The Powerful

Capítulo 41 - Vengeance


Estávamos em meu quarto, Roisia e Rosalie ainda não tinham trocado uma palavra, só se encarvam discretamente enquanto Johannes, Edward e Jasper bolavam planos de ataque.

- Posso fazer uma pergunta? – Emmett levantou a mão, chamando a atenção de todos. – Como nós vamos chegar lá em baixo sem sermos vistos?

- Nós vamos distraí-los enquanto vocês vão com o escudo da Bella, até o centro das masmorras – foi Dorothy quem respondeu.

Como se fosse fácil assim. Vocês vão felizes até o centro, é so seguir as placas. Até parece. Quase bufei.

Não me levem a mal. Nós já estávamos a mais ou menos duas horas ouvindo os três cochicarem em um canto, Rose encarando Roisia e brigando com Emmett pra que ele fcasse quieto, e Alice…

- Nossa Bella, que saia mais breguinha! – Exclamou, olhando minhas roupas que estavam arrumadas numa cômoda perto do sofá.

Revirei os olhos.

- Como nós vamos achar esse centro? – perguntei meio entediada.

- É fácil – foi Alma quem falou, dessa vez. – A última porta do corredor vai dar em uma escada, descendo ela, vocês váo chegar nas masmorras – deu de ombros. – Não acho que terão dificuldade em achar o centro, o lugar vai estar bem iluminado – olhou pra Dorothy e riu, sendo acompanhada pelos outros três fantasmas.

Um calafrio subiu pela minha coluna fazendo os pêlos do meu corpo eriçarem. Balancei minha cabeça de leve, pra ver se a sensação passava.

- Acho melhor descansarmos um pouco, temos que estar dispostos pra mais tarde – Edward veio até mim, enlaçando minha cintura com seus braços e depositando um beijo em minha testa. – Nos encontramos na janta e nos reunimos depois pra botar o plano em ação.

- Concordo com o Edward – Jasper falou. – Mas tomem cuidado, não andem sozinhos por aí, não podemos esquecer que ainda não sabemos quem está do lado deles. A pessoa pode ser qual quer um.

Todos acentiram e em casais foram se retirando. Dorothy e os outros prometeram que iriam ficar de olho pelo castelo, caso algum fantasma engraçadinho resolvesse aprontar.

Troquei de roupa e me joguei na cama enquanto Edward fez o mesmo, se jogando ao meu lado.

- Eu acho que nós temos chances – ele disse baixo, enquanto encarávamos o teto.

Uma luz entrava por uma pequena abertura entre as cortinas. O sol novamente estava no céu, deixando um rastro dourado no meio do meu quarto, indo do teto – que eu olhava – até o chão.

- Você sabe o que nós vamos ter que fazer? – perguntei meio baixo, não sabendo se queria mesmo uma resposta.

Senti o colchão afundando ao meu lado, logo depois, um braço de Edward passou pela minha cintura e me puxou para mais perto de seu corpo. Fechei os olhos e inspirei profudamente o cheiro dele. Acho que eu reconheceria esse perfume até no meio de um jardim.

Fique de costas pra ele. Sua cabeça estava atrás da minha, deixando seu rosto bem perto de meu ouvido, e em minha cintura ele depositou seu braço direito.

- Não se preocupe ainda, meu amor – sussurrou em meu ouvido. – Descanse que é o mais importante agora – e deu um beijo em minha nuca.

Fechei os olhos sentindo a inconsciência chegando quando ele começou a cantarolar bem baixinho uma música calma. O calor de seu corpo e sua respiração ritmada em minha nuca fizeram com que eu tivesse poucas horas de um sono bom.

Acordei com Edward acarciando meu rosto, permaneci quieta tentando prolongar aquele momento. Senti seus lábios nos meus e foi impossível conter o sorriso.

- Boa noite, dorminhoca – seus olhos estavam ainda mais verdes do que de custume, mesmo com a pouca luminosidade do local, que provinha de um abajour, era visível a intensidade daquele olhar. – Temos que levantar, queria saber se você quer tomar um banho… – perguntou e no final sorriu torto, aquele sorriso que fazia meu coração perder a batida.

Agora me responde: Como eu negaria algo pra ele?

- Sim, acho que merecemos isso – falei e mordi o lábio inferior. Seus olhos seguiram o movimento.

Ele se levantou e me estendeu a mão. A segurei e sem que eu esperace, Edward me puxou para seus braços, me dando um beijo caloroso e apaixonado. Me levantou e eu passei minhas pernas pela sua cintura sem quebrar o beijo.

Ele foi meio andando e meio cambaleando até o banheiro. Ri na boca dele e acabei sendo acompanhada.

- Você é foda... Não é minha culpa se está tudo escuro – ele disse rindo e me colocando sentada na bancada do banheiro. O deixei preso entre minhas pernas.

Ele sorria despreocupado, como há tempos não via. Era como se meus olhos não conseguissem desgrudar do rosto dele. Um sorriso enorme tinha se apoderado da minha boca e quando seus olhos bateram em mim, Edward parou e mexeu nos cabelos, bagungando ainda mais – se possível.

- Então... Vamos… – ele tossiu tentando deixar a voz mais firme.

Meu sorriso cresceu ainda mais.

- Vamos pro banho? – perguntou de uma só vez.

O olhei nos olhos e levantei uma sobrancelha.

Não tive tempo de fazer mais nada. Ele com uma mão puxou minha nuca e me beijou, enquanto sua outra mão já puxava a parte de cima do meu pijama pra cima. Rapidamente e sem a minha ajuda, Edward se livrou de todas as nossas peças de roupa e me pôs de pé.

Suas mãos percorriam meu corpo, fazendo pequenos gemidos brotarem de minha garganta sem que eu pudesse controlar.

Nos afastamos um pouquinho e ele ligou o chuveiro. Com um braço ele ainda mantinha minha cintura grudada em seu corpo. Seus olhos pareciam me deixar totalmente indefesa, era como se ele me perfurasse e soubesse tudo o que…

Pausa.

“Edward, seu viado!” pensei irritada e, como o esperado, ele riu alto.

- Foi mal gostosa, mas é inevitável – com o outro braço ele puxou minha nuca e me beijou. – Você é tão fofa – disse, sorrindo lindamente.

Sorri também e quase babei com aquela carinha angelical que ele fazia.

Merda.

Lá estava eu toda derretida denovo.

- Bella, pare de pensar um pouco e aproveite, por favor – pediu encostando a testa na minha e pressionando sua ereção em meu abdômen.

Não sei da onde veio aquilo, mas quando percebi já o estava empurrando em direção a parede do box e o beijando apaixonadamente. Não demorou nem um segundo pra ele me corresponder e puxar minha cintura contra seu corpo. Ágilmente trocou nossas posições e começou a explorar meu corpo com as mãos. Sua boca percorria meu pescoço, me deixando completamente molhada.

Não me pergunte sobre nossos pijamas, não saberia responder.

- Ed… Não temos… Muito – seus lábios chegaram até meus seios, impossibilitanto que qual quer coisa coerente saisse de minha boca.

- Hum? – perguntou me provocando.

- Anda, Ed – minha voz saiu rouca e próxima ao seu ouvido. Na mesma hora vi ele ficar momentaneamente tenso.

Do nada, saiu do transe e me puxou pro seu colo. Prendi novamente minhas pernas em sua cintura e ele posicionou seu membro em minha entrada. Fechei os olhos e gemi em expectativa.

- Abra os olhos, Bella – ele pediu com sua boca bem perto da minha, num tom calmo e excitante.

Na mesma hora o obedeci, encarando seus órbes, agora, num tom verde escuro. Senti finalmente seu volume me preenchendo e cravei minhas unhas em seu ombro, gemendo e sendo seguida por ele.

Seus movimentos começaram lentos e profundos, fazendo meu coração acelerar e os gemidos saírem mais altos. De repente ele foi aumentando o rítmo e deixando meu corpo um pouco mais afastado, fazendo com que tivesse mais mobilidade.

Não demorou muito pra chegarmos ao ápice – juntos.

Mesmo sem muito fôlego, Edward continuou sustentando meu peso, com a cabeça apoiada em meu colo.

- Pode me botar no chão, amor – falei carinhosamente, acariciando seus cabelos.

Ele respirou fundo e ergueu o corpo.

- Eu estou bem, só gosto de escutar seu coração – deu de ombros. Eu ri.

- Seu bobo – fiquei de pé e me joguei em baixo da água.

Tomamos um banho rápido e fomos nos arrumar.

Quando cheguei perto de minhas roupas senti meu coração disparar.

O que eu ia vestir? Não é como se eu fosse descer pra jantar e depois subir pra dormir.

- Não se preocupe com roupa – Edward disse rindo, se virando pra mim. - Parece que sua irmã já se divertiu pensando nisso – balançou a cabeça negativamente e voltou a calçar seu tênis.

Ia abrir a boca, mas fui interrompida por batidas na porta.

- Coloca o roupão que o Jazz está com ela – ele terminou de amarrar o cadarço e foi atendê-los.

Botei o roupão e esperei que eles entrassem.

- Olá Ed, cadê minha irmã? – vi Alice surgir no quarto. – Aí está você! – veio em minha direção e entregou uma muda de roupas.

Dei uma olhada e vi que era uma calça esportiva preta, uma camiseta solta branca e um casaco rosa. Olhei interrogativa pra ela.

- Ah, qual é? Eu sou sua irmã, não preciso ver o futuro pra saber que você ia ficar nessa dúvida – deu de ombros fazendo com que eu, Edward e Japer ríssemos.

- É bom não se animar tanto Edward – o loiro disso pro meu namorado. Percebi então, que ele tinha um casaco azul em mãos e que vestia um branco. Olhei pra Alice, vendo que esta trajava um laranja.

- Você arrumou roupas pra todos? – perguntei incrédula, já achando minha irmã mais doida que o normal.

- Não, só pra você – levantei uma sobrancelha. – Pros outros foram só os casacos.

Revirei os olhos.

- Qual é? Nós vamos ficar parecendo Power Rangers! – exclamei meio irritada.

- Não é legal? – os olhos da baixinha brilhavam e seus lábios estavam curvados em um sorriso enorme, onde suas covinhas permaneciam ainda mais visíveis.

Peguei a roupa e fui pro banheiro colocar, sem discutir mais. Afinal, o que eram casacos coloridos perante ao que teríamos que fazer mais tarde?

Quando saí do banheiro, já de cabelo escovado, me deparei com um grandão ansioso.

- Vamos logo Bella, parece que teremos problemas se não descermos logo – Emmett disse desesperado.

Arregalei os olhos e me virei pros outros. Edward e Jasper riam, enquanto Rose revirava os olhos.

- Emm, deixe de ser louco! – Alice exclamou, dando um tapa no braço dele. – Vá botar o tênis, Bella. Ele só está com medo da Esme botar ele de castigo amanhã. Como se isso fosse importante agora – revirou os olhos e foi pro lado de Jasper.

O grandão riu sem graça e foi se jogar no sofá.

Calçei logo meus tênis, querendo sair dali. Não queria mais ninguém surtando perto de mim.

Fizemos o caminho do corredor até a escada e nos dirigimos à sala de Jantar. Parecíamos seis retardados andando com casacos iguais, de cores diferentes, mas não reclamei. Se isso fazia Alice feliz, no momento, então não importava.

- Já ia chamar vocês – Esme disse assim que nos sentamos.

Emmett arregalou os olhos e fez uma expressão meio desesperada. Só ele pra achar que ela – com um sorriso daquele tamanho – iria fazer qual quer coisa de mal pra alguém.

- Bom jantar, queridos – falou quando alguns empregados entraram com as travessas de comida.

Meus olhos brilharam quando vi os bifes enormes e suculentos sendo postos à mesa.

- Bon appetit, maninha – Alice disse e os cinco riram olhando pra mim.

- Ah, em nem vou me dar ao trabalho de responder – falei já me servindo.

Eles riram ainda mais e a gargalhada de Emmett chamou a atenção de todos na mesa, que agora nos encaravam curiosos.

O jantar correu bem mais tranquilo do que eu esperava. Emmett e Alice animavam a mesa com palhaçadas e empolgação. Nem parecia que daqui a poucas horas estaríamos indo em direção à fogueira.

(...)

- Falta alguma coisa pra alguém? Estão todos com suas pedras? – Johannes perguntou nos encarando.

Estávamos dentro do meu armário, na sala deles. Cada um em sua cadeira e os fantasmas de pé. Agora, a senhora Glow também estava presente. A coitada ficou super espantada ao ver que tínhamos mais companhia.

- Eu estou igual uma louca tentando achar o tal humano e uma forma de deixar aqueles fantasmas longe do portal, e vocês aí, se divertindo em grupo! – disse, de repente, irritada. – Francamente!

Dorothy, Johannes, Alma e Roisia a olhavam como se estivessem vendo um ET. Ta que o nome dela é Shamira, mas não é pra tanto.

- Ei você – apontou pra Johannes, que arregalou os olhos. – Continue falando, vamos acabar logo com isso. Mais tarde tem um filme com o De Niro que eu não posso perder.

Não sei o que era mais bizarro; um fantasmo com medo de uma senhora – estranha, mas nada além disso. – ou a Sra. Glow demonstrando sua fixação secreta e platônica pelo Robert De Niro.

Edward limpou a garganta.

- Já está tudo certo. Podemos nos organizar – meu namorado disse convicto e apertou minha mão em cima da mesa.

- Bom, não tenho muito o que dizer pra vocês – Dorothy tomou a frente deles e encarou cada um de nós. Ela deu uma risadinha e fechou os olhos. – Eu já fiz isso algumas vezes, mas nunca me pareceu tão difícil – murmurou mais para si.

“Acho que não tem mais o que vocês aprenderem sobre os poderes que têm em mãos. Então as únicas dicas fundamentais são…” abriu os olhos. “Uma; Bella, permaneça o mais longe deles o possível e tente se concentrar no seu escudo a cima de tudo. Emmett, você vai se encarregar de mantê-la bem” olhou pro grandão, que assentiu sério. “A outra é pra se manterem unidos.”

- Ah, Alice – Alma chamou e minha irmã se levantou. – Não tente bancar a esperta pra cima do Dr. John, ele é mais inteligênte do que parece – disse e foi dar um abraço na baixinha.

Não entendi muito bem aquilo, então dei de ombros.

- Er… - Roisia começou. – Rosalie, né? – perguntou pra minha amiga, que arregalou os olhos e assentiu, desconfiada. – Você pode ajudar o Emmett com isso – disse meio triste. – Se vocês unirem seus poderes, podem atingi-los sem que toquem neles. Mas só em curta distância.

Todos a encararam embasbacados. Como assim, unir poderes? Porque eu só soube disso agora?

- Não funciona com vocês, era algo deles – Dorothy falou pra gente. – Nunca entendi como funcionava, então ninguém depois da gente e antes de vocês, usou.

Voltamos a olhar pra fantasma com a luz vermelha.

- As pedras, elas tem que estar juntas e vocês tem que estar encostando um no outro – explicou meio sem graça. – Tentem trabalhar em dupla, funciona melhor do que cada um por si.

Rose e Emm se olharam e deram as mãos.

Respirei fundo.

Minha garganta estava travada e minha boca, seca. Meu coração batia tão forte que eu temia por um infarto. Senti que minhas mãos estavam bem mais geladas do que de custume.

- Bella, respira – Edward me segurou pelos ombros e me olhou nos olhos. – Vai dar tudo certo, fique calma – ele pediu com os olhos suplicates.

Olhei ao redor e vi que todos nos olhavam com um semblante meio triste. Não de pena, eles só sentiam o mesmo que eu. Não era a hora de desmair e ficar mais uns dias apagada.

Levantei, empurrando a cadeira pra trás. Não sei se foi a quantidade de adrenalina no sangue ou querer que tudo aquilo acabasse logo. Talvez fosse a junção dos dois.

- Vamos logo fazer isso, não aguento mais pensar em como vai ser – falei séria. – Quanto tempo temos? – encarei Alma.

- Quarenta e cinco minutos – respondeu prontamente.

Respirei fundo denovo.

- Sra. Glow, você desce e mantenha as pessoas longe daquelas escadas pra parte antiga – olhei pra Shamira, que parecia gostar do meu novo jeito mandão.

- Certo Bella, vou indo – levantou e foi até a porta. – Boa sorte, crianças. Estarei torcendo por vocês, tomem cuidado – fechou a porta e partiu sem esperar resposta.

Acho que foi a primeira vez que senti tanta confiança nela, como se ela estivesse mesmo ali pra gente. Não como uma velha estranha, rabugenta e mandona que adora dar ordens e sustos.

Sorri e me virei pros fantasmas.

- Vocês sabem o que fazer, limpem o caminho – pedi com a voz mais leve.

- Estamos indo – Dorothy respondeu e deu dois passos a frente, ficando a centímetros de mim. – Você vai se sair bem, Bella – sorriu. – Até daqui a pouco – olhou de mim pros outros.

- Boa sorte gente, nos vemos lá em baixo – Alma falou contente.

Roisia e Johannes só fizeram um movimento com a cabeça e então os quatro sumiram.

- Sinistro – Emmett falou passando as mãos pelos braços.

Todos soltaram risadinhas nervosas. Quem era eu pra discordar?

- Está na hora, estão prontos? – Edward perguntou e todos gemeram um “não” coletivo e desanimado. – Ok, então vamos – segurou minha mão e nos guiou até a porta, mas antes se virou pro grupo e falou com a voz firme. – Vai dar tudo certo e amanhã vamos finalmente vestir as roupas de Reneé Swan.

Pude ver os olhos de Alice e Rosalie brilharem. Até Jasper soltou uma risadinha.

- Então vamos logo acabar com esses caras que eu quero ter uma boa noite de sono pra aproveitar muito bem – Emmett puxou Rosalie pela cintura, deixando-a corada.

- Por favor, eu não preciso saber disso – Jazz pediu com os dedos nas têmporas. – Vamos logo – passou a frente de Edward e subiu as escadas com Alice espremida ao seu lado.

O caminho até a escada, que nos levaria até a parte antiga do castelo, estava assustadoramente vazio. Não sei se estava todo mundo ocupado, dormindo ou se sentiram a tensão no ar e resolveram sair. Só sei que não vi uma alma – viva ou morta. – pelo caminho inteiro.

- Essa escada vai nos levar pra parte antiga – Edward falou bem baixo com o grupo. – Temos que ser silenciosos e chegar até a última porta no corredor.

Isso fez com que eu lembrasse da vez que estive aqui com ele.

- Mas e se estiver trancada? – perguntei.

- Johannes afirmou que estaria aberta pra gente – Edward disse convicto. Mantenham-se juntos e atentos – pediu olhando pro grupo.

A cada degrau que desciamos parecia que meu coração batia ainda mais forte. Minha mão apertava forte a de Edward, mas ele não reclamava, só continuava concentrado em chegar até o nosso destino.

- OH. MY. GOD. – Rose disse baixo e estacou olhando um ponto perto da porta. – Eles são… – ofegou. – tantos.

- Como assim, tantos? – perguntei querendo mais informação.

- Bella, não é hora, vamos acabar com isso independente de quantos sejam – Edward me olhava nos olhos. Seu verde não era tão brilhante quanto geralmente, mas eu podia enchergar a seriedade de seu pedido.

Assenti e continuamos pelo corredor.

Quanto mais perto da grande porta de madeira mais frio o clima parecia ficar. Era como se estivessemos indo diretamente pra um freezer.

- Até sem ver eu sabia que esses casacos iriam ser úteis – Alice resmungou baixinho, fazendo com que todos soltasse uma risadinha baixa e nervosa.

Chegamos até a porta e Edward se voltou pro grupo.

- Como já sabemos, eles estão mortos, então não tentem matá-los! Nós só temos que proteger o portal – falou sério.

- Vocês sabem por quanto tempo? – perguntei sem querer pensar muito naquilo.

As imagens de dias atrás não me eram muito agradáveis, mas mesmo assim eram nítidas agora. O esforço, perigo e principalmente a falta de forças.

- Eu não sei quanto tempo vou aguentar – comentei sem graça.

- Parece que são quinze minutos – Jasper, que estava mais ao fundo, respondeu.

Suspirei.

- Vão ser os mais longos da minha vida – afirmei sem ânimo. – Vamos logo, caso contrário, Dorothy é quem vai querer o nosso fígado.

Quando abrimos a porta, tive vontade de sair correndo e gritando dali. A visão que tínhamos era de uma escada de pedras, estilo torre de castelo, mas ao invés de ter uma descida silenciosa e escura, tinha uma luz forte que vinha sabe-se lá de onde, e vozes.

Não sei o que elas diziam, pois pareciam falar outros idiomas.

Isso me fez pensar em quantas pessoas de todos os lugares já morreram por aqui, e pior, no que poderia ter dentro desse portal.

Eu que não iria descobrir.

Meu trabalho era deixar o buraco protegido e ir pro meu quarto dormir. Só.

- Aí estão vocês – ouvimos uma voz atrás da gente.

Edward tampou a minha boca, assim como Jasper fez com Alice e Rosalie fez com Emmett.

É, seria cômico se não fosse trágico.

- Vamos logo, temos sete minutos e nem passamos por eles ainda – os quatro nos atravessaram e desceram as escadas.

Edward me puxou e todos vieram atrás. Não demorou muito pra uma porta surgir. Por ela víamos as quatro luzes coloridas paradas e uma fumaça cinza logo atrás delas.

Lembra de todo o falatório? Pois é, agora eu sentia falta dele. Todos se calaram e nos encaravam. Alguns fantasmas tinham ódio no rosto, enquanto outros só pareciam tristes de mais.

- Finalmente chegaram pra ver nossa ascensão – o barrigudo da biblioteca apareceu por entre os outros. – E olhe, temos outra princesa presente – riu sarcástico. – Como vai Roisia? Achei que ainda tivesse chorando por aí.

Gagalhadas explodiram no ar, mas a luz de vermalha só ficou mais forte, mostrando que a fantasma não estava no seu melhor humor.

- Acho que não sou mais eu quem tenho que chorar, não é? – a voz estridente dela soou. – Pelo que me parece nós estamos em vantagem.

Ela estava louca?! Será que existem fantasmas malucos? Por que não é possível que quatro fantasmas e seis humanos tinham algum tipo de vantagem sobre um exército do além.

- Como sempre intragável – uma voz grossa e alta soou.

Olhei pros lados e não achei o dono.

Ia abrir a boca pra perguntar, mas fui impedida por uma nuvem negra que surgiu no espaço entre os fantasmas de lá e os nossos.

O homem era calvo, com cabelos brancos em volta da cabeça, e uma roupa toda preta. Seu olhar era frio e seu semblânte debochado. Dr. John Sharp, sem dúvidas. Tem um quadro dele no hall do castelo.

- Olha se não são nossos rebeldes favoritos – falou e depois se virou pra nós. – Veja se não são os da nova geração.

Os fantasmas atrás dele só riam. Um bando de puxa saco, na minha opinião. Só porque ele tinha uma fumaça de cor diferente, se achava o rei do pedaço.

Edward apertou minha mão, trazendo minha cabeça – ôca – de volta pra tensão do momento.

- Sabe, eu até tentei não meter vocês nisso, mas nossa Belatrix aqui foi persistente – se dirigiu à nós e fixou seus olhos em mim, fazendo com que eu lembrasse dos sonhos que tive quando cheguei aqui. Seu olhar seguiu minha mão e bateu em meu namorado. – Falando nisso, como vai o Edward? Sabe se ele já voltou? – gargalhou alto, sendo acompanhado pelos outros.

Encarei meu namorado que tinha o cenho franzido, olhando de Dorothy pro Dr. John. Segurou minha mão.

“Bella, me tira do seu escudo” ele pediu. Já ia protestar, mas seus olhos me perfuraram. “cinco segundos.”

Fitei seus órbes verdes e assenti, separando minha mão da dele.

Quase tive uma síncope quando vi o barrigudo apontando sua mão nojenta em diração ao meu namorado. Imediatamente o envolvi em meu escudo e senti a pancada do poder do gordinho em minha barreira.

- Não dê uma de espertinho ou você vai ter o mesmo fim do primeiro – agora o fantasma de negro parecia realmente puto.

- Co… Como assim? – ouvi a voz de Dorothy soar.

- Vocês são tão patéticos. Não consegue imaginar, minha querida? - sorriu cínicamente. - Não tenho tempo pra isso agora – afirmou e ficou sério.

De repente mais duas luzes cinzas brotaram ao seu lado. Green Jane e o soldado suicída. Ambos com sorrisos diabólicos estampados no rosto.

- Acabem logo com isso – Dr. John disse e sumiu.

“Assim que Johannes der o sinal nós vamos correr até o centro” Edward me avisou por pensamento, relembrando o plano.

Foi tudo muito rápido. Johannes e Roisia avançaram pra cima dos três principais, enquanto Dorothy fez uma espécie de onda rosa pra cima da multidão fantasmagórica.

- Agora! – Alma foi na nossa frente, nos guiando até onde seria o portal.

Edward estava de um lado meu e Emmett e Rose, de mãos dadas, do outro. Alice e Jasper corriam atrás de mim com Dorothy atrás deles.

Agora sim eu entendia porque nenhum dos fantasmas de cara feia chegavam na gente.

- Ali – ouvi a voz doce de Alma gritando.

Olhei pra frente e vi uma bola laranja no chão. Parecia que tinha um vulcão ali embaixo. Mais bizarro ainda eram as fumaças cinzas que estavam “espalhadas” pelo meio. Parecia um pote de tinta laranja, com tinta cinza jogada em cima, mas tudo era esfumaçado igual aos fantasmas.

- Concentra, Bella! – Dorothy gritou.

Fechei os olhos e logo senti uma pancada forte no meu escudo atrás de mim, fazendo com que eu quase caísse pra frente, sendo amparada por Edward.

- Eles vão tentar um ataque em massa – avisou me olhando. – Se concentre no seu escudo, não vou deixar…

Um grito ecoou no ar, interrompendo-o e fazendo meu coração praticamente parar. Olhei em volta e ao ver Jasper jogado – desacordado – no chão, eu quase tive um AVC. Alice estava parada atrás de mim, olhando fixo pro corpo do namorado, que só não era envolvido por fantasmas porque Dorothy estava, agora, ao seu lado.

- Bella, a barreira – Emmett gritou, fazendo com que eu voltasse a consciência.

- Alice! Não! – Edward gritou e eu me virei imediatamente pra onde minha irmã estava segundos atrás.

Ela estava parada no limite da minha barreira olhando fixamente pro Jasper que estava, ainda, desmaiado ha poucos metros da barreira que Dorothy fazia em volta dele.

- Bella, nós temos que tirar agora aqueles fantasmas de cima do portal, temos dois minutos – Johannes surgiu na minha frente, já falando. – O Jasper só está desacordado ele vai ficar bem.

- Como eu vou fazer isso? – perguntei olhando pra fileira de fantasmas que estava entre a gente e o portal.

- Você tem que expandir seu poder, fazer com que ele atinja eles – falou meio ansioso.

Até parece que era assim.

Não era como se eu não quisesse, eu simplismente não conseguia. Lembrava perfeitamente de Dorothy fazendo isso e até de mim mesma, dias atrás. Mas eu não sabia o que tinha acontecido. Ia responder, mas Rose e Emmett me impediram, surgindo do nosso lado.

- Nós fazemos – falaram juntos e tomaram a nossa frente.

Não sei quando eles aprenderam aquilo, mas quando Emmett lançou uma de suas mãos pra frente, uma luz amarela cruzou o pouco espaço que tinha e atingiu um fantasma, fazendo com que ele fosse mais pra trás e perdesse um pouco de sua consistência, ficando mais transparente.

Os dois estavam tão sincronizados que não demorou muito pra reduzirem à metade, o número de fantasmas na barreira.

Alma e Roisia nos davam cobertura, não deixando os outros passarem. Alice tomava conta de Jasper, enquanto Dorothy a auxiliava. Não sei quando a baixinha cruzou a distância, mas ainda bem que não vi. Era capaz de eu cair dura na mesma hora.

Estavamos quase chegando ao portal, quando a luz laranja se tornou cinza, fazendo um clarão iluminar as paredes de pedra da masmorra.

- Droga! – Johannes exclamou. – Bella a barreira, tome cuidado – me disse e eu fechei os olhos, ainda ouvindo ele dar ordens. – Edward, dê as mãos pra ela. Rosalie, faça o mesmo.

Senti cada um pegando uma mão minha.

- Fique preparada, Bella!

Eu não sabia o que Johannes queria dizer com aquilo, mas não demorou muito pra eu sentir uma pancada bem mais forte que o normal. O incrível, era que meu corpo não havia se movido um centímetro, era como se eu estivesse muito mais forte.

Abri o olhos e vi Johannes olhando pra algo atrás da gente. Olhei na direção e percebi que Alma e Roisia estavam ali, de costas pra gente, e todos os outros fantasmas estavam de frente pra elas, nos encurralando contra o portal. A única saída que tínhamos ficava bem atrás deles.

O fantasma gordinho estava mais à frente, com Green Jane e o soldado ao seu lado. Os três mantinham um sorriso debochado nos lábios.

- Sabe, foi mais fácil que o esperado – falou fazendo com que os outros rissem.

Como assim? Acabou? É isso. Ficamos um mês esperando por esse maldito dia, pra chegar aqui e acabar em cinco minutos.

“Bella, só mantenha sua barreira erguida” Edward pediu, sem olhar no meu rosto.

Voltei a olhar pro portal e percebi que as partes cinzas, agora, ganhavam formas de pessoas.

Mais fantasmas.

Meu coração acelerou, senti o sangue deixar meu rosto e minhas mãos ficarem frias.

“Bella?” Edward me fitou e seguiu meu olhar, voltando a olhar pra frente. Sua boca escancarou quase que instantâneamente.

Puxei a mão de Rose e ela me olhou com apreensão.

- O que foi? – perguntou cochichando.

Fiz sinal com a cabeça. Ela olhou pro portal e voltou a me fitar, como se aquilo fosse a coisa mais normal do mundo.

- O que é que tem? – perguntou, dando uma espiada em suas costas, na batalha verbal que Roisia e o gordinho travavam.

- Fantasmas – falei entre-dentes.

- Eu sei – respondeu revirando os olhos. – Sei deles desde que ganhei o anel. Eu avisei que tinham muitos por aqui – deu de ombros.

- Rosalie – Roisia chamou. – Tente o que lhes ensinei – olhou da minha amiga, pro grandão. Ambos assentiram

Nos viramos rápidamente, ficando de frente pro inimigo. Senti uma corrente passar pelo meu corpo e Rose segurou minha mão mais forte, assim como Edward. Não sei o que estava acontecendo, mas de repente o lugar pareceu aquecer uns vinte graus.

Emmett apontou a mão pra frente e a luz amarela deu lugar à uma verde. Ela era clara e muito mais brilhante do que a outra.

Ao invés de passar pelo meu escudo, ela se arrastou pela minha barreira, nos obrigando a fechar os olhos, devido à forte claridade.

- O que está… - Rosalie foi cortada por um grito histérico.

- EU NÃO ACREDITO – Johannes gritou, nos dando um susto.

- Você, seu cabeça de esterco. O rei do pedaço chegou e não vou mais deixá-lo acabar com o descanço de ninguém – a fumaça foi abaixando e eu vi que tinha um intruso no meu escudo. A voz não não deixava dúvidas de que era um homem. – É melhor você desistir agora, do contrário te jogo naquele buraco, ou não me chamo Everard McCarty.

Fez-se um minuto de silêncio, que foi quebrado por um grito animado.

- OBA! O outro eu chegou pra abalar as estruturas desse castelo – o retardado do Emmett gritou.

Só aí, o mais novo fantasma percebeu que não estava sozinho.

- Pelas barbas de Merlin! Quem são vocês? – apontou pra gente.

Pronto. Agora o círco tava armado.

- Eve, é bom te ver, mas dá pra não desconcentrá-los no meio da batalha? – Johannes pediu, parecendo entediado.

- John, meu camarada! – Everard, - que por incrível que pareça, era maior que Emmett, - foi andando até o fantasma prateado e deu um tapão no seu ombro. – E aí, por onde andou? – questionou, como se tivesse acabado de encontrar um amigo no elevador do trabalho.

- EVERARD! – Roisia gritou e no mesmo instante ele paralisou. – Venha pra cá agora, ou então eu juro que te jogo dentro daquele portal!

- Bella! – Rose gritou e apertou minha mão, voltando minha atençao pros outros fantasmas.

Senti um baque forte no meu escudo e se não fosse pelos braços de Edward, eu provavelmente estaria dentro do portal laranja cheio de rostos.

- Obri…

- Bella, se concentra! – ele me pediu, sem deixar que eu terminasse.

Olhei pra frente e vi que os fantasmas chegavam cada vez mais perto, nos encurralando contra o portal. Dorothy, Alice e Jasper estavam em um canto mais afastado, protegidos somente pela pequena, mas sólida, barreira que ela fazia envolta deles.

- Parem de andar – Alma mandou. – Nós não podemos chegar mais perto, é muito arriscado. Teremos que contra-atacar – seus olhos se viraram pra mim, assim como os dos outros.