The 10 lights

49-Zen e o menino sem nome!


Há muitos anos atrás, muito antes dessa história acontecer, Zen estava sozinho na Dimensão do Equilíbrio, na Ilha Yoku, trabalhando em sua melhor invenção! Nessa época, ele não era tão velho quanto é hoje, e estava sozinho, pois seu professor, o seu antecessor, faleceu a cerca de um mês. Na história da Dimensão do Equilíbrio, nenhum vigia se incomodou em querer saber quem os colocava ali, e como. Apenas aceitavam que devia existir uma “força superior”, que colocou todos eles ali, para a função de vigiar e proteger os dez mundos. Cada dimensão dessas é formada por um antecessor e um predecessor, quando o mais velho morre, após um mês, o predecessor surge lá como uma criança de três anos. Isso sempre foi assim, e nunca vai mudar, no caso de Zen, era o dito dia! Mas...ele estava muito concentrado em sua invenção...

— AH! PELOS DEUSES! EU PERDI A HORA! – Grita Zen, nervoso.

Zen começou a se arrumar o mais rápido que podia, já era quase o fim do dia, e a criança apareceu no inicio da manhã! Zen atrasou quase um dia inteiro!

— Ai caramba...segundo o manual...a criança deve estar na ponta da ilha! – Diz Zen, correndo e segurando um caderno.

Para instruir melhor os predecessores, em algum momento, os antecessores começaram a escrever instruções em um caderno. O antecessor de Zen costumava seguir o caderno a risca! Logo, Zen também foi assim. Depois de correr bastante, ele chegou ao fim da ilha! Lá, ele viu um garotinho pequeno de cabelos pretos, todo nu, sentado e olhando o espaço.

— Hum...oi? Desculpe o meu atraso! – Diz Zen, nervoso.

Zen notou que o menino estava rabiscando algo no chão. Ao se aproximar, ficou espantado com o que viu: o menino estava escrevendo números!

— Oi! – Diz o menino, olhando para Zen.

— O-o que esta fazendo? – Pergunta Zen.

— Contando...as...es-es... – Tenta dizer o menino.

— Estrelas. – Completa Zen. – Você conseguiu contar!?

O menino esfregou a cabecinha, e deu uma risada sincera, depois olhou para Zen e sorriu.

— Não...são...muitas! – Diz o menino, sem graça.

Assim como é com todo mundo, alguns humanos nascem com aptidões especiais, esse foi o caso desse garoto, que não sabia falar direito, mas já sabia contar! Zen ficou espantado, mas sentiu algo dentro dele, que ele nunca havia sentido antes.

— Bem...eu me chamo Zen! Você e eu somos um time agora! Vou cuidar de você! – Diz Zen, pegando uma toalha e vestindo o menino.

E foi assim que a vida de Zen e do menino começou! Zen não deu nome para ele, pois, seu antecessor esperou Zen aprender a ler, para poder escolher o nome que quisesse. Zen planejava fazer o mesmo, queria ensinar o menino sem nome a ler! Anos se passaram, o garoto era bem hiperativo! Sempre bagunçava as invenções de Zen, e quase foi responsável por muitos desastres nos outros mundos...

— Não! Não mexa ai! – Diz Zen, pegando o menino e o tirando de perto dos painéis.

— Por quê? – Pergunta o garoto.

— Quando crescer mais, eu te explico. – Diz Zen. – Agora vamos, temos que voltar a estudar!

O garoto era muito inteligente, tinha um talento incrível para mexer com números! Já com cinco anos sabia fazer cálculos muito complexos, e não demorou para que despertasse interesse por invenções! Muitas das invenções do menino eram melhores do que as do próprio Zen! O garoto fazia muitos robôs para brincar com ele, já que Zen sempre andava ocupado, ou trabalhando, ou construindo sua invenção. Quando o menino fez seis anos e aprendeu a ler perfeitamente, Zen mostrou um caderno.

— Aqui, esses são todos os nomes que nossos parentes usaram! Pode escolher qual vai ser o seu! – Diz Zen.

— Hum...vovô, por que esses nomes estão nessa seção de “Nomes Inutilizados”? – Pergunta o menino, curioso.

— Ah, por que não houve nenhum vigia entre as dimensões que usou esses nomes. Isso acontece, pois muitos de nós escolhem os nomes pelo seu significado, muitos dos que estão ai tem um significado negativo. – Diz Zen.

O menino ficou encarando o caderno por alguns minutos, então finalmente tomou sua decisão.

— Vou escolher esse! – Diz o menino, animado.

— “Kuroujite”? Tem certeza? É um dos nomes de significado ruim. – Diz Zen, confuso.

— É que...é triste ver esses nomes assim, separados dos outros...além disso, eu quero ser alguém incrível como o senhor! Mas quero fazer isso com um desses nomes! Assim, no futuro, os outros vão parar de ter medo deles! Serei um grande vigia com esse nome! – Diz o menino, sorrindo.

Zen ficou surpreso, mas bem emocionado com a resposta do menino.

— Tudo bem...me mostre do que é capaz, Kurou! – Diz Zen, pegando Kurou nos braços e fazendo cócegas. – Bem...agora já esta na hora de saber o que fazemos aqui! Preste bem atenção!

— Tá bem! – Diz Kurou, feliz.

Zen contou tudo para Kurou, sobre as Dimensões do Equilíbrio, os dez mundos, a função deles ali...a principio, o menino ficou muito empolgado para ajudar! E admirava muito os heróis que assistia. Um dia, Kurou foi junto com Zen para onde ele construía sua melhor invenção: era um grande navio branco! Não estava completo ainda, mas o garoto adorou, e sempre ia brincar por lá.

— Kurou! Desça dai! Além de perigoso, é meu melhor projeto! – Diz Zen, nervoso.

— Tá bom, tá bom...mas Vovô...o que vai fazer com esse navio? – Pergunta Kurou, curioso.

— Bem...é para viajarmos mais rápido até a Ilha Yami e as outras, além disso, com ele podemos visitar as outras Dimensões! Vamos dar um alô pros nossos amigos! – Diz Zen. – E também...pretendo dá-lo a você quando terminar.

— Sério!? Valeu Vovô! Eu te amo! – Diz Kurou, abraçando Zen. – Ei, ei...eu posso dar nome pra ele?

— Só quando eu terminar! Ai pode chama-lo como quiser! – Diz Zen, feliz. – Agora vamos, esta na hora de ir trabalhar!

Com o passar dos anos, Zen começou a ficar mais longe de Kurou, ele se concentrava muito no trabalho e também se trancava na sala do navio, para acabar logo. Ele passou a ver pouco o menino...que se sentia cada vez mais sozinho por causa disso, Kurou começou a se dedicar mais e mais nas suas invenções, sempre mostrava seus feitos para Zen...que devido a sua pressa e cansaço, não dava muita atenção. Kurou já não ficava mais tão feliz como era antes...quando ele completou dezoito anos...ele começou a mudar drasticamente...