Vaidade

A jovem de cabelos arroxeados era sempre muito bem vista pelas estradas da floresta de Payon. Sempre encantando todos com a graça dos seus chutes, pela sua postura perfeita, pela sua força, mas acima disso, pela sua beleza. Ela estava se vendo no espelho, como passava o tempo normalmente, experimentando todos os vestidos dos seus armários(sim, ela tinha mais de um). Tentando combiná-los com as sandálias e acessórios perfeitos. Nunca conseguia.

Odiava tudo que usava, não considerava nada belo o suficiente que combine com a sua beleza estonteante. Kick experimentava de tudo, nunca gostava de nada, mas tinha que usar seu uniforme de taekwon, mesmo não gostando.

-Droga, será que não tem um vestido que preste? –Comentava, abrindo e checando seu armário numero 3, até ver, bem lá no fundo do armário, uma caixinha branca. –O que é isso? –Se questionou, estendendo a mão pra puxar a caixa. Ela deixou a caixa no chão e a abriu. –Minhas lembranças de pequenininha.

Tudo o que seus pais guardavam antes de partir e não voltar. Lá dentro estavam várias fotos de ela vestida como um bebezinho, com uma carinha muito fofa de chibi, atrás de várias fotos, uma antiga lembrança, muito antiga. Um livro de contos infantis, no meio de todas as histórias, a que mais se lembrava era a de um caçador que reuniu os mais belos tesouros da história. Haviam várias ilustrações do que ele conseguiu.

Um vestido feito de correntes de ouro que ficava lindo. Anéis lindos de pedras brilhantes. Um luxuoso broche de esmeraldas. Várias pedras preciosas que fariam lindos prendedores de cabelo. Colares tão reluzentes que chegavam a cegar.Se imaginava totalmente rica e glamorosa se pudesse ter tudo aquilo.

Conversar com o rei de Prontera. Roubar a atenção de todas as pessoas só por andar na rua, com seus vestidos e roupas feitas de ouro. Ser bilionária, famosa. Se apresentar sem ter talento algum. Ser entrevistada. Ter sua biografia. Pessoas correndo atrás dela pedindo autógrafos. Ser rica e influente.

Depois de suas alucinações, ela abriu o livro. Outra lenda era de uma garotinha que se perdeu na caverna de Payon e se tornou uma das chaves pro templo. Riu, se levantando. Ela correu até a cozinha, atirando o máximo de comida e bebida na primeira mochila que encontrou. Ela guardou o conto sobre a garotinha na mochila e saiu porta afora. Rindo da sua futura vitória.