–Olá? - perguntou Merlin

–Oi! - respondi

–Você é...?

–Ana...eu só vim para agradecer Gaius por um favorzinho, nada de mais...

–Eu estou aqui! - exclamou Gaius, se aproximando de min

–Obrigada pelo remédio Gaius.

–Não há de que.

–Então...esse é...?

–Merlin. Meu nome é Merlin.

–Olá, Merlin. - disse com um sorriso no rosto – É o seu primeiro dia aqui em Camelot, não é?

–Sim.

–É meu segundo dia, o primeiro foi ontem...eu acho melhor eu ir agora...tchau.

–Tchau.– respondeu Merlin, sorrindo para min.

–Foi um prazer te conhecer.

***

Quando já era noite, me debrucei na janela de meu quarto, observando a bela noite que se formava à minha frente. Era uma bela noite de lua cheia. Dava para se ver várias luzes acesas na cidade, era uma paisagem bem bonita. Era hora de um banquete, e para lá eu fui. Depois, foram todos dormir.


***

Acordando, troquei de roupa. Dessa vez estava usando um vestido verde – escuro, um tanto volumoso. Usava uma trança embutida no cabelo e os meus lábios estavam pintados com um vermelho forte. Tomei o café – da – manhã e desci para o pátio do castelo. Descendo, advinha que cena eu vi?! Arthur discutindo com Merlin (na verdade, eu cheguei bem no final da discussão). “Não, eu sou o filho dele, Arthur”, foi a última coisa que Arthur disse, e depois, os guardas prenderam Merlin, e foi nesse momento que Arthur olhou pra min (com a famosa “cara de bunda”, do tipo, “Ela estava olhando!”). Eu mexi a minha cara com uma expressão de decepção e sai do lugar.

***

Mais tarde, Lady Helen havia chegado à Camelot, mas eu sabia que aquela não era realmente ela, era Mary Collins disfarçada, à procura de vingar o seu filho. Eu estava usando um vestido verde, só que menos volumoso, e de um tom mais claro que o do outro, e esse tinha alguns enfeites a mais.


Enquanto Lady Helen caminhava em direção a Uther, era um silêncio sombrio, só dava para ouvir os passos da cantora percorrendo a sala, eu estava ao lado de Morgana e Gwen, simplesmente encarando o longo chão de madeira da sala do trono.

–Lady Helen! - exclamou Uther. - Muito obrigada por vir cantar em nosso festival.

–O prazer é meu. - disse Lady Helen

–Como foi a sua viagem?

–Foi bem longa, senhor.

–Sempre vale à pena esperar. - disse Uther, logo após beijar as mãos de Helen.

–Valerá.

***


Na manhã seguinte, eu e Gaius fomos juntos tirar Merlin da prisão...Digamos que com as palavras certas conseguimos convencer o rei de que Merlin deveria ser libertado, só que ele teria que fazer uma coisinha, né...Assim, fomos até as celas, eu fiquei do lado de fora, e Gaius entrou, para falar com Merlin.

–Merlin? Você nunca deixa de me impressionar. Uma das coisas que uma pessoa como você deveria fazer é manter a cabeça abaixada. E o que você faz? Se comporta como um idiota.

–Desculpa.

–Você tem sorte. Eu e Ana mexemos uns pauzinhos para liberá – lo.

–Obrigado! - exclamou Merlin, e assim Gaius olhou para ele, com uma expressão estranha. - Não vou esquecer.

–Bem, há um pequeno preço a ser pago...


Lá, na tábua, estava Merlin, e vários dos camponeses jogavam tomates e alfaces nele. Eu, observava de longe a cena, e digamos que eu ri um pouquinho. Ai Merlin, sempre fazendo besteira, né?! Assim, Gwen se aproximou dele, e disse:

–Sou Guinevere, mas muita gente me chama de Gwen. Sou criada da Lady Morgana.

–Eu sou Merlin. - disse, estendendo a sua mão para Gwen. - Embora muita gente me chame de idiota.

–Não, não. - disse Gwen, rapidamente. - Vi o que você fez. Foi muito corajoso.

–Foi estúpido.

–Fico feliz que tenha se afastado, não ia derrotá – lo.

–Eu poderia derrotá – lo.

–Você acha? - perguntou Gwen – Porque não se parece um desses caras musculosos.

–Obrigado...

–Não, não. - falou, rápido novamente. - Tenho certeza que é mais forte do que parece. É que o Arthur é um desses caras corajosos e fortes, do tipo vou-salvar-o-mundo. E, bem...

–O que?

–Você não parece ser assim.

–Estou disfarçado. - disse, quando Gwen se aproximou dele, e os dois riram.

–Foi ótimo tê – lo enfrentado.

–Acha mesmo?

–Arthur é um tirano, e todo mundo achou que você foi o verdadeiro herói.

–Sério? - perguntou Merlin, e Gwen respondeu, movendo a cabeça positivamente. - Licença, Guinevere. Meus fãs estão à espera.


Gwen saiu, e Merlin acenou para ela. Os camponeses haviam voltado para atirar mais coisas em Merlin, parecia até que tinham vindo mais gente do que antes.

***

Mais tarde, era hora do almoço. Após o almoço, eu fiquei um tempo pensando, sentada na mesa. E depois, fiquei simplesmente rondando o castelo, aproveitei a oportunidade e dei uma espiadinha em Merlin, que estava no quarto de Lady Helen, observando o espelho, pude ver o rosto de Mary, o que chegava até a assustar um pouco. Depois, desci novamente, no meio da cidade, encontrei novamente Arthur e Merlin tendo aquelas malditas discussões! Mal eles sabiam que no futuro se tornariam melhores amigos...mal eles sabiam. Pelo menos, dessa vez, pude chegar no início da discussão, e não perdi nenhuma fala deles.

–Como está seu “andar de joelhos”? - perguntou Arthur, ironicamente – Oh, não fuja!

–De você? - falou Merlin.

–Graças a Deus! - exclamou Arthur – Pensei que fosse tão surdo quanto é burro.

–Olha, eu já te falei que você é um babaca. - falou, virando – se – Só não sabia que era um babaca da realeza. Oh, o que vai fazer? Os homens do papai vão protegê – lo?

–Poderia te partir ar meio só com um sopro. - falou Arthur, rindo.

–Eu poderia fazer isso com menos.

–Tem certeza? - disse Arthur, e após isso, Merlin tirou o seu casaco, e Arthur e seus homens começaram a rir, e, assim, Arthur pegou uma massa e jogou para Merlin. - Aqui está, grande homem. Vamos lá, então.

Arthur começou a rodar a massa no ar, e acrescentou:

–Eu te avisei, sou treinado para matar desde que nasci.

–Wow, e há quanto tempo está treinando para ser um bobo?

–Não pode se referir à min desse jeito.

–Me desculpa. Há quanto tempo está treinando para ser um bobo, meu senhor? - falou Merlin, dando um sorriso, quando Arthur tentou - lhe acertar com a massa, porém ele se abaixou. Tinha começado a "luta" deles

–Vamos, Merlin! - disse Arthur se aproximando de Merlin e subindo em um carrinho de mão. - Vamos!

A massa de Merlin prendeu em uma pequena jaulazinha com feno, por isso, teve que deixá– la, senão seria acertado por Arthur, que estava tentando o acertar novamente. Era perseguição de lá pra cá, Merlin caia, Arthur ia atrás. Teve uma hora que Merlin caiu, e, digamos, que Arthur encurralou ele.

–Agora você está em problemas! - disse Arthur

–Ai, Deus!

Nessa hora, a massa de Arthur ficou presa, do nada. Leigos diriam que foi pura sorte para Merlin, mas eu sabia que Merlin havia usado magia, era óbvio. Já havia se formado uma multidão para assistir a luta. Merlin usou magia novamente. Colocou um pedaço de madeira bem na frente de Arthur, que machucou o seu pé e o fez gritar um "Au!". Continuando a luta, Merlin, com magia, puxou uma corda, que fez com que Arthur tropeçasse de cara no chão. Quando Arthur levantou, Merlin gritou:

–Quer desistir?

–Você quer? - respondeu Arthur

–Você quer? Quer desistir? - falou Merlin, quando Arthur tropeçou novamente, caindo para trás.

Assim, enquanto Arthur se levantava, Merlin percebeu a presença de Gaius olhando para ele, o que o distraiu, fazendo com que Arthur tivesse tempo o bastante para levantar e o acertar com uma vassoura, fazendo com que Merlin perdesse a luta. Os guardas os pegaram pelos braços, mas Arthur interveio:

–Espera, deixem - no ir.

Assim, os guardas o soltaram, e Arthur acrescentou:

–Ele pode ser um idiota, mas é corajoso. Há algo em você Merlin. Só não sei exatamente o que é.

Foi nessa hora que a multidão se dispersou, e eu retornei ao meu quarto no castelo. Jantei no meu quarto mesmo, não estava muito afim de toda aquela cerimônia de jantar no salão. De acordo com as minhas expectativas, seria mais ou menos naquela hora que Merlin estaria indo falar com o Grande dragão pela primeira vez. Por isso, troque de roupa, coloquei um vestido marrom escuro e uma capa, marrom também, e, silenciosamente, sai em direção as masmorras, onde vi Merlin, tentando afastar os guardas de perto da entrada. Seguia cada um de seus passos com cuidado, ninguém poderia perceber minha presença.

–Onde você está? - Merlin perguntou

Pude ver o dragão aparecendo. Ele tinha escamas meio douradas, que brilhavam ao ver o fogo que Merlin segurava em uma tocha. Seus olhos eram de um amarelo forte e vibrante.

–Estou aqui. - respondeu o dragão. - É um garoto muito pequeno para tamanho destino!

–Por quê? O que quer dizer? Que destino?

–Seus dons, Merlin, foram dados para você por uma razão.

–Então há uma razão.

–Arthur será o único e futuro rei que unirá o reino de Albion.

–Certo...

–Mas ele enfrenta muitas ameaças de amigos e inimigos.

–E o que isso tem a ver comigo?

–Tudo! Sem você, Arthur nunca terá sucesso. Sem você, não haverá Albion.

–Não, entendeu errado.

–Não há certo nem errado. apenas o que é e o que não é.

–Estou falando sério, se alguém quiser matá-lo, que vá em frente, na verdade, posso até ajudar. - falou Merlin, fazendo com que o dragão risse.

–Nenhum de nós pode escolher nosso destino, Merlin. E nenhum de nó pode escapar dele.

–Não. Sem chance, não. Deve haver outro Arthur porque esse é um idiota.

–Talvez seja seu destino mudar isso. - disse o dragão, quando começou a voar novamente, para a escuridão da caverna.

–Espere! Espere. Pare! Preciso saber mais!

Assim, já que o dragão tinha ido embora, eu tinha que sair de lá o mais rápido o possível para que Merlin não me visse, e foi isso que eu fiz, indo para o meu quarto, e dormindo alegremente, finalmente as coisas estavam começando a ficar emocionantes.