The Queen
Prólogo: A Queda de um Anjo
Ellie Frescott demorou a entender o que estava acontecendo.
Elas tinham acabado de voltar de Hogwarts para as férias, mas Ellie não dera atenção quando viu que seus pais estavam estranhos.
Não dera atenção quando eles a encararam com um olhar diferente, quando chamaram Alissa aos cochichos para o canto e quando a irmã a olhou com soberba, um sorriso vitorioso e malvado no rosto.
Ellie só entendera realmente o que acontecia quando vira os carros estacionando em frente de casa.
Ela segurou firme na cortina de tecido fino, o peito apertado ao observar aqueles homens saindo dos veículos. Eles seguravam ferramentas grandes. Ferramentas para impedir pessoas de correrem.
Ellie olhou para o lado, assustada e confusa, quando seu pai se aproximou lentamente da sala de estar.
Ele tinha uma expressão de extrema culpa no rosto. E de pena. E de tristeza.
— Pai.... — começou Ellie, a garganta fechando.
Mas ele a interrompeu imediatamente com aquelas palavras frias:
— Me desculpe. Mas isso é necessário, Ellie.
Ele não a olhava no rosto. Não. Em vez disso, seu pai comum e cuidadoso, que andava por aí com uma maleta de trabalho na mão e sorria para os vizinhos como se não convivesse com três bruxas dentro de casa, mantinha o olhar no chão, como se a culpa não permitisse que ele encarasse a filha nos olhos.
— Pai — repetiu Ellie, as lágrimas já começando a acumular-se nos olhos.
Ela não conseguia mais falar. Nem o pai, que aquela altura já começava a chorar também.
Alissa fizera de novo. Ela tentara de novo.
Mas, dessa vez, estava claro que a irmã havia conseguido.
Ellie se permitiu olhar apenas mais uma vez para a janela antes de recuar de perto desta, as mãos tremendo enquanto a cortina balançava sobre o vidro transparente.
Eles vieram buscá-la. Vieram todos buscá-la.
Ellie observou lá fora por apenas mais uns segundos antes de encarar o pai, com dificuldade, através dos olhos molhados.
— P-por quê?
As palavras mal saíram.
Ele não disse nada; apenas a encarou com tristeza.
Ela, então, num súbito desespero, arregalou os olhos e correu pela sala, não parando até alcançar as escadas e correr degraus acima.
— Ellie! — gritou seu pai lá de baixo, desesperado, mas Ellie não deu ouvidos quando alcançou o segundo andar e correu num vulto pelos corredores.
De repente, ela parou, a respiração ofegante, assim que fitou a porta fechada do quarto de Alissa, agora bem em frente ao seu rosto.
"Respire fundo", pensou a garota, tentando manter-se sob controle. "Ela está tentando te destruir, mas você não pode deixar isso acontecer. Não pode. Faça a sua vingança, Ellie. Faça agora."
Ellie deu-se apenas dois segundos antes de arregaçar a porta e adentrar ao quarto da irmã.
Fale com o autor