CHANYEOL

Eu nem mesmo sei como eu consegui ser tão rápido. Quando dei por mim eu já havia agido. Lay está desesperado tentando curar Suho, mas por algum motivo não parece estar conseguindo. Ele continua desmaiado e suas feridas não estão sarando de jeito nenhum.

Acho que talvez por desespero eu comecei a olhar em volta com medo e então eu vi, vindo do corredor da direita, por onde eu e Kai viemos.

A primeira coisa que percebi foi o enorme chifre grosso e pontudo, parecendo ser feito de uma pedra cinza e lascada. Era tudo que dava pra ver estando de longe, o corpanzil forte e robusto apareceu depois conforme ele se aproximou. E rápido.

A única coisa que fiz foi atirar uma bola de fogo bem na base do chifre, onde ele encontrava a cabeça, a chama era pequena, eu estava cansado do confronto com os insetos ainda, mas foi o suficiente para fazê-lo parar pelo menos.

O chifre longo e pontudo foi direto para a parede e se enterrou lá ficando preso e então eu vi.

As quatro patas curtas e grossas faziam força para trás para desenterrar o chifre da pedra áspera da parede do labirinto, eu conseguia ver a força que o corpo cinza fazia para se livrar, mas era inútil, mesmo com todos os músculos por debaixo daquela pele quebradiça e doente, ele estava preso.

— Cuidado! – Só então Tao se pronunciou de alguma maneira e todos acordaram para o que estava acontecendo. – Muito bem, Chany...você nos salvou. – Ele me agradece batendo em meu braço esquerdo parecendo descrente que eu tenha conseguido fazer algo tão rápido.

Eu também não sei como fiz isso.

— Me deem tempo, eu preciso fazer o corpo do Suho reagir de alguma maneira. – Lay nem mesmo se move, apenas continua com as mãos no corpo de Suho tentando curá-lo e nós fazemos como ele pede.

Ficamos todos na frente dele protegendo-o do brutamontes que está mais à frente.

A cabeça continua com o chifre enterrado na parede, os olhos leitosos, rosados e inchados parecem ter nos visto, a boca babada se escancara e vejo dentes pequenos, porém tenho certeza que podem fazer um estrago muito grande, dentro de uma boca daquele tamanho todo.

— Alguma ideia do que podemos fazer contra ele? – Kai pergunta se posicionando ao meu lado.

— Ele parece ser bem duro na queda. – Kris responde ao meu lado, mas sua voz está falha, ele não parece muito hábil para o combate.

Com um estrondo muito alto o chifre finalmente se solta da pedra e o brutamontes sacode a cabeçorra jogando baba para todos os lados antes de nos olhar por baixo, já apontando o chifre gigantesco na nossa direção.

— Eu não sei se eu consigo fazer uma pedra forte o suficiente para deter aquele chifre. – Kyungsoo avisa. – Eu posso tentar.

— Mais do que bem-vindo. A vontade. – Kai o encoraja.

Quase como se tivesse entendido o que foi dito, o brutamontes começa a correr em nossa direção com toda a velocidade que seu corpanzil permite e me pergunto como não percebemos antes sua aproximação, o chão chega a tremer com seu peso.

Kyungsoo puxa sua mão direita para a esquerda e da parede um bloco grande e largo saiu e atingiu o grandalhão bem na cabeça, a força do bloco o prensou contra a outra parede.

Mas isso não durou muito, ele se sacudiu, sacudiu e conseguiu afastar o pilar de seu corpo, Kyungsoo foi mais rápido e puxou outro pilar, esse vindo do chão para empalá-lo, porém a pedra quebrou ao entrar em contato com a pele grossa do brutamontes.

— Isso é novidade. – Kai sussurra e eu sei que isso é sinal de medo. – Como vamos matar isso? A pele dele quebrou um pilar de pedra!

Não apenas isso.

Gingando o corpo e forçando o pilar que o prende, logo a pedra começou a ceder e não demorou para se despedaçar o libertando, agora ele estava mais irado ainda.

E o chifre de pedra se aproximava mais e mais.

De repente o corpanzil cai para trás quase sentado, mas isso não dura muito, ele se sacode e se coloca sobre as quatro patas mais uma vez, ele cai para o lado mais uma vez, sua boca estrala com a força que ele fecha os dentes e tenta morder alguma coisa. Só então eu vejo Tao parar mais atrás do brutamontes.

— Ele é duro na queda, - Kyungsoo se admira – com uma pancada dessa ele só cai de um lado para o outro.

O brutamontes fica de pé nas quatro patas novamente e sacode a cabeçorra mais uma vez para se nortear e o chifre balança de um lado para o outro de maneira ameaçadora, se Tao não fosse tão rápido, poderia ter sido atingido também, tenho certeza.

Mas ao invés disso ele voltou para perto de nós e, como sempre, parece calmo e descansado mesmo correndo feito um louco.

— Eu vou tentar jogá-lo para trás com um impacto mais forte, Kyungsoo se você conseguir prendê-lo longe de nós depois que eu o acertar, eu agradeço. E saiam da frente. – Tao fala de maneira apressada quase colando uma palavra na outra e não espera resposta, apenas sai correndo para trás até sumir de vista e a única coisa que sinto é uma lufada de ar quando ele corre para frente novamente em direção ao brutamontes.

Quando ele o acerta, até mesmo eu sinto a reverberação que o impacto causa nas paredes de pedra rústica e áspera do labirinto. Foi um som alto, um estralo, como um tapa bem encaixado no rosto ou em uma coxa, mas ampliado em cem vezes.

Tao cai sentado para trás, enquanto o brutamontes é arremessado com força para trás, ele deve ter sido jogado uns bons três metros, se fosse alguma criatura mais leve poderia até mesmo ter sido despedaçada. O chão chegou a tremer mais uma vez quando o corpanzil o atingiu, Kai chegou a perder o equilíbrio.

Kyungsoo se apressa e assim que ele cai no chão, ele projeta as mãos para frente e vários braços de pedra envolvem o pescoço, as patas e ainda o chifre do brutamontes.

— Eu não conseguirei segurá-lo por muito tempo. – Ele ofega. – Lay, algum progresso?

LAY

Eu sei que ocorreu alguma coisa, mas não sei o que aconteceu, sinto meus músculos tensos e minhas costas suando frio, meu coração martela acelerado em meu peito, mas não sinto nada vindo de Suho, continuo na mesma situação, apenas seus pulmões funcionam, de maneira muito fraca, o coração está erradico e fraco também, ele não reage e eu não consigo reverter isso de maneira alguma.

O único ponto de contato que dá algum resultado é sua nuca, pressiono minha mão direita com força nela e sinto um fino fio de chamas minhas passarem para seu corpo, mas isso não é o suficiente para iniciar o processo de cura, ainda mais no estado em que ele está, preciso de mais um ponto de contato pelo menos, passar pelo menos um pouco mais de chamas.

Coloco a mão em sua testa, nada, pescoço, nenhuma reação, curiosamente, apenas a nuca reage, a parte da frente não, coração, nada, quase dou um pulo quando sinto uma reação quando coloco a mão eu seu abdome, até mesmo reage mais, me atrevo a tentar algum outro ponto e então sinto sua mão esquerda fechar a ferida ao mesmo tempo em que seu corpo inicia o processo de cura finalmente e quase dou um grito de felicidade, mas está devagar.

— Então? Esse seu alívio é uma coisa boa, não é? – Kris pergunta me tirando dos meus pensamentos.

— Sim, é sim, muito boa. – Suspiro aliviado – O corpo dele está aceitando meu estímulo para cura. Mas está lento, ele está muito mal.

— Podemos ir para nosso local seguro, pelo menos? – Tao pergunta. – Vai saber se não existem mais desses brutamontes por aí, já estamos tenho problema com um, não quero nem imaginar mais um.

— Não, movê-lo agora pode piorar, atrasar ou interromper a cura é algo perigoso, teremos de ficar aqui por mais um tempo.

— Tem certeza? – Kyungsoo pergunta – Você não viu...

— Você não viu como o Suho estava longe e quase inalcançável. Ficaremos aqui até ele melhorar o bastante para sair.

— Lay isso é uma escolha perigosa e... – Kai se abaixa e fica no mesmo nível que eu.

— Mais perigoso seria parar a cura do Suho agora. Vamos ficar, pelo menos alguns minutos até pelo menos os ferimentos se fecharem...

Eu sou interrompido por um barulho alto e ensurdecedor a distância e o chão começa a tremer.

Dessa vez eu me atrevo a olhar em volta e quase tiro a mão do corpo de Suho quando o faço, o brutamontes se debate com toda a sua força para se livrar das contensões de pedra que o prendem, Kyungsoo tenta refazê-las com toda a velocidade que pode, mas nada adianta e a cada gingada da cabeça ou do cifre, as pedras se desfazem em entulho e pedaços.

— Eu avisei que não conseguiria prendê-lo por muito tempo! – Kyungsoo ralha.

Droga, Suho, reage mais rápido, não temos tempo para gastar aqui amigo.

— Não deixem ele se aproximar. – Kyungsoo pode estar esgotado da luta contra Kris, mas sua voz é forte e segura como sempre, se não soubesse, diria que ele está pronto para um combate.

KYUNGSOO

A última coisa que estou é pronto para um embate agora, meu corpo está cansado e esgotado, mas não tenho escolha a não ser me obrigar a lutar, eu já estou projetando estacas de pedra, mas ele é mais rápido e forte que elas, chega até mesmo a parar uma delas com os dentes e quebra a pedra a quase grãos.

— Kai, me teletransporta para atrás dele. – Kris da a mão para ele.

Em um segundo eles somem no meio do ar, no segundo seguinte, vejo chamas enormes indo do chão ao teto acertando o brutamontes por trás, mas não parecem fazer nada com o couro grosso dele e serve apenas para irritá-lo, que se vira na direção dos dois com uma velocidade que não achei que fosse possível para uma criatura daquele tamanho.

Ele arranha o chão com o chifre quase como se o estivesse afiando e parte para cima dos dois que aparecem ao meu lado no mesmo segundo, eu faço então o mesmo que fiz com Kris e transformo a pedra do chão em areia e finalmente consigo atrasá-lo um pouco, ou pelo menos dificultar para ele.

As patas curtas e fortes não conseguem puxar o grande e pesado corpo para fora da areia e ele começa a afundar mais e mais rápido, até que logo a única coisa que está de fora é sua cabeça com o chifre de mais de metro.

— Eu tive uma ideia. – Tao sussurra e mais uma vez some no meio do ar.

No segundo seguinte eu vejo o chifre do brutamontes receber um impacto que quase desloca a cabeça do animal que urra em um misto de dor e fúria, e Tao caindo para trás, na areia e afundando também e a bocarra do brutamontes começa a estralar conforme ele bate os dentes tentando morder Tao.

— Kai...! – Eu começo a gritar.

— Eu já vi! – Kai some no meio do ar e depois reaparece ao meu lado com um Tao todo sujo de areia. – Qual era sua grande ideia, mesmo? – Ele ofega com raiva. – Ser devorado pelos dentinhos afiados e fortes daquele trambolho?

— Eu tentei acertar o chifre dele no mesmo local do impacto anterior, pensei que conseguiria quebra-lo e usar contra ele mesmo. – Ele ofega limpando a areia do corpo e das roupas. – Mas aquilo é mais forte do que eu imaginei.

— Deu pra perceber! – Eu ralho. – Da próxima vez nos avise antes de fazer uma coisa dessas! Se o Kai não tivesse sido rápido você poderia estar partido ao meio agora.

— E você, não pode fazer aquela areia virar pedra de novo? – Ele pergunta afoito – Eu acho que ele está conseguindo se levantar. – Ele fala com vergonha.

— De quem será a culpa? – Kai alfineta. – Você deu impulso pra ele puxar a cabeça!

— Pessoal, ele está se levantando rápido! – Chanyeol nos avisa.

— O que fazemos? – Kris fala em um tom que apenas posso classificar como desespero, isso é novo em sua voz – Nada que fazemos adianta contra aquele couro grosso.

— Lay, quanto tempo pra curar o Suho? – Kai pergunta levando as mãos aos joelhos, está cansado, todos nós estamos. – Preciso tirar ele e o Chen daqui.

— Tira o Chen logo. – Chanyeol sugere - É um a menos para protegermos.

— Eu não sei se consigo voltar, estou cansado e me teletransportar com outra pessoa consome muito de mim. Se eu for, posso não voltar.

— Atenção pessoal! – Com um último impulso para cima, o brutamontes se solta da areia e já está livre para correr até nós pelos metros que Tao conseguiu afastá-lo.

Eu desato levantando paredes de pedra grossa uma atrás da outra para tentar atrasá-lo, posso não conseguir pará-lo, mas preciso atrasá-lo o máximo que puder, preciso arranjar algum tempo para nós.

— Fique alerta, Lay, quando puder, avise o Kai. Nós daremos um jeito de voltar. – Kris o comanda mais atrás. – Kyungsoo, paredes mais baixas, Chanyeol, vem comigo, vamos fazer churrasco de brutamontes.

— Kris, você já viu que não consegue queimar aquele couro. – Tao relembra.

— Eu e o Chany podemos fazer algum estrago. – Ele sorri convencido e levanta o punho no qual Chanyeol bate o dele. Pelo menos o desespero dele ficou mais controlado.

Eles se envolvem em fogo e logo a fênix e o dragão estão a minha frente, menores, tanto para poderem caber juntos nesse labirinto, quanto devido o cansaço. Eles se empoleiram em cima da parede mais próxima e começam a lançar labaredas de fogo por cima das paredes de pedra, logo é possível ver as ondas de calor subindo delas, imagino que as pedras devam estar até vermelhas com o calor.

Ouço as paredes virando pedregulhos uma após a outra a distância e não posso evitar de ficar com medo dele se aproximar demais e não ter tempo de fazer nada.

— Lay? – Pergunto, mas ele apenas balança a cabeça negativamente. – Tao, tome distância e fique atento, pode precisar arremessa-lo para longe de novo, consegue?

— Claro. – Ele se afasta e fica em posição.

Então minha atenção é tomada pelo brilho das chamas se intensificando e o barulho de pedras quebrando, quando me dou conta o brutamontes está correndo desgovernado através da parede onde Kris e Chanyeol estavam empoleirados, eu não tenho tempo de fazer absolutamente nada a não ser cair para o lado para não ser atingido por ele, mas abro o caminho para Lay.

LAY

Eu ouvi apenas o barulho e senti algo dentro de mim quebrar.

Por algum motivo eu me viro para trás e tudo que vejo é o enorme chifre que vem em minha direção e a única coisa que eu faço é ficar de pé e colocar minhas mãos para frente e fecho os olhos, nada mais que isso.

Kyungsoo gritou alguma coisa, eu ouço um barulho alto de pedras sendo quebradas e algo me derruba, só quando estou no chão é que abro os olhos novamente, o brutamontes foi prensado contra a parede por outro pilar de pedra de Kyungsoo, foi atingido bem na cabeça, ele a sacode em cólera e fúria, logo estará solto novamente, eu não sei porque eu faço isso, mas eu coloco minhas duas mãos em sua cabeça, eu quero ele morto, quero que ele morra e nos deixe em paz.

Ao meu toque eu sinto seu corpo começar a perder força imediatamente até ele ficar débil prensado pela pedra, uma vez que ela é puxada, ele cai frio e morto, ao mesmo tempo em que eu sou tomado por uma força bruta, limpa, quase selvagem, quase demais para o meu corpo, me abaixo e toco em Suho.

Sinto meu corpo irradiar calor de uma maneira absurda e Suho até mesmo puxa o ar com força pela boca, seus pulmões funcionam, seu coração começa a bater forte, suas feridas se enchem de calor, luz, as fibras de sua carne se refazem imediatamente, seu corpo está curado, total e completamente. Simples assim.

O que acabou de acontecer?

Olho para cima e sou recepcionado pelo olhar confuso de todos que estão comigo, Chanyeol até mesmo está de boca aberta sem entender o que aconteceu, não o culpo, já que eu também não sei explicar o que houve eu mesmo.

— Ele está bem...podemos ir. – Não sei se falei em um volume que todos possam ouvir e como ninguém parece se mover ao ouvir isso, tomo coragem para falar novamente, quando Kyungsoo se mexe, ainda me olhando.

— Kai...leve-os. – Seus grandes olhos estão maiores e mais curiosos que nunca.

Kai parece sair de um transe, morde o lábio inferior com tanta força que acho que ele pode machucar a si mesmo a qualquer momento, ele hesita um pouco antes de andar em minha direção e, pode ser neurose minha, mas percebo que ele faz questão de me tocar no ombro onde há roupa e evita tocar minha pele.

Toco em Suho e Chen e sinto o puxão atrás dos olhos de sempre quando Kai nos teletransporta.

KRIS

Continuo parado no lugar onde eu caí, Chanyeol está um pouco mais à frente de mim. Ele explodiu em chamas para poder se livrar dos pedregulhos que caíram em cima de nós dois e desatou a correr sem esperar um segundo para poder proteger os outros, mas parou no meio do caminho ao ver a cena.

Eu mesmo fiquei sem entender.

O brutamontes havia caído no chão, débil e mole, sem vida.

Enquanto todos nós tentamos fazer alguma coisa para pará-lo, e falhamos, Lay o parou com apenas um toque e ainda fez Suho voltar. Eu queria dizer alguma coisa, mas não consegui superar a surpresa ao ver aquilo.

— Foi como se ele sugasse a vida daquele bicho. – Tao fala, mas não parece falar com algum de nós e sim estar pensando alto consigo mesmo.

Kyungsoo parece querer falar alguma coisa, mas até mesmo ele está surpreso demais para falar alguma coisa. Ele fica parado no mesmo lugar alguns segundos, sua perna esquerda inquieta e percebo que ele está abrindo e fechando o punho esquerdo também, seria um sinal de ansiedade?

— Só...só vamos voltar, - ele fala por fim – já passamos muito tempo aqui e a cada segundo mais e mais desgraças acontecem. Ainda há tempo de acontecer mais.

— O Lay descobrir que pode matar com um toque foi desgraça? – Eu pergunto – Eu vejo isso como algo muito bom. – Me aproximo deles e estou sorrindo, de orelha a orelha e todos me encaram por isso – Só eu achei legal o fato dele poder nos curar e ainda poder matar essas criaturas só com o toque?

— E ele pareceu transferir para o Suho, não foi? – Chanyeol pergunta tombando a cabeça para a direita em um misto de confuso e animado.

— Vamos discutir isso quando chegarmos em nossa área segura, ok? – Kyungsoo pede, cansado, quase esgotado.

— Mas... – Chanyeol começa a protestar.

— Vamos indo...em silêncio. – Kyungsoo acrescenta por último e começa uma caminha fraca e cansada.

É por ficarmos em silêncio que ouvimos.

Um barulho alto, muito alto e crescendo mais e mais. O chão começa a tremer atrás de nós.

Eu me viro e sinto meu estomago atingir o chão.