The Powerful

Capítulo 17: Sonho?


Agora estamos na sala. Todos sentados, com excessão de Alice – que estava quase dando um palestra tentando convercer todos a fazermos alguma coisa.

- Sabe, outro dia a Bella sonhou com o Mágico de Oz – disse a baixinha, ganhando finalmente atenção geral.

Todos viraram pra mim com um sorriso no rosto.

- Ela até acordou a noite chamando a Dorothy – sorria mostrando duas covinhas.

Ouvimos um barulho atrás da gente, e quado viramos vimos a Sra. Glow se levantando do chão. Lançou um olhar duvidoso pra gente e veio em nossa direção.

Parou em frente a Alice e retirou os óculos – limpando as lentes com um paninho.

- Você disse Dorothy? – usou um tom enigmático.

Allie assentiu. Fazendo a ex-entidade balançar a cabeça negativamente.

- Se eu fosse vocês, não ficaria falando esse nome por aí – colocou os óculos novamente. – Isso não é algo com que se deve brincar.

Saiu andando, ainda balançando a cabeça. Essa vovó dinossauro enigmática tá deixando de contar alguma coisa. Fato.

Quando dei por mim vi que os cinco me encaravam. Ops, acho que fui descoberta.

- Bellinha, você tem alguma coisa a acrescentar ao seu sonho? – A baixinha perguntou curiosa.

- Não – acho que não enganei ninguém, pois todos me olhavam descrentes.

- Conta logo, Bella. Você não sabe mentir muito bem – Edward falou despreocupado.

Raiva. Primeiro fica com a mão na minha coxa durante parte da refeição, e agora me joga pros leões.

- Eu só sonhei com a tal de rosa – rezei pra que acabasse por ali.

No fim das contas eles me achariam uma louca por estar supostamente “trocando uma idéia” com a suicida. Por sonho, ainda por cima.

Edward estava de olhos arregalados pra mim, ele sabia que isso já tinha acontecido. Agora parecia entender o porque de eu não querer falar antes.

Como Peter Parker ao resgate de Mary Jane, Edward levantou e me puxou pelo braço – fazendo com que eu também ficasse de pé.

- Eu tenho que resolver umas pendências com Bella – disse já me puxando. – Se resolverem fazer algo, nos avisem.

Ninguém disse nada.

Subimos as escadas até chegar no quarto dele. Não falamos uma palavra nesse caminho, meu estômago estava embrulhado e cheio de expectativa.

Ao entrarmos, Edward fez sinal pra que eu sentasse ao seu lado na cama. Fiquei nervosa, não sabia por onde começar.

Mais uma vez ele me surpreendeu.

- O que ela te disse? – perguntou cúmplice.

Ela quem? Ele ainda pensava em Tânia? E eu já disse que não foi nada.

- Ela? – perguntei séria.

- É, a princesa – falou baixo olhando pros lados.

Fiz o mesmo, mas menos discreta. Virei pra ele – que esperava uma resposta.

- Agora você acredita nisso? – assentiu. – Por que?

Olhou em volta novamente, e depois chegou mais perto de mim e cochichou no meu ouvido.

- Eu a vi – as três míseras palavras fizeram com que eu gelasse.

Eu encarava Edward boba. Como assim ele a viu? Isso não existe. Com o resto de coragem que tinha em mim, consegui voltar ao “normal”.

- Aonde? – perguntei baixo.

Ele se afastou de mim, e me encarou.

- No meu sonho, aonde mais?

Ufa, menos mal. Relaxei no lugar e me joguei de costas na cama.

- Ela só me disse que eu tenho que “saber procurar”, palavras dela – falei.

Edward estava pensativo agora.

- Sabe, isso nunca aconteceu – falou deitando ao meu lado.

Virei a cabeça pra encara-lo.

- Sempre soube de histórias no castelo. Gente que viu isso, sentiu aquilo ou ouviu alguma coisa – ele me olhava nos olhos. – Mas nenhum desses supostos fantasmas me incomodou antes.

Edward encarou o teto novamente. Ta. Ou isso foi uma boa tática pra me fazer dormir com ele, ou, ele realemente estava desabafando. Prefiri pensar na primeira opção, afinal se fosse pensar na segunda demoraria um bom tempo pra dormir novamente algum dia.

- O que você acha que ela quer? – ele estava mesmo acreditando naquilo tudo.

- Não sei, só sei que ta conseguindo me assustar – fui sincera.

Ele me puxou com um braço, fazendo meu corpo grudar ao dele. Depois me deu um abraço forte. Isso me relaxou.

-Não se preocupa, Bella – depositou um beijo em minha cabeça. – Não vou mais te deixar sozinha.

Meu peito praticamente explodia de felicidade. Edward foi tão expontâneo e sincero.

Se era pra eu ser assombrada, que fosse do lado dele. Ri dos meus pensamentos.

Quando vi que ele me olhava, instantaneamente corei, fazendo com que ele sorrisse.

Dei um pulo quando alguém começou a bater na porta, e pela força só podia ser uma pessoa. Edward levantou resmungando – eu tinha que melhorar isso nele. – e abriu a porta.

Por ela passaram os quatro. Eles pareciam assustados. O que poderia assustar Jasper? Fora Alice e seu lado pervo, claro.

- Bellinha, ainda bem que você está aqui – recebi um abraço duplo e apertado de Alice e Rose.

- O que deu em vocês, afinal? – Edward parecia ainda mais resmungão ao ver que seu lugar tinha sido tomado.

Sentou no chão, ao lado de Jasper, e ficou esperando uma resposta.

- Um piano – Rose disse, e os quatro ficaram brancos.

Cherei a boca da baixinha a procura de vestígios de álcool, mas nada encontrei.

- Deu um piano em vocês? – Perguntou o rei da gentileza, Edward.

- Não maninho – Emmett olhou pros lados.

Eu não sabia que mania doida era essa. Eles ficam olhando pro lado pra tudo. Como se um fantasma precisasse aparecer aqui pra estar ouvindo.

- Estávamos na sala conversando, até que ouvimos o piano da sala de música tocando – explicou. – Achei que fosse você, então fomos até lá.

- Quando abrimos a porta – se intrometeu a diabinha. – PAH – gritou fazendo com que todos pulassem. – O piano parou e não tinha ninguém lá dentro.

Fudeu de vez. Só isso que passava pela minha mente poluída. Agora além de aparecer nos sonhos, a talzinha resolve dar uma de Ray Charles por aí.

(N/A: Ray Charles, pra quem não sabe, era um famoso pianista e cantor norte americano dos anos 50. Pra mais detalhes “google it”)

Agora eu estava morrendo de medo. Como se já não bastasse eu e Edward, agora todos eles eram assombrados também. Todo mundo tinha a mesma cara que…

- A Sra. Glow – bati na minha testa.

Eles me encararam na mesma hora, e aos poucos vi que chegavam a mesma conclusão que eu.

- Acho que ela não toca piano, Bella – sempre Emmett.

- É verdade Bella, ela com certeza sabe alguma coisa – Jasper falou ignorando o grandão.

Alice levantou.

- Vamos atrás dela – disse com um dedo levantado.

- Ta drogada? – perguntei. – Ela já é um ser estranho, imagina se a gente vai no meio da noite acorda-la? Capaz dela não levantar amanhã pra nos contar a história.

Ela se desanimou, mas pareceu concordar, já que sentou denovo.

- Vamos dormir, e amanhã vamos falar com ela em algum tempo livre – Edward disse.

- Tudo bem – a baixinha disse. – Vamos Jasper, hoje o seu quarto é meu também.

O loiro se animou tanto com a idéia que eu esperei por algum tipo de “grito da vitória”. Ele levantou e abraçou Allie pelo ombro.

- Boa noite minha gente, qual quer coisa é só gritar – ele sorria.

- Vamos Rose, não quero perambular por esse corredor vazio – o grandalhão estendeu a mão pra minha amiga.

Eles saíram e disseram que tinhamos que resolver tudo antes da janta, pra podermos sair tranquilos amanhã.

Deitei na cama enquanto Edward fechava a porta.

- Eu tenho que ir no meu quarto – eu olhava pro teto.

Ouvi ele chegar mais perto e sentou do meu lado.

- Por que? – ele colocou a palma da mão na minha bochecha.

Fechei os olhos. A pele dele é tão gostosa.

- Pegar pijama – respondi.

Ao abrir o olhos, vi que ele sorria. Levantou abruptamente. Fiquei apoiada em meus cotovelos, Edward foi em seu armário e pegou uma camisa branca. Sentando novamente ao meu lado, estendeu pra mim.

- É a maior que eu tenho, pode usar – ele definitivamente estava animado demais.

Por mais que aquilo me agradasse, eu não tinha cabeça hoje. Não depois dos depoimentos loucos que eu ouvi. Mas eu também não queria ter que ir até meu quarto e voltar. Perigoso demais.

- Tudo bem, Ed – me rendi. – Mas só hoje.

Assim que me sentei, ele chegou mais pra perto de mim. Olhou pra minha boca e depois pros meus olhos. Eu estava hipnotizada. Só conseguia olhar pra boca dele, que ia chegando lentamente perto da minha.

Não preciso contar como meu coração estava. Temi que ele pudesse ouvi-lo.

Edward tocou meus lábios. E aquilo foi o estopim. Meus dedos voaram pro seu cabelo, e instintivamente sentei em seu colo, cada perna minha estava de um lado de seu tronco.

Ele me apertou, e começou a acariciar minhas costas, fazendo com que eu tremesse. Passei meus beijos da boca, para o seu pescoço, e agora foi ele quem tremeu – fazendo com que eu risse.

Isso não pareceu encomoda-lo, já que agora era evidente um volume abaixo de mim.

Ele passou as mãos pela minha barriga, subindo e descendo. Acabei deixando escapar um gemido.

Então ouvimos um choro.

Paramos e nos encaramos. Não era um choro qual quer, e sim de uma criança, um bebê. Delicadamente Edward me tirou de cima dele, me colocando aonde eu estava antes do ataque.

- Isso é muito estranho – passou a mão nos cabelos. – É melhor irmos ver o que é.

- Você só pode estar de sacanagem – soltei sem pensar.

Ele se virou pra mim rindo.

- Não seja boba, Bella – se levantou e me puxou junto. – Vamos chamar o Emmett.

Como se aquilo fosse adiantar, era capaz dele correr se visse um mero ratinho, quanto mais um fantasma.

- Prefiro chamar o Jasper – decidi.

Não foi preciso discutir, pois ao abrirmos a porta quatro figuras passaram pela gente. Levei um susto achando que era um assalto. Mas logo vi que eram meus amigos com edredons e travesseiros.

- Olá meus amores – disse Allie arrumando uma cama no chão, ao meu lado. – Hoje vamos ficar todos juntos, ok? Que bom – ela mesma respondeu.

O choro tinha parado, então consegui convencer Edward a não deixar o aposento.

- Ed, Em – chamei. Os dois me olhavam. – Quantos supostos fantasmas tem esse castelo? – perguntei com medo da resposta.

Edward deu de ombros. Já Emmett contava, e ao ver que ele já usava a segunda mão paralisei.

Passaram alguns segundos e eu estava ficando nervosa.

- Acho que cinco – disse pro meu alívio.

Eu disse alívio? Desespero é a palavra certa.

Vendo a cara dos outros, cheguei a pensar que agora dormiriamos todos na mesma cama. Alice estava grudada em Jasper – que se fazia de fortão, mas também estava com medo. Rose só fitava o nada.

Levei um susto quando Edward sentou ao meu lado.

- Vamos deixar isso de lado e dormir. Temos que levantar cedo amanhã – deu o veredito final.

Ninguém falou mais nada. Edward passou pro seu lado da cama, e em baixo das cobertas eu coloquei a blusa dele. Joguei minha roupa no chão. Assim que deitei senti os braços fortes me envolverem. Ficamos de conchinha até eu finalmente conseguir dormir.

Eu estava no meu quarto escovando meus cabelos, até que eu a vi pelo espelho.

- Você está começando a assustar todo mundo – tentei soar despreocupada.

Vi que a princesa chegava mais perto.

- Não sou eu – disse sorrindo pra mim. – Não costumo assombrar ninguém. As vezes ouço as pessoas me chamando e apareço pra elas, e aí ao me sentiram saem correndo.

Até que ela não era má pessoa. Mas até eu correria se a visse por aí.

- Você foi ver Edward também, né? – me virei, mas vi que ela não estava ali.

Voltei a olhar no espelho e ela ainda estava lá, mas não sorria mais.

- Eu não fui ver seu namorado, isso seria rude! Só faria isso se fosse mesmo necessário – uma fantasma educada, isso sim era novidade.

Fora o fato dela ser um fantasma.

Mas… Ei.

- Se não foi você, quem foi? – ela arregalou os olhos e desapareceu.

Logo depois alguém esmurrava minha porta. Olhei pros lados e nenhum sinal da rosinha.

Acordei assustada e suada. Segundos depois foi a vez de Edward, ele também havia sonhado. Levei um susto ao ver Alice levantando, seguida de Jasper, Rose e Emmett.

Todos se encaravam com olhos assustados.

- Ta, isso foi estranho – Jasper falou.

- Isso foi assustador! – Gritou Emmett.

- O que vocês sonharam? – perguntei coçando o olho.

Todos começaram a falar ao mesmo tempo, suspirei derrotada.

- Eu sonhei com ela – Edward disse se virando pra mim. – Disse pra eu ir em uma sala, na parte do castelo que fica fechada.

Meu coração acelerou.

- Não, você não vai – eu falei praticamente desesperada.

- Ei, calma – ele falou pegando em minha mão. – Não vou se isso te incomoda.

Lembrei do sonho que eu tive, e do que Dorothy – acho que depois da atitude dela, eu deveria ter mais respeito, afinal, ela era uma senhora. – me contou.

- Não é ela Edward – falei baixo. – Ela não assombra ninguém, ela disse que não veio falar com você.

Confusão passava por seu rosto.

- O que mais ela te disse? – perguntou.

- Nada, só me respondeu sobre o que eu perguntei.

- Bellinha, me ouve? – Alice subia na cama. – A mulher de rosa mandou eu estar na sala de armas, hoje as três da madrugada. Você vai comigo?

Ela só podia ter batido com a cabeça, ou ficado louca depois dos sustos de ontem.

- Você não vai a lugar nenhum – eu disse alto demais.

Todos me olhavam agora.

- Você não tem aonde ir? – Rose perguntou.

- Como assim? – será que eu estava sonhando denovo?

- Eu tenho que estar ao pé da escada da biblioteca – disse.

- E eu… - Antes que Emmett terminasse eu falei.

- Ninguém vai a lugar nenhum essa noite ok? – Falei ríspida. – Hoje é sexta, e vamos todos pra boate – eu soava autoritária.

Eles pareceram lembrar que dia era hoje, e então foi fácil fazer com que todos concordassem.

O dia passou voando. A tarde – como uma armadilha do destino – fomos visitar a sala de armas do castelo, naquele momento Alice estava com um braço grudado em mim, e outro em Jasper.

Carlisle não pareceu perceber nada, pois a cada arma que passava, ele se empolgava ainda mais. Pensei em sugeri-lo usar alguma roupa de época, acho que seria mais divertido pra ele – e pra gente também, é claro.