Eu estava certa. Não preguei os olhos um minuto sequer.

Então resolvi ir dar uma volta.

Vi Annabeth treinando com alguns bonecos feitos de espuma.

- Oi. - Eu disse.

Anna se assustou.

- Anne? O que você está fazendo aqui há esta hora?

- Não consegui dormir. – Respondi – E bem, já que eu sou uma deusa, e não sei lutar nada, será que você podia me ensinar?

- Claro – disse ela sorrindo – Seria um honra Lady Anne. – Ela disse fazendo uma mesura. Começamos a rir.

Ela me ensinou onde ficavam as falhas na armadura para ser mais fácil de matar o inimigo. Ensinou como manejar a espada, facas e punhais. E eu até que estava indo razoavelmente bem.

- Toma aqui um arco. – Ela disse me entregando uma aljava cheia de flechas e um arco.

A aljava era negra nas mãos de Annabeth, assim como o arco, mas quando os peguei, eles ficaram prateados com hieróglifos e notas musicais douradas que pareciam “dançar” pelo arco e pela aljava, eles se moviam como se estivessem vivos.

Eles emitiam um brilho cálido. Como a lua, ou como se estivessem “felizes” por estarem em minhas mãos. Pareciam feitos de ouro e prata.

- Uau. – Disse Anna.

- Uau mesmo. – Concordei. Eu analisava o arco e a aljava com cuidado. Então coloquei a aljava em minhas costas. Peguei uma flecha e tentei atirá-la sem nenhuma instrução de Annabeth. Mirei no nariz do boneco de treino. E acertei exatamente lá.

- Foteinótita tis Panselínou, Brilho da Lua Cheia, ou simplesmente Pansélinos, Lua Cheia.

- Pansélinos. Gostei do nome. Ela é sua?

- Foi um presente de Atena para o acampamento, ela disse Pansélinos deveria ficar nas mãos certas, e que saberíamos quais mãos seriam as certas na hora em que se encontrassem. – Ela disse - Agora acho que agora ela é sua.

- Obrigada!

- Atena também disse que ela não era somente grega. Disse que existiam alguns dispositivos, que quando acionados, poderiam virar outra coisa. Mas ainda não descobrimos o que. Ah, e ela também é indestrutível.

Analisei Pansélinos, vi uma espécie de botão na parte superior. Tentei clicar, mas nada aconteceu. Então o girei, e Pansélinos se transformou em um cajado egípcio com o mesmo padrão prata com hieróglifos e notas musicais douradas dançantes. Coloquei a mão na aljava e lá havia uma varinha, com o mesmo padrão, ao invés de flechas. Girei o botão no cajado e ele voltou a ser um arco, e a aljava se encheu de flechas.

- Ah, e a aljava é mágica. As flechas nunca acabam e mudam de cor de acordo com seu humor. Além de que quando o arco não está em suas mãos, a corda vira prata pura, então ninguém pode usá-la ao não ser você. As flechas também ficam grudadas. Se você cair, por exemplo, ou ficar de ponta cabeça, as flechas vão continuar na aljava como se estivessem em posição normal. E se alguém quiser roubar uma flecha elas também ficam grudadas.

- E se eu quiser dar flechas para alguém? – Perguntei.

- Não sei, nós nunca tentamos, afinal elas nunca saíram da aljava.

Peguei uma flecha e entreguei a Annabeth. Ela pegou um arco qualquer e atirou e flecha. A flecha caiu no chão como se Annabeth tivesse a soltado, e não atirado a flecha.

- Acho que não dá certo.

Rimos.

- Obrigado Anna. – eu disse lhe abraçando.

- Disponha querida.