Quando o dia amanheceu, a comitiva de Annabeth partiu rumo a França.

—Qual é nossa próxima parada? - Percy murmurou para AJ

—Durmersheim. - Annabeth respondeu, o cavalo dela passando na frente do deles

—Obrigado, princesa.

Annabeth sorriu pra ele, pela primeira vez em dias.

—Então…- Alex começou - Vocês estão se falando agora?

—Ela sorriu pra mim, depois de dias... e que sorriso. - ele disse, um sorriso bobo no rosto

Alex gargalhou.

—Isso está começando a me soar estranho. - ele parou de rir, ficou sério, Percy o encarou

—O que foi?

—Vocês não podem… Você sabe… ela é noiva…

—Eu sei, Alex. - ele respondeu, também sério

—Estamos perto agora, o que quer vocês tenham, deve acabar meu amigo. Ela tem deveres com seu país, um destino, e você não pertence a essa época.

As palavras fizeram Percy sentir uma pontada de dor, mas ele nada podia fazer, Alex dizia a verdade.

—Ela comentou com você? - ele perguntou, curioso

—Sobre?

—Qual deles quer. O herdeiro ou o outro?

Ele lhe olhou pelo canto de olho.

—Não me disse nada, também não temos esse tipo de intimidade.

Percy concordou.

—Essa cidade para onde vamos, é perto da divisa entre Alemanha e França não é?

—Sim Perceu. Temos que pegar um barco no Rheinfähre Plittersdorf para chegar a França.

—Ou seja, ela é a ultima parada de Annabeth antes de casar -se.

—Provavelmente.

Percy sorriu para si, uma ideia fazendo as engrenagens de sua mente rodarem.

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Para sorte, ou não, do grupo, a última barca do dia estava saindo. Alex cuidou de tudo e pagou sua passagens, Percy observou Annabeth olhar o horizonte a sua frente.

—Um novo caminho, não? - ele se aproximou dela, juntando-se a beirada do barco

—Sim, um caminho estranho e não planejado, mas um caminho.

—Já escolheu com quem vai se casar?

Ela revirou os olhos.

—Isso não é da sua conta.

Ele abriu um sorriso torto.

—Você fica linda quando está brava.

—Não estou brava.

Ele se aproximou um pouco mais e pegou sua mãos. A atitude pegou ela de surpresa e ela não pode deixar de arquear uma sobrancelha para ele.

—Independente de quem escolha, espero que seja muito feliz.

—Obrigado. - Respondeu, soltando suas mãos

—Eu tomei uma decisão e quero te manter a par.

—Diga.

—Vou voltar para o meu tempo.

Annabeth o encarou, ele olhava pra frente e quando sentiu os olhos dela sobre ele, não pode deixar de abrir um sorriso torto.

—Voltar? Você é acusado de assassinato! Todos te conhecem, toda elite, não tem como fugir.

Percy sorriu.

—Eu quero tentar provar minha inocência, quero falar com meu irmão.

—Não acho que seja prudente ir.

—E por que quer que eu fique? Quer ter o prazer da minha companhia por mais tempo?

Annabeth ajeitou a postura.

—Apenas não acho prudente. É perigoso.

—Eu gosto do perigo. Não se preocupe, vou esperar você se adaptar a vida de casada…- ele a olhou pelo canto do olho - E só então partirei.

Annabeth sentiu o coração acelerar, não queria que ele partisse.

—Faça como bem achar melhor, Perceu.

—Farei.

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Solo francês. Ela estava em solo francês. Seu estômago borbulhou, certo nojo fazendo com ela sentisse ânsia por aquela que agora seria sua terra.

—Está pronta? - Alex perguntou, parando do lado dela

—Não tenho certeza. Eu poderia fugir para sempre não poderia Alex? Você viria comigo? Me protegeria?

Alex suspirou e abriu um sorriso fraco.

—É tentador, mas você e eu sabemos que esse não é seu destino. A deusa daria um jeito de faze-lo acontecer, as coisas nunca podem sair do controle.

—Achei que meu voto de castidade era eterno.

—Mas a deusa quer que case. Por que reluta?

—Por que não desejo isso.

—Os dois homens a quem foi proposto, são nobres, filhos do rei de um dos países mais poderosos do mundo, bonitos e de riqueza imparável, e pelo pouco que vi, ambos parecem ser gentis, cavalheiros e dóceis. Tem o privilégio de escolher, é mais do que muitas princesas poderiam pedir.

—Então você diz que devo agradecer?

—Agradecer não, princesa. Deve aceitar e dar o melhor de si nesse destino.

—Eu não quero esse destino, mas vou aceita-lo.

—Bem que faz.

—Princesa. - chamou Ronald, trazendo o cavalo dela

—Obrigado Ronald. Pode ir. - ela disse, pegando as rédeas do cavalo - Vamos parar em Seltz. Descansar lá.

—Mas ainda é dia, Annabeth. Poderíamos parar em Nancy. Com essa pausa vamos demorar mais dois dias, no mínimo.

Annabeth subiu no cavalo.

—Eu sei.

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Seltz não era uma cidade grande, era no máximo um grande vilarejo.

—Quer ficar em uma estalagem? - Alex perguntou

Eles cavalgavam juntos pela estrada principal no vilarejo.

—Temos dinheiro para isso?

—Você será a rainha desse país. Não acho que isso seja problema. Deseja que eu mande um mensageiro até o Palácio de Versalhes?

—Mande Cam. Cam saberá como agir e o que fazer. Eles prepararão tudo para minha chegada.

—Como desejar.

—E sim quero ficar em uma estalagem.

—_Você sabe francês? Por que eu não…

—Percy sabe.

Alex olhou para trás, Percy estava por último.

—Perceu! - Alex chamou

Percy cavalgou até seu lado.

—O que há?

—Você sabe francês?

—Oui, cher ami.

—Otimo. Preciso que pergunte sobre alguma estalagem para Annabeth dormir.

—Certo.

Percy acelerou o cavalo, parou mais a frente para perguntar sobre o que lhe fora pedido.

—Bonjour, monsieur. Y a-t-il une auberge ici?— Percy perguntou

—Oui, mon garçon. Tournez à gauche au coin suivant. Trouvez une auberge simple nommée Le soleil jaune. C'est simple, mais c'est confortable.— o homem respondeu

—Merci beaucoup monsieur, bonne journée.

—O que ele disse? Há alguma por perto? - AJ questionou

—Sim, na próxima esquerda existe uma estalagem de nome Le soleil jaune.

Seguindo as instruções do homem, minutos depois estavam na frente do estabelecimento.

—É do seu agrado, princesa? - Alex perguntou, olhando para ela

—Vou ficar aqui esta noite.

Alex desceu do cavalo.

—Vocês devem pegar um quarto também. Os cinco podem dividir um quarto grande.

—Faremos vigília até as 4 horas. - Alex avisou

—Sim, não há necessidade de ficar mais, precisam descansar tanto quanto eu.

—Percy, por favor, pode me acompanhar? - Alex perguntou

—Claro.

Ele desceu do cavalo, deu as rédeas para Duncan que estava atrás dele e com Alex entrou no estabelecimento.

Homens que pareciam viajantes estavam sentados em mesas, comendo. Um grande salão era o que viam na frente, era o local onde eram feitas as refeições.

—Vê algum trabalhador do local? - Alex perguntou

—Ali. - ele apontou com a cabeça

Eles andaram até uma bancada. Um homem gordo, com roupas desgastadas, uma peruca amarrotada estava sentado atrás do que parecia ser um balcão.

—Bonjour monsieur. Les chambres disponible dans cet établissement?

O homem o olhou de baixo para cima.

—Oui.

—Nous voulons deux, les deux simples. - Percy olhou para Alex - O dinheiro por favor.

Alex tirou um saco do bolso e entregou a Percy.

—C'est juste ce soir, je veux le dîner et le petit déjeuner. - avisou

—Vos pièces sont anglaises, je facturerai plus pour cela.

Percy suspirou.

—O que ele disse Percy?

—Que vai cobrar a mais pois são moedas inglesas e escocesas.

—Diga que tudo bem.

—D'accord, mais je veux que vous preniez également soin de nos chevaux.

O homem fez uma expressão de nojo.

—Oui.Je vais demander à quelqu'un de prendre ses chevaux, ils peuvent s'asseoir et profiter du dîner.

—Merci pour l'attention. - Percy entregou as moedas do saco

—E então? - Alex quis saber

—Tudo certo. Pode pedir pros outros entrarem, teremos jantar e café da manhã antes de partir.

—Dois quartos?

—Sim.

—Vamos chamar os outros?

—Eles já devem vir, pedi que um empregado fosse avisar.

—Certo

Eles procuraram uma mesa grande o suficiente para sentar todos. Achando a mesa, sentaram- se, um empregado apareceu em seguida.

—Que voudront-ils? ( O que vão querer?)

—Une bouteille de vin Bordaux.

—Et pour manger?

—Cassoulet. Six.

—Oui. - disse antes de sair

—O que pediu Percy?

—Um vinho e comida forte. - ele olhou para o lado - Eles estão vindo.

Keith, Ronald, Duncan e Annabeth sentaram-se com eles.

—Tudo certo? - Annabeth perguntou

—Sim, tudo ok. - Percy respondeu - Pedi comida e um vinho francês.

—Ótimo. Estou com fome.

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Depois de comerem seus Cassoulet e de tomarem o vinho Bordaux, discutiram para saber quem ficaria com a primeira guarda.

—Eu fico. - Percy disse

—Eu. - Ronald respondeu

—Percy fica e depois Ronald. - Annabeth decidiu - Eu vou me retirar. Percy, se precisa fazer algo, tem 10 minutos, se não pode me acompanhar.

—Não preciso.

Eles se levantaram, Percy foi até o balcão, pediu as chaves e a localização de cada quarto. Voltou até a mesa e deu a chave a Alex.

—Segundo andar, porta de número 12.

—Certo. - ele assentiu

—E o meu? - ela perguntou

—Te acompanho. Vamos?

Ela concordou com a cabeça.

Percy indicou o caminho para ela, já que pediu instruções na bancada. Eles subiram dois lances de escadas.

—A esquerda. - ele informou

Percy segurou sua cintura com uma mão e a ultrapassou, tirando a mão logo em seguida.

—É ali. - ele apontou

Pegou a chave e abriu a porta.

—Estarei aqui fora, princesa. - disse com um sorrisinho

Annabeth passou por ele e entrou no quarto, Percy fechou a porta ainda sorrindo.

—Agora é só esperar. - ele disse para si mesmo

Devia ter passado cerca de uma hora, lá estava Percy, de pé, ao lado da porta de Annabeth. Sem esperar, ele ouviu a porta abrir, revelando uma Annabeth preparada para dormir.

—Achei que ficar aí de pé seria desconfortável. - disse

—Jura? - a voz de Percy tinha um misto de deboche com surpresa

Annabeth revirou os olhos, passou uma cadeira pela porta.

—É muito gentil, obrigado Annabeth. - ela agradeceu sinceramente

—De nada, boa noite.

—Boa noite.

Percy ajeitou a cadeira e sentou. A noite seria longa, mas valeria a pena.

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Percy acordou em um pulo, perdera a noção do tempo, levantou, bateu na porta de Annabeth, precisa ver se ela estava bem.

—Annabeth? - Chamou

Nada.

—Annabeth?

Nada.

—Annabeth me responda, por favor!

Nada.

Ele abriu a porta, olhou por todos os cantos do quarto, Annabeth não estava ali. Um desespero tomou conta dele, ele saiu do quarto rapidamente apenas para ver Annabeth vindo pelo corredor.

Uma sensação de alívio tomou conta dele.

—Você está pálido! - ela zombou - Viu um fantasma?

—Da proxima vez vê se avisa que vai sair! - a voz dele era grosso, seu jeito, rude

—Nossa,ok. Eu não sabia que você ia ficar tão estressado assim! Só saí pra tomar uma água, a minha do quarto acabou.

—Não saia jamais sem avisar! Entendeu? - Percy se aproximou dela, suas mãos seguraram seus braços com força, seus olhos a encararam

—Entendi… - ela respondeu com a voz baixa

Ele desviou o olhar para suas mãos, que apertavam com certa força os braços da princesa. Ele afrouxou o aperto.

—Me solta. - ela pediu, a voz em tom mandante

—Sim… desculpe. - ele a soltou

Eles se encaram.

—Por favor, não faça isso. Fiquei preocupado que algo pudesse ter lhe ocorrido.

—Estou ótima, já disse que fui apenas beber água.

—Não faça mais! - ele se aproximou mais, seus rostos quase se tocando

—Já disse que não farei… - ela respondeu, seus lábios quase se tocando

—Hey, Percy!

A voz de Ronald fez os dois se afastarem rapidamente.

—Ronald. - ele cumprimentou

—Pode ir cadal. — ele disse

—Dormir. - traduziu Annabeth

—Eu vou, boa noite. - Percy desejou, os olhos fixos em Annabeth

Oidhche mhath. — ela respondeu

Annabeth esperou Percy sair de vista, acenou com a cabeça para Ronald e entrou no quarto.

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Percy, Alex, Duncan e Keith se sentaram na mesa.

—Estou morrendo de fome. - Alex declarou

—Vou pedir. -Percy informou, fez um gesto com a mão, o mesmo homem que os atendera na noite anterior apareceu - Bonjour monsieur, qu'avons-nous pour le petit déjeuner?

—Croissant ou brioche au café. - ele respondeu

—O que ele disse? - Alex perguntou - Entendi café.

—Crosaint com café ou brioche com café.

—Dè tha thu ag iarraidh? Croissant no brioche, le cofaidh? - Alex perguntou para os escoceses ao seu lado

—Brioche. - Duncan respondeu

—A dhà. - Keith concordou

—Alex? - Percy perguntou

—Crosaint.

—O que será que Annabeth e Ronald gostariam…?

—Eles estão vindo.

Percy olhou para as escadas, Annabeth vinha a frente e Ronald atrás.

—Bom dia. - ela desejou

—Bom dia. - Ronaldo também disse

—Vocês querem croissant ou brioche? São as opções para café da manhã. Ambos vem acompanhado com café. - Alex explicou

—Croissant. - respondeu Ronald

—Croissant. - respondeu também Annabeth

Percy se virou para o homem.

—Monsieur, il y aura deux brioches et quatre croissants.

—D'accord, je vais l'apporter maintenant.

O empregado saiu, deixando claro que traria a comida em breve.

—Como foi sua noite, princesa? - Percy perguntou, tentando puxar papo

—Boa. E a sua ?

—Boa também. - ele sorriu - Então, estamos perto do nosso destino final… como se sente?

Annabeth semicerrou os olhos.

—Normal.

—Normal? - ela percebeu certo tom de deboche na voz do moreno

—Sim, normal.

—E qual vai ser o príncipe sortudo que terá a honra de formalizar um casamento com a senhorita? - ele perguntou em tom provocativo

— Ainda não decidi, mas quando o fizer, você verá no altar.

Percy sorriu.

—Certamente.

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—Dè cho fada gu Nancy? - Keith perguntou

—10 horas até Nancy. - Alex respondeu - Depois mais umas 18 até Paris.

Keith assentiu.

Eles partiram logo depois do café da manhã, compraram mantimentos para o almoço e janta, até o final do dia deveriam estar em Nancy. E assim foi feito, por volta do anoitecer, eles chegaram a Nancy. Passaram a noite acampados perto da saída da cidade, facilitando assim a saída no dia seguinte para Paris.

—Acha que ela está pronta? - Percy sussurrou para Alex

Eles estavam cavalgando a quatro hora rumo a Paris, agora faltavam apenas 14 horas

—Para o que? - Alex respondeu na mesma altura

—Deixar de lado aquele trato, ou sei lá como ela chama.

—É o destino dela. Não desafiamos nosso destino.

—É o que a deusa de vocês quer? Que realizam o que ela quer pra vocês mesmo que estejam infelizes?

—Você acha que Annabeth está infeliz? - Alex o olhou

—Não é preciso ser muito inteligente para perceber que contente ela não está.

Alex suspirou.

—Não temos permissão para questionar as decisões da deusa. As pessoas comuns não sabem como prosseguir, mas os Luchd, as guardiãs, ou aqueles que foram expulsos como eu, tem um roteiro. - ele explicou

—E todos aceitam? Simples assim? - a indignação de Percy era clara

—Quando você decide se juntar aos Luchd já tem em mente que sua vida vai ser controlada. Como vai morrer, com quem vai casar e etc. As guardiãs também. Você nasce com o destino traçado e ninguém nunca arriscou tentar mudar isso.

—Então nenhuma guardiã tentou mudar o seu destino?

—Nenhuma. É proibido, obviamente.

—Uma vida controlado é horrível.

—A vida de todos é controlada Percy, a diferença é que alguns sabem disso.

—Como eu sei que estou no caminho certo?

—A deusa molda o nosso destino, com a ajuda dos Luchd claro. Se você se desvia do caminho, eles te colocam de volta. - Alex enfatizou as últimas palavras, dando uma olhada de lado para o amigo

—De que maneira?

—Várias Percy. Alguns métodos são bem… imprevisíveis.

—Interessante.

Eles passaram o resto da viagem conversando sobre assuntos diversos, desde a família até costumes da época de Percy, que mesmo não sendo tão diferente, ainda assim tinha peculiaridades.

12 horas depois, eles se encontravam a duas horas de Paris, mas por conta de já serem 23:00 horas, resolveram deixar para o outro dia. Montaram suas tendas perto de um riacho que encontraram, Keith acendeu uma fogueira para aquece-los.

—Não vejo necessidade de turnos essa noite. - Annabeth disse, levantando- se para ir para sua tenda - Estamos em solo francês, não há o que temer.

—Madam, tha mi a ’smaoineachadh gum b’ fheàrr dhuinn turas mu seach, chan eil e ciallach … - Duncan tentou dizer

—Na! Estamos todos cansados, precisamos dormir. Não vai acontecer nada, durmam tranquilos essa noite.

Duncan não protestou mais, contudo era óbvio sua discordância com a decisão de sua princesa.

—Boa noite. - ela desejou, antes de sair

Percy sorriu para ela,um sorriso simples de alguém que desejava de coração que ela tivesse uma boa noite. Keith reparou tal sorriso.

—Ann am faclan eile, is dòcha gu robh thu air rudeigin fhaighinn. (Em outros termos, talvez vocês pudessem ter tido alguma coisa. ) - Keith disse

Ronald riu.

—Ann am faclan eile, chan eil Percy uasal. (Nem em outros termos, Percy não é nobre. ) - disse

—Percy é nobre sim, e não digo de coração. - Alex o defendeu - Na Inglaterra, ele é chamado príncipe.

Percy arqueou uma sobrancelha, como quem dissesse “ Só que em outra época”.

—Prionnsa le breith, le oighreachd …? (Príncipe por nascimento, por herança...?)- Keith questionou, desconfiado

—Por herança. - Percy mentiu

Um príncipe por herança era comum, geralmente era alguém de linhagem nobre, porém não da vertente primogênita dos reis que tinham morrido. Como Thalia por exemplo, que era filha de Zeus, irmão de Poseidon.

—Vou me retirar. - Percy disse - Tenham uma boa noite.

Percy caminhou até sua barraca, sem pressa nenhuma. Deu uma olhada na tenda de Annabeth, então olhou para floresta. A escuridão trouxe a lembrança da Áustria, do beijo em Annabeth.

—Droga… - disse para si mesmo

A última vez que ficou pensando em uma garota durante a noite, essa garota o deixou. Ele suspirou, maldita seja Rachel. Se o que Alex, Annabeth e todos os outros acreditavam era verdade, então Rachel não era para ele. Mas quem era? E por que ele havia voltado no passado? Não existem falhas no plano da deusa, mas ele estava fora de seu tempo, e se voltasse para ele teria de viver fugindo, pois era acusado de matar seu pai, mesmo inocente, viveria fugindo. Era esse seu destino? O jeito como todos tratavam do assunto sobre destino deixava claro que a deusa sabia o que estava fazendo, sem falhas. Mas por que ele sentia tão perdido e ao mesmo tempo tão feliz por vivenciar isso?

Percy bufou. Resolveu dormir, de nada lhe adiantaria tentar desvendar o futuro.

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