The Death Couple

O amor não é apenas cego, ele igualmente é retardado e masoquista.


FELICITY

Quatro homens armados com metralhadoras e seus rostos cobertos por máscaras de super-heróis anunciam o assalto. O primeiro era um homem baixo e barrigudo usando a máscara do Batman, o segundo tinha estatura mediana e seu rosto coberto pelas feições simpáticas do Superman, até o cachinho caído na testa estava lá, máscara bizarra por sinal. O terceiro era alto e magro, parecendo não controlar direito seu campo gravitacional, seu rosto estava coberto por uma máscara do Lanterna Verde. Por fim e com toda certeza o mais impressionante e provavelmente o único que deveria apresentar perigo de fato foi o que anunciou o assalto. Seu porte era ainda maior do que o Oliver, parece completamente calmo e posso ver seus olhos sondando tudo atrás da estranha máscara de Mulher Maravilha que usava.

Os seguranças inúteis menos o homem negro, que descobri ser parte da CIA como Oliver e Patty, escoltam o prefeito para um local seguro que por coincidência é a mesma bancada que Barry e eu nos escondemos. Acabo espremida entre Oliver e Barry, estaria gargalhando se não estivesse temendo ter chegado finalmente na minha hora derradeira. Ah Deus, tanto que eu queria fazer. Nem mesmo dei um beijinho se quer nesse cara louro me prendendo contra essa bancada pequena demais para esconder tanta gente!

—NINGUÉM TENTA GRACINHA NENHUMA, OU VAMOS MATAR A TODOS AQUI! -o cara, Mulher maravilha volta a gritar. Vejo Barry revirando os olhos e Oliver dando um sorriso de lado para ele.

—O que vocês... -começo a falar, mas Oliver tapa minha boca com sua mão, quase me sufocando no processo e Barry me pede silencio novamente.

Meu amigo pega meu tablet em minha bolsa e aponta para uma câmera, dando a entender que queria acesso a elas. Faço o que ele pede em menos de um minuto, e não tenho nem mesmo uma expressão surpresa dos dois para inflar meu ego. Oliver chama o único de seus seguranças que era útil, os pesos mortos que restaram estavam cuidando do gerente do banco, em uma bancada ao lado da nossa. Eles se juntam e observam as câmeras, fazem alguns gestos que não sou capaz de entender, apontando para os lados e coisas que parecem ser libras, mas duvido muito que se trate disso. Barry e o segurança útil começam a dar a volta por lados opostos, e é estranho ver como Bear se move silenciosamente e sem seu jeito desastrado ao qual me acostumei.

Sinto as mãos de Oliver sobre meus ombros, ele faz com que o encare e o sorriso em seu rosto me aquece completamente por dentro. Seus olhos estavam escuros, com as írises dilatadas ao máximo, quase fazendo com que o azul deles sumisse por completo. Sorrio de volta em um reflexo infantil, que me faz parecer uma adolescente apaixonada pelo quarterback do time de futebol.

—Fica aqui. -diz movendo os lábios sem emitir som. -Não se mexa, entendeu? -balanço a cabeça confirmando e ele acaricia meu rosto, as pontas dos dedos mal me tocando, mas é o suficiente para fazer meu estômago embrulhar. Merda, acabo de me dar conta que toda a adrenalina que sinto se deve a Oliver e não ao fato de estar mais uma vez entre a vida e a morte. Vou procurar um bom psicólogo se conseguir sair viva dessa, juro de dedinho que vou.

Acompanho Barry pelas imagens do tablet, ele estava muito perto do Mulher Maravilha que apontava a arma para a cabeça de uma funcionária que colocava muitas notas na bolsa que ele a deu. O segurança útil estava perto dos outros dois e quando penso que as coisas seriam terminadas silenciosamente e com calma, o homem – Mulher Maravilha percebe Barry que até o desarma, mas ganha a atenção dos outros dois.

O segurança imobiliza o Batman com tanta facilidade que chega a envergonhar o personagem. E usa sua arma para bater na cabeça do Lanterna Verde, mas cai no chão em seguida e só então vejo o Superman com a arma apontada para o segurança. Oliver salta sobre a bancada enquanto Barry luta com o Mulher Maravilha e sai em disparada na direção do cara armado. Pensa Felicity! No desespero enfio a mão em minha bolsa e tiro meu distintivo forense de dentro.

—POLICIA, VOCÊS ESTÃO PRESOS! -grito estendendo o distintivo para os dois que me percebem. Os bandidos me olham como se ponderassem se eu era ou não portadora de algum tipo de retardo mental.

Para Barry isso era a distração que precisava para apagar o Mulher Maravilha e Oliver atinge o Superman com uma rasteira, o fazendo cair sobre o corpo do segurança útil que apertava o próprio ombro no chão. Ele o imobiliza rapidamente o tirando de cima do parceiro. É parece que tem gente com a sorte pior do que a minha, esses caras definitivamente escolheram o dia errado para roubar um banco. Vou até o segurança baleado e começo a examinar o estrago. Barry seria melhor nisso, mas parece ocupado prendendo os outros caras e ligando para a polícia.

—Oi. -falo me abaixando em frente ao segurança.

—Srta. Smoak. -diz com dificuldade, o rosto retorcido de dor. -É um prazer revê-la.

—Não precisa mentir, sou quase como uma premonição para você a esse ponto. -brinco afastando o paletó preto de seu uniforme, me esforçando para parecer confiante. -Vou ver como está o ferimento, tudo bem?

—Fique à vontade. -responde, parecendo começar a perder os sentido e desabotoo rapidamente sua blusa, me livrando da gravata no meio do processo, tagarelando coisas bobas para o manter acordado.

—Oi, como Diggle está? -Oliver se abaixa ao meu lado, olhando preocupado para o homem que tentava com esforço não se retorcer. Graças a Deus descobri o seu nome.

—Dois ferimentos, isso é bom a bala saiu e parece não ter atingido nada. -uso o paletó para estancar o sangue como posso. -Chamou a ambulância?

—Está a caminho, Barry ligou para a policia e estão mandando uma equipe para recolher o lixo. -sinto sua mão em meu ombro e desvio meus olhos da ferida de Diggle e vejo o lindo rosto de Oliver cheio de alívio ao me encarar. -Foi inteligente o que fez, mas preferiria que não fizesse mais nada desse jeito.

—Sou uma policial, Sr. Prefeito. -sorrio para ele que bufa com desdém em resposta.

—Policial forense. -corrige. -Só tenta não morrer. O que parece ser uma tarefa complicada para você, Srta. Smoak, mas não custa se esforçar um pouco. -abro a boca para retrucar. -Nem tenta. -me corta. -Vou acalmar as pessoas, ver se todos estão bem.

—Claro, vai lá. -reproduzo um sorriso ensaiado e Oliver hesita um instante antes de se levantar e começar a checar um a um dos que estavam dentro do banco. -Hey! -chamo Diggle ao ver que está perdendo a consciência. -Não pode desmaiar, consegue me fazer companhia só um pouquinho? -ele morde os lábios reprimindo um ruído de dor. -Vamos, me conta algo divertido. -tagarelo a primeira coisa que me vem à mente.

—Ele gosta de você. -balbucia depois de muito tempo, quando estava prestes a perder as esperanças de conseguir o manter desperto, a voz sai com esforço e vejo Barry se abaixando ao meu lado, ele passa a examina-lo.

—Não, nós somos só amigos, não temos nada romântico. -conto e escuto um ruído rouco sair da boca de Diggle.

—John não está falando de mim, Felicity. -Barry comenta enquanto levanta o homem o fazendo ficar sentado, e amarra a própria blusa que John usava em volta de seu ombro, estancando melhor a ferida. -E sim do Oliver. -é minha vez de soltar um som de desdém.

—Claro, entre a modelo trinta e nove e setenta e dois, deve ter chorado muito a minha ausência. -reclamo e mais uma vez o som estranho da risada misturada com dor sai da boca do segurança.

—Não foram tantas. -a voz de Oliver me faz pular de susto e percebo que estava sentado atrás de mim, segurando paletó nas mãos, como se já estivesse ali a um tempo, e sinto meu rosto queimar de imediato, devo estar mais vermelha do que o vestido que uso. -Não deve chegar nem a cinco, apesar de nenhuma delas ser qualquer coisa minha, eram diplomatas ou diretoras de empresas, as encontrei como prefeito. As pessoas tendem a aumentar e inventar coisas, Felicity.

—Não tem que me explicar nada. -viro o rosto para o outro lado.

—Não tenho mais, acabei de explicar tudo. -parece conter o riso e vejo Barry fazer o mesmo com esforço. -Por que resolveram vir ao banco logo hoje? -pergunta ao meu amigo, com a expressão de pesar no rosto.

—Sabia desse assalto? -Barry devolve.

—Posso ter escutado algo a respeito, tem sido longos meses. -Oliver massageia a nuca. -Por isso quase me causaram um ataque cardíaco quando os vi aqui. -me encara de cara fechada. -Essa garota deve ser uma espécie de imã para catástrofes.

—É dia de pagamento, tenho minhas contas para pagar. -dou de ombros sobre o olhar de recriminação dos dois.

—Você é a diretora de TI do departamento de polícia, acredito que saiba que pode fazer isso pela internet. -me repreende novamente.

—Ela manda dinheiro para o pai, não tem como fazer isso pela internet. -Barry solta recebendo um olhar irado meu, o que ele ignora. -Por que ainda quer manter segredo, sabe que ele só não te checou por cortesia, não é? -ergue a sobrancelha me desafiando a discordar.

Barry encontrou meu pai a dois meses, Noah está preso no México e vai demorar mais cinco meses para que a ARGUS consiga traze-lo de volta para os Estados Unidos sem levantar suspeitas. Bom, isso foi o que me contaram, mas ninguém demora tanto a conseguir um visto para um cidadão do país retornar, ele deve estar em alguma missão que não podem me contar, mas esse ponto, não dou mais a mínima, é bom ter um pai. Mesmo que um pai presidiário.

—Gostava mais de você quando fingia ser bobinho e atrapalhado. -falo para Barry que abre um sorriso largo em resposta.

—Não gostava não. -retruca cheio de segurança e reviro meus olhos me voltando para o Queen.

—Meu pai está preso. -conto e Oliver não demonstra nenhuma expressão, então aproveito a deixa e já solto tudo o que remoí por todos esses meses. -Foi ele quem criou aquela lista que quase te fez morrer, aliás, nunca tive oportunidade de agradecer pelo que fez. Por me salvar. -sorrio com tristeza, por saber que essa vai ser a única oportunidade de fazer isso que vou ter. -Muito obrigada.

—Não tem nunca que me agradecer por salvar sua vida. -responde sério e intenso demais, para alguém que vai desaparecer novamente assim que a polícia chegar. O absurdo é tanto que não consigo evitar a risada. -Por que está rindo?

—Nada. -ele intensifica o olhar. -É só que antes eu tinha esse instinto irritante que me dizia que estava mentindo e agora sinto a mesma coisa.

—Não estou mentindo. -se defende.

—Eu sei, por isso o instinto é tão irritante, por que ele me faz acreditar em sua sinceridade. -desvio meus olhos dos dele e vejo os paramédicos entrando no banco, seguindo alguns policiais. -Aqui! -ergo a mão para que nos vejam. -Pronto, John. -toco a cabeça do homem que pisca algumas vezes antes de focar seu olhar em mim. -A sua carona chegou, você vai ficar bom. -sorrio para John Diggle que espelha o gesto, mas sou capaz de sentir o olhar de Oliver em meu rosto.

OLIVER

—Sai do meu sofá. -digo entrando em meu loft, para uma garota loura desgrenhada que sitiou minha sala de estar a uma semana. Ela se vira e cobre a própria cabeça com uma almofada, murmurando coisas que não consigo entender. -John não vai ficar no hospital, a propósito. -informo me sentando propositalmente em cima de suas pernas.

—Ai! -reclama se debatendo e me chuta para fora, se sentando em seguida com a cara toda amassada, boca e olhos inchados. Aproveito a deixa e pego a manta e o travesseiro que usava, os jogando longe. -Por que fica me acordando assim todos os dias?

—Por que não vai dormir no apartamento do seu namorado, se quer ser acordada por alguém que se importa com seu estado emocional? -rebato me sentando ao seu lado.

—É mais fácil vir parar aqui, quando passo a noite em uma missão e sou desovada pela Lyla. -faz careta esfregando os olhos.

—Não contou a ela ainda? -ergo a sobrancelha, Patty balança a cabeça negando. -Por que está escondendo, Patty, isso só torna tudo pior quando ela descobrir. -aviso.

—Ela sabe, ou suspeita, mas não quero que minha vida pessoal seja algo que a CIA controle. -dá de ombros como uma criança de cinco anos faria. -O ruim é ter sublocado meu AP e agora ser obrigada a ter você interrompendo minhas seis horas diárias de sono.

—Você se tornou um fantasma, não é assim que quer viver. -pego a manta no chão e jogo cobrindo a cabeça dela, que não se importa e apenas se enrola no tecido, deixando apenas seu rosto inchado aparente. -John te contou quem estava no meio do assalto a banco de hoje? -começo a andar em direção a cozinha.

—Não, só me disse que tomou um tiro, mas não era grave.

—Seu nerd e sua nova melhor amiga. -falo estudando o conteúdo vazio da minha geladeira.

—Sua nerd você quer dizer. -para minha surpresa Patty se levanta e vem em minha direção, abre um armário e coloca dois copos de macarrão instantâneo na bancada, e vai encher uma chaleira de com água.

—Isso vai acabar com todo o exercício que fiz essa manhã. -reclamo olhando para o macarrão. Desligo a chaleira e paro na frente de Patty, passo a mão nos cabelos embolados dela, tentando fazer aquilo parecer algo descente. -Você tá muito feia. -encosto a ponta do meu dedo na língua e tento tirar um rastro de algo branco e seco perto de seus olhos que me encaram irritados. -Um nojo.

—Nojo é você me limpando com seu cuspe. -bate em minha mão e sai esfregando o próprio rosto. -Vou tomar um banho.

—Graças a Deus, aproveita e veste algo que não seja preto, vamos sair para comer.

—Eu não quero. -grita batendo a porta do banheiro com força.

—Isso ou ligo para Lyla e deduro que tem sido mais do que colega de trabalho do agente da empresa rival da nossa. -informo subindo para meu quarto, três degraus por vez.

Tomo um banho rápido, tentando tirar o sorriso daquela garota da minha mente, ou me esquecer de sua forma doce e reconfortante ao cuidar de John. Visto jeans e uma blusa de manga longa de algodão, pego uma jaqueta e quando desço as escadas encontro Patty em um vestido florido, é como se outra garota estivesse em minha casa, nada como a coisa estranha que encontrei em meu sofá mais cedo.

—Água pode mesmo fazer milagres. -debocho passando por ela, longe o bastante para não levar nenhum soco.

—Você quem vai pagar, é bom saber disso.

Encontramos um pub com música ao vivo e pessoas comendo na varanda para ver o por do sol. Até mesmo a nova Patty que estava decidida a colocar todo o sono atrasado em dia, começa a se animar, abrindo um sorriso largo ao ver a mesa bem de frente para a paisagem que conseguimos.

—Adoro ser a melhor amiga do prefeito. -diz animada quando afasto sua cadeira para ela. -Ah, eu vou adorar ver isso! -o brilho perverso em seus olhos chega a congelar meus ossos.

—Ver o que? -sigo a direção de seu olhar, e vejo Felicity linda. Era como se os últimos raios de sol a seguissem enquanto andava usando um vestido rodado laranja que a fazia parecer mentira ao subir os degraus de madeira, com um cara exageradamente alto de cabelo arrumadinho e cara de quem cresceu em uma fazenda, rodeado por gado, andando ao seu lado. -Por que isso seria divertido. -viro de costas me sentando em frente a Patty, que me observa com um sorriso irritante.

—Felicity! -ela se levanta erguendo a mão para o alto.

—Patty, senta. -ordeno e ela me ignora.

—Patty? -merda, me levanto ao perceber que era tarde demais e coloco meu sorriso social no rosto. -E Oliver. -acrescenta, vejo a animação por ver Patty desaparecer, Felicity pisca algumas vezes e tenta se lembrar do que estava falando.

—Oi, sou Ray Palmer. -o homem alto oferece a mão para Patty, depois para mim. -Felicity provavelmente está tentando dizer isso. -cutuca de leve a garota com o cotovelo, que parece funcionar.

—Nós fizemos um doutorado juntos. -Felicity explica e contenho um sorriso que a necessidade dela se explicar gera em mim.

—Finalmente ela aceitou meu convite para um encontro. -ele acrescenta e não consigo evitar a carranca que se instala em meu rosto.

—Encontro? -semicerro meus olhos para Felicity que engole em seco.

—Sou Patty. -minha amiga começa a tomar o controle, antes que o clima se torne tenso. -Esse é...

—O prefeito. -o cara interrompe. -É um prazer.

—Quando estou em minha identidade secreta, pode me chamar de Oliver. -sussurro para ele em tom de segredo, o cara sorri divertido em resposta e odeio que não seja completamente detestável.

—Por que não se sentam com a gente? -Patty sugere, sendo encarada por Felicity e eu ao mesmo tempo. -É que vai ser ótimo passar tempo com pessoas tão queridas, sinto que não tenho visto Felicity o suficiente, com todo o excesso de trabalho... -a sinceridade dela é como um repelente para qualquer tipo de recusa, os olhos de Felicity chegam a se encher de lagrimas, me fazendo revirar os meus.

—Eles estão em um encontro.—digo a palavra como se fosse um palavrão. -Não querem companhia.

—Não me importo de um encontro duplo. -Ray dá de ombros fazendo um gesto para um garçom.

“Abre a boca e eu te mato.” Patty murmura sem emitir som, passando o polegar sobre a garganta para intensificar a ameaça. Quando estou prestes a dizer que não somos um casal, escuto Felicity quase engasgar ao conter o riso por ter presenciado a cena.

O garçom coloca duas cadeiras na lateral de nossa mesa quadrada, Felicity fica à esquerda, ao meu lado e Palmer ocupa o espaço entre ela e Spivot. A parte ruim é que isso se torna um tipo de tortura quando me dou conta da corrente elétrica que parece me puxar a força na direção dela, que está tão desconfortável quanto eu, a diferença é que sou um agente treinado, capaz de interpretar muito melhor.

—Uma explosão não parece uma má ideia agora, não é. -sussurra para mim, vejo Palmer pegar sua mão que estava sobre a mesa, um gesto que a surpreende tanto quanto me irrita. -Onde está nosso efeito apocalipse, quando precisamos dele?

—Talvez eu mesmo faça isso acontecer. -murmuro de volta e colocamos sorriso amarelos em nossos rostos.