The First Girl

You smell like blood - Part 1


–Eu preciso te contar uma coisa que vi no labirinto hoje. -Falei enquanto andava ao lado de Newt em direção a Sede.

–Eu também preciso te contar uma coisa que aconteceu no labirinto hoje.

–Perdão?- Perguntei sem entender.

–Só porque eu não estava lá dentro não quer dizer que eu não saiba das coisas.

–Claro, claro, pode falar primeiro. -Disse sentado em uma rede cuja não sabia quem dormia nela.

–Ben foi picado.- Ele falou friamente.

–O que? Não podia ser verdade. -Meu coração se apertou um pouco com a notícia, não sei se eles iriam aturar mais uma pessoa fazendo o que Gally fez. Provavelmente se Ben fizesse isso ele seria banido.

–Ele voltou um pouco depois do tal Thomas chegar. Nós vamos ver o que vai acontecer para tomarmos as decisões, por exemplo, depois que demos o soro para Gally ele voltou ao normal. Chato mas ainda normal.

–Espero que Ben não faça a mesma coisa que Gally fez.

–Sobre isso que eu vim te alertar. Ben desapareceu.

–Vamos começar com isso de novo.- Falei apoiando a cabeça entre as mãos.

–Fique próxima de nós que iremos te proteger se Ben tentar fazer alguma coisa.

–Espero que Ben não tente nada, não estou muito afim de entrar em outro coma.- Disse tentando brincar com a situação.

Newt soltou um riso antes de me perguntar sobre o que eu ia falar no começo.

–Eu nunca tinha visto nada parecido com isso antes, provavelmente nunca esteve ali, ou em qualquer lugar do labirinto, bem no meio do corredor tinha uma poça de mel.

–Mel?- O loiro perguntou sem entender.

–Sim, mel. Eu também não sei o porquê, é estranho ter uma poça de mel no labirinto. Sei lá, eu aceitaria uma poça de sangue, mas de mel? Isso é estranho.

–Sim. -Newt disse coçando o queixo. Depois falamos com os outros, temos que dar um jeito no novo trolho.

–Um novo fedelho na Clareira. -Tentei uma jogada que me fez decepcionar com a resposta.

–Se acha que vou parar de te chamar de fedelha, fedelha, está muito enganada. -Ele falou indo em bora rindo.

Berrei um "Ah, qual é ? "fazendo-o rir mais.

Permaneci sentada um pouco pensando no novo Clareano. Ele tinha se lembrado do nome na hora. Porque? Eu levei alguns dias, como os outros Clareanos. Mas não ele. Thomas.

Ele provavelmente estaria conversando com Alby agora. Eu tinha que procurar Minho para lhe contar a história do mel, mas não foi necessário procura-lo, ele já estava caminhando na minha direção e sentando onde Newt estava.

–Minho eu preciso te contar uma coisa. -Comecei a falar logo sendo cortada por ele.

–Não, depois você fala, tenho uma coisa mais importante pra falar. -Ele deu uma pausa para manter um mistério. Idiota. -Você e Newt.

É claro que a voz retardada tinha voltado.

–O QUE? Minho não tem o que falar. -Eu falei rápido, talvez rápido demais.

E novamente ele abriu aquele sorriso tosco de você não me engana.

–A qual é Lisa? Vocês se beijam as vezes, NÃO ADINTA NEGAR QUE EU VI, vocês são alguma coisa.

–Minho, não temos tempo pra falar sobre isso, passamos maior parte do tempo tentando achar uma maneira de sair daqui e tudo mais, não temos tempo pra isso, e pelo amor de Deus tire esse sorriso da cara.- Disse batendo nele.

Ele começou a rir se levantando apenas parando para falar uma última coisa.

–Talvez vocês nunca vão ter tempo para falar sobre isso.

E foi em bora.

Voltei a ficar sentando pensando. Talvez Minho tenha razão, talvez nunca tenhamos tempo para falar sobre isso. Eu não tive muito tempo desde que cheguei para sentar e refletir sobre meus sentimentos. Sim, não podia negar, eu tinha sentimentos por Newt. Fortes sentimentos aliás, mas não tenho tempo para ter sentimentos agora, é viver ou morrer. Mas provavelmente quando saímos daqui nossas vidas não desacelerem o ritmo. E eu nem sabia ao certo o que sentia por Newt. Amor? Eu nem me lembro o que é amor.

Menina Tola

Aquela mesma voz voltou a falar na minha cabeça fazendo-me levar minhas mãos as orelhas e apertar as mesma.

Achava que aquele tormento já tinha acabado. Essa voz estava me deixando maluca. Me levando a extrema loucura.

Olhei em volta tentando me esquecer do Menina Tola vendo Alby e Thomas andando pela Clareira, logo Newt se aproximando para se apresentar.

Menina Burra

Apertei a rede em baixo de mim tentando me concentrar em outra coisa.

Levantei e comecei a correr. Passei varada pelos meninos apenas sendo parada por Alby. Obrigatoriamente tive que parar, mas um barulho metálico ainda explodia nos meus tímpanos.

–Thomas essa é Elisabeth.- Alby me apresentou. Ela é a única garota daqui.

–Oi. -Foi a única coisa que ele falou. Provavelmente estava perdido, na verdade ele não era o único.

Respondi um oi abafado pela minha respiração ofegante.

Alby falou alguma coisa que eu não consegui entender. A única coisa que ouvi era meu próprio batimento cardíaco. Meu suor escoria pelo meu rosto enquanto esfregava minhas mãos freneticamente.

Os garotos me olhavam preocupada, até mesmo Thomas que não me conhecia parecia preocupado.

–Elisabeth, eu estava perguntando se você podia mostrar tudo para Thomas?- Alby falou.

–Cla-claro, mas poderia ser depois? Chuck podia falar com ele agora?- Perguntei ofegante.

Provavelmente ele percebeu que alguma coisa não estava certa.

–Claro.

Newt segurou meus braços me encarando.

–Elisabeth você está bem? Está queimando em febre.- Ele dizia com uma voz preocupada.

–Eu estou bem, só preciso andar um pouco. Não esperando uma resposta voltei a correr em direção a floresta.

Erro na programação

Soltei um berro abafado me jogando de joelhos no chão gramado da floresta.

Falha no Experimento

Agora todo meu corpo estava no chão rolando no mesmo.

Mudança nas variáveis

Eu passava minha mão freneticamente pelos cabelos numa última tentativa de fazer parrar. Agora meus gritos saiam mais arrastados e sofridos. Algumas lagrimas de desespero escorriam pelo meu rosto simultaneamente com os berros.

Ouvi passos na grama mas não sabia se era real ou se era coisa da minha cabeça. Ao longe ouvia meu nome sendo chamado me fazendo abrir os olhos lentamente. O manco estava de joelhos ao meu lado chamando meu nome até meu ouvido bom voltar a ouvir nitidamente.

–Elisabeth venha comigo, vou te levar aos socorristas. -Ele dizia rápido, tão rápido que não conseguia entender.

Ele me levantou com dificuldade do chão, mas não consegui ficar em pé. Estava tonta demais e as palavras ainda estavam na minha cabeça. Ele me sentou no chão me segurando pelos ombros.

–Elisabeth? -Ele me chamava mas não tinha forças para responder.

Ele gritava meu nome mas eu só ouvia um zumbido antes de tudo ficar preto.