conforme a palavra vem em minha boca, fica na ponta da minha língua, mas não consigo falar.

— Eu não sei o que você fez ou como você fez, mas ainda bem que você fez. – Chanyeol agradece Sehun, que está apoiado nos joelhos recuperando o fôlego, o surto de energia deve ter sido demais para ele.

— É para lá que temos que ir, não é? – Tao pergunta urgente apontando para a placa a distância.

— Foi o que ele disse. – Olho para o corpo de Luhan atrás de nós.

O impacto do ar o virou de bruços, só consigo ver seu cabelo e um pouco do seu ombro. Me parte por dentro ter que deixa-lo assim, eu sei de tudo que ele fez e que se estamos aqui foi por culpa dele, mas no final, ele esteve com a gente, lutou ao nosso lado, estamos aqui fora graças à ajuda dele.

— Vamos.

Mesmo com dor de deixa-lo assim, nós começamos a andar na direção que a placa indicava.

O mesmo barulho alto e seco que matou Luhan estoura pelo ar, uma placa de pedra cinza se levanta a minha frente com uma velocidade absurda tirando um suspiro de alívio de Kyungsoo, pó se solta dela quando alguma coisa a acerta.

O som se repete várias vezes e a placa de pedra cinza começa a se tremer, rachar em vários pedaços soltando pó conforme ela é alvejada...alvejada...é uma palavra que não recordo de já ter usado antes.

— Estão atirando em nós, mas de que lugar? Eu pensei que todos haviam sido mortos pelo Sehun! – Kai se desespera.

Várias placas de pedra se erguem ao nosso redor, Kyungsoo está mais rápido do que antes ou estou enganado?

— Parece que meus poderes ficaram mais fortes aqui fora. – Ele comenta surpreso.

Estamos em dez pessoas, Sehun desmaiado, Baekhyun não consegue lutar direito com a perna machucada e Lay esgotado demais para conseguir curar alguém, até mesmo agora consigo ouvir sua respiração ofegante atrás de mim.

O que eu faço?