JOKER

—Eu? Irritante? Por que não se olha no espelho, Luka? - rebateu Yukine e eu revirei os olhos mais uma vez, eles não iam parar de discutir até cada um acabar com a vida do outro. Respirei fundo e pus meus headphones botei o volume da música no último, não queria escutar mais nenhum minuto dessa discução sem fim. Estávamos andando fazia exatamente 20 minutos, mas parece que faz um século, esses idiotas não ajudam de jeito nenhum. Precisávamos encontrar a princesa de Arkyos e esses idiotas só faziam discutir.

Senti uma energia estranha e olhei para trás, mas não vi ninguém, foi quando eu esbarrei em uma garota loira, fazendo ela derrubar seus livros no chão. Tirei meus headphones e me abaixei para ajuda-la a apanhar seus livros, eu levei meu olhar para o dela e ficamos assim por um tempo. Seus olhos eram de um lindo tom verde-esmeralda, ela se parecia muito com alguém, eu só não me lembrava quem.


—Katrina? O que houve? - uma voz masculina perguntou e nós nos levantamos, eu não acreditei em quem eu vi ali, parado ao lado da loira.


Ian? - falei surpreso e a loira nos encarou confusa.


—Vocês se conhecem? - perguntou a loira, a qual o Ian chamou de Katrina.


—Sim, bons amigos nunca são esquecidos. - comentou Ian com um sorriso debochado no rosto.


—O que faz aqui, Ian? - escutei Luka perguntar com a cara de paisagem, que ele sempre tivera.


—A curiosidade matou o gato. - rebateu, os olhos de Luka brilharam e seu rosto se tornou sombrio, você não ia querer irritar um demônio de 200 anos, você passaria longe do Luka só para que ele não se irritasse com qualquer coisa que fosse.


—E se você não falar, quem vai acabar morto será você. - replicou Luka e Ian revirou os olhos, não estava nenhum pouco com medo, ele era o anjo da morte e podia voltar do mundo dos mortos sempre que quisesse.


—Eu vim a mando do rei de Arkyos, ele pediu para que eu e minha irmã ajudássemos vocês a proteger a princesa.


—Sua irmã? - perguntei incrédulo encarando a garota loira ao lado dele, é eles se pareciam bastante, tirandoa cor dos olhos e dos cabelos.


—Sim, bom... essa é a Katrina, minha irmã.


[...]


VIOLETTA

Mais um dia, Violetta. Só mais um dia e você entra de férias. Assim que pus os pés no corredor dos armários, todos os olhares se voltaram para mim. Atenção de mais!
Abaixeia a cabeça e fui andando à passos rápidos até o meu armário, escutando todos os sussurros das pessoas em volta, todos falando do que aconteceu ontem e o Jake não vir hoje para escola só fez os comentários rolarem mais e mais. Antes que eu pudesse chegar no meu armário senti algo estranho dentro de mim, como uma queimação, um formigamento e uma inquietação.


—Oi. - escutei uma voz dizer no meu pé do ouvido e eu deixei meu caderno cair no chão, por causa do susto, me virei e vi León com um sorriso divertido nos lábios.


—O-oi. - gaguejei e ele se abaixou para pegar o meu caderno do chão, antes que eu pudesse pegar o caderno, ele se afastou e abriu o mesmo, folheando algumas folhas.


—Uau, você desenha muito bem. - falou enquanto olhava os desenhos no meu caderno. - Por que será que todo anjo desenha bem? - murmurou e eu franzi o cenho.


—O que disse? - perguntei e ele apenas me encarou.


—Nada. - respondeu voltando a olhar o meu caderno. - Você canta? - perguntou com as sobrancelhas arqueadas.


—Nunca cantei, só componho. - respodi com a voz baixa, quase inaudivel, e eu jurei que ele não tinha escutado, só que ele me surpreendeu ao me encarar e assentir.


—A letra é muito bonita e... - ele parou de andar e olhou em volta, foi quando aquela mesma sensação voltou, só que pior, León olhou com pura raiva algo atrás de mim e eu senti uma mão no meu ombro antes mesmo que essa mão se encostasse no meu ombro, me virei e vi um rapaz que aparentava ter uns 19 anos, ele tinha cabelos brancos e olhos heterocrômicos, mantinha um expressão amigável no rosto. Seus olhos tinha as cores vermelho e azul, aquilo era impossível.

[...]


JULIAN

—Quais são as suas últimas palavras, irmãozinho? - perguntei enquanto encarava o rei de Arkyos com puro ódio.


—Eles vão atrás de você. - murmurou com a voz fraca e eu ri pelas narinas.


—Eu não tenho medo de um grupo de adolescentes, não tenho medo daquele demônio, não temo aquele vampiro ridículo e muito menos ao ceifeiro idiota que resolveu ajudar Arkyos. - falei encarando a lâmina da espada. - Para que não escape, meu irmão, essa lâmina contém um tipo de veneno, que o proibe de se curar.


[...]


JOKER

—Você não fala não? - escutei Katrina perguntar para Luka enquanto íamos na direção da casa da princesa.


—Não. - respondeu Luka mal-humorado.


—Está sempre mal-humorado?


—Acredite, essa é a melhor qualidade dele. - falou Yukine, Luka fechou a cara e Katrina riu fraco, ela me encarou ainda sorrindo e eu sorri também, ela logo se aproximou de mim.


—E você, Joker? Esse não é o seu verdadeiro nome, estou certa? - perguntou e eu apenas a encarei com uma expressão de quem dizia: "Quem sabe?". - Não vai me dizer seu verdadeiro nome? - perguntou e eu permaneci calado apenas sorrindo. - Eu vou ter que chutar até acertar o seu nome? É isso? - perguntou e minha resposta foi o silêncio. - Poderia...


—Começa com A. - falei e ela sorriu contente por ter a primeira pista para poder descibrir o meu nome.


—Vou te chamar de A até descobrir seu nome. - comentou indo para o lado do seu irmão, ela olhou para mim mais uma vez e piscou.


[...]

VIOLETTA

Encarei aquele garoto de cabelos brancos na minha frente e o que aconteceu em seguida foi muito rápido, o cara tentou pôr a mão no meu ombro, mas o León o empurrou, fazendo ele bater com as costas nos armários do outro lado do corredor, fazendo um grande estrondo, que chamou a atenção de todos ao nosso redor.


—Não. Chega. Perto. Dela. Oliver. - León pronunciou aquelas palavras como em um rosnado, ele me puxou para ficar atrá dela e o tal de Oliver riu fraco e se levantou como se ele não tivesse metido as costas com força naqueles armários.


—Eu só quero conversar, o Ian está atrás dela, mas ele não quer... - León o interrompeu apertando o seu pescoço e o jogando novamente nos armários, só que ele permaneceu com a mão em seu pescoço.


—Eu juro que se você se aproximar mais uma vez, eu te mato, então dá o fora daqui. - ameaçou e todos em volta se aproximaram, León apertou mais o pescoço do garoto e eu vi ele ficando roxo, estava perdendo o ar.


—L-León, v-vai ma-mata-lo. - gaguejei pondo a mão no ombro tenso domoreno, que foi relaxando as mãos aos poucos e logo soltou o garoto.


—Vai embora. - mandou passando o braço pelos meus ombros, começando a andar e a me fazer andar junto com ele, olhei para trás e vi o garoto sentado no chão pondo a mão no pescoço, voltei meu olhara para o León e perguntei:


—Precisava de tanta violência?


—Vamos ter uma conversinha, princesa.

[...]