TAO

Já perdi a conta de quantas vezes olhei para a direita, esquerda e para frente, esperando ter que entrar em ação, principalmente, ter que proteger o Lay, não me lembro de já ter ficado tão tenso e preocupado quando era eu que estava no labirinto, quando era minha vida que estava correndo riscos.

Lay está sentado atrás de mim, pernas cruzadas, olhando para a sessão que já conhecemos do labirinto, eu decidi colocá-lo de guarda para qualquer coisa que possa aparecer atrás de nós e tentar nos atacar de alguma maneira, mas não sei se foi uma boa ideia.

Quando olhei para ele para me certificar de que ele estava de fato alerta, quase tive um ataque de fúria ao ver aquele olhar descansado e quase desligado em seu rosto.

— Você tem certeza que conseguirá ver alguma coisa, Lay? – Me segurei para não dar um tapa em sua nuca para tentar acordá-lo. Os olhos mortos e ele parecia estar em outro mundo, ou talvez dormindo.

— Pode apostar. – Foi a única coisa que ele respondeu dando um sorriso mais bobo ainda e segurando as pernas.

Eu não consegui pôr fé nisso, mas acabo aceitando o risco, ele não pode ser tão desligado assim.

Os seis já estão lá dentro há algum tempo e isso me deixa inquieto, ainda mais os ruídos que ouvi alguns momentos atrás, foram todos muito próximos uns dos outros, isso acrescido do clarão que veio do lado esquerdo há alguns minutos e eu estou um feche de nervos de preocupação.

Todos são completamente capazes e fortes para cuidarem de si mesmos, mas esses novos corredores têm surpresas demais.

— Acha que eles estão bem? – Quase dou um pulo de susto quando ouço a voz de Lay a altura do meu ouvido.

— Não me assusta assim de novo, - me viro de supetão e encontro Lay com a mesma paz na expressão de sempre – eu não sei, Lay, - admito por baixo de um suspiro – eu não sei o que pensar desse...desse labirinto...eu achei que já conhecia tudo aqui e de repente...me sinto tão atordoado e amedrontado quanto antes.

Me viro para encarar os corredores do labirinto novamente no momento exato em que Kris e Kyungsoo aparecem a distância no corredor da esquerda, ambos se apoiando um no outro e não sei ao certo quem parece pior, mas me assusto ao ver o estado em que o menor está.

Roupas chamuscadas aqui e ali, ele parece mancar um pouco, seu rosto está muito vermelho como se tivesse se queimado e parece muito esgotado, o maior parece preocupado com ele, apenas parece um pouco cansado, mas nada muito grave.

— O que houve com vocês? – Lay corre na direção deles sem que eu sequer perceba e eu o imito.

— O que vocês encontraram? – Pergunto ajudando Kris a andar enquanto Lay ajuda o menor, que quase parece se jogar no ombro dele.

— Esse labirinto é um inferno! – Kyungsoo ralha e até mesmo seu tom de voz parece cansado – Essa nova sessão é pior ainda do que eu imaginei! – Ele fica impaciente e se solta do Lay e vai andando para a divisão das duas sessões e se senta no chão apoiando na pedra áspera – De algum jeito, fizeram o Kris me atacar! Eu quase morri lutando com o dragão!

Eu e Lay olhamos para ele ao mesmo tempo assustados, ele olha para cada um e depois para Kyungsoo e a surpresa em seu rosto me deixa mais confuso ainda. Como pode não se lembrar de tentar matar o Kyungsoo?

— Do que você está falando? – Ele se solta do meu apoio e vai em direção ao pequeno que estica as costas apoiadas na pedra e faz uma careta de dor.

— Não era você, Kris, - Kyungsoo fecha os olhos e parece se controlar para não se irritar – de verdade, foi esse labirinto. Quando achamos aquela parede...disso você se lembra, não? – Kris assente – Pois bem, você foi atingido por uma nuvem de gás roxo e depois daquilo...você, por algum motivo, começou a me atacar, queria de todas as maneiras possíveis, me matar. – Agora o pequeno tinha certo humor no rosto ao contar o que houve – E olha, você estava bem empenhado nisso, quase conseguiu.

Kris fica estático por um segundo até cair sentado sem acreditar no que acabara de ouvir e ele não foi o único. Eu e Lay ficamos olhando de longe sem entender nada do que eles disseram ou saber o que podia ter acontecido lá dentro. Já esperava que algo pudesse acontecer, algo grande e perigoso, mas nada nesse nível.

— Como você conseguiu fazer isso? – Pergunto incrédulo – Digo, derrotar o dragão.

— Aparentemente, areia prejudica o funcionamento do manto de fogo do dragão de alguma maneira. E eu também tive que jogá-lo contra a rede elétrica que existe no céu – Kyungsoo responde apoiando a cabeça na parede.

— Eu sabia que aquele clarão não podia ser coisa boa. – Comento mordendo a unha do polegar.

— Você não se lembra de absolutamente nada? – Ele reabre os olhos e pergunta para Kris.

Ele parece envergonhado quando responde – Agora que você comentou isso...alguma coisa está vindo a minha mente. Eu não via você e via...via alguma criatura...e não via ataques de terra ou areia eu via...ele se movia de um jeito estranho... – ele move os braços os esticando – como se ele se alongasse ou algo assim. – Ele leva a mão a cabeça e puxa o cabelo em confusão – Me desculpa, Kyung eu...eu não sabia...eu...

— Eu já falei que não foi você, Kris, relaxa. – Kyungsoo tentou passar uma imagem calma, mas estava escancarado que ele estava irritado com aquela situação.

— Deixa eu dar uma olhada nas suas mãos e...tentar te ajudar um pouco. – Lay se ajoelhou ao seu lado – Você deve ter chegado muito perto do fogo, está todo queimado.

— Não fui eu que cheguei perto do fogo, Lay, está mais para o contrário. – Kyungsoo responde irritado.

— Certo. – Lay dá uma risadinha sem graça.

— Kris, ainda bem que você está do meu lado e não contra mim, odiaria ter você como inimigo.

— Nesse momento é bom eles terem medo mesmo. – Kris responde distante e dá para notar que ficou mexido por ter atacado Kyungsoo, mesmo que não tenha sido conscientemente.

— Respire fundo, Kyungsoo, se recoste na pedra, feche os olhos e tente relaxar. Vou tentar fazer uma análise de como seu corpo está e onde precisa de mais cuidado. – Lay pede.

Ele pode ter essa cara de desligado e avoado no mundo, mas a verdade é que quando ele está curando ou cuidando de um de nós, ele muda e fica absolutamente sério, concentrado e focado, chega a ser engraçado como ele muda bruscamente.

Eu observo enquanto ele coloca uma mão na testa e outra no peito de Kyungsoo, o menor fez como ele pediu e está de olhos fechados. Lay fez o mesmo e começou a se concentrar, suas sobrancelhas se enrugam um pouco e ele parece ver alguma coisa, pois move a cabeça como se visse algo no ar e aquilo o guiasse sobre o que fazer.

Lentamente, ele começa a mover a mão que está na testa de Kyungsoo e a coloca em seu pescoço, a que está no peito se move um pouco e fica próxima ao abdome e lentamente a cura acontece diante de nossos olhos. A pele vermelha e irritada dele começa a clarear e ter um aspecto mais saudável, seu rosto agora apresenta um ar mais calmo e revigorado.

Por último Lay pega suas mãos, as fecha e envolve com as suas, logo os dedos queimados e vermelhos do menor voltam ao seu aspecto normal, assim, simplesmente em segundos diante de nossos olhos.

— Você é nosso salvador, Lay. – Kyungsoo até mesmo está mais calmo agora.

— Sua vez, Kris. – Ele se levanta e vai em direção ao mais alto que está sentado mais a direita.

— Onde estão os outros, Tao? – Kyungsoo já retornou ao seu eu normal, uma vez que já está perguntado onde estão os outros. Isso é bom, Lay sempre tem esse efeito de cura em todos. – Achei que seriamos os últimos a chegar e no entanto, não há ninguém aqui.

— Eu estava me perguntando a mesma coisa, na verdade. – Respondo.

— Isso é verdade, - Lay responde sentando em frente a Kris, uma mão em sua cabeça e a outra em seu ombro esquerdo – estava inquieto e impaciente já. Não parava de olhar para todos os lados esperando ver alguém.

— Você se importa de ir procurar por eles? Podemos ficar de olho no Lay. – Kyungsoo nem mesmo espera minha resposta e já fica de pé.

— Certo, vou atrás do Kai e o Chanyeol primeiro. Suho e Chen devem estar explorando tanto que se esqueceram do tempo. São uma das duplas mais fortes aqui dentro. – Comento indo para o lado esquerdo.

— Foi o que disseram dele e do Xiumin e ainda assim eles tiveram problemas. – Kyungsoo comenta sério.

Como esse baixinho consegue ser tão sombrio é algo que nunca vou conseguir entender.

Quando me coloco em minha zona temporal diferente e acelero o meu tempo e corpo, desacelero o mundo ao meu redor, logo, correr entre os corredores desse labirinto é uma tarefa extremamente fácil e rápida para mim, quase mamão com açúcar...embora eu não tenha certeza do que seja mamão ou açúcar, é só uma expressão que me vem amente quando falo de algo fácil.

Eu já cheguei a andar, correr e cobrir uma área gigantesca da outra sessão do labirinto, mas nunca achei uma saída, ele vive mudando e isso adicionado aos confrontos com criaturas entre outras distrações, eu não consigo achar uma saída daqui, além de precisar fazer meu caminho de volta para a nossa área segura.

Mas cobrir e procurar áreas e distâncias pequenas é comigo mesmo, além de conseguir fazer isso rapidamente, consigo evitar enfrentamento desnecessário com criaturas, logo, achar Chanyeol e Kai não deve demorar.

O mundo passa ao meu redor como um borrão conforme eu corro e devo dizer que me já me acostumei com isso, até estranho um pouco quando fico muito tempo sem me mover nessa velocidade aumentada que consigo me colocar.

Depois de alguns minutos encontro os dois, como estou acelerado, eu os vejo se mover devagar e desacelerado, Kai tem uma expressão de decidido ao falar enquanto Chanyeol parece apenas cansado ao ouvi-lo.

— De onde foi que você saiu!? – Kai pergunta depois de dar um grito fino ao se assustar com minha aproximação repentina. – Porque veio aqui? Está tudo bem?

— Eu que pergunto, todo mundo estava demorando para voltar...Kyungsoo me mandou verificar assim que voltou e percebeu que ninguém havia retornado ainda.

— Ninguém retornou? – Chanyeol direciona sua atenção a mim – Achei que estavam todos nos esperando. Será que estão bem?

— É o que verei agora, - digo já começando a correr em busca de Suho e Chen – andem logo e voltem para o ponto de encontro. – Os apresso antes de começar a correr.

O mundo ao meu redor vira um borrão novamente e até mesmo vejo Lay, Kris e Kyungsoo sentados no ponto de encontro quando passo por eles em direção ao corredor que abriu agora.

Sou obrigado a desacelerar por quase escorregar em água.

Suho deve ter entrado em algum combate.

Me movo na zona temporal normal, porém correndo para acha-los o quanto antes e não demora muito até que eu os encontre.

Meu estomago vai ao chão quando o faço.

Chen está mais perto de mim, sangue seco mancha seus ouvidos, seus joelhos estão rasgados e está inconsciente, pelo ângulo que seu pé direito está, deve tê-lo quebrado.

Mais à frente, Suho está também desacordado, virado de bruços, parece ter tentado chegar até Chen, me apresso para virá-lo e me assusto ao perceber que seus ferimentos são maiores. Sua boca está rasgada em um sorriso deformado manchado de sangue, seus ouvidos também têm manchas de sangue seco e suas mãos também sangram, as vejo mais de perto e parece faltar um naco de carne bem na palma de cada uma.

O que houve aqui?

LAY

Kai e Chanyeol retornaram ao ponto de encontro no momento em que havia acabado de curar o Kris, ele podia não sentir ainda, mas estava com uma fratura no braço direito, pequena, porém ainda fratura e sua cabeça estava desorganizada devido ao esgotamento. Parece que o tal gás que ele inalou era mais tóxico do que imaginamos.

— O que houve com suas roupas? – Chanyeol pergunta para Kyungsoo ao se sentar ao lado dele. – E porque você está cheirando a cinzas?

— Longa história, não estou a fim de comentar agora. – Ele responde de maneira breve e cansada.

O embate com o dragão cobrou bastante dele, e não posso dizer que isso me surpreende, os dois dominadores de fogo são criaturas difíceis de enfrentar.

— Eu achei que estávamos atrasados. – Kai comenta se sentando também, ao lado de Kyungsoo – Parece que todo mundo se empolgou um pouco demais nas explorações, não é? Será que encontraram algo que vá nos tirar daqui?

— Ninguém quer isso mais do que eu. – Kris bufa ao meu lado – Já cansei dos jogos que temos que viver aqui dentro e não saber se vamos morrer toda vez que acordamos.

— Que profundo. De onde saiu isso? – Eu rio. – Você nunca foi exatamente do tipo de se sentir oprimido por esse labirinto.

— Nunca quase matei um companheiro antes. – Ele responde por baixo de um suspiro.

— COMO É? – Kai e Chanyeol perguntam ao mesmo tempo.

— Eu já falei que não quero falar disso agora. – Kyungsoo se apressa para responder antes que houvessem mais perguntas.

— Mas como assim...

— Eles precisam de repouso, então não os chateiem. Principalmente o Kris, o sistema dele está bem debilitado. – Peço ficando de pé – Ficar relembrando esses momentos não pode fazer bem para eles. E vocês, como estão? Tiveram algum combate? – Pergunto já colocando a mão na testa de cada um para tentar perceber algum esgotamento. – Não parecem ter nada muito grave, só um pouco cansados, mesmo.

Com uma lufada de ar eu vejo dois pés se materializarem ao meu lado e caio sentado com o susto, demoro alguns segundos para entender a cena à minha frente.

Tao está ofegante, Chen está em suas costas, desacordado, a única coisa que vejo é sua cabeleira castanha molhada deitada no ombro esquerdo do que o segura. Porém mais do que rápido, Tao o coloca no chão e antes de sair correndo mais uma vez ele fala muito rápido, quase colando uma palavra na outra.

— Suho e Chen, estão gravemente feridos, cuidem do Chen que vou buscar o Suho.

E então com outra lufada de ar ele some na nossa frente.

Tudo isso aconteceu em menos de um segundo e todos os cinco que estavam sentados aqui estão parados sem entender o que houve, bem, todos com exceção de mim.

Tao deixou Chen no chão de maneira desajeitada e descuidada, tanto que ele caiu todo torto, mas seu pé direito está um pouco torto demais e isso me preocupa.

— Alguém o estique reto no chão, preciso ver esse pé torto dele. – Comando os outros e me apresso a tirar o tênis do pé dele e já o toco procurando a fratura e ela é grande, os ossos se partiram em dois. Só quando começo a passar o calor de minhas mãos para o pé dele e começo a cura é que percebo que ninguém se moveu para fazer o que pedi. – Vocês são surdos ou o que? Não ouviram o que eu disse, caramba? Alguém se levanta e endireita o corpo dele, agora!

Kai é quem se move e faz o que pedi, Kyungsoo não parece conseguir se levantar ainda, seu corpo está muito debilitado, Chanyeol se move depois de Kai e Kris está estático ao ver Chen tão machucado.

O pé de Chen demora para se emendar, mas eu consigo fazê-lo e quando os ossos se colam eu passo para o resto de seu corpo, ele está todo molhado, ele e Suho devem ter tido muitos problemas, joelhos têm feridas superficiais, não precisam de tanta atenção no momento, torço está ok, nenhum órgão está ferido e funcionam bem, não, não tão bem assim os pulmões estão com dificuldade para respirar, acho que deve ter engolido água pelo jeito.

Pressiono minhas mãos com força em sua caixa torácica e procuro seus pulmões com meu toque e sinto seu corpo protestar, ele se retorce com dor e é Chanyeol que o segura antes mesmo que eu peça, ótimo. Alguma coisa parece pesar em seus pulmões, só pode ser água a julgar pelo modo como está ensopado, preciso fazê-lo cuspir.

— Solta ele, - peço para Chanyeol – senta ele, puxa os braços para frente, Kyungsoo, alguém, segura ele pela cintura e não deixa ele se mexer demais.

Eles fazem o que peço depressa, ninguém faz nada ou diz nada, apenas esperam por meu comando.

Chanyeol o senta e puxa seus braços para frente e Kyungsoo o abraça pela cintura e eu coloco minhas mãos em suas costas para ter uma visão mais clara de seus pulmões e é tranquilizante quando consigo praticamente segurar a água em minha mão e com um tapa faço seus pulmões expelirem a água.

Chen dá um grito de dor antes de tossir uma grande quantidade de água e tanto Chanyeol quanto Kyungsoo sorriram de alivio.

— Não comemorem ainda, posso precisar de ajuda com mais coisa, Chanyeol, o segure pelos ombros, apoie o corpo dele.

Passo para sua cabeça enquanto ele ainda está sentado esperando encontrar algum problema também, qualquer coisa, porém, para o meu alívio, ele só está cansado agora, precisa de repouso para se recuperar.

— Podem deitá-lo, - suspiro me sentando no chão – ele só precisa de repouso agora. Quase não deu tempo.

Assim que fecho a boca e coço minha testa cansado, Tao aparece ao meu lado novamente e dessa vez é a cabeleira loira de Suho que está molhada e apoiada em seu ombro.

— O deite reto dessa vez. – Peço já me recompondo.

Tao o faz e coloca Suho no chão reto com os braços ao lado do corpo.

Nunca vi Suho nesse estado.

E isso me assusta.

— Meu Deus, - Kyungsoo se ajoelha ao lado dele e olha suas mãos – ele deve ter feito aquela onda gigante, isso consome demais dele.

— Onda? Eu não me lembro de vê-lo assim tão machucado antes. – Pergunto olhando suas mãos também.

— Ele já a usou antes, mas não foi com tanta intensidade, hoje deve ter extrapolado.

Faço uma leitura rápida de seu corpo começando pelos pés e não percebo nada fora do normal, passo para seu torço e vou para os pulmões, estão funcionando de maneira muito fraca, quase não conseguem puxar ar, perfeito, é mais fácil do que o caso de Chen.

Pressiono minhas duas mãos em seu peito e estou pronto para passar meu calor para seu peito quando sou pego de surpresa e isso me assusta, me desespera.

Não consigo iniciar o processo de cura nele, o calor que passa das minhas mãos para curar as pessoas, não passa, eu tento pressionar minhas mãos com mais força, mudo o local de contato, mas seu corpo não reage, nada acontece.

Suho...

Eu não vou perder outro amigo, você não vai me deixar Suho.

Passo de seu peito para sua nuca tentando qualquer tipo de reação dele e quase pulo quando sinto um pouco de calor sair de mim para o corpo dele e me apresso para rasgar sua camiseta e expor seu peito e quase bato nele quando pressiono minhas mãos em seu peito e dessa vez finalmente sinto seu corpo reagir e seus pulmões ganham força e começam a puxar o ar com mais força, mas ainda não é o suficiente, seu corpo está muito debilitado, seus pulmões podem estar puxando o ar com mais força, mas ainda não consigo fazê-lo reagir direito.

Quando eu estou curando alguém eu vejo as coisas de uma maneira um pouco peculiar.

Ao tocar na pessoa e fechar meus olhos, eu vejo uma chama dentro dela que banha seu corpo por inteiro começando em seu coração, e em minhas mãos eu vejo a mesma chama e quando a estou curando, eu faço a chama da minha mão se unir a de seu corpo e a intensificando e fortalecendo para assim curá-la de qualquer coisa que seja.

O pé de Chen estava quebrado, ao tocar nele eu vi uma parte de seu corpo, apagada, o que eu fiz foi estimular as chamas a crescerem e se intensificarem até que ascendessem novamente em seu pé e assim o curar, assim como seus pulmões, eles estavam escuros, apagados, com o meu toque eu os fiz acender novamente os curando.

Quando alguém está envenenado eu vejo uma mancha preta onde ele entrou no corpo da pessoa e com a chama da minha mão consigo fazer o corpo expulsá-lo, basicamente eu preciso fazer com o corpo da pessoa reaja e lute contra qualquer coisa que esteja sentindo, intensificando seu próprio poder de cura.

Mas no caso de Suho está diferente, eu não consigo fazer as chamas da minha mão agirem em conjunto com as chamas do corpo dele, sua chama está muito fraca, quase apagada, por mais que eu tente fazer seu corpo reagir e se curar, eu não consigo estimular a cura.

— Tem algo errado... – sussurro descrente – ele não está reagindo...eu não...eu não sei o que está acontecendo...

— Tem algo que possamos fazer para ajudar? – Kyungsoo se apressa a perguntar.

— Eu não sei, o corpo dele não reage a nada...

— Cuidado! – Tao grita.

Ótimo, era o que precisava.