0 a esquerda

Idiota. Perdedor. Tapado.Estúpido. Imbecil. 0 a esquerda. Playboyzinho.

O bruxo ruivo era reconhecido por todos esses nomes, menos pelo seu, Lux.

Ele caminhava pela biblioteca na Guilda dos bruxos, a luz era fraca com apenas algumas velas espalhadas pelas trevas. Os livros eram velhos e empoeirados, e até agora, seu trabalho era simplesmente guardá-los. Não que não gostasse, adorava passar seu tempo lendo, descobrindo coisas novas, mas só por isso não conquistava o respeito dos outros magos e bruxos, principalmente de seus pais.

Seus pais. Dois dos mais poderosos arquimagos, símbolos de poder. Seu irmão mais velho, o maldito do Damon, o maldito ser que brilhava e ofuscava todos a sua volta, principalmente ele. A ovelha negra da família, incapaz de matar muitos monstros sem se cansar. Ele era inteligente, mas seu poder nunca era considerado suficiente. Quando mandado em alguma missão, era acompanhado de um mago iniciante que geralmente levava crédito pela missão. Apesar de passar no teste, todos chamam de sorte.

Ele puxou um livro velho e colocou no pequeno pilar dourado em forma de oliveira no meio da biblioteca. O vento estourou as janelas pra dentro, fazendo o antigo livro se abrir e mostrar uma página qualquer. Ele se aproximou da janela pra fechá-la, e viu de relance uma imagem:

Uma torre negra torta e antiga e assustadora, recoberta por 7 auras de cores diferentes,sussurros podiam ser ouvidos daquela torre que flutuava muitos metros acima de Geffen. Quando voltou a si, ela tinha sumido e o vento ido embora.

-O que foi isso? –Lux cochichou pra si mesmo.

-Adivinha? –Uma voz atravessou o lugar, uma maga iniciante estava de pé ao lado do pilar. –Nunca ouviu falar da lenda do caçador que foi preso em um templo no céu?

-Claro que sim, Margaret, mas é só uma lenda. –Falou, indo em direção ao livro.

-Talvez, mas toda lenda tem um fundo de verdade. –Ela sorriu, terminando de lamber um pirulito. –Tapado. –No momento seguinte, antes de ele responder ela já tinha ido embora.

A página do livro mostrava a lenda sobre uma garota de Payon que se perdeu na caverna e se tornou uma das 7 chaves pro templo que acabou de ver. Eras um sinal. Um sinal básico. Dizendo que ele devia correr atrás das 7 chaves, chegar até a torre e ganhar todo aquele tesouro. Ganhar todo o respeito, fazer o que ninguém conseguiu.

Ele olhou ao redor, garantindo estar sozinho, pegou o livro e correu pra longe. Ainda teria que roubar alguns mantimentos da casa e uma boa arma e túnica, sorriu, abraçando o livro de lendas contra o peito e rindo com os olhos cor de mel fechados.

-A caçada começou.