#Sirius

Quando eram 5 horas nós fomos nos arrumar novamente, a gravação aconteceria no pôr do sol e um pedaço da noite, nos colocamos roupas mais quentinhas e confortáveis, e quando começou a anoitecer nós finalmente sentamos em troncos em volta da fogueira e começamos a cantar junto com alguns figurantes, não tinham outros instrumentos além de 2 violões que eram segurados por Harry e Ron.

Bem do lado oposto ao meu tinha uma morena, linda demais, bronzeada e com lindos olhos cor de mel. Ela sorria pra mim e jogava o cabelo para o lado as vezes, eu sabia que aquilo não era coisa da minha cabeça, então pisquei pra ela que sorriu e desviou o olhar.

Terminamos de gravar eram oito horas e eu estava faminto, nós agradecemos e comemoramos com todos, os figurantes, a equipe técnica, os produtores e até as meninas se juntaram com a gente nessa hora.

— O que vamos comer? – perguntou Ron depois que o pessoal começou a se afastar.

— Tinha que ser você – falou Lily revirando os olhos.

— Eu até zoaria ele mas preciso concordar que estou morrendo de fome – falou Harry.

— Que tal pizza? O pessoal daqui faz, não faz? – perguntou James.

— Faz sim e eu acho uma boa – falou Remus.

Nós então decidimos que pegaríamos 6 pizzas, 3 de muçarela e 3 de peperone, e fomos em direção a nossas barracas enquanto Remus fazia o pedido, lá também tinha uma fogueira, as meninas tinham conseguido ascender já, e uns panos no chão, tipo de piquenique, para que pudéssemos sentar.

— As cervejas chegaram! – falou James, que eu nem tinha visto que tinha saído, chegando com um cooler.

Todos, menos Cho e Hermione, pegaram uma.

— Aqui é lindo – falou Tonks que estava do meu lado e eu sorri.

— É sim, nós viemos aqui duas vezes ano passado, gostamos tanto que escolhemos esse lugar pra fazer o clipe.

— A letra é muito legal, acho que é bem o momento de vocês mesmo, curtição, sem namoro e essas coisas, só o Harry.

— Na verdade, prima, James é apaixonado pela Lily mas fala que nunca conseguiu compor uma música pra ela que ficasse boa o suficiente para que ela visse, Ron também é apaixonado pela Hermione, a muito tempo, mas ele finge que não e ela também, mas a gente sabe que alguma hora vai rolar – terminei e ela riu – Harry namora mas nunca compôs nada sobre amor, pelo menos não que tenha mostrado pra nós e o Remus nunca se apaixonou, eu acho, ele não é muito de falar sobre sentimentos, mas compõe bem sobre eles, essa mesmo foi ele quem fez grande parte, e nunca compôs nada sobre amor.

— É uma pena, ele parece tão divertido – falou ela e nós olhamos para ele que estava sentado do outro lado da fogueira.

— Ele é, é apenas um pouco fechado, ele sofreu um pouco quando criança e até hoje acho que ele tem um pouco de medo de se entregar as aventuras – falei tomando um gole da minha cerveja.

— Sofreu? – perguntou ela.

— Sim, ele teve uma doença mas não cabe a mim falar sobre isso – falei e ela assentiu – o que tá achando dos ares americanos?

— É ótimo, eu me sinto tão bem aqui, como se devesse ter vindo antes.

— Talvez devesse mesmo, você sabe que pode ficar com a gente o tempo que precisar, não é? – falei e ela sorriu agradecendo – eu vou no banheiro, já volto.

Saí e caminhei em direção a uns banheiros que tinha ali perto, quando estava voltando para o pessoal vi a morena que tinha trocado olhares na fogueira e pisquei pra ela novamente, ela veio na minha direção depois de falar alguma coisa para as amigas.

— Oi, Sirius, tudo bem? – perguntou se aproximando.

— Tô bem sim, e você ...? – perguntei querendo saber seu nome.

— Catarine, mas pode me chamar de Cat – falou sorrindo encantadoramente – achei incrível a ideia de vocês para o clipe.

— Gostou mesmo?

— É claro, vocês estavam ótimos, principalmente você.

— A é mesmo? – perguntou levantando uma sobrancelha.

— Uhum, essa roupa caiu bem em você – falou colocando uma das mãos em meus ombros.

— Quer ir pra outro lugar? Pegar uma cerveja na vendinha talvez? – perguntei sorrindo de lado.

Ela aceitou e saímos dali, 10 minutos depois eu mandei mensagem no grupo dos meninos falando que no outro dia de manha eu encontrava eles, mas que não voltaria aquela noite.

# Lily

Acordei cedo, como sempre, e sai da barraca devagar para não acordar Gina que estava dormindo do meu lado. Nós ficamos a noite toda conversando, lembrando dos velhos tempos, e dos nem tão velhos assim, depois os meninos pegaram o violão e começaram a cantar e nós acompanhamos. Foi uma noite maravilhosa.

Estava friozinho, principalmente porque estava com neblina por ser bem perto do rio que nós ficamos. Eu sentei em uma cadeira tipo de praia que tinha ali com um cobertor em cima já que meu pijama era de calor e fiquei olhando as pessoas por perto. A uns 50 metros tinha um casal de velhinhos com duas crianças pequenas, achei a coisa mais fofa, queria um futuro assim pra mim, alguém que eu ame do meu lado e alguns filhos, claro que daqui uns anos, agora não.

Pera, falando em agora não, eu olhei a data no celular e me odiei.

— Merda! Eu sou muito burra! – falei pra mim mesma.

— Você é uma das pessoas mais inteligentes que eu conheço, Lírio – falou Potter e eu pulei na cadeira, ele estava de chinelo, uma samba calção do bob esponja e uma blusa de frio preta.

— Caralho, Potter, quer me matar? – falei colocando a mão no coração que estava acelerado.

— Pelo contrário, precisa de ajuda? – perguntou.

— Não, eu to bem, vou esperar alguém acordar – falei – aliás, por que está acordado tão cedo?

— Eu só fui no banheiro e ia voltar a dormir, mas perdi o sono – falou sentando do meu lado.

— São 6 horas, Potter, volte a dormir – falei não olhando pra ele.

— Não, ruiva, vou ficar aqui com você, mas o que você estava reclamando ?

— Eu preciso comprar um remédio, só vamos embora amanhã e eu preciso tomar hoje! – falei indignada, como pude esquecer.

— Vamos na farmácia uai – fala ele e eu levanto uma sobrancelha – você não preciso comprar o remédio? Então! A chave do carro meu e do Harry ta comigo.

— Mas não deve ter farmácias próximas – falei.

— Vamos na cidade mais próxima, já aproveitamos e vamos no mercado comprar alguma coisa para comer, já que a gente esqueceu completamente dessa parte.

— Eu não vou com você, Potter! – falei me levantando.

— Você que sabe, mas sou sua melhor opção, as pessoas não parecem estar acordando e se você for depois vai perder um tempão do seu dia, além disso, alguém já ia precisar ir no mercado mesmo – falou dando os ombros.

— Tá bom, mas se você ficar de gracinha... – falei apontando o dedo pra ele que riu.

— Não vou ... muito – falou sorrindo maroto – agora vai se trocar, ou você vai de pijama?

Eu nem respondi só entrei devagar na barraca novamente, peguei um shorts jeans e uma regata roxa, coloquei meus all star de sempre e vesti um moletom da faculdade, quando sai o Potter já estava me esperando, ele vestia um shorts de banho rosa bebe com vários desenhos de folha, uma camiseta preta simples e chinelo, ele estava encostado em uma árvore ali perto olhando o celular.

— Vamos Potter! – falei subindo para o estacionamento.

Nós fomos em silêncio até o carro, quando entramos eu comecei a procurar pela farmácia mais próxima e coloquei no gps.

— Fica a 40 minutos – falei – ainda da tempo de mudar de ideia.

— Para com isso – falou ligando o carro – escolhe uma música ai – disse jogando o celular dele no meu colo.

— Coloca a senha – falei devolvendo o celular.

— É 2641 – disse.

Eu olhei com uma sobrancelha levantada pra ele que riu.

— Você é minha amiga, Lily, qual o problema de você saber minha senha, não acho que você vai me zoar ou algo do tipo – falou dando os ombros – confio mais em passar minha senha pra você do que para os marotos, eles com certeza me sacaneariam.

Dei os ombros e coloquei a senha para depois entrar no spotify.

— Até que você não tem um mal gosto musical – falei olhando a playlist que tava aberta e colocando no aleatório.

— Que bom né, porque eu tenho uma banda – falou rindo.

— Você entendeu, estou dizendo que eu gosto das músicas que tem aqui...There's a time that I remember, when I did not know no pain, when I believed in forever – cantei baixinho.

— Você canta bem, Lily, tá ai algo que eu não sabia.

— Você não sabe muitas coisas sobre mim, Potter – falei olhando o celular pra ver se estávamos no caminho certo enquanto balançava um pouco no ritmo da música.

— Inclusive eu não sei por que você me chama de Potter e chama meu irmão de Harry – falou desviando o olhar da estrada para mim.

— Ah, você jura que não sabe? – perguntei arqueando uma sobrancelha e ele negou - porque você é insuportável, Potter! – disse como se fosse obvio, já que pra mim era.

— Claro que não! Eu sou legal – falou me olhando com cara de ofendido.

— Uhum, e eu sou bronzeada, caralho, Potter, você enche meu saco toda vez que me vê desde nossa oitava série, se isso não é um bom motivo pra eu te odiar eu não sei o que é.

— Você me odeia? – perguntou com uma cara confusa.

— Sim! Não acredito que você não tinha percebido, você não é burro, Potter – falei cruzando os braços e ele ficou quieto.

Fomos a viagem toda até a farmácia em silêncio, apenas eu falando quando ele tinha que virar e qual caminho seguir.

— Eu já volto – falei descendo do carro quando ele estacionou.

— Vou com você – falou descendo.

Péssima ideia.

— Não Potter, fica ai, eu vou sozinha.

— Não, Lírio, vou fazer companhia pra você – falou indo até a entrada.

Eu revirei os olhos, sabia que nada mudaria a opinião dele, fui até o balcão com ele do meu lado.

— Posso ajudar? – perguntou uma menina olhando pra ele.

— Eu queria o anticoncepcional 24 + 4 da marca Jens – falei sem olhar para o lado.

Ela me olhou e falou que já ia pegar, mas antes de sair olhou para ele mais uma vez. A garota voltou e me entregou o remédio dentro de uma cestinha e perguntou se eu precisava de mais alguma coisa.

— Não, obrigada, vamos Potter – falei me virando e indo em direção ao caixa.

— Com licença – falou a menina – você é mesmo James Potter da banda The Marauders?

— Sou sim – falou Potter sorrindo.

— Tira uma foto comigo? Minhas amigas não vão acreditar nisso! – falou ela com o celular na mão.

— Claro, como é seu nome? – perguntou ele.

— Anna – falou ela dando a volta no balcão – você poderia ... – falou entregando o celular pra mim.

— Claro – falei e peguei o celular dela – sorriam!

Ela passou a mão pela cintura dele e ele pelos ombros dela, ambos sorriram e eu tirei a foto, em algum lugar no meu íntimo aquilo me incomodou e eu realmente não queria ter tirado aquela foto.

— Prontinho – falei sorrindo.

— Muito obrigada – falou ela com os olhos brilhando – tenham um ótimo dia.

— Você também Anna – disse Potter – vamos, Lírio – completou passando o braço por cima do meu ombro.

— Saí daqui, Potter! Você falou sem gracinhas! – falei saindo do braço dele e indo na frente.

Entramos no carro e ele olhou sério pra mim.

— Que foi? – perguntei.

— Você não queria que entrasse lá só porque você ia comprar anticoncepcional?

— Claro! Não é algo que você precisa ver – falei olhando para o celular e buscando um mercado próximo – vamos Potter, o mercado fica a dez minutos.

Ele ligou o carro rindo e fomos em silêncio até lá, entramos e compramos algumas porcarias para matar a fome e depois passamos em uma padaria para comer já que ele não parava de reclamar.

— Eu vou querer um café sem açúcar e um bolo red velved – falei e Potter me olhou com uma cara engraçada - qual o problema, Potter?

— Quem, em sã consciência, toma café sem açúcar? Eu vou querer um chocolate quente e um bolo de chocolate – falou para a garçonete que sorriu e saiu.

— Eu sou uma pessoa saudável, açúcar faz mal – falei dando os ombros.

— Falou a pessoa que pegou um bolo pra comer – disse levantando a sobrancelha.

— Tá vendo, você é insuportável.

— Lily, sabe o que eu acabei de notar? Você disse que nunca iríamos em um encontro e olha só pra gente.

— Não estamos em um encontro, Potter! – falei cruzando os braços.

— Estamos só nós dois, em uma mesa, conversando e vamos comer. Isso é um encontro – falou apoiando o rosto na mão.

— Só nos seus sonhos.

Depois disso nossos pedidos chegaram e o bolo estava divino.

— Quer um pedaço? – ofereci e ele negou.

— Quer? – perguntou e eu falei que sim pegando um pedaço com meu garfo, estava ainda melhor.

— Meu Deus, isso está maravilhoso – falei e ele sorriu.

— Eu tenho bom gosto, querida.

— Você é mui.... – eu não consegui completar pois meu celular começou a tocar – licença – pedi para atender e ele assentiu.

— Oi, Lene – falei atendendo.

“Oi amiga, vocês vão demorar? O povo ta faminto aqui, quase todo mundo já acordou”

— Também, já são 9 horas, estamos indo, paramos para tomar um café – falei e ouvi ela rindo.

“Está em um encontro, Lily?”

— Não seja tonta – falei corando.

“ Aproveita seu encontro aí amiga, sem pressa então...”

— A gente não... – não deu tempo de terminar já que ela desligou – eu vou matar a Marlene.

— O que ela falou? – perguntou.

— Temos que ir, todos já acordaram – falei voltando a comer evitando o assunto.

Fomos ao caixa pagar e entregamos nossas comandas a velhinha que estava ali.

— Passa tudo aqui – falou Potter entregando o cartão a ela.

— Não, Potter, eu pago o meu – falei pegando o meu cartão.

— Para com isso, Lily, quem estava com fome era eu, se não teríamos ido embora já.

— Deixa o seu namorado pagar a conta mocinha, não seja boba – falou a senhora do caixa rindo,

— Ah, nós não namoramos – falei completamente vermelha.

— Não? Desculpa por isso então, é que vocês ficam lindos juntos.

— Mesmo assim, passe tudo aqui – falou James apontando para seu cartão.

— James... – falei e ele me olhou.

— Da próxima vez você paga, Lírio.

— Ta bom – concordei e a senhora sorriu e passou.

Entramos no carro e ele me olhou sorrindo.

— Quando vamos sair agora? – perguntou e minha ficha caiu.

— Você joga sujo, Potter! Eu não tinha entendido.

— Agora ou você sai comigo e paga a conta ou eu vou ter pago o café que você não queria deixar eu pagar! – falou presunçoso enquanto ria.

— Eu não acredito em você – falei dando um tapinha no braço dele.

— Coloca uma música aí, Ruiva – falou me dando o celular.

Fomos cantando até o acampamento novamente, não foi o pior dos passeios que eu já tive.