The Real Stalker

A própria heroina


Kevin observou Penelope enquanto ela acordava e tentava assimilar tudo de uma vez. Seu sorriso não era por ela ter acordado, mas de total escarnio.

— Quanto tempo, não é? – Ele entrou no “quarto” onde ela estava. – Você continua a mesma, querida.

Indo até ela, ele retirou a mordaça interessado em tudo o que sua ex tinha para dizer depois de todos esses anos de sua vida.

— Kevin, porque está fazendo isso? – Ela puxou as cordas e gritou de frustração. – O que aconteceu com o homem que eu amava? Que era um doce?

— Ficou para trás assim que você decidiu terminar tudo e aparecer com um novo homem um tempo depois. – Ele deu um tapa forte nela e a viu se encolher. – Eu deveria acabar com você.

— Eu levei um ano para assumir um novo relacionamento, tentando me recupera de você. – Penelope jogou de volta. – E se bem me lembro, você terminou quando eu disse que eu não queria me casar, que eu não estava pronta para isso.

— Você ainda ficou com um homem diferente. – Ele puxou as cordas dela e a levou para a cadeira, amarrando-a nela. – Assim é muito melhor para mim.

— A equipe com certeza sabe que eu estou desaparecida. – Penelope sabia que era noite. – O que planeja fazer?

— Vou deixar você sem cordas e trancar a porta desse lugar. – Kevin a derrubou da cadeira e a desamarrou. – E então amanhã eu vou voltar com meu irmão.

Simmons olhou com cuidado para o arquivo de Kevin Lynch. Ele havia sido demitido como parte de um disfarce para se infiltrar em uma das gangues mais perigosas da Rússia, mas não havia voltado da Rússia com vida.

O carro onde ele supostamente estaria explodiu, matando a todos e tornando os testes de dna impossíveis.

— Acho que todos concordamos que Kevin fingiu a própria morte e “renasceu”. – Lewis disse, convencida. – E além do mais, ele sempre foi bom com computadores, e-mails e poderia fazer uma identidade falsa com perfeição.

— Nunca vimos menção a um irmão nos arquivos de Everret. – Reid olhou para Max protegida na BAU. – Quero dizer, filha e mãe eram as únicas citadas.

Rossi e Luke entraram na penitenciaria onde Roberta estava presa. Eles eram agentes respeitados e podiam entrar sem nenhum tipo de problema.

— Bem, olha o que os ventos trouxeram. – Roberta disse, tentando fazer uma piada. – Dois homens bonitos, lindos de seus jeitos.

— Tenho certeza que minha esposa e a noiva dele acham isso também. – Rossi olhou para Luke. – Como vai, Roberta?

— Entediada como sempre. – Ela jogou os cabelos para frente e para trás. – O que os traz a minha humilde morada coletiva?

— Seu filho. – Rossi colocou uma foto de Kevin e Everret. – Kevin.

Roberta ficou branca como um papel enquanto olhava a foto. Ela empurrou a foto para longe, como se quisesse se livrar dela.

— Kevin está morto há anos. – Ela reclamou. – Eu nunca mais soube nada sobre ele. Aquela explosão o matou sem deixar que eu o enterrasse.

— Ele está vivo, Roberta. – Luke olhou para ela. – E pode ter ajudado no sequestro da minha noiva.

Roberta decidiu que era a hora de contar sobre a origem de Kevin antes que ele se machucasse.

Penelope pegou um grampo de cabelos de seu cabelo e quebrou a ponta, fazendo uma chave de torcer. Ela colocou ambas as pontas dentro da fechadura e começou a trabalhar nela.

Kevin como sempre a subestimou e agora ela iria mostrar ao ex-namorado de merda que ela era mais que um rostinho bonito. Ouvindo um clique baixo, ela testou a maçaneta e sorriu ao perceber que estava aberta. Doze minutos se passaram antes dela conseguir.

— Que merda você estava pensando em fazer? – Everret gritou com Kevin. – Faça melhor.

— Eu vou buscar comida na lanchonete e já volto. – Kevin deixou a casa e nem se preocupou com o que poderia acontecer ou não com seu irmão.

Olhando a bela quantidade de tacos de beisebol na garagem, Penelope pegou um dele e o alisou. Ela sabia como usar um e fechou a porta lentamente. Eles a subestimaram como garota e que ela saberia se defender.

Everret havia colocado uma pequena ópera e por isso não notou que Penelope estava de pé sobre ele até que fosse tarde. Com um sorriso de raiva, ela bateu com o taco na cabeça dele, o fazendo tentar correr.

Ela estava com vontade de acabar com aquele homem e dando mais uma tacada na cabeça dele, ela saiu correndo, agarrou as chaves do carro, deu ré, fazendo com que a porta da garagem voasse e saiu em disparada em direção a um porto seguro.

Kevin saiu correndo quando ouviu o estrondo e o barulho dos pneus e voltou para a casa. Ele viu Everret no chão sangrando, a porta da garagem toda fodida e que o carro tinha sumido.

Correndo para onde Penelope deveria estar, ele chutou a porta e gritou ao perceber que ela havia fugido.

Deixando o carro de qualquer jeito na porta do prédio do FBI, ela correu pelas escadas, sabendo que eles estariam por lá. Ela entrou no bullpen, fazendo todos os presentes darem um grito coletivo.

Finalmente em segurança, Penelope desmaiou.

JJ correu para acudir a amiga que havia desmaiado enquanto Lewis chamava a ambulância. Simmons ligou para Luke e Rossi. Reid colocou o casaco que Max lhe emprestou sobre a cabeça de Pen e se preocupava.

Emily estava congelada. Ela pegou o celular, mas não fazia ideia do que fazer. Se aproximando, ela segurou a mão de Penelope.

Luke correu através das portas duplas do pronto socorro do hospital. Emily já havia pedido liberação muito antes de ele chegar e ele só parou quando estava dentro do quarto de uti de sua noiva.

— Agente Alvez, estou certo? – O médico tentou dar um sorriso. – Eu gostaria de atualizar você sobre sua noiva.

— Ela vai ficar bem, não? – Luke perguntou, implorando por uma resposta positiva.

— Quem dera eu pudesse dizer isso. – O médico suspirou. – Mas eu acho que é cedo demais para qualquer coisa.

— Do que está falando? – Ele olhou para Pen e para o médico em sequência. – Ela só teve um desmaio.

— Na verdade, é mais profundo. – Ele disse e viu o time entrando na sala. – A senhorita Garcia está no que costuma ser chamado de trauma psicológico ou se preferir, como psiquiátrico.

— Isso acontece quando a pessoa tem muitas coisas acontecendo ao mesmo tempo. – Reid explicou. – Como no caso de Pen.

— Exato, agente. – O médico suspirou. – O coma é um jeito de dizer que ela precisa de tempo, descanso.

— E quanto tempo isso pode demorar? – Luke segurou a mão de noiva.

— Não sabemos. – O médico olhou para eles. – Um dia, uma semana, um mês, um ano. Tudo depende dela.

O médico saiu, deixando todos sem reação. Olhando para Pen, a expressão era como se ela estivesse dormindo.

Rossi tocou o cabelo da filha e deu um beijo singelo na testa dela. Kevin e Everret estavam por aí ainda e ele precisava deixar tudo protegido.

E depois, Rossi e Luke iriam atrás dos dois idiotas que todos queriam ver mortos. Ninguém tocava em Penelope Garcia e ficava em pune.

E Luke iria fazer isso se tornar realidade.