The Powerful

Capítulo 15: Inevitável


Peguei uma jarra com suco de laranja e fiz uns sanduiches pra eles, colocando dentro de um pote – caso eu tivesse mais um acidente. Me virei pra pegar a jarra e…

- Bella, o que ela te disse? – Edward estava a centimetros de mim, me segurando pela lateral dos braços.

Que mãos fortes, e que cabelo maravilhoso. Fiquei ali analizando, enquanto ele me encarava. Edward me chamou novamente, o que me fez corar – pelos pensamentos nada puros que eu tive por uns segundos.

- Nada – respondi.

- Nada? - ele parecia descrente.

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Revirei os olhos, e abaixei as mãos dele com as minhas. Agora era ele que me analisava. OK, isso é constrangedor. Seus olhos primeiro estavam em suas mãos – um pouco acima dos meus pulsos. – Depois foram pra minha coxa, aí, barriga, seios e meu rosto – nessa hora vi seus olhos arderem.

Inesperadamente ele voou pra cima de mim. Me emprensou na bancada me apertando em um abraço e me beijando agilmente entre o maxilar e o pescoço. Isso fez um choque brotar naquele lugar e percorrer todo o meu corpo, fazendo com que eu agisse sem pensar.

Já que estava no inferno – ou no céu, - enrrosquei meus dedos em seus cabelos cor de bronze, tirando seus lábios de meu pescoço e colocando-os nos meus.

O aroma que Edward exalava era viciante. Nossas linguas dançavam em uma sincronía selvagem, pareciam competir pra quem tiraria mais proveito da situação.

Ele me segurou pela cintura – sem parar o beijo – e me colocou sentada na bancada da cozinha. Entre minhas pernas nos grudou ainda mais, me segurando forte.

Minhas mãos percorriam seu abdomen e depois passei minhas unhas em suas costas. Ele parece gostar disso, pois deu pra perceber o gemido que ele tentou conter.

Eu já estava ficando sem ar, mas não queria sair dali. Não queria pensar que ele poderia se arrepender disso depois, ou que a ex, ou atual – sei lá – fizesse a gente se separar. Cheguei ele mais pra perto – se for possível. E dei meu beijo mais doce, aquele que eu guardaria na memória.

Seguindo meu ritmo ele diminuiu sua empolgação, e recebi um beijo quase apaixonado. Meu coração acelerou. E era assim que eu estava quando terminamos o beijo mais longo, e mais gostoso da minha vida.

Eu estava de olhos fechados, e nao queria abri-los e encarar a realidade. Quando o fiz, vi que era os olhos de Edward que eu encarava. Ele parecia com… dor?

Ai meu santo das rosquinhas. O que eu fiz? Olhei pro seus lábios e ele mordia o inferior. Percebi então que ele esperava uma reação minha. Mas eu só conseguia pensar em uma coisa, e isso me impulsionou a agir.

Rapidamente segurei seus cabelos puxando-o pra mim e o beijei denovo. Graças aos Deuses do Olimpo ele me correspondeu.

Cof. Cof.

“Alguém tem que arrumar um xarope pra esse pessoal” pensei e quase ri, mas ao ver Tânia parada a poucos passos de nós dois, gelei. Edward que estava de costas teve a bela idéia de exclamar um…

- Porra Emmett, deixa de ser empata fo… - ele parou ao ver quem era.

Nós dois ficamos quietos, como duas crianças esperando o esporro.

- Só vim avisar que minhas coisas já estão prontas – falou rispida.

Agora eu não estava entendendo nada. Que coisas?

- Você está pronto? – Perguntou séria.

Ele afirmou com a cabeça, e saiu de perto de mim. Tânia chegou mais pra perto e falou:

- Até qual quer dia, Bella. Estou voltando pra casa de meus pais em Londres – me deu um abraço meio forçado e foi pra porta. – Vamos Ed, senão nos atrasamos.

Nessa hora eu estava com os olhos arregalados e congelada. Como assim “nos atrasamos”? Olhei pra Edward e ele parecia despreocupado, até feliz. Estava me sentindo um lixo, essa era a verdade. Saí da cozinha com passos pesados e cara amarrada.

Cheguei no meu corredor e olhei pra janela – que dava pro jardim. E lá estava Edward colocando malas em seu carro. Suspirei e fui levar os sanduiches.

Pelo jeito a competição era meninos versus meninas. Pois os dois lados estavam confabulando pra saber quem ia cantar contra quem.

- Trouxe sanduiches – coloquei o pote em cima da mesinha, perto da tv.

Emmett deixou Jasper falando sozinho e veio em minha direção. Abriu o pote e pegou um sanduiche.

- Isso está delicioso – falou de boca cheia. Depois olhou em minhas mãos e a mesa. – Não tem o que beber?

Bati a palma da minha mão na testa.

- Esqueci na cozinha – me levantei. – Vou lá pegar.

Eles protestaram, mas fui mesmo assim. Desci as escadas correndo, queria voltar logo pra tentar esquecer ele.

Chegando no cômodo o flashback do beijo, ou melhor, dos beijos foi instantâneo. Só com a memória eu sentia cosquinha no meu estômago.

Eu preciso comer. Peguei a jarra e subi as escadas desanimada.

Quem eu queria enganar afinal? Eu não vou conseguir esquecer ele aqui. Talvez nem fora daqui. No corredor eu preticamente me arrastava.

- Bella! – O grandalhão veio em minha direção. – Você ta com uma cara de zumbi. O que houve? – Pegou a jarra da minha mão.

- Nada não, grandão – falei, tentando mentir.

Ele bufou – achei que tivesse tossido, mas definitivamente foi uma bufada.

- Você acha que me engana? – Ele parou na minha frente e virou pra mim. – Quando o Edward voltar da rodoviária, vou mandar ele te dar um trato.

E lá estava meu coração quase saindo pela boca. Eu nem conseguia me mexer, e isso graças as palavras proferidas por Emmett. Senti um dedo no meu braço, e isso me fez sair do choque.

- Eu to dizendo. Você não está…

Dei um abraço apertado – pra mim – nele, que riu.

- Você está maluquinha mesmo – entrou no quarto rindo mais alto.

Quase dançando, entrei logo atrás dele. Até cantei “La Bamba” com o grandalhão – que disse que teria que tentar novamente pra conseguir pontuação máxima. Lanchamos todos juntos, com direito a uma sanduichada na cara de Jasper, dada por Rosalie.

- O QUE VOCÊ DISSE? – gritou a loira.

- Na- nada, Rose – falou Jasper se escondendo atrás de Alice, que ria muito.

Isso por que ele disse pra todo mundo que Rose quando era mais nova só atendia pelo apelido de “Abelinha raínha”. Até que era fofinho. Tentei imaginar uma mini Rosalie que gostava de ser chamada de abelha, até que uma voz fez meu coração parar.

- Ouvi alguma coisa sobre abelinha? – E se sentou ao meu lado, normalmente.

Me senti travada. O braço dele perto do meu parecia emanar energia. Cada célula minha queria encostar, ou melhor, grudar nele. Não sei o que se passou naqueles minutos, até Alice me cutucar.

- Maninha, você está bem? – Perguntou ao pé do ouvido.

Saí do transe, mas ainda me sentia estranha. Sorri pra ela, que pareceu menos preocupada.

- Gente, já temos que nos arrumar pra ir jantar – disse Jazz olhando no relógio.

Quando viram a hora, todos se levantaram concordando. Eu estava nervosa, não sabia o que Edward ia me falar quando estivessemos a sós.

Ele ia ficar, mas Emmett o arrastou quarto a fora, alegando que eu estava muito tempo sem privacidade, e que converssassemos depois da janta.

Tomei um banho relaxante de banheira – todos iam se atrasar mesmo. Saí de lá muito mais calma e preparada pra encarar Edward.

Já pronta, ouvi um barulho no corredor e logo depois batidinhas na minha porta. Fui até lá, e ao abrir vi que eram Alice e Edward. Os dois sorriam pra mim. Aquilo estava me assustando.

- O que aconteceu? – perguntei empurrando os dois e saindo do quarto.

Alice pegou o meu braço.

- Eu vim te pegar, Bella – disse ignorando Edward. – E ele apareceu dizendo que ia fazer isso. Onde já se viu? – empinou o nariz.

Prendi o riso. A baixinha estava louca. Só pode ser isso.

Edward ria baixo. Ele andava no meu lado esquerdo, as vezes eu virava pra ele – que sorria pra mim. Quando chegamos à mesa, vi que tinha lugar pra eu sentar ao lado dele. Em meu estômago havia uma festa de borboletas.

Só de pensar que eu vou ter que ficar o jantar todo ao lado dele, sem poder toca-lo, ou ao menos saber o que está passando em sua mente.

Ao contrário do que eu esperava, o jantar foi super descontraído. Combinamos cantar e de ir almoçar na lanchonete, no fim de semana.

No pequeno intervalo entre a janta e a sobremesa, Alice e Rose foram ao banheiro e Jasper foi com elas. Emmett não parava de tagarelar e pude sentir Edward tenso ao meu lado.

Eu acho que sabia extamente o que ele estava sentindo. Já que derrepente sua mão estava no meu joelho, por baixo da mesa. Dei um pulo. A minha sorte é que Emmett achou que tivesse sido devido a história que contava.

Pelo canto do olho vi Edward rindo. Desgraçado. E lindo.

Os outros voltaram e junto veio a sobremesa. Em nenhum momento as mãos dele desgrudaram de mim. Primeiro no meu joelho, agora na minha coxa. Meu coração estava acelerado, mas de uma coisa eu tinha certeza.

Aquele beijo iria se repetir. Logo.