LUHAN

Não sei o motivo, mas eu acabei por dormir mais uma vez depois da conversa que tive com Heechul, acho que os tranquilizantes eram mais fortes do que eu imaginava afinal de contas. Acordo sobressaltado sem entender em que momento eu acabei dormindo. Olho para o teto. Os inibidores estão lá e cada segundo que demoro para dar um jeito neles, é um segundo a mais no qual meu irmão fica à deriva dos perigos do labirinto.

Tento expandir minha mente pare reconhecer o ambiente e saber onde estão os malditos inibidores, mas minha mente não se expande, a fisgada quente atrás da nuca já começa, não sinto nada, não faço ideia de onde estou ou o que há fora dessa cela. Depois de tantos anos conseguindo usar um radar para entender meus arredores, me sinto quase cego.

Tento mais uma vez, mas não consigo e ainda sinto uma pontada forte na cabeça além de tudo. Tento fazer isso tudo enquanto ainda estou na cama, para não chamar atenção, é óbvio que estou sendo observado de perto por Heechul. Fico até mesmo de olhos fechados apenas tentando descobrir o quarto, devido o mal-estar causado pelos tranquilizantes eu ainda consigo fingir que qualquer careta de dor seja associada a eles e não minha tentativa de usar meus poderes.

Tento por não sei quanto tempo até sentir meu corpo cansado e minha testa suar, mas só resulta em uma dor de cabeça e nada mais. Eu preciso dar um jeito nesses inibidores primeiro, sem liberdade para usar meus poderes, não tenho como conseguir proteger meu cérebro de alguma maneira contra a lavagem de memórias.

Espero mais alguns minutos e tento me recuperar, o suor secar, o cansaço diminuir, espero estar o mais centrado possível para poder abrir os olhos e fingir para a câmera.

Se os inibidores estão nas lâmpadas e eles funcionam de como a minha radiação, tem que haver algum emissor que liga o sinal e as ondas são liberadas para agir no meu sistema. Ele deve estar dentro das calhas das lâmpadas ao invés de ser a lâmpada em si propriamente dita. Olho para elas com mais atenção.

É isso, as lâmpadas não são os inibidores, dentro das calhas é onde eles estão, tanto que elas são feitas de um metal forte e de aparência pesada, imagino que o vidro que deixa a luz da lâmpada sair seja um vidro blindado também.

Estou com problemas.

A menos que ele seja desativado por fora mesmo, abrir a calha da lâmpada será impossível para mim com meu corpinho frágil de cientista. Acho que posso estar com mais problemas do que imaginei.

Eu preciso proteger meu cérebro para não ter todas as minhas memórias inibidas e bagunçadas, mas para isso eu preciso que esses inibidores sejam desligados, é algo rápido, provavelmente cinco minutos e consigo a proteção que quero.

Mas como?

Heechul provavelmente não sabe que eu consigo fazer essa proteção no meu cérebro, na verdade ele deve apenas imaginar o que eu consigo fazer, uma vez que eu sou o único com meu tipo de poder e nunca fui estudado e o único que já teve os mesmos poderes que eu, nunca desenvolveu essa habilidade, nenhum arquivo diz isso, então ele não tem essa informação.

Mesmo que ele tente me entender a partir de dados retirados do meu sangue ou qualquer exame que ele queira usar e o que viu de Namjoon, ele não faz ideia da minha extensão, só sabe o que todos sabem sobre os genes e nada mais. Eu vou muito além de uma pessoa que flutua e parte as pessoas ao meio

Isso é algo importante e que pode me ajudar muito.

Começo a analisar o que acontecerá.

Se ele quer me jogar dentro do labirinto para me usar também, minha memória será inibida igual todos os outros, quando recebíamos os rapazes, eles já eram colocados em sono induzido no líquido e assim ficavam, era demorado sim, mas eles estavam em um coma induzido que era totalmente controlado por nós, então teoricamente, eu teria tempo para proteger meu cérebro, mas para isso eu preciso me manter acordado.

Eu poderia mais uma vez parar o efeito do tranquilizante dentro do meu corpo, porém isso aumentaria minha atividade cerebral e isso é monitorado, assim eles entenderiam que alguma coisa está acontecendo e que eu estou tramando algo, aumentariam a dose e mais uma vez, a superdose acabaria por me vencer.

Durante o tempo que me levassem para a sala de lançamento eu poderia tentar proteger o máximo que eu conseguisse e o mínimo para o meu bem e de Sehun, mas ainda há a possibilidade de usarem o inibidor nesse momento, eu usaria, então ele com certeza também o usará.

Eu poderia proteger meu cérebro apenas nas áreas essenciais, e me programar para acabar acordando ao ouvir uma palavra chave e assim voltar ao meu normal, ainda assim, é um risco e proteger certas áreas é um trabalho minucioso, poderia passar desapercebido nas leituras e eu conseguiria usar um gatilho para conseguir sair de transe.

O problema é conseguir esse tempo e fazer isso.

Eu poderia me segurar e ficar acordado durante por volta de um minuto com os efeitos do líquido em que serei colocado, uma vez lá dentro, eu conseguiria focar toda minha energia no meu cérebro e assim fazer uma barreira menor e não chamar a atenção dos leitores.

Se ele não usar os inibidores.

Eu só preciso de um segundo sem inibidores que eu consigo fazer algum estrago e me esconder para fazer alguma coisa.

Minha cabeça quase gira com tantas possibilidades que eu tento simular e eu levo a pior em todas, se eu consigo imaginar algo, ele provavelmente vai estar esperando, pelo menos as mais óbvias. Se ele sabe que eu tenho poderes, os inibidores serão usados durante todo o tempo em que ele estiver perto de mim.

Uma batida na porta. – Comida! – Ouço uma voz nervosa do outro lado da porta.

De repente sem que eu queira, sinto minha mente se expandir até fora e consigo ver que são dois guardas que estão do outro lado com uma bandeja de comida, um deles aponta uma arma para a porta, assim como também percebo que estou no último andar de detenção, uma vez que há apenas uma cela que é a minha e nada mais ao redor, a bandeja de comida é passada por uma portinha que se abre embaixo da porta normal, é fechada rapidamente e então minha mente volta ao tamanho normal.

Interessante.

Isso tudo levou três segundos, mais ou menos, tempo mais que suficiente.

Agora, o motivo dessa falha ainda permaneço sem entender.

Qual a ligação com a abertura da porta menor com o cessar do inibidor? Ele sabe dessa falha, tanto que colocou alguém apontando uma arma para a cela. Se eu tentar usar minha força mental para destruir o inibidor, provavelmente não conseguirei, o tempo será curto, em três segundos eu consigo quebrar a porta e sair dessa cela e aí sim posso fazer algum estrago contra os guardas.

Mas estando nesse último andar de contenção eu não teria muitos lugares para ir, todo o complexo ficaria em processo de tranca total e todas as forças estariam me aguardando.

Contudo...isso...eu posso me proteger, proteger meu cérebro para usar uma palavra gatilho e recuperá-lo quase completamente ao usar essa palavra. Eu precisaria de alguns minutos, uma proteção total é pouco provável, teria correria, guardas, dardos tranquilizantes, talvez até balas. Entretanto eu estou no andar mais profundo, eles poderiam tentar me trancar aqui, com certeza, isso me daria tempo.

Muitas possibilidades...a proteção cerebral é algo que não tem como ele saber, não descarto a possibilidade, mas é pouco provável, ele estará esperando um combate, uma tentativa de vingança. Ele pensa na batalha, guerra, coisas assim e isso pode servir ao meu favor.

Kim Heechul, você acha que me conhece, mas não sabe da metade ainda.

Não faço ideia de quanto tempo se passou desde que me trouxeram comida, não acho que foi muito, mas não consigo me localizar aqui dentro e isso me desestabiliza, não conseguir me administrar...muito embora não tenha motivo para me administrar aqui dentro, não é como se eu tivesse muito o que fazer ou para onde ir, mas ainda assim.

Na verdade, ter o que fazer, eu tenho, tenho que pensar em um jeito de entrar no labirinto ainda estando no controle e salvar meu irmão. Sehun...como você está meu irmão?

A pior parte de ficar preso deve ser essa, na verdade, essas duas, não saber quanto tempo você está aqui dentro e não saber como seus entes queridos estão, isso não é retratado nas obras que nos sãos apresentadas.

Eu realmente não posso fazer nada para destruir essas calhas de metal onde estão os benditos inibidores, pelo menos não com as mãos, estou sendo observado e mesmo que eu tentasse, meus bracinhos não têm força e minha telecinésia não funciona, então acabo por ficar deitado esperando o momento em que poderei tentar fazer algo.

Quando fecho os olhos eu ouço uma batida leve na porta. Refeição? Me levanto abruptamente esperando por minha oportunidade, mas só o que vejo é o vidro clarear e além dele, Heechul, acompanhado de uma mulher de cabelo loiro muito claro e longo, seu rosto é bonito, mas está com uma máscara de tédio que não sei dizer se é real ou fingida, roupas militares, parece ser magra por baixo delas, mas o que chama a atenção é o tapa olho preto que cobre seu olho direito.

— Olá dorminhoco, aproveitando a vida de cobaia? – Ele pergunta colocando a mão no bolso e me observando, demonstrando muito interesse. Eu não respondo. – Ora, Luhan, não seja tão mal-humorado, eu só estou fazendo o que é melhor para o mundo.

— Criando um exército pessoal?

— Exato! – Ele dá um peteleco no vidro – Imagine, se essas pessoas existissem na época das guerras, elas não teriam ido tão longe, muito pelo contrário, elas nem teriam começado sabendo que algum país tinha esse tipo de poder. Mas não se preocupe, não se preocupe, eu farei todo o possível para que nenhuma outra guerra ocorra novamente.

— Imbecil.

— Você não vê?! – Ele se empolga e o sorriso de pura felicidade chega a me irritar – Essa é a forma da natureza nos dizer para evitarmos guerras e atacá-la novamente.

— E como você vê tamanha loucura?

— Ora, depois de todas as guerras e agressões ao meio ambiente é com isso que somos presenteados, não é? É muito simples, é nossa chance de não repetirmos os erros e evitar que guerras aconteçam novamente, só você não vê. Para um cara tão inteligente, eu esperava que você tivesse uma visão mais ampla de todo o mundo e toda essa situação. Não é, Krystal? – Ele comenta com a mulher que dá um sorriso duro sem humor.

— Eu já estou ficando enjoado das suas visitas, Heechul. – Solto o ar e volto a me deitar.

— Ué, mas essa é apenas a segunda.

— Exatamente, para você ver como sua presença me irrita. E quem é a cabelo de ovo, aí?

— Ah, essa linda mulher se chama Krystal e ela irá assumir os estudos e o desenvolvimento de todo o projeto, eu havia pensado em outras pessoas, mas ela é a melhor opção, o projeto EXO agora estará sendo coordenado pela divisão Red Force e Krystal está no comando. Ela irá se encarregar, juntamente a mim, de estimular ao máximo nossas cobaias. – Eu consigo ouvir a felicidade dele em me falar isso, em mostrar que me derrotou. – E como está a vida aqui como prisioneiro, está gostando dos inibidores e não poder usar sua mente mais?

— Vai pro inferno. – Retruco. Preciso irritá-lo mais uma vez para tentar extrair informações dele. Qualquer coisa serve.

— Ora, eu já não disse para não ser tão rancoroso e até mesmo ranzinza meu querido Luhan? Não faz bem para o seu corpo.

— E porque deveria me importar agora? Serei uma cobaia de todo jeito.

— Ah, aí é que está, você será minha cobaia sim, mas te usarei para algumas outras coisas e é aqui que minha nova cientista chefe entra. – Ele diz colocando a mão que não está na tipoia no ombro da tal Krystal. – Ela irá te persuadir a fazer algumas coisinhas para mim quando chegar lá.

— Tipo o que? Se você não percebeu nesse tempo que está trabalhando por aqui, mas não há muito para se fazer por lá, cabeça oca.

— Ah, não se preocupe, você terá bastante trabalho matando... – Krystal lhe passa um arquivo e ele desce o dedo por ele procurando um nome – Park Chanyeol, Kris e Oh Sehun.

Oh Sehun.

Ele sabe e ele faz questão de falar o nome do meu irmão. Eu tento não demonstrar nenhuma emoção, mas não sei se consigo, nunca tive que esconder emoções nem nada do tipo.

— E porque eu os mataria? Na verdade, porque você os mataria, sendo que quer um exército? Os garotos do fogo são os mais esplêndidos de lá. – Não toco no nome do meu irmão porque eu provavelmente entregaria o que não devo entregar.

— Eles dois se provaram quase indestrutíveis até agora, na verdade, mas nunca tiveram nenhum tipo de empasse com outros de sua raça e já que eles são unidos igual uma família, o que chega a me dar nos nervos as vezes, isso não vai acontecer tão cedo, então precisarei que o forasteiro faça algo contra eles. – Ele completa ainda com um sorriso inocente como se não fosse nada o que acabou de falar. – Tudo que quero é testar a força deles estimulada ao máximo. Aliás, Krystal, me lembre de focar em conflitos lá dentro, quem sabe uma luta.

— Boa sorte, eu me recuso a fazer algo a qualquer um deles lá dentro. – Me estico e coloco as mãos atrás da cabeça.

— Você vai fazer, minha cara aberração, minha amiga aqui se encarregará disso pessoalmente, certo, Krystal?

— Sim senhor. – Ela finalmente abriu a boca.

Algo nela deixa os pelos da minha nuca, eriçados. Tento expandir minha mente, contudo apenas a dor aguda e longa permeia minha cabeça, mas eu mantenho minha face sem mudar.

Tudo acontece de repente, sinto a dor sumir e de repente minha mente se expande mais do que da outra vez com os guardas, talvez porque agora eu estava tentando de fato. Heechul é lido por mim de maneira normal, já a mulher tem alguma coisa, atrás de seu tapa olho eu sinto uma grande interferência, grande até demais como se ela estivesse me bloqueando, mas só naquele pedaço em específico.

Porque os inibidores foram desativados?

A porta se abre e chego a sentir uma leve brisa adentrar o cômodo. Ela começa a abrir para dentro e chego a ver o pé da garota adentrar a cela.

É minha chance.

Expando meu campo telecinético junto com minha mente e o faço explodir, a parede de vidro se estilhaça, Heechul e sua assistente são pegos pelos estilhaços, espero que tenham se machucado muito, causo outra explosão, dessa vez focada nos dois que são jogados pelo chão rolando, levanto alguns estilhaços e os jogo neles para me dar tempo de fugir, pelo grito, acho que ambos são atingidos, não espero para me certificar.

Saio correndo em qualquer direção, como esse andar é o de prisão e justamente o de detenção máxima que nuca foi utilizado, eu não faço ideia de onde possa ser a saída, mas apenas saio correndo, minhas veias chegam a doer com a adrenalina me banhando por dentro, meu corpo começa a suar e minha cabeça está a milhão.

Ouço passos atrás de mim, olho para trás e vejo Krystal me seguindo, e ela corre bem rápido na verdade. A empurro com minha mente e a jogo longe, me certificando de jogar bem alto para que a queda pelo menos a machuque...embora consequências mais graves também sejam aceitas.

Olho ao meu redor e não há exatamente lugar nenhum para que eu possa me esconder e me concentrar por alguns minutos, é totalmente aberto, a sirene começa a soar e eu sei que meu tempo é curto, embora eu não saiba como essa bosta começou a soar.

Corro mais um pouco até chegar em uma parede de pedra, como é uma instalação subterrânea não se preocuparam em fazer o acabamento desse último andar, fico com as costas coladas nessa parede atento a tudo que possa vir pela minha frente e começo a erguer as barreiras mínimas que eu preciso, protejo áreas específicas, conhecimentos, principalmente as áreas dos meus poderes, eu sei onde e como a lavagem cerebral age, então posso me proteger desses processos, pelo menos posso começar a tentar proteger.

A palavra gatilho....o gatilho....inferno, eu achei que teria mais tempo para pensar em qual seria o gatilho então não tenho nenhum no momento....droga, lá vem Krystal novamente...ela está sem o tapa olho agora, deve ter caído. Eu a empurro mais uma vez, mas com tanta concentração em mim mesmo, ela não chega a cair muito longe dessa vez, e agora ela corre com muita velocidade. Não vai demorar até colocar as mãos em mim.

Ok Luhan, rápido, rápido, uma palavra comum, não pode ser seu nome, uma palavra que você vai ouvir com certeza, pensa, pensa...labirinto...isso. Labirinto é a palavra!

— Peguei! – Krystal vibra ao colocar as mãos em mim. – Agora vamos conversar um pouco... – ela está perto, então a força que tenho que usar é menor. Faço pressão e consigo prensá-la na parede.

O gatilho pode ser labirinto, mas preciso dar um jeito para que ela seja dita o quanto antes...preciso perguntar onde estou o quanto antes...eu não sei como serão os efeitos da lavagem...começo a levantar outra barreira em minha mente e implantar uma ordem de perguntar onde estou assim que eu ver alguém quando ouço uma sirene alta e passos, muitos passos, provavelmente as tropas de Heechul. Preciso me apressar.

Devo ter me distraído com os barulhos e soltei Krystal, porque no segundo que me dou conta de que ela está na minha frente eu sinto meu corpo ficar vazio e mole por algum motivo. Eu quero ficar em pé, mas é como se minha coluna tivesse derretido e eu simplesmente não consigo ficar em pé. Não senti picada de nenhum tranquilizante, porque meu corpo simplesmente caiu no chão assim?

— Para onde exatamente você pretendia fugir? Você sabe que está no pronto mais profundo dessa instalação subterrânea, certo? – Krystal se abaixa ao meu lado e me pergunta com sarcasmo. Sua voz é firme e entediada.

Não lhe dou atenção e tento continuar meu trabalho de proteger minha mente enquanto ela tenta me irritar, porém nada em mim funciona, meu corpo está jogado inútil no chão, minha mente funciona, mas minha telecinésia não. Meu rosto deve transparecer que estou com raiva porque a loira ao meu lado dá uma risadinha metida ao falar – Olhe para mim e logo você entenderá o que aconteceu, Xiao Lu. Olhe para mim, agora.

Ao fim dessa última frase meu rosto de repente ganhou vida e antes que eu consigo processar, meu rosto se vira para o dela.

— Ah, assim está melhor. – Ela passa a mão em minha bochecha, eu tento me mover e afastar de seu toque nojento, mas meu corpo ficou novamente mole e fora do meu controle. – Olhe para meu olho.

De novo, eu obedeço sem perceber, meu corpo nem mesmo parece pensar antes de simplesmente fazer o que ela diz. Foco em seus olhos e fico assustado com o que vejo. O olho esquerdo eu já havia visto, é o direito que agora está descoberto que chama minha atenção.

Uma cicatriz na vertical deforma a pele ao redor, a pele parece queimada, doente, o olho em si tem uma cor violeta estranha, mas a pupila é de um vermelho fraco.

— Está vendo isso? – Ela pergunta com diversão na voz. – Me responda.

— Sim, estou. – Minha boca solta as palavras sem eu nem perceber.

— Você faz alguma ideia do que seja? Me responda.

— Não.

Ela me fita com um sorriso amargo – Logo saberá. Fique de pé.

Meu corpo a obedece e de repente minha força volta e consigo ficar de pé.

O que ela fez comigo?