“Como alguém pode sumir assim?” — essa é a pergunta que gira na mente de todos os envolvidos no caso Anderwood, depois de quase dois dias nada foi encontrado sobre o paradeiro ele, ou das duas crianças desaparecidas. A frustração parecia aumentar a animosidade entre a equipe de Voight e o agente do FBI, que deveria ser o parceiro de Cassy nesse caso, mas que só conseguiu entrar na lista negra dela.

Depois da prisão de Jessica Wells, eles descobriram o que motivou a mudança do serial killer para a América, uma mulher idiota que deseja pagar para um criminoso sequestrar seu próprio filho. Wells contou aos investigadores como conheceu Anderwood, que na época usava o nome Phil Williams, um ladrão qualquer em um bar de péssima reputação, no sul da Inglaterra.

Jessica o contratou, imaginando que sequestrar o filho e levá-lo para um país sem extradição seria uma ideia fenomenal, após que o ex marido, Benjamin Rogers, a proibiu de ver o filho depois que ela apareceu drogada com dois desconhecidos na casa em que viviam.

O senhor Benjamin Rogers está ainda internado no Chicago Med após ser ferido por uma das bombas que explodiu no parque de diversão quatro dias atrás, o estado dele é estável mas ainda inspira cuidados.

O FBI também não tinha conseguido muita evolução no caso dos bombardeiros, já que os dois ainda não foram encontrados, e nenhuma prova concreta foi encontrada para incriminar os dois.

“Mais um longo dia pela frente” foi a primeira coisa que Erin pensou ao abri os olhos naquela manhã, o pouco tempo de sono que teve nos últimos dias eram ruins e só pioravam, pois quando ao acordar a morena sente um enjoo terrível.

Ao se sentar na cama, o quarto pareceu girar. Erin saiu da cama o mais rápido que pode e correu para o banheiro, vomitando tudo o que tinha no estômago, o que não era muito. Jay acordou ao ouvir os barulhos da namorada, levantando-se e indo atrás dela, porém a porta do banheiro estava trancada. Batendo na porta de madeira, ele chamava pelo nome da namorada, questionado-a se estava tudo bem.

Demorou alguns longos minutos para ela finalmente sair dali, limpando a boca com a toalha Erin encarou o rosto preocupado de Jay, sentindo a ironia do momento, Há poucos dias ela tinha estado aflita com ele por causa de um tiro que o moreno levou, agora ali estava ele de volta em casa e preocupado com a saúde dela.

— Você está bem?

— Sim — ela disse respirando fundo — só um pequeno mal estar.

— Você deveria ir ao médico — ele insistiu.

— Eu estou bem Jay — acariciando o rosto dele, Erin sorriu para o namorado — e não quero entrar num hospital tão cedo.

Ele concordou ainda contrariado, caminhando até a cozinha para preparar o café da manhã para eles, enquanto ela tomava banho e se arrumava para mais um dia de trabalho. Halstead também estava um pouco ansioso para voltar a delegacia, com a esperança de poder trabalhar no campo, mesmo que tivesse quase certeza de que seria mandado na parte administrativa por mais algum tempo.

~~~

— Bom dia — Scott Hills disse ao ver Cassy deixar o prédio escolar onde foi deixar o filho.

A morena avaliou o outro de cima a baixo antes de responder. Scott vestia como sempre uma calça social e palito em tons escuro de cinza, e uma camisa azul mais claro por baixo. Carregando dois copos da Starbucks ele parecia quase inofensivo, e até bonito.

— Bom dia — ela respondeu aceitando o café.

— Boas notícias — ele disse abrindo a porta do passageiro para ela.

— O corpo do Anderwood foi encontrado ?

— Eu disse boa, não maravilhosas — ela revirou os olhos com a tentativa de piada dele — o segundo menino foi identificado.

Ela parou de olhar a paisagem pela janela para encarar os olhos castanhos de Hills.

— O nome é James Dean Gordon, tem quase sete anos — o carro parou no semáforo — estava no parque com a babá, que foi uma das vítimas fatais da explosão no carrossel.

— Como identificaram ele?

—O retrato falado do detetive Halstead e um pouco de sorte e o fato da criança é estudante de uma escola para crianças com deficiências.

— Deus, isso ainda pode piorar mais? — a morena tirou o cabelo escuro do rosto — qual a deficiência dele?

— Audição — Hills respondeu dirigindo em volta da delegacia para estacionar — os pais dele estão no japão, avisamos eles que disseram que pegariam o primeiro voo para cá, mas é uma viagem de vinte e quatro horas.

Abstendo qualquer comentário, Cassy esperou até o carro parar para saltar dele, as coisas ficando mais complicadas a cada dia que se passava.

Entrando na delegacia pela porta de trás a primeira coisa que viu foi Mouse e os dois Halstead juntos, Will de braços cruzados e claramente infeliz. Os três encararam Cassy e Hills todos com o cenho franzido olhando os dois agentes de cima a baixo.

— Bom dia princesas — Cassy deu um pequeno sorriso.

Os três apenas reviraram os olhos com a fala da amiga. Um dia, anos atrás, Khya começou a chamar Mouse de Cinderela, Jay de Branca de Neve e Will de Ariel. Cassy aderiu a brincadeira quando percebeu que irritava os três, mas parou quando entraram no exército.

Ela caminhou até Jay e abraçou. Hills percebendo ser um intruso naquele momento decidiu subir as escadas e encontrar os outros detetives.

— Você podia ter ajudado — Will acusou a morena.

— O que eu fiz? — Cassy perguntou levantando as mãos em sinal de rendição.

— O problema é o que você não fez — Will rebateu apontando para Jay.

— Ah claro, porque fui eu que dei alta para ele — ela rebateu empurrando o ombro do ruivo

— Eu não era médico dele.

— Mas é amigo do médico — Mouse apoio a morena.

— Eu to bem — o moreno se defendeu.

— Você levou um tiro Jay — Cassy virou-se para olhar nos olhos dele — você só vai tá bem depois de no mínimo duas semanas.

— Éramos do exército — Jay quase bateu o pé.

—Não mais — Will rebateu.

— Por enquanto, né? — A morena encarou o loiro que a encarou em silêncio.

— Espera isso é sério ? — Jay se virou para o amigo de infância.

— Você está tentando mudar de assunto — o loiro empurrou o ombro de Jay.

— E você está fugindo — Cassy rebateu.

— Eu não vou me meter entre vocês três — Will falou levantando as mãos — eu tô aqui por causa do Jay.

— Ele não vai sair da delegacia — Cassy falou ficando entre Will e Jay, cruzando os braços ela encarou os olhos azuis do moreno — nem que eu precise algemá-lo nas barras das celas.

— Acha que manda em mim? — Jay a desafiou.

— É claro que não, meu filho tem só nove anos — ela sorriu para o irmão do melhor amigo — mas ainda consigo te dar uma surra.

Jay franziu o cenho observando ela, as lembranças das duas vezes que eles se enfrentaram fisicamente durante os treinamentos no exército, em ambas ela havia vencido. Não que ele fosse admitir qualquer coisa, mas tinha certeza que não lutaria contra ela.

— Hank também disse que ele ficará só aqui — Cassy afirmou.

— Hank? — Jay disse com ar de desconfiança — quando ficou tão íntima dele.

— Vou tornar você íntimo do meu joelho se fizer mais um comentário.

Erin surgiu nas escadas vestida pronta para sair, usando o colete e com a arma e o distintivo na cintura.

— Achamos o Norton perto de um parque público.

— Me dá dois minutos — Cassy se virou pros três homens — volta pra tua namorada — ela apontou para Will — você nem ouse nos seguir ou eu atiro em você.