The Powerful

Capítulo 6: Proposta


Acordei com um barulho alto e inconstante. Eu não queria acordar. Estava me sentindo cansada e confortável onde eu estava. Não queria sair desses braços quentes e nem tirar... EI braços quente?! Recapitulei a noite passada e então lembrei.

Edward.

Abri os olhos e vi que ele fazia a mesma coisa junto comigo, demos um pulo nos separando. Agora que não tínhamos mais o fator álcool a nosso favor, eu não fazia idéia de como nossa relação seria. A raiva começou a brotar em mim ao lembrar que ele estava agarrado comigo. Eu queria socá-lo e fazê-lo aprender que não se deve mentir pra Bella Swan.

- Bella, você ta ai? – Uma voz masculina perguntou do outro lado da porta, acabando com meu momento Mike Tyson.

Fiz sinal pra Edward permanecer no lugar, sem fazer barulho e fui atender. Quando abri a porta, me deparo com Mike Newton.

- Bom dia Mike, o que te fez me acordar? – questionei com cara de poucos amigos.

Ele ia responder mas então desistiu. Durante um minuto ele ficou abrindo e fechando a boca, parecendo um peixe fora d’água. Cheguei mais pra perto e dei um tapa em suas costas, já impaciênte.

- Desembucha menino.

Ouvi o Edward abafar o riso e procurei disfarçar. A raiva dele ainda não tinha passado. Mike desconfiou, mas acho que preferiu não falar nada. Acho que devido a minha cara emburrada.

- Eu vi o que aconteceu ontem na boate e queria saber se você estava bem – respondeu encabulado.

Isso me pegou de surpresa, mas logo me recompus.

- Eu to bem sim Mike, obrigada – falei simpática. – Mas Edward e James que brigaram, não eu.

- Ah, eu sei. Eu passei no James e ele gritou comigo – disse meio constrangido. – Já quando fui no Edward, vi algumas das meninas vestidas de enfermeira na porta do quarto dele – refletiu por uns segundo. - Preferi não me meter – deu de ombros.

Paralisei. Edward realmente havia me dito a verdade ontem. A descoberta fez com que eu me sentisse mais relaxada. A raiva não tinha fundamento, afinal.

- Tudo bem Mike. Agora se não se importa, vou tomar um banho e me arrumar – disse fechando a porta na cara dele sem cerimônias.

Virei-me e vi que Edward estava sentado na cama com a cabeça abaixada e apoiada entre as mãos.

- Eu não aguento mais essas meninas – resmungou desanimado.

Fui andando e sentei ao seu lado.

- E porque você não fala com elas? – fiz a primeira pergunta que me veio à cabeça.

Ele riu e então olhou pra mim.

- Eu já disse, mas elas acham que é “charme” meu – fez aspas no ar.

Edward se jogou de costas na cama e botou o antibraço nos olhos. Dava pra ver que ele já estava de saco cheio.

- Elas vêm todo ano e é sempre a mesma coisa – disse um pouco baixo. – Primeiro foi a Victoria e sua irmã. Eu achei engraçado, mas não sabia que poderia tomar essa proporção. No ano seguinte veio Jéssica e se juntou ao bando delas – suspirou. – Esse ano vejo que ela trouxe uma amiga.

- Nossa, que saco. Sinto muito por isso, Edward – falei simpática.

- Você não tem que sentir – ele disse. – Posso te contar um segredo? Mas não é por mal, não to afim de discutir hoje, só desabafar.

Murmurei afirmativamente fezendo Edward tirar o braço dos olhos e sentar novamente, dessa vez cruzou as pernas e virou de frente pra mim.

- Desde o ano em que eu conheci Victoria, fiquei traumatizado. Ela invadia meu quarto, me agarrava no corredor e não deixava nenhuma menina chegar perto de mim – respirou fundo. – Por isso, eu não gosto de fazer amizade com as garotas daqui. A maioria é interesseira e só quer me exibir por ai, sendo que eu não suporto falsidade. Por isso eu sou grosso na maior parte do tempo, é como uma “autodefesa” - refletiu com uma cara nerd.

Fiquei com pena dele, se sentia preso em seu próprio castelo e de quebra sai de rabugento pra todo mundo. Podia parecer meio gay, mas era, de fato, um saco. Lembrei instantaneamente de ontem à noite, da cara dele quando viu as meninas, de como conversamos despreocupados, sem nenhum tipo maldade de nenhuma das partes e do seu sorriso.

Sorri mostrando todos os dentes. Eu sabia o que eu tinha que fazer.

Ele me olhou confuso e depois pareceu com raiva. Quando ele ia levantar, eu segurei seu braço novamente, como ontem à noite.

- Edward, eu tenho a solução pros seus problemas – disse temerosa pela reação que ele teria ao ouvir meu plano.

Mas ele simplesmente sentou e ficou me encarando, não com raiva. Só encarando.

- Eu sei que você pode se sentir meio... – pensei em uma palavra e ele levantou uma sobrancelha. Eu ri. – Não quero ficar com você Edward – falei ainda rindo, ganhando dele um lindo sorriso. – Eu ia sugerir que fossemos apenas amigos – disse meio sem graça olhando pra minhas mãos.

Ele levantou o meu queixo e olhei nos seus olhos. Tinha idéia de emoções que passavam por aquela bola verde, coisas como; surpresa, felicidade e gratidão. Parecia que ali nos enchergávamos pela primeira vez.

Então ele sorriu.

- Eu aceito a sua proposta e prometo não reclamar mais da sua falta de equilíbrio constante – falou brincalhão, batendo continência em seguida.

Ri e me pus de pé. Eu precisava de um plano pra acabar com a palhaçada e tirar os encostos de Edward. Não podia deixá-lo sofrer no processo, essas tiranas já encheram muito ele.

Comecei a andar de um lado pro outro enumerando as coisas que precisavam ser feitas. Primeiro: Conseguir passe livre pro quarto de Edward, para o próprio – é claro. Segundo: Deixá-lo mais a vontade por aqui. Ele não podia ficar fugindo das malucas pra sempre.

E, finalmente, Terceiro: Fazer essas meninas desistirem de vez do Edward. Elas tinham que entender que ele não queria nenhuma delas - e entenderiam isso por bem ou… Pelo meu jeito.