O justiceiro de cabelos esbranquiçados brincava com a sua arma. Brincando de atirar, mas sem balas, tinha aparência de 18 anos, corpo musculoso, usava roupas normais de justiceiro.

Suspirava profundamente. Sua mãe estava morta no quarto de cima, não havia nem outro irmão, nem um pai. Ele queria dar a ela um enterro digno de uma mulher de sua magnitude, mas eles mal tinham dinheiro.

Ele mirou a parede uma ultima vez, totalmente desnorteado naquela cidade poluída. Ele ajeitou o cabelo grisalho e colocou a pistola na bainha. Obviamente, ele tinha feito algumas coisas que se arrependia. Pela manhã, quando percebeu sua mãe morta, foi até a guilda, roubou muita munição, algumas armas e bainhas pras armas. Havia uma arma na bainha da sua cintura. Duas escondidas em bainhas no casaco. Uma arma menor presa na perna direita. E mais duas no bolso de trás, estava armado até os dentes, pronto pra matar o que se colocar na sua frente.

Ao seu lado, um livro muito antigo e empoeirado do lado da poltrona velha em que estava. Olhando pra lareira.

A lenda sobre um tesouro maior que todos no mundo estava lá, sua mãe contava essa história pra ele quando era criança, não só essa, mas também outra, uma que atravessou gerações e gerações de mães e pais.

A lenda sobre uma garotinha de Payon que se perdeu na caverna e se tornou uma chave protegida pelos fantasmas. Ele iria partir agora, não tinha tempo nem ninguém pra se despedir, não era a pessoa mais amigável do mundo. Já tinha planejado tudo. Entraria de clandestino no aeroplano, de lá, em Izlude, pegaria um barco até Alberta e de lá seriam dois segundos pra Payon.

-Está na hora. –Falou, subindo as escadas.

Chegando no quarto, deitada em uma cama de casal, uma mulher de longos cabelos castanhos parecia dormir, mas não respirava e seu coração não batia.

-Até logo, mamãe. –Deu um beijo na testa dele, se virando pra ir embora. –A caçada começou.