Capítulo 16: Bella (ED POV)

Bella.

Enquanto voltava da rodoviária, era só nisso que eu conseguia pensar. Fiz a retrespectiva da nossa relação.

Primeiro a vi em seu corredor, ela nem mesmo me viu. Mas escutei a discursão que ela travava com o pobre Todd, que parecia constrangido. Pensei em ajudar, mas ela gritou alguma coisa e bateu a porta na cara do coitado. Na hora eu fiquei pasmo, ela parecia uma louca. Cheguei até a pensar que ela seria outra amiga de Victória.

Sorri ao lembrar disso. Bella nunca seria tão repugnante assim.

Depois foi nas apresentações, quando a desastrada caiu em cima de mim. Meu sorriso se alargou ao lembrar da cara dela.

Fiquei com uma breve raiva minha. Como eu pude trata-la daquela forma? Ela era tão doce, linda e principalmente engraçada. Sem nem ao menos tentar, ela conseguia arrancar um sorriso meu com facilidade.

Depois o corredor, quando eu tentava despistar a louca da Victória pra conseguir entrar no meu quarto. A coitada além de dar um esbarrão em mim – que pra ela pareceu ter sido forte – ainda teve que me ouvir reclamar.

Mas também foi naquela noite, quando ela me olhou cheia de raiva e convicção que eu vi quem ela era. Ou quem não era, pelo menos. Seus olhos castanhos me encararam, e depois ela saiu em direção ao seu quarto, batendo a porta.

Bella me fascina. Essa é a palavra certa pra descrever o que eu sinto.

Pulei meus pensamentos pra boate, deixando de lado a grosseria que foi durante as poucas vezes que esbarrei com ela no castelo no meio da semana. Ela estava linda, mas eu ainda não tinha certeza de como agir, eu estava inseguro.

Claro que resolvi optar pra grosseria. Mas depois de mais um copo, Bella já estava sentada no banco ao meu lado. Falando sobre tudo; as pessoas dançando, a irmã dela, o meu irmão, e assim foi. Não conseguia parar de ouvir, sua voz era doce e prendia a minha atenção. Depois de umas garrafas eu já estava falando também.

Além de tudo, ela me salvou de maneira explêndida das psicopatas. Me segurei pra não agarra-la ali mesmo. Na verdade, tive medo de me deixar levar, eu não sabia quem ela realmente era. Ri novamente ao lembrar que eu cheguei a desconfiar que a bebida que a deixava daquela forma.

Pisei mais fundo no acelerador, queria chegar logo ao castelo. Nós nem chegamos a conversar, eu parti como um neandertal pra cima dela. Outra coisa que me machou foi lembrar do olhar vazio dela, ao me ver com a Tânia.

Tânia, que chegou aqui só pra me complicar. Essa história de “pelo menos sermos amigos” não foi numa hora muito boa.

Ao me deparar com Bella tão perto de mim na cozinha não consegui me controlar. Eu estava a tanto tempo longe dela que as vezes me sentia deprimido. Ter Tânia por perto não foi em nenhum aspecto bom. Mas a recompensa por ter que aturar aquilo foi que a mesma sem querer arrumou o clima perfeito.

Quando vi Bella branca sentada no sofá de Tânia quase tive um AVC. Minha EX estava louca de ciúmes, e não queria ir embora. Vê-la ao lado de Bella me fez congelar.

Não tive tempo de me expressar, pois logo ela corria pra fora do quarto. Quando Tânia ia falar, eu nem deixei. Saí correndo atrás de Bella, eu não conseguiria ficar mais tempo longe.

A encontrei na cozinha preparando um lanche. Teria rido, se não tivesse sido naquela situação.

Sorri novamente ao lembrar da cena. Ele se alargou devido a recordação da minha falta de controle. O cheiro dela parecia impregnar a cozinha. Doce como ela.

O beijo excedeu expectativas.

Quando senti suas mãos em meus cabelos, sabia exatamente do que ela precisava. E eu também, é claro. O beijo começou ansioso. Tudo o que eu queria era aproveitar aquele momento.

Bella diminuiu o ritmo, e naquele momento senti como se fossemos um só. Quando, por falta de ar, nos separamos temi pela reação dela.

Mas ela simplismente me puxou novamente pra um beijo… apaixonado? Não sei. Do meu lado era.

Tânia novamente apareceu pra complicar a minha vida.

Chegando no castelo, estacionei o carro. Agora lembrando da cara que ela fez antes da gente sair. A coitada deve ter entendido tudo errado.

[…]

“Depois de um longo dia, finalmente poderei falar com Bella.” Pensei indo em diração ao seu quarto.

Quando ia bater na porta, sou puxado pra trás. Quando virei, vi Alice.

- O que você tá fazendo? – perguntou emburrada.

Ela era tão lindinha. Tinha que ser irmã da Bella.

- Vim buscar a Bella pro jantar – dei de ombros.

Ela fechou a cara. Seus olhos cerrados me davam arrepios. Ela parecia conseguir passa toda sua emoção por aquele olhar.

- EU, vim buscar a Bellinha pro jantar, ok?! – gritou a doidinha.

Fiquei estacado olhando pra ela. É melhor não contrariar, não é?

Durante todo o jantar, uma melodia ecoava em minha mente. Até nisso ela me fazia bem. Já eram meses que eu tentava compor alguma coisa, e agora ela praticamente se jogava pra cima de mim.

Essa já é a segunda vez nesses dias que Bella me trás inspiração. Primeiro na pintura – quero ver a cara dela quando olhar o quadro que eu fiz. Sorri. E agora essa música.

Tenho que trabalhar nela.