O pior pesadelo de Luke Alvez se tornou realidade. Era a única coisa que ele conseguia pensar enquanto a cena de crime dentro do FBI era processada.

Uma poça de sangue no meio da garagem, vinda de um oficial morto no canto dela. O oficial que Rossi destinou para cuidar de sua filha. Ele havia sido morto perto das escadas e Penelope, bem, ela desapareceu.

Rossi olhou para Luke que parecia incrivelmente congelado ao olhar para uma poça menor, como se alguém tivesse sido nocauteado e caído no chão.

— Talvez você devesse falar com ele. – A voz de Emily fez Rossi sair do estupor que ele estava. – Quero dizer, ainda não sabemos quase nada sobre o sequestro e vocês dois parecem querer e muito sair no braço. Embora eu pense que Penelope vai odiar isso.

— Eu acho que ele está me odiando. – Rossi olhou para Luke se levantando. – Alvez, onde vai?

— Para casa. – Ele apertou o alarme do carro. – Preciso pegar uma blusa dela para Roxy cheirar.

— Não faça nada de estupido, ok? – Emily olhou para ele e sabia. – Chame a gente se decidir. Ou me envie uma mensagem. E eu falo sério.

— Está bem, chefe. – Luke entrou no carro e quando decidiu ligar o carro, Rossi apenas entrou no carro e colocou o cinto. – O que acha que está fazendo?

— Para alguém inteligente você faz perguntas idiotas. – Rossi respondeu. – Eu sei o que você vai fazer, Luke. E eu vou junto.

— Não tem medo de Emily xingar você? – Luke apenas queria uma resposta simples.

— Ela é minha filha, Luke. – Rossi olhou para ele. – E embora você ainda me odeie por não contar antes, eu contei. Eu já considerava aquela garota minha filha. O exame só oficializou.

Luke se virou no banco do motorista e puxando o freio de mão e colocando ré, saiu da garagem direto para a casa de seu futuro sogro. Ele sabia que Rossi era um homem bom e que ele tinha sorte de ter como sogro um agente federal como ele e sua garota.

Everret arrastou uma ainda inconsciente Penelope para dentro do novo esconderijo dele e de Kevin. O lugar tinha uma cama e uma cadeira. Apenas isso.

Amarrando Penelope a cama pelas mãos, ele colocou um pano em sua boca e fechou o lugar, indo para a sala de estar. Era a garagem da casa onde eles decidiram colocar Pen.

Matando a dona da casa e seu marido, ele colocou os corpos dentro do freezer e desligou todos os telefones, fazendo uma gorda transferência para a companhia elétrica e para os filhos deles.

— Eu acho que tem algo de pronto na geladeira. – Kevin viu Everret de volta. – O que você fez, irmão?

— Eu a trouxe para cá. – O vilão falou, comendo uma garfada de torta de chocolate que tinha na geladeira. – Eu decidi que você iria querer ver ela de uma vez.

— Você é idiota ou o que? – Kevin olhou para ele. – Ainda não era a hora certa para isso. E você fodeu com tudo.

— Você namorou quatro anos com ela e nem sequer fez o que deveria. – Everret empurrou Kevin. – Nunca trouxe ela para nossa reunião de família.

— Está brincando? – Kevin foi até o compartimento e abriu a porta. – Ela ficou ainda mais bonita.

— Claro, ela está fodendo com o agente Alvez. – Everret deu um sorriso. – Ela ficou mesmo gostosa.

— Não toque nela. – Kevin advertiu. – Não assim de qualquer forma.

Fechando a porta, ambos deixaram Penelope novamente sozinha. Eles sabiam que logo ela acordaria e precisavam ser rápidos.

Entrando pelos fundos, Rossi digitou um código em um portão que dava em uma outra casa. Ele digitou novamente o código na fechadura da porta e ele e Luke entraram.

— Comprei essa casa dois anos depois de voltar para a BAU. – Ele ligou a luz na sala principal. – Todos acham que mora alguém, mas eu programei um sistema para fazer isso. Na verdade, as únicas coisas que ficam aqui é o arsenal particular.

— É bom ser rico as vezes. – Luke ficou admirado com a quantidade de armas. – Você tem uma Smith & Wesson 1945?

— Nunca se sabe quando vai precisar de algo mais clássico. – Ele abriu outro quarto. – Entre e vamos as compras.

O lugar inteiro parecia um shopping de armas. Rossi sabia que quando Pen se casasse, ele teria que arrumar outro lugar para guardar. Essa casa seria toda restaurada para ela.

Pegando uma caixa em um canto, ele sorriu.

— Pode pegar qualquer uma. – Rossi pegou logo três. – Nenhuma delas tem registro e as superfícies dela podem ser levantadas, tiradas como películas.

— David Rossi, eu acho que Pen tem o melhor pai do mundo. – Luke colocou quatro dentro de uma bolsa. – E agora?

— Tenho alguém que pode nos ajudar. – Ele pegou o celular e sorriu enquanto conversava com alguém do outro lado. – Ele ligará em duas horas.

Emily, Reid, JJ, Matt e Lewis sabiam que provavelmente Luke e Rossi não dividiriam as informações, mas isso não os impediu de procurar por conta própria.

— Quem é Kevin Lynch? – Tara perguntou, sabendo que uma relação com Everret era possível.

— Ex namorado de Penelope. – JJ respondeu. – Babaca nível monstro.

— Ele pediu Pen em casamento, mas ela não estava pronta e ele não era o homem certo para ela. – Reid completou. – Quando JJ se casou, ele trouxe outra garota e fez de tudo para deixar Penelope mal. Ele teve uma crise de ciúmes por causa de um outro rapaz.

— Ele deixou o FBI logo depois de um caso dos sete círculos do inferno de Dante. – JJ adicionou. – Pen tinha tirado um tempo pessoal. Foi alguns meses depois que Reid foi baleado e quase morto no hospital.

— Ela me salvou. – Reid olhou para uma foto dela junto a ele em seu celular. – Preciso de um momento.

Saindo da sala da BAU, Reid discou um número especial.

— Spencer, eu estava sentindo sua falta. – Max sorriu para ele. – Spence?

— Desculpa, querida. – Reid deixou uma lágrima rolar. – É que Penelope foi raptada e eu precisava ouvir sua voz.

— Pen foi raptada? – Max começou a andar rapidamente pelo colégio até seu carro. – Posso vir até a BAU?

— Eu vou esperar você no andar. – Ele sorriu, percebendo que Max tirou um tempo para ajudar ele a se consolar.

Penelope abriu os olhos, sentindo que seu corpo todo reclamava com ela, fazendo com que ela ficasse parada naquela cama. Suas mãos estavam amarradas para cima e suas pernas para baixo.

O pano entre seus lábios foi o começo de algo que ela estava relutando tanto a fazer. Aceitar que ela estava amarrada a algum louco, com Everret Lynch, longe de seus amigos e talvez com um potencial Alexei Stanovich em sua direção.

Mas foi quando a porta se abriu que ela teve sua maior surpresa de todas.